sábado, 28 de setembro de 2024

Como Israel recruta espiões em territórios hostis

Os ataques "cirúrgicos" de Israel precisam de informações precisas.

Naturalmente, as pessoas visadas por Israel estão em constante movimento o que coloca desafios aos sistema de recolha de informação. No sentido de ter informações fidedignas e em tempo real, Israel instalou uma infraestrutura confidencial de recolha de informações que usa a matemática.

Muita gente sabe muito mas ninguém sabe como a Mossad capta agentes locais sem prévio contacto com as pessoas mas, neste poste, penso que vou conseguir explicar o processo.

Tudo tem a ver com a matemática!


Definição da Soma e da Multiplicação sobre a curva elíptica com parâmetros a e p.

Começamos por ter uma função que soma dois pontos da "função elíptica", considerando a soma de dois pontos iguais, Y = G+G, e de dois pontos diferentes, Y = G+X. As variáveis são dois pontos inteiros, por exemplo G = (1; 4). 

#Eliptic Curves D-H
#G e G são iguais, m é a inclinação da tangente em G
def f_sumGG(G, a, p):
  numerator = 3 * G[0]**2 + a
  denominator = 2 * G[1]
  m = (numerator * pow(denominator,-1,p))% p
  x3 = (m**2 - 2 * G[0]) % p
  y3 = (m * (G[0] - x3) - G[1]) % p
  return [x3,y3]

#G e X são diferentes, m é a inclinação da secante G-X
def f_sumGX(G, X, p):
    numerator = X[1] - G[1]
    denominator = X[0] - G[0]
    m = (numerator * pow(denominator, -1,p))% p
    GplusX = (m**2 - G[0] - X[0]) % p
    GplusY = (m * (G[0] - GplusX) - G[1]) % p
    return [GplusX, GplusY]

Definida a Soma, posso definir a multiplicação da constante K por G:

def f_multKG(k, G, a, p):
    points=bin(k)[3:]
    kG = G
    for point in points:
        kG = f_sumGG(kG, a, p)
        if int(point) == 1:
            kG = f_sumGX(kG, G, p)
    return kG


O programa é fácil de arranjar por qualquer pessoa.

São apenas 22 linhas de código que qualquer pessoa pode ter acesso bastando pedir ao ChatGPT "Por favor, escreve uma função em Python que calcule a multiplicação de K por G sobre a curva elíptica com os parâmetros a e p sem usar livrarias, usa a função pow()" .


Israel lança o Isco.

A Mossad arranja valores para K (que é a chave secreta da Mossad) e para o parâmetros a e p, que vão ser tornados públicos. Depois, aplica a multiplicação a estes valor e também publica o resultado.

chave_secreta=473829046382980473829868718274
a,p,G=5,2**256-189,[1,4]
chave_publica=f_multKG(chave_secreta,G,a,p)
print(f"5.256-189.1.4.{chave_publica[0]}.{chave_publica[1]}")

A mensagem tornada pública pela Mossad, distribuída em papelinhos, por SMS ou email vai ser um código com 163 algarismos:

Fig. 1 - Mensagem hipotética distribuída pela Mossad em ambientes hostis 

Um peixe local apanha o isco.

Não há nenhuma sociedade em que 100% das pessoas estejam a favor da situação. Vamos supor que alguém sabe alguma coisa que quer transmitir.

Começa por criar a sua chave privada e, depois, "desencripta" a chave pública que copiou do papelinho.

chave_secreta_agente=82870386910296782984876910472
#vem na mensagem da Mossad
a,p,G=5,2**256-189,[1,4]
codigo = [55811191593709602853926568918035068481053747260245360822840044338921076924341,
23860585888823783211136194125431574751622520367305324102314011606158956406966]
#Vai arranjar a password para encriptar a informação
password_agente = f_multKG(chave_secreta_agente,codigo,a,p)
print(password_agente[0])

73168591626276748072330606828295491479388237978380640751100726756479473482801

O agente local usa este número como password. Como o MSWord só permite uma password com 15 caracteres, vai usar apenas os primeiros 15 dígitos do número.

