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terça-feira, 17 de junho de 2025

No Irão, os aiatolás vão cair e a culpa é da 'operação especial' do Putin na Ucrânia.

Os comentadores da nossa comunicação social estão a tentar enganar o povinho.

Diziam que, se Israel atacasse Gaza, o Hezbolá iria 'desfazer' Israel com os seus 120 mil combatentes bem treinados, centenas de milhar de misseis e porque 'não se consegue destruir um movimento social de resistência".

Começou o ataque a Gaza à força toda, tudo arrasado, e, realmente, o Hezbolá mandou uns mísseis mas, logo a seguir, bummmm, milhares foram ter com Deus quando os pagers rebentaram junto aos tintins e o chefe, em pedaços pequeninos, ficou enterrado a mais de 30 metros de profundidade.

Resposta do Hamás? Quase, quase, quase nada.

Diziam que com o Al-Assad da Síria era diferente, que a Síria era um estado muito mais forte do que Israel, com um dos maiores exércitos do médio oriente e com experiência de 14 anos de combate.

Mas umas noites de bombardeamento e o Al-Assad caiou, literalmente. Continuam a dizer que está em Moscovo e até pode estar, mas no Panteão dos Amigos de Putin.

Agora é o Irão. Dizem os comentadores que tem milhares e milhares de mísseis mas não se vê quase nada. Se tem milhares e milhares, porque será que ainda só mandou umas dúzias deles?

"Os Aiatolás estão em contenção porque não querem ser como o Netanyahu, são pessoas de paz que, só por acidente e apenas para manter a paz, enforcam todas as pessoas que discordam".


O problema está na 'operação especial' de Putin.

É que antes de 2022, um qualquer amigo do Putin tinha um problema e logo eram enviados 50000 combatentes bem armados da Wagner. Metiam-se em aviões e, em poucas horas, controlava a situação. 

O problema é que o Zelensky triturou as tropas da Wagner em Bakmut e o seu patrão, o Prigozhin, foi mesmo executado pelo Putin por discordar das tácticas usadas na Ucrânia.

Depois, o fluxo de ajuda militar teve de ser invertida. Os mísseis do Hezbolá e do Irão tiveram de ser enviados para o Putin, deixando os "pés destapados". 

Onde estão as defesas aéreas, os famosos sistema S-300 e S-400, e os aviões de combate que a Rússia forneceu ao Irão e à Síria?

Tiveram de ser devolvidos à origem para ajudar nos bombardeamentos a Kiv (a capital ucraniana chama-se KIV em ucrâniano e KIEV em russo) .


Os aviões Israelitas actuam a partir da Síria.

É difícil voar desde Israel até ao Irão e voltar porque é muito longe. Mas os aviões israelitas estão pousados na Síria e é de lá que se lançam para atacar o Irão.

O presidente da Síria, o Ahmed al-Sharaa, sabe que a melhor política que deve seguir é dar carta branca a Israel fazendo de conta que não se passa nada. O al-Sharaa sabe que nunca teria conseguido derrubar o al-Hassad se não fossem os bombardeamentos israelitas e, por isso, mete a coisa debaixo do tapete.

Se alguém se lembra, quando al-Sharaa foi perguntado sobre a invasão dos Montes Golam por Israel, disse "Os nossos inimigos são os russos da Wagner, os iranianos das Guarda Revolucionária e o Hezbolá que enviaram tropas para nos esmagar, o povo sírio está cansado de guerras." 


Teerão tem de se render porque não tem defesas aéreas.

Quando o espaço aéreo está protegido por sistemas de defesa anti-aérea, como mísseis terra-ar S-300, as forças aéreas israelitas são obrigadas a lançar as suas bombas de grande altitude, fora do alcance dessas defesas. Isso exige o uso de munições guiadas de precisão, como a GBU-39 de 113 kg (Small Diameter Bomb), que custam cerca de 35 000 euros por unidade.

Mas o céu de Teerão está "limpo", ou seja, está sem defesa aérea, pelo que os aviões israelitas podem voar a baixa altitude e usar bombas convencionais de queda livre, conhecidas como bombas burras (como a Mk 81), com custos na ordem dos 900 euros por unidade. Embora estas bombas não sejam  tão precisas como a GBU-39, o voo a baixa altitude permite terem idêntica eficácia sobre alvos fixos e visíveis como é o caso dos edifícios que vemos serem demolidos em Gaza.

Em suma, Israel é capaz de demolir integralmente Teerão com um custo de apenas mil milhões de euros.


Por comparação, os mísseis iranianos têm um custo de 200 000 euros cada.

O Irão possui vários tipos de mísseis de cruzeiro, sendo o mais numeroso o Soumar, derivado do míssil soviético Kh-55, com longo alcance e capacidade para transportar ogivas contra Israel.

O custo estimado de um míssil de cruzeiro iraniano Soumar (ou de derivados como o Hoveyzeh) ronda os 200 mil euros por unidade.

Ou seja, pelo preço de um único míssil lançado pelo Irão (a maioria dos quais nem chega ao destino, caindo em lugares despovoados ou com palestinianos), Israel poderia largar 200 bombas sobre Teerão (deixo o que sobra para a gasolina dos aviões :-).

Cai um míssil algures em Israel, caiem 200 bombas no centro de Teerão. 

Ninguém aguenta esta desproporção.


Uma respostazinha a um cometário.

Um cometarista perguntou se "a igualdade não é uma coisa dos socialistas".

É mais uma coisa das misses mundo, tem que estar na Constituição mas não é o que se lê literalmente.

A igualdade entre as pessoas é que não podem 'separadas' por nenhum critério, não pode haver uma lei que se aplique apenas às pessoas que "têm 6 dedos em cada pé"  mas os feios continuarão a ser feios e as gajas boas a ser boas.

O princípio constitucional da igualdade é compatível com continuares a ser boa e com a contratação apenas de gajas boas para as passagens de moda.


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