quarta-feira, 31 de maio de 2023

Os drones em Moscovo servem para testar a resposta a um ataque nuclear russo

Os drones ucranianos conseguiram chegar a Moscovo.

A Ucrânia fabrica drones que viajam a 160km/h, carregam 75kg de carga útil e levam combustível para 1000km. Sendo veículos lentos, pouco mais rápidos do que um carro, seria de pensar que os sistemas sofisticados da Rússia os detectassem mal entrassem no espaço aéreo russo e que fossem neutralizados muito antes de chegarem a Moscovo.

Mas a verdade é que não, voaram como uma gaivota no mar, horas e horas sem fim até que chegarem a Moscovo.

Não causaram dano de monta mas chegaram lá sem ser detectados.


Ficou provado que a capacidade russa antiaérea é nula.

A Rússia está sempre a ameaçar que vai usar armas nucleares tácticas (de pequena capacidade), não tendo a Ucrânia nada para se defender.

Mas a guerra nuclear não vive da defesa mas antes da garantia da destruição mútua. 

Se, alegadamente, a Ucrânia enviou 8 drones a partir de um lugar seguro e não detectado do seu território e estes drones chegaram todos a Moscovo, podem então ser usados para enviar uma carga muito mais perigosa.

Como a Ucrânia não tem cães (armas nucleares) tem de caçar com gatos (drones e resíduos nucleares).


Os resíduos nucleares.

Depois de usado, 100kg de combustível nuclear tem  cerca de 0,5kg de Estrôncio-90,  0,5kg de Césio-137 e 0,1kg de Iodo-129. Estes isótopos são difíceis de controlar porque são solúveis na água, são radioactivos durante 100 anos e são mortais porque substituem o Cálcio  nos ossos (o Estrôncio-90), o Potássio nas células (o Césio-137) e o iodo natural na tiróide (Iodo-90).


Central nuclear de Zaporijia


Vamos só imaginar!

Hora 0 = A Rússia rebenta teatros de operações com bombas nucleares tácticas.

Há grande mortandade na Ucrânia.


Hora 1 = A Ucrânia envia 100 drones, cada um com 75kg de resíduos nucleares, para Moscovo (600km de distância) e outros 100 para São Petersburgo (950km de distância).

Nada acontece.

Hora 6 = Os drones chegam a Moscovo, explodem por si ou pelos mísseis de defesa antiaérea, libertando a sua carga radioactiva.

Hora 7 = Os drones chegam a São Petersburgo, explodem por si ou pelos mísseis de defesa antiaérea, libertando a sua carga radioactiva.

No imediato, nada acontece mas logo começa a constar que os níveis de radioactividade estão elevados.


Não morre ninguém mas ...

Estão a imaginar o impacto na Rússia da deslocação dos 12 milhões de habitantes de  Moscovo e dos 5,5 milhões de São Petersburgo para outro lugar, sem poder lá viver ninguém durante 150 anos?

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Os mísseis hipersónicos russos são um flop

Neste post vou explicar porque os mísseis hipersóicos não funcionam.

As economias são atrasadas porque investem, enterram, recursos em tecnologias que não têm pernas para andar.

No nosso Portugal, os comboios, o "hidrogénio verde" ou a dessalinização de água são exemplos claros de enterramento de milhares de milhões de euros em setores que não têm qualquer viabilidade futura.


Não sei porque ninguém fala na linha Guarda-Castelo Branco.

Metemos uns 150 milhões de euros para ter esta linha e não aparece, naturalmente, em lado nenhum quantos passageiros são transportados por ano nesta brincadeira.

Nada, já investiguei o máximo que pude mas não encontrei nada.

O que encontrei é que os passageiros pagam 170M€ e a CP recebe 90M€ de subsídios do estado (não percebo a racionalidade de deitar 90M€ pela janela fora) O preço médio 

Dividindo pelo número de passageiros, cada viagem tem 25km, o bilhete tem um preço de 1,75€ e ainda recebe um subsídio de 0,90€ (mais de 50% do preço do bilhete).

Amortizar 150M€ implicam um custo financeiro de 8 milhões € por ano. Imaginando uma margem das vendas de 50%, obrigaria a ter 8000000/0,5*1,75/365.

 

25000 passageiros por dia

Seriam necessários diariamente 50 comboios de 3 carruagens cheios como uma lata de sardinhas para atingir este número.

Conjecturo que ninguém mostra os números porque não chega sequer a 10% deste número de passageiros.

Mas sou eu que sou um malidecente.


E o TGV ainda vai ser pior.