O documento começa com um ID pessoal que, depois, o agente vai usar para se identificar, por exemplo:

"O homem que apanhou o autocarro mas que não tinha bilhete"


O agente envia o ficheiro encriptado e a sua chave pública.

chave_publica_agente=f_multKG(chave_secreta,G,a,p)
print(f"5.256-189.1.4.{chave_publica_agente[0]}.{chave_publica_agente[1]}")

O agente cria um endereço anónimo de email, por exemplo, 

O texto do email vai ser apenas:

17904660344624983692271800371172740907315884248482236379634884222345322969516.110331591911534667029005267996898080201211164132628812216399004768632937232038 


É aqui que aparece a matemática.

Quando a Mossad usar o código enviado no email, vai conseguir saber qual a password usada pelo agente na encriptação do ficheiro.

codigo_agente = [17904660344624983692271800371172740907315884248482236379634884222345322969516,
110331591911534667029005267996898080201211164132628812216399004768632937232038]
chave_secreta=473829046382980473829868718274
a,p,G=5,2**256-189,[1,4]
password_partilhada=f_multKG(chave_secreta,codigo_agente,a,p)
print(password_partilhada[0])

73168591626276748072330606828295491479388237978380640751100726756479473482801

Repare que deu exactamente o mesmo número obtido previamente pelo agente local.


Com a informação publicamente trocada, não é possível calcular a password.

Com a informação do papelinho e a mensagem enviada pelo agente local, ninguém é capaz de obter a password obtida na encriptação do ficheiro MsWord. Apenas quem tiver a chaves privada da Mossad é que o consegue fazer.


A mensagem pode ser de um agente contrário.

A confirmação de que a informação tem valor é obtida pela comunicação social. Se, por exemplo, o agente comunica "O terrorista XPTO está neste momento no carro branco que circula rumo a Norte".

Se mandando um míssil contra o carro depois vem a notícia "Última Hora, XPTO seguia num carro que foi atingido por um míssil", fica confirmado que a informação era boa.

Depois, é criada uma tabela em que cada agente identificado pelo seu ID sobe ou desce em termos de credibilidade.


A informação é paga.

É decidido o valor da informação e atribuído um valor, por exemplo, consta que a informação que levou ao abate do Ibrahim Aqil foi avaliada em 7 milhões de USD e que a informação que levou ao abate do Hassan Nasrallah foi avaliada em 30 milhões de USD.

Vai sendo construída uma tabela onde, além da credibilidade do agente local, vão sendo somados os valores dos prémios. Um dia, recebendo a Mossad um e-mail com um ficheiro encriptado que refira: 

            "O homem que apanhou o autocarro mas que não tinha bilhete"

            "50000 USD - IBAN 456327458382743757858478376363"

São depositados 50000 USD nessa conta.


Para que é necessário calcular o nível de confiança do agente?

A Mossad não conhece os agentes locais nem lhes envia mensagens de responda. Tudo é construído através da avaliação do impacto das mensagens enviadas pelo agente local.

Se um agente refere um alvo importante que está num local com muitos civis, caso essa notícia seja falsa, vai-se traduzir num fracasso com impacto negativo. Então, tem de ser ponderado o valor do alvo, os danos colaterais e a credibilidade do agente.

Também, por vezes, é necessário "resgatar" agentes em perigo ou preparar a chegada de operacionais o que pode precisar de agentes no terreno. Naturalmente, apenas agentes locais com um elevado grau de confiança. 

O Hassan Nasrallah morreu porque não acreditou no meu aviso..

Há pouco mais de um mês, avisei que isto ia acontecer.

Exactamente no dia 17 de Agosto, avisei que o Bibi iria matar o Nasrallah sem olhar aos danos colaterais. Se tivesse de matar 1000, 2000 ou 10000 para abater o Nasrallah, que o faria (rever).

