A nossa comunicação social é cada vez mais fraquinha.
Como os meios de comunicação social não conseguem gerar dinheiro, a publicidade está toda nas apps da internet, de dia para dia têm que reduzir ainda mais a "folha" de salários o que tem transformado as redacções numa imensidão de estagiários não remunerados, pagamentos à peça e salários mínimos.
Pela diminuição da capacidade financeira e porque as pessoas que percebem de tecnologia conseguem encontrar empregos bem remunerados, que dominam a matemática, a física ou a química, apenas vemos nas redacções pessoas que escrevem bem, têm bom aspecto mas que, valha-me Deus.
Além disso, cada vez mais esquerdistas o que me faz lembrar uma famosa frase atribuída a Reagan "Os comunistas leram Marx e Lenine, os anti-comunistas compreenderam-nos."
Avaliem se esta frase é discriminatória e xenófoba quando dita numa aula de uma licenciatura.
"A economia é uma ciência formalizada em termos matemáticos mas como os alunos só tiveram matemática até ao 9.º ano, vou adaptar o conteúdo programático para ensino principalmente qualitativo e na avaliação apenas será necessário fazer operações algébricas em 10% das questões."
Não me quero alongar para não me enterrar mais do que já estou ...
Naturalmente, quando surge uma notícia sobre tecnologia, limitam-se a copiar um prospecto de uma empresa qualquer, o que é o caso da Starlink.
O que é a Starlink?
É uma empresa do dona da Tesla que procura fornecer ligação à Internet usando satélites localizados a 500km de altura.
A ideia parece boa, mas tem vários problemas que condenso em 3.
1.º = os satélites são muito caros.
2.º = a maior-parte da Terra não tem habitantes
3.º = Não se aplica nas cidades (a fibra óptica é muito melhor e mais barata).
De que serve Internet rápida no meio do deserto?
Está-se a criar uma infra-estrutura muito cara que cobre todo o planeta Terra mas apenas existem pessoas em 10% da sua área. Além disso, as cidades que concentram a maior parte da população e da riqueza, não serão adequadas para o serviço.
Será interessante os Robinson Crusoe ter Internet rápida na sua ilhota perdida no fim do mundo, mas vai pagar com cocos e caranguejos?
Os balões atmosféricos.
Há também quem tenha pensado na ideia de lançar balões de hidrogénio para fornecer Internet às áreas remotas. Tem a vantagem de ser muito mais barato e de, em caso de avaria, ser possível recuperar o balão.
A tecnologia dos balões.
Os balões, ao usarem um gás menos denso que o ar, ficam com poder de elevação. todos nós já vimos balões desses com hélio.
O hidrogénio é ainda menos denso e muito mais barato que o Hélio (que é um recursos fóssil não renovável) mas tem o perigo de arder. Nos balões atmosféricos esse perigo não existe porque não ficam próximos de pessoas ou bens valiosos.
O hidrogénio tem uma densidade de 0,09kg/m3 enquanto que a densidade do ar é de 1,20kg/m3. Então, se tivermos uma balão com um diâmetro de 5m, um volume de 65,4m3, esse balão vai ser capaz de levantar 65,4*(1,20-0,09) = 72,9 kg(com 5,88kg de hidrogénio).
Com a altura, a pressão atmosférica diminui pelo que a capacidade de elevação de um determinado volume se reduz. Por exemplo, para manter a capacidade de elevação de 72,9kg a 25000 metros de altura já seria preciso um balão com 13 metros de diâmetro, mas a quantidade de hidrogénio será a mesma (os mesmos 5,88 kg de hidrogénio).
O preço do hidrogénio é de 2,0€/kg (e pode ser produzido localmente) enquanto que o do hélio é de 250€/kg (e vem como subproduto da extracção de gás natural).
Se quiséssemos elevar um "satélite" da Starlink que pesa 260 kg a 25000m de altitude e pensando que a "carga útil" é 20% do peso total, bastaria um balão com 35 metros de diâmetro e utilizar 114 kg de hidrogénio (qualquer coisas próxima de 250€ em gás).
A uma altura de 25km, facilmente o balão conseguiria fornecer Internet num raio de 100 km.
Mas os balões não são levados pelo vento?
Sim mas, como a direcção do vento à superfície é diferente da direcção do vento em altitude, subindo e descendo o balão é possível estacionário aproximadamente no mesmo lugar. É uma espécie de navegar à vela.
Vamos supor a 25000 m de altitude há vento de Norte para Sul e a 10000 m de altitude há vento de Sul para Norte. Retirando hidrogénio do balão com um pequeno compressor movido a energia solar e metendo-o numa botija, vamos escolher a altitude em que o balão fica onde queremos.
Além disso, no caso de algum balão fugir do seu local, o balão é recuperável e podem ser lançados balões, a custo quase zero, de um momento para o outro.
Mas o hidrogénio não escapa do balão?
Sim mas o balão pode produzir hidrogénio a partir da humidade do ar.
Tendo a superfície do balão paineis solares flexíveis, com a electricidade é possível, primeiro, retirar humidade do ar (por refrigeração) e, depois, fazer a sua electrólise para compensar o hidrogénio que vai fugindo.
Desta forma, o balão poderia ficar indefinidamente no ar.