Não há local nenhum do mundo onde o TGV seja rentável, onde sequer pague os custos de operação. Nada, zero, nicles, e vai ser rentável em Portugal!!!!!!!


Vamos aos mísseis hipersónicos.

Podemos classificar os mísseis em dois tipos, os com asas e os sem asas.

As asas fazem muito atrito com o ar pelo que apenas são usadas nos mísseis lentos (na ordem dos 1000km/h). São uma espécie de "drones kamikase", viajando com velocidade relativamente baixa, o que obriga a que viagem junto ao solo (precisam de ter capacidade para contornar os acidentes orográficos).

Os mísseis rápidos não podem ter asas (hipersónicos), sendo, por isso, difíceis de controlar. Vão numa trajectória o mais recta possível, com mudanças de trajectória causadas por pequenos furos que têm à frente e que "disparam" gás.


O Space Shuttle demorava 15 minutos a chegar a Portugal.

Arrancava em Cabo Canaveral e, passados 15 minutos, já estava a sobrevoar Portugal, Tinha então uma  velocidade de 28000km/h, 12 vezes a velocidade do som.

Mas para isso, usava uma enormidade de combustível, pesava 27,5 ton e gastava logo no arranque 2000 toneladas de combustível.

Sim, por cada kilograma, a nave gastava 73 kg de combustível no arranque.


O que dizem do hipersónico Kinzhal

Dizem que dará os 28000km/h, tem um volume de 8 m3 e pesa 4300kg. 

Se esse peso for apenas o míssil, proporcionalmente, precisa de 300 toneladas de combustível para arrancar viagem (12 camiões TIR carregadinhos).

Se for o peso total, tirando o combustível, ficam apenas 58 kg para o míssil e a ogiva o que é muito pouco, leva uma bombazita de 5 kg!!!!! 


O míssil Patriot viaja, no máximo, a 5000km/h!!!!

Então, pensam os russos e o Agostinho (aquele que comenta na TVI e que não se cansa de dizer " Oh sr.a doutora, a Rússia está a ganhar em toda a frente, quer que lhe mostre umas imagens?") que, se o Kinzhal viaja a 20000km/h e o Patriot a 5000km/h, o Kinzhan é indestrutível.

Sr.a doutora, aqui está a fotografia da arma russa que é um game changer, é o robô Kaga-lume que já vai na versão 2547, é do tamanho de um carro blindado, tem 2 olhos enormes, duas antenas e rasteja pelo solo para não ser detectado. Assim que detecta um ucraniano, frita-o com uma descarga de lume. 
E sr.a doutora, a Rússia tem centenas de Kaga-lumes.


 Parece ter lógica mas não tem.

O problema é que o míssil Patriot não vai perseguir o Kinzhan pelo trazeiro mas vai pegá-lo de frente. E, como o Kinzhal viaja a grande velocidade, não é manobrável e tem de viajar a grande altitude (onde o ar faz menos atrito) o que o torna detectável a centenas de quilómetros do alvo.


O Kinzhan é disparado e vai percorrer 500 km em 65 segundos (a 28000km/h) e ninguém o consegue apanhar.

Mas o Patriot à sua frente e vai percorrer apenas 20km até ao ponto de colisão (em 15 segundos a 5000 km/h).


Tanta tecnologia, e precisam dos drones do Irão e balas da Koreia do Norte.

Afinal investiram recursos numa tecnologia que não tem pernas para voar.

Tem-nos acontecido o mesmo.

Quantos morreram em Ceuta e que lucro tiramos dali?


segunda-feira, 15 de maio de 2023

As sanções e o desenvolvimento da África do Sul

Em 1963 começaram as sanções económicas à África do Sul.
Em 1948 a África do Sul iniciou uma política de separação dos grupos populacionais que ficou conhecido como Apartheid.
Em resposta à segregação, a comunidade internacional impôs sanções ao país com o objectivo dessa política acabar.
Em 1963, o PIB per capita sul africano era 110% da média mundial.

As sanções acabaram por fazer resultado.
O impacto das sanções na economia foram enormes, o PIB per capita caiu dos 110% (da média mundial) em 1963 para 68% em 1990.
Durante estes 27 anos, o nível de vida sul-africano esteve estagnado (cresceu 0,3%/ano) enquanto que, a nível mundial, cresceu 2,0%/ano.
Esse impacto fez com que Mandela fosse libertado, houvesse o fim da política segregacionista e a Africa do Sul passasse a ser uma democracia onde cada pessoa tem um voto.

Tudo bem, mas o que aconteceu à economia?
Os esquerdistas estão a ver o que vou dizer sobre o Apartheid. Era injusto e desumano pelo que tinha de acabar. Da mesma forma tem de acabar a "lei das castas" da Índia.
Tinha de acabar mas havia duas filosofias em discussão.