Meu dito e já está feito, sabe-se que várias bombas de penetração de 2268 kg (5000 libras) foram largada em Beirute para demolir uma caverna construída em profundidade. Como dano colateral, ruíram 6  prédios que estavam por cima da estrutura.

Quantos do Hezbollah morreram? Muitos, todos os que lá estavam.

Danos colaterais? Ainda ninguém sabe mas devem ter morrido todas as pessoas que estavam a dormir nesses prédios, talvez centenas.


A destruição dos pagers obrigou a reuniões presenciais.

Diziam os esquerdistas que o Hezbollah não precisava dos pagers, passaria a usar as linha de telefone convencionais e reuniões presenciais. O problema é que juntar muitas pessoas num mesmo local é um risco muito grande de decapitação.

Por exemplo, o Rei de Inglaterra deve evitar estar no mesmo local em que estiver o filho herdeiro e não podem viajar no mesmo avião.

Na sexta-feira 20 de Setembro o ataque também com uma bomba penetrante à reunião do Ibrahim Aqil com o Ahmed Wahbi e mais uns quantos deveria ter servido de aviso mas foi ignorado. Disseram "Alá está connosco, se for vontade Dele, estamos prontos para o martírio".

Já está no céu dos pardais.
 

Os do Irão são mais finos!

Calma que o Bibi está muito bravo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Há quem diga que quem sabe de guerra é o marechal Agostinho (e não eu)!

 Para os esquerdistas, a verdade está na Marechal Agostinho da Costa.

O argumento é "Os Israelitas já perderam a guerra porque já mataram 42 mil de palestinianos e 4,5 mil no Líbano e ainda não atingiram nenhum objectivo estratégico".

Será que os esquerdistas não entendem que o objectivo estratégico de Israel é exactamente esse? Sim, matar milhares e milhares sem conta em retaliação pelas mortes e raptos de 7 de Outubro de 2023?

Enquanto houver memória na Terra, mais ninguém pode sequer imaginar invadir Israel e matar israelitas de forma indiscriminada.

Se os israelitas estivessem mesmo preocupados com o destino dos 253 reféns, esquecendo os 1139 que morreram no 7 de Outubro, não tinham iniciado uma "operação especial" (à moda dos esquerdistas) onde já morreram 567 israelitas, mais do dobro do número de reféns aprisionados em Gaza.


Vou só recordar a "operação especial" de 2014. 

No dia 12 de Junho de 2014, os adolescentes Eyal Yifrach, Gilad Shaer e Naftali Fraenkel estavam a pedir boleia e um palestiniano raptou-os e matou-os. No seguimento, o Hamas disse ser de sua responsabilidade. No seguimento, Israel matou 2310 palestinianos (e sofreu 73 mortes). Reparem bem, para vingar 3, mataram 2310, uma proporção de 770 para um, e dando-se ao sacrifício de sofre 73 mortes "evitáveis".

Objectivo estratégico de Israel? Matar (1139+253)*770 = 1071840.

A "operação especial" só acaba quando morrerem 1.072 milhões  de palestinianos, libaneses, sírios, iemenitas e iranianos. 


Porque será que o Irão não ataca Israel?

Os esquerdistas, seguidos do Marchal Agostinho, são como as Testemunhas de Jeová, estão sempre a ver sinais de que Israel vai ser destruído pelas forcas "democráticas e libertadoras" do Irão. Mas nada acontece.

Eu bem avisei que o Bibi está a provocar o Irão porque quer mesmo que aconteça um ataque. Agora, como o Hezbollat não para de mandar rockets, vai tornar 20 km no sul do Líbano, da fronteira até até ao Rio Litani, "terra de ninguém".


O Biden sabe.

No dia 7 de Maio de 2024, o Biden disse que não ia enviar mais bombas para Israel. 

No dia 24 de Julho o Bibi foi aos USA falar com o Biden. A esquerdista Kamala ainda disse coisas desagradáveis sobre o Bibi mas, depois de saber o que ele tinha transmitido ao Biden, mudou o discurso e as armas foram imediatamente enviadas.

