Sendo o Portuendes um comentador habitual, tenho que responder à sua questão.
Sabendo nós que os anos de trabalho e os anos de reforma devem conformar-se com a esperança média de vida , haverá algum dia em que a separação óbvia entre homem e mulher será realizada?
A esperança de vida.
Todos os pares de anos o INE compila a idade das pessoas que morrem na Tabela de Sobrevivência.
Com os dados é fácil calcular a idade média das pessoas mortas. É este número que se usa como a Esperança Média de Vida à Nascença.
Quem nasce hoje vai viver mais anos.
Porque a idade média usa pessoas que nasceram há muitos anos para trás. como de ano para ano a média da idade dos mortos aumenta, naturalmente quem nasce hoje vai durar muito mais.
Como nos países da OCDE cada ano que passa a idade média de morte avança 0,2 anos, mantendo-se esta regularidade, quem nasce hoje num países desenvolvido vai, em média, morrer aos 96 anos (não vindo a Ébola por aí fora).
Quem nasce hoje tem que trabalhar mais.
Assumindo que precisamos trabalhar metade da vida, se cada ano as pessoas vivem mais 0,2 anos, é preciso que a idade de reforme também aumente cada ano 0,1 anos.
Alguém que tenha hoje 30 anos, vai ter que trabalhar até aos 65 + 35*0,1 = 68,5 anos de idade.
Alguém que nasça hoje vai ter que trabalhar até aos 65 + 65*0,1 = 71,5 anos de idade.
As mulheres duram mais que os homens.
Sim, é verdade. Nos países da OCDE as mulheres duram mais 6 anos que os homens pelo que, aparentemente, é uma injustiça termos todas a mesma idade de reforma.
Pegando nos dados da tabela de sobrevivencia 2000-2002, os homens deveriam-se reformar 3 anos mais cedo que as mulheres. Os homens deveriam trabalhar até aos 63 anos e as mulheres até aos 65 anos.
Em alternativa, os homens deveriam ter a sua pensão majorada em 25%.
As reformas deveriam sofrer uma reforma.
Deveriam ter uma parte assistencial do tipo do Rendimento Mínimo.
Deveria ter uma parte que resultasse da capitalização dos descontos (da TSU)
Deveria ter uma parte de Seguro de Vida (cobrir o risco de invalidez).
E, sem qualquer dúvida, as mulheres deveriam receber uma pensão menor que os homens (ou trabalhar mais 3 anos).
Pedro Cosme Costa Vieira