Havia vozes (mais conotadas com a direita) que defendiam que essa mudança não deveria ser imposta por sanções mas por uma politica de engajamento e de incentivos positivos.
Essas vozes diziam: "As sanções vão ter impactos negativos na economia que nunca mais poderão ser corrigidos. E, no final, os os ricos e os mais escolarizados vão-se embora e ficarão os pobres".

Hvia vozes (mais conotadas com a esquerda) que defendiam que o caminho eram as sanções e que "Assim que o Apartheid acabar, a economia vai recuperar rapidamente."


Decorridos 30 anos, é tempo de ver quem tinha razão.
Tinham razão os que diziam que as perdas económicas nunca mais seriam recuperadas.
Em 1990 o PIB per capita era de 68% da média mundial e em 2021 é de 54%.
Em 60 anos, o nível de desenvolvimento da África do Sul caiu para metade em relação à média mundial, caindo de 110% para 54%.


Fig. 1 - Rácio entre o PIB per capita da África do Sul e do Mundo (dados: WB)

Não estou a dizer que a única razão para o atraso são as sanções.
A África do Sul era vista pelos ocidentais como um bocadinho de economia liberal no meio de África onde só havia ditaduras comunistas.
E havia a ideia de que as suas matérias primas seriam um motor de desenvolvimento.
Com o fim da Guerra Fria em 1990, a AS deixou de ter interesse estratégico, tendo sido abandonada pelo ocidente.
Ainda se juntou aos BRICS, o desenvolvimento cresceu um bocadinho entre 2000 e 2008 mas, depois, voltou à trajectória de queda.

Está como o Brasil
Uma simples análise dos dados mostram que as sanções à AS foram benéficas para o Brasil (em termos de fornecedor substituto de matérias-primas e destino do investimento directo estrangeiro).
Nos anos 1980, o nível de desenvolvimento do Brasil estava acima dos 100% da média mundial. 
Mas também tem estado em queda, chegando a 2021 com 78%.
E a mania de que são a primeira letra dos BRICS não parece ajudar nada.


Fig.2 - O Brasil também se está a afundar desde 1980 (dados: WB)





quinta-feira, 11 de maio de 2023

Em 1974 o nosso nível de vida era 32% dos países mais ricos da Europa.

Usando os 8 países mais ricos da União Europeia.

Calculei o PIB per capita (que representa o nível de vida) dos 8 países mais desenvolvidos do norte da Europa (Áustria, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Luxemburgo, Holanda e Suécia). 

Em 1973, nas vésperas da revolução, Portugal tinha uma economia atrasada, com um nível de vida (medido pelo PIB per capita)  de apenas 32% da média deste 8 países.

A razão para o nosso atraso era a ditadura pelo que, com o seu fim, foi prometido pelos socialistas  que nos iríamos aproximar dessas economias.


Este ano o socialismo fez 49 anos. 

Querem saber como estamos? 

No último ano em que há dados, em 2021 estávamos com 31% do nível de desenvolvimento desses países mais ricos.

Além de estarmos exactamente iguais ao que estávamos em 1973, o mais grave é que, desde 1999, estamos a piorar a uma velocidade 0,23 pontos percentuais por ano.


Evolução do nosso desenvolvimento relativo aos países mais ricos da UE (dados, Banco Mundial)


Não pode ser verdade!!!!

O Banco Mundial deve produzir fake news. 

Como pode o Banco Mundial não ter vergonha de apresentar dados falsos, afirmar sem pudor que estamos cada vez pior relativamente aos nossos parceiros mais desenvolvidos quando os nossos governantes socialistas nos garantem diariamente que estamos a crescer muito mais do que os nossos parceiros da União Europeia?


Faz-me lembrar a historieta do lucro da CP e da TAP.

Se retirarmos da contabilidade das empresas públicas tudo o que dá prejuízo, o que sobra só pode ser lucro.

Também se tirarmos dos dados da nossa economia todos os trimestres em que não há crescimento, só podemos ficar com um crescimento muito acima dos outros.

Cabecinhas pensadoras.


E porque não convergimos com os países mais desenvolvidos?

Parece uma pergunta com resposta difícil mas é fácil: 

1) Porque grande parte da nossa economia é controlada por empresas públicas.

2) Porque os gestores das empresas públicas têm que minimizar o risco de serem despedidos!


Vejamos o exemplo do Metro de Lisboa.

O cais de embarque/desembarque tem extensão para comboios com 6 carruagens e capacidade para 1000 pessoas de pé.