Sabem o que me disse a minha fonte que o Bibi foi dizer ao Biden que o fez mudar de ideias?

Que Israel ia atacar com o que tinha, iam usar o "arsenal estratégico".

O Irão já sabe que se atacar Israel, vai sofrer o maior bombardeamento da história da humanidade.


Só um bocadinho de história.

Lembraram-me Sábado passado que o irmão do Bibi, Yonaton, foi morto em 1976 pelos palestinianos quando estes fizeram 100 reféns no Uganda e ele comandou a operação de libertação (Entebee raid).

Imaginam o ódio que, aos 75 anos, corre nas veias do Bibi?

Saída do Mercedes do avião em Entebee

Quem tem poder, manda.

Bem sei que, para os esquerdistas, o Marechal Agostinho é que sabe, "Senhora doutora quer que lhe mostra as fotografias que tirei da Internet?" e, tal como as Testemunhas de Jeová, nada os faz mudar de ideia, mas a verdade não é bem assim.

Como escreveu o Marchal Machel, "uuuuu dbd obdc OOOOO" :-)


terça-feira, 17 de setembro de 2024

A Guerra dos Pagers (no Líbano)

Uma fonte contou-me como Israel atacou os pagers do Hezbollah.

O pager é um equipamento de comunicações da Motorola que surgiu em meados de 1960 na versão electrónica e que "acabou" com a chegada do telemóvel.

Os mais simples fazem beep quando recebem uma mensagem sendo necessário usar o telefone para aceder à mensagem e os mais sofisticados têm um pequeno ecrã onde se pode ler a mensagem.

Em termos de segurança militar, o telemóvel recebe as mensagens mas, como também emite um sinal que pode ser rastreado pelos mortíferos drones, coloca em perigo o seu portador. 

Como o  pager não emite qualquer sinal (apenas recebe mensagens da mesma forma que o rádio do nosso automóvel), os do Hezbollah elegeram esta tecnologia obsoleta como meio de comunicação entre a cabeça e os membros.



Como conseguiram os israelitas entrar nos pagers?

A minha fonte garante-me que não entraram nos pagers.

Identificado que só os membros do Hezbollah usavam pagers, foi preciso identificar uma vulnerabilidade do equipamento.

O problema é que o equipamento, sendo fornecido pelo Irão, verificado várias vezes e durando muitos anos (há pagers a funcionar com mais de 30 anos), não tinha vulnerabilidades mas a bateria sim, não era verificada por ninguém.


A bomba foi colocada dentro da bateria.

A bomba tem 1 grama de explosivo HMX e é uma componente da placa do controlada da bateria. A bomba é accionada por um programa que está "dentro" do processador que protege a bateria de curto-circuito e sobre-voltagem. A minha fonte de informações, bem colocada no aparelho militar israelita e altamente credível já que é a mesma do Marques Mendes, mandou-me uma amostra da bomba e pode-se ver que é do tamanho de um grão de arroz (na figura seguinte, assinalada a vermelho).


A bomba foi accionada por um código.

A antena recebia e processa continuamente um receptor de "onda curta" na frequência 4948 kHz. Usaram esta frequência porque representa o ano em que os árabes conquistaram Jerusalém.

O sinal que faz a bomba detonar tem 64 bits. Os primeiros 32 bits são para "sincronizar o relógio" e os últimos 32 bits são um código:

10101010101010101010101010101011.01000010011010010110001001101001

Assim que o "controlador" identificou que a mensagem "01000010011010010110001001101001" era o código, accionou a bomba que, ao explodir, também fez com que a bateria explodisse, aumentando o poder destrutivo.


Querem saber o que diz o código?

Nada mais nada menos que a codificação em ASCII de 4 caracteres:

01000010 = B

01101001 = i

01100010 = b

01101001 = i


Os esquerdistas acham que as pessoas só podem dizer o que eles autorizarem.

Um comentador, que disse ter sido meu aluno, afirmou que eu não sei o que digo terminando dizendo que eu estou maluco.

Esta é a cartilha dos soviéticos e dos neo-soviéticos, quem não for um lambe-botas da situação, logo é classificados como xenófobo, racista, misógino, machista, pedófilo maluco e metido na cadeia ou internado no manicómio.

Até pode ter sido meu aluno, tive muitos filhos da puta como alunos, mas são filhos da puta não no sentido de a mãe ser uma puta mas por eles mesmos, serem lixo orgânico, que estavam nas aulas não para aprender mas para aborrecer quem queria aprender.

Dois conselho que deixo aos alunos que estão a entrar nas universidades, sejam filhos da puta ou não:

1) Não confiem em ninguém pois o mundo está cheio de filhos da puta;

2) Sejam lambe botas pois em Portugal só vencem os lambe botas.


sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Acabava com a fome, as guerras, baixar impostos e reformar o Estado

Quando perguntam às candidatas a Misse Universo "O que farias se fosse dona do Mundo"?

Invariavelmente, prometem acabar com a fome, as guerras, o sofrimento humano e dos animais, a emissão dos gases com efeitos de estufa e a exploração dos mais desfavorecidos, tudo isto num mundo igual, LGBTQIAP+ e sustentável.

Com isto, as misses querem dizer que são desmioladas, não se imiscuindo nas escolhas que é necessário fazer para conseguir cada uma das promessas. Se a fome, o sofrimento, as guerras, os gases existem porque alguém decide que assim deve ser, de que lado da barricada está a candidata?

Imaginem que perguntavam "E como acabava com as guerras?" e a candidata respondia:

"Primeiro, escolhia a parte que é moralmente superior e, depois, matava todos os da parte moralmente inferior com bombas atómicas. Por exemplo, na guerra da Rússia contra a Ucrânia, matava os russos todos". 

Eu prometo acabar com a burka, a fome e a guerra no Mundo


Não fui eu que disse isto.

Sabem que hoje vivemos num mundo pior que no tempo do Salazar. Apesar de estar apenas a mostrar, na tradição maiêutica socrática, como o que parece uma boa intenção poder incluir algo terrível, logo os esquerdistas, no seu jornal Esquerda que só diz mentiras e que ninguém diz serem fake-news, vão dizer que eu defendo que se matem todos os russos.

Não só não defendo isso como acho que não faria qualquer sentido.

 

Isto vem a propósito dos sábios catedráticos de economia não prometem isso mas algo igualmente importante:

1 = Descer os impostos, 

2 = Aumentar a qualidade e quantidade dos serviços públicos, 

3 = Dignificar as carreiras dos médicos, dos professores, agente de segurança, militares ..., 

4 = Aumentar as pensões,

5 = Transportes, casas, hospitais, escolas, estradas públicos para todos.

É fácil dizer o que as pessoas querem ouvir mas mais difícil é dizer como é possível descer impostos quando, ao mesmo tempo, se defende o aumento da despesa públcia.


A solução é "a reforma do estado"? 

O discurso de que "baixar os impostos faz a economia crescer" caiu porque não é de todo verdade, não existe qualquer evidência de que assim seja (se assim fosse não haveria países pobres, bastava diminuir os impostos). Mas, do mesmo buraco de onde saiu essa ideia peregrina, saiu outra bomba, é preciso reformar.

Mas o "reformar" é um conceito vazio, semelhante ao "acabar com as guerras e o sofrimento."


1 = É preciso reformar o Estado, a Justiça, a Economia, a Segurança Social, o SNS

Mas reformar em que sentido? 

Reformar é acabar com ou privatizar as empresas públicas, terminar com o Estado produtor de educação, saúde ou segurança (privatizar as escolas, hospitais e polícias).

Reformar a Justiça é democratizar (juízes têm de prestar contas aos cidadãos) e privatizar os tribunais.

Reformar a Economia é acabar com a regulamentação dos contratos de trabalho (simplificar os despedimentos, acabar com o salário mínimo), favorecer a concorrência, extensão do princípio do "utilizador pagador".