Como o espaçamento entre comboios é, no mínimo, de 3:30 minutos, consegue uma máximo de 17 mil passageiros por hora o que não é suficiente na hora de ponta da Linha Verde (Telheiras/Cais do Sodré).

Os comboios poderiam passar a ter 12 carruagens e parar por duas vezes (parava as primeira 6 carruagens no cais e saiam/entravam os passageiros dessas carruagens / andava mais um pouco e paravam as seguintes 6 carruagens no cais).

Porque é que isto não se faz?

Porque se acontecer alguma acidente, o responsável pela decisão será imediatamente acusado de negligência.

Então, continua-se no mesmo.


Fazendo amanhã tudo igual ao que fazemos hoje, não haverá desenvolvimento.

Para nos desenvolvermos é preciso que cada pessoa produza mais valor por cada hora de trabalho. E parece-me óbvio (mas não o parece às outras pessoas) que apenas o conseguirá se trabalhar de forma diferente.

Os governos apostaram na escolarização e hoje as pessoas são muito mais escolarizadas do que eram há 50 anos mas, como nas escolas se ensina o mesmo que se ensinava há 50 anos, isso não tem sido o grande motor do desenvolvimento que se antecipava.

Cada vez mais licenciados ganham o salário mínimo.


E porque pioramos depois de entrarmos na Zona Euro?

Por causa da "política administrativa de rendimentos do trabalho".

Os governos socialistas têm a mania de que os salários têm de aumentar em termos absolutos e relativamente ao PIB.  

O problema é que os salários nunca são suficientes.

Mas como a nossa economia não cresce e o governo quer mais e mais salários, esse aumento acontece à custa da diminuição da rentabilidade do capital (lucros, rendas e juros).

Diminuindo a remuneração do capital, o investimento diminui o que leva a ainda menor crescimento da economia.


Têm a mania que os direitos dos trabalhadores são centrais no desenvolvimento económico.

O que vou dizer vai chocar pelo que as pessoas mais sensíveis não podem ler mais.

Os trabalhadores são bons a fazer hoje o que fizeram ontem mas isso, por melhor feito que seja, é a estagnação.

Apenas quem pensa novos métodos, novos produtos, novos processos, isto é, quem é empreendedor, é que consegue fazer a economia andar para a frente.


O trabalhador é a roda da economia.

A roda pode ser muito competente, agarrar bem à estrada, não sofrer furos, poupar combustível, afastar a água nas estradas inundadas. 

Mas o empreendedor é a condutor e é quem consegue escolher viagens mais agradáveis.


Em Portugal não compreendemos isto.

Direitos, direitos e mais direitos para os trabalhadores.

A canalhada fecha universidade pelas causas mais mirabolantes, persegue quem pensa diferente e toda a gente aplaude e grita "Abaixo os reaccionários de direita, abaixo o grande capital, abaixo o lucro e abaixo a exploração do trabalhador pelo patrão". 

Depois, não saímos do buraco.


segunda-feira, 8 de maio de 2023

Amiga Margarida, bicicletas e trotinetes não são ideologia de esquerda

A Margarida Bentes Penedo escreveu no Observador.
A tese da Margarida é de que as bicicletas, trotinetes e skates não são meios de transporte de passageiros e, muito menos, são bons para a mobilidade. São muito perigosos mas a comunicação social não fala disso.
Não sendo meios de transporte, assume serem uma ideologia de esquerda woke.
Em alternativa, defende os transportes colectivos principalmente comboios e metropolitano.
Vou mostrar que não pode estar mais errada.


Nem a CMTV usa esse filão.
Eu já tive um acidente de trotinete (porque tirei as mãos do guiador).
Mas vamos supor que era verdade que havia muitos acidentes com cabeças esborrachadas.
A CMTV que passa horas e horas à procura da cabeça da vítima do Cadaval, não iria perder cabeças esborrachadas e corpos desmembrados se os houvesse.
Há uns acidentesitos mas nada de grave, levei 3 pontos no sobrolho e fiquei logo como novo.


Margarida, sabe o que é uma ideologia de esquerda?
Existe um espaço público que que é um recurso escasso que tem de ser  partilhado, em condições de igualdade, por todas as pessoas. 
Todos os portugueses têm direito a utilizar esse espaço público, andem a pé, de carro, bicicleta, trotinete, patins ou skate. 
O problema é que o uso é concorrente, isto é, uma pessoa usá-lo prejudica em parte que outra pessoa o use.