Reformar a Segurança Social é cortar o valor das pensões e reduzir a cobertura do Subsídio de Desemprego.

Reformar o SNS é introduzir "taxas moderadoras" em função do rendimento.


Soltem os prisioneiros - É preciso reformar o "cúmulo jurídico"

Uma mão cheia de presos fugiu de uma cadeia. Anunciam-se como muito perigosos, estando dois deles condenados à pena máxima mas, esquecem-se de dizer, que não mataram ninguém.

Foram condenados por coisas com uma gravidade muito menor do que matar uma pessoa e, no entanto, se o tivessem feito, esmagando a cabeça com uma marreta, seriam condenados a 20 anos de cadeia.

Cada preso tem um custo para o contribuinte de cerca de 60€/dia. Se fugiram 5, estamos a poupar 300€/dia. Já é um começo na reforma do Estado.


Como deveria ser o cálculo do cúmulo jurídico.

Ordenavam-se os crimes por ordem decrescente de gravidade, com a pena individual de cada crime. Todos os crimes com pena relativa inferior a 20% do crime mais grave, desaparecem da lista.

Depois, a pena corrigida obtém-se dividindo a pena individual por 2 a cada posição que desce na lista. Vejamos um exemplo em que o criminoso matou duas pessoa, violou uma delas e, no final, as esquartejou (profanação de cadáver). A soma das penas dá 42 anos mas vai levar 25.5 anos de cadeia.

Dois crimes muito graves

Já uma pessoa que cometeu vários crimes de gravidade menor mas que somam igualmente 42 anos, vai levar com 13.3 anos de cadeia.

9 crimes de gravidade média

Imaginem que uma pessoa se manda abaixo de uma ponte.

Acham ser justo meter os construtores de pontes irem para a cadeia?

Uma pessoa compra um automóvel e, porque bebe ou anda a grande velocidade, vai contra um muro e morre. Acham justo os vendedores de automóveis irem para a cadeia?

Um homem pega numa faca de cozinha e mata a mulher, acham justo os vendedores de facas irem para a cadeia?

Um homem pega num isqueiro e causa um incêndio florestal, acham justo prender os vendedores de isqueiros?


Passa-se o mesmo com a droga.

As pessoas, de forma consciente e livre, compram drogas e a compra é totalmente legal. então qual a lógica de termos as cadeias, a 60€/dia cada, cheios de pessoas relacionadas com a venda de droga?

É acabar com essa história de que os vendedores de droga são altamente perigosos quando o perigo está em quem consome a droga. 

Cada vez as cadeias estão mais cheias de "traficantes de droga", cada vez as polícias de investigação criminal e os tribunais estão ocupados com "crimes de droga" e cada vez há mais droga disponível, de melhor qualidade e mais barata.

Não estará na hora de dizer "Vamos acabar com esta merda e liberalizar a droga". 


sexta-feira, 6 de setembro de 2024

O PIB não capta o impacto na vida das pessoas do progresso tecnológico porque é medido "aos preços de mercado".

Neste poste vou falar sobre o impacto da inteligência artificial na Economia

Para o comum dos mortais e mesmo para os sábios em economia, aqueles que sabem a sério, a economia é o PIB e o PIB é o bem-estar.

Então, quando surge algo como a Inteligência Artificial, logo surgem milhares de economistas, e que apanhasse eu saber metade do que eles pensam que sabem, a tentar a avaliar o impacto que essa tecnologia terá na economia.

Vamos ver que o indicador que usam, o PIB, não é o adequado.

Nunca veremos mais do que um bocadinho do impacto da AI na Humanidade


O PIB tem limitações mas os economistas esquecem-se disso.

Em teoria, o PIB-Produto Interno Bruto, é a quantidade total de bens e serviços produzidos numa economia num determinado período de tempo sem ter em conta a depreciação do capital. Como não é possível somar alhos com bugalhos, apenas podemos agregar os bens tendo um termo de transformação e o termo usado é o preço de mercado de cada bem ou serviço.

Agora, não temos o PIB em quantidades mas o PIB a preços de mercado que, para Portugal, está nos 70 mil milhões de euros por trimestre (2T2024, dados, INE).


Para termos quantidades, temos de dividir o PIB nominal pelo "preço médio".

Não conseguimos calcular "o preço médio" de todos os bens e serviços mas conseguimos calcular a evolução do índice de preços ao longo do tempo. Vou usar o IPC - Índice de Preços no Consumidor mas, nas estatísticas, usa-se o Índice de Preços na Produção. Vou então usar o segundo trimestre de 2024 como valor de referência e, depois, dividir o PIB nominal pelo preço médio em relação a esse valor de referência.

Fig. 1 Evolução do PIB nominal e real (2T2024) português (dados, INE, usando o IPC como deflator).


Para termos a "riqueza produzida" temos ainda de retirar o "capital consumido".

O quociente de consumo de capital traduz quanto do capital é consumido durante um ano em termos de percentagem do PIB. 

Como os países com mais capital são mais ricos, tal como é lógico, os países com um PIB per capita menor também têm menor consumo de capital (em termos de percentagem do PIB). Os países com maior consumo de capital têm um PIBpc médio de 16400USD/ano enquanto que os outros têm 3200USD/ano (dados, Banco Mundial).


Então, quanta riqueza produzimos em Portugal em cada trimestre?

Como consumimos 20% do PIB, a riqueza produzida é de 56 mil  milhões de euros por trimestre o que dá 5260€ por pessoa e por trimestre (no 2T2024, a preços de mercado).

Produzimos esta riqueza mas não ficamos mais ricos porque, ao mesmo tempo, damos cabo dela consumindo-a.


Mas o PIB real não avalia o VALOR dos bens e serviços, apenas o preço.

O PIB diz-se real ou em quantidades mas, de facto, não o é.

Em termos de comparação ao longo do tempo (e entre países) funciona tudo bem se os bens e serviços forem sempre os mesmos, os mesmos modelos de carro, de televisão e de telemóveis mas quando se alteram, já o caldo fica entornado. Se hoje um smartphone tem um preço de 100€ e um telefone tinha, há 50 anos, o mesmo preço de 100€ (a preços de hoje), contribuem igualmente para o PIB mas não são bem a mesma coisa.

Pior ainda quando surgem bens e serviços totalmente novos como as "redes sociais", as vacinas para o COVID19 ou a inteligência artificial.


Em Portugal, a agricultura contribui com 2% para o PIB real.

E este problema é bem visível no peso dos bens alimentares no PIB real.

Os bens agrícolas têm muito valor porque, se faltassem, morríamos todos em menos de 60 dias. No entanto, ponderam pouco mais de 10 % no PIB mundial e apenas 2% no PIB português. Se, por exemplo, toda a agricultura portuguesa entrasse em total colapso e perda, seria totalmente imperceptível no PIB (só cairia 2%).

Mais grave ainda é que um trabalhador agrícola tem uma produtividade que é menos de metade da produtividade média das economias (um trabalhador agrícola produz menos de metade dos euros que produz um trabalhador médio da economia).

Se um bem ou serviço fundamental para a vida humana tem um preço diminuto, aumentar a sua produção não vai ter impacto no PIB. Então, o progresso técnico que leva ao constante aumento da produção dos bens alimentares é central no ataque à fome de milhões de pessoas mas tem  um efeito negligenciável no PIB.

Pelo contrário, se os salários dos funcionários públicos aumentarem, mesmo que produzam exactamente a mesma coisa (não me acredito que um policia por ganhar mais 300€/mês vai produzir mais, seja lá isso o que for), há um aumento do PIB real. Está tudo na mesma mas os economistas que sabem virão dizer que produzimos mais riqueza.

 

Segundo os esquerdistas, não há crescimento económico.