A esquerda proíbe, a direita regula.
A esquerda, proíbe a acção individual com o argumento de que se está a defender o colectivo.
As pessoas que se dizem de direita têm sempre de promover a liberdade individual.
Como o uso do espaço público é concorrente, a direita desenha regras que tornem a utilização eficiência, isto é, que a "qualidade de vida" das pessoas seja o mais elevada possível.
A primeira regra é a divisão entre as estradas (para os veículos com rodas) e os passeios (para os peões). 
A segunda regra é a regulamentação dos veículos (velocidade máxima, locais de estacionamento e regras de convivência) e dos peões (passadeiras).


O objectivo estratégico da direita é maximizar a qualidade de vida das pessoas.
Não nos podemos nunca esquecer disto.


Um carro transporte uma pessoa, uma trotinete transporta uma pessoa.
Se todos os portugueses têm o mesmo direito a usar a estrada, uma pessoa que se desloca num monstruoso Jeep Grand Cherokee  tem o mesmo direito que outra pessoa que circula numa trotinete.
Como o Jeep ocupa 10 m2 e a trotinete apenas 0,5m2, a trotinete traduz um uso vinte vezes mais eficiente do espaço público escasso. 


Serão os transportes colectivos eléctricos mais amigos do ambiente?
A Margarida deveria pegar em valores e fazer umas contas.
O Metropolitano de Lisboa gasta, por quilómetro e passageiro, 10x mais energia do que uma trotinete eléctrica e 20x mais energia do que uma bicicleta elétrica.

O metropolitano de Lisboa gasta 0,12kwh/km/passageiro (em 2018/2019).
Peguei no Relatório e Contas do Metropolitano de Lisboa e fui ver quanta energia gasta por quilometro percorrido por passageiro. 
Como o número de passageiros caiu a metade em 2020/2021, vou usar os valores de 2018/2019. O consumo médio de energia é de 102 milhões de KWh por ano para transportar 176 milhões de passageiros num percurso médio de 4,83km. Dá uma média de 0,12kwh/km por passageiro.
Em 2020/2021 gastou 0,17knh/km/passageiro.

Uma trotinete gasta 0,012Kwh/km/passageiro.
O consumo médio retirado da bateria, a uma velocidade entre os 15km/h e os 20km/h, é de 1kwh/100 km. A este consumo, é preciso somar as perdas no carregador (cerca de 20%).
Temos então um consumo que é 1/10 do consumo do metrolisboa.
E as bicicletas elétricas, por causa do pedalar, gastam metade da trotinete. 

E em termos de eficiência (económica)?
Mais uma vez, a Margarida deveria pegar em valores e fazer umas contas.
O Metropolitano de Lisboa tem um custo por km e passageiro de quase 6x o custo da trotinete eléctrica.

O metropolitano tem um custo de 0,24€/km/passageiro.
Em termos de gastos operacionais, são 0,14€/km/passageiro (120M€/ano) e em termos de custos de capital são mais 0,10€/km/passageiro (90M€/ano).
Isto é muito mais caro do que andar de automóvel.

A trotinete tem um custo de 0,043€/km/passageiro.
Vamos a uma trotinete cara, 500€ e somemos 100 euros para pneus e afinações).
Como a trotinete é capaz de fazer 15 mil km, somando as duas parcelas, dá 0,04€/km por passageiro.
A electricidade são 0,012*0,20 = 0,03€/lm/passageiro.
Somando tudo, dá 0,043€/km/passageiro.


Margarida, deixe de ser esquerdista e afirme-se como direitista.
Os transportes de passageiros colectivos públicos apenas existem porque recebem enormes subsídios públicos.
A Margarida deveria defender que essa mamadeira acabasse.
Depois, se os automóveis causam acidentes nas bicicletas e nas trotinetes, tem de se condicionar a movimentação dos automóveis e não o contrário pois ambos transportam um passageiro.

O futuro são as trotinetes pelo que proponho um algoritmo:
Actualmente, a velocidade máxima dos automóveis dentro das localidades é de 50km/h.

A) Meter radares dentro das cidades.
Não interessa ter um limite de 50km/h que ninguém cumpre. É preciso colocar radares dentro das cidades para multar os excessos de velocidade, doa a quem doer.

B) Sempre que as colisões de carros com trotinetes aumentar, diminui-se a velocidade máxima.
Quando um carro colide com uma trotinete, é um choque entre duas pessoas mas quem sofre é quem não tem chaparia para o defender.
Eu já tive um problema com um condutor de um automóvel que não parou numa passadeira e que me  agrediu (Tentou, saiu do carro, avançou para mim e apliquei-lhe logo um morote gari, deve ter ficado mal do cóccis!).
É preciso combater a cobardia de quem tem chaparia.

Enganei-me na Margarida!


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