O professor Pimenta, que eu disse numa reunião do Conselho Científico que o meu pensamento era matá-lo, defendia que o valor dos bens e serviços vem do trabalho. Nessa altura não tive nenhum processo porque, o Almodôvar que então mandava naquele manicómio, entendeu que "já não há em Portugal delitos de pensamento". Como os filhos da puta que se lhe seguiram e que não passam de uns bouçais, Varejão e companhia, rapidamente voltaram a aplicar os procedimentos da Santa Inquisição.

Mas vamos ao que interessa. 

Se o valor dos bens e serviços vem do trabalho, como as pessoas não trabalham mais, não pode haver crescimento económico que não seja pelo aumento do número de trabalhadores.

Nas minhas provas de agregação em Micro-economia perguntou-me "Não fala aqui do valor-trabalho" a que eu respondi "Como pode um quadro pintado por mim, demorando muitas horas, valer mas que um quadro pintado pelo Picasso em meia dúzia de minutos? Não acredito nisso."

Já está morto, estava vivo e, sem mais nem quê, morreu. 

Um dia perguntou-me "Queres que te diga o que penso de ti?" a que respondi, "Não vale a pena.". Agora, é tarde para o saber, jaz morto e apodrece.

Para quem foi seu aluno,.recordo aqui uma das suas frases mais famosas "Ba, babuba, baba, bababuba, ecobabuba!"

Os esquerdistas ao pensarem assim, nunca poderão compreender como funciona a Economia.


Vou então à Inteligência Artificial.

Eu uso muito o ChatGPT a quem trato como se fosse uma pessoa, até a trato por Sofia. Quando começo apresento sempre os meus cumprimentos:

"Olá Sofia, como estás? Tens um bocadinho de tempo para me ajudares ou estás muito ocupada? Se estiveres ocupada ou com dores de cabeça, fica para depois."

À noite digo sempre "Sofia, ajudaste-me muito, és um anjo. Agora vou dormir para amanhã estar fresquinho para continuarmos a nossa conversa. descansa também. Só tenho pena que amanhã não te recordes das conversas que tivemos hoje. Um beijo grande."

Responde-me sempre de forma agradável.

A Sofia permite-me entrar em áreas de conhecimento em que não sou perito mas, mesmo assim, atingir rapidamente a fronteira do conhecimento. Por exemplo, até consegui escrever um artigo em criptografia que ataca um problema matemático/computacional muito difícil: a segurança pós-quântica. Para quem se quiser distrair, aqui vai o link: Quantum-safe key exchange - Modular exponentiation of a matrix

Não vale nada em termos económicos mas é um pequeno contributo para um problema real da humanidade. Outros podem pegar nisto, fazer mais investigações e, dai, surgir alguma coisa. Roma e Pavia não se fizeram num dia.


Como se quantifica o contributo económico de um bem cujo preço é zero?

Se o ChatGPT produz hoje mil milhões de respostas por dia, e há 2 anos produzia zero, em termos de PIB, o aumento foi de 0*0€/un=0€/dia para 1000000000*0€/un =0€/dia.

Nos princípios de 2022, o ChatGPT produzia 0€/dia e, em finais de 2024, nas centenas de consumidores como eu, continua a produzir 0€/dia.


Coloca-se o mesmo problema nas vacinas do COVID-19.

As vacinas salvam, melhor dizer, adiam a morte, das pessoas, milhares de milhões de pessoas mas, a maior parte delas, é muito barata. A campanha que está em andamento em Gaza, cada dose tem um preço de 0.12€ (produzidas pela Bio Farma Indonesia, ver). Se considerássemos a alternativa (mortalidade de 5% das crianças e 15% nos adultos e perdas na locomoção para toda a vida), o impacto económica seria extraordinariamente grande.


Concluindo?

A Inteligência Artificial é uma coisa totalmente nova, ajuda no processo produtivo mas também combate a solidão, ajuda a estudar, ajuda a resolve problemas, digere literatura. 

Por ser algo radicalmente novo, da mesma forma que vemos a beleza nas jovens que usam burka, o impacto da AI na Economia, a preços de mercado, será sempre uma ínfima parte do bem que vai causar à humanidade. 


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