quarta-feira, 29 de setembro de 2021

João Rendeiro fugiu - Qual a filosofia por detrás das penas de prisão?

 O João Rendeiro é um banqueiro retirado.

Foi presidente do BPP - Banco Privado Português que faliu em 2010, parte da crise-do-sub-prime de 2008.

Não sei quanto prejuízo foi contabilizado na falência do BPP, talvez uns 40 milhões €, mas não podemos julgar o Rendeiro pelos prejuízos, apenas pela parte em que ele violou a lei.

Esquisito o que estou a dizer?

Vou então tentar clarificar.


Todo o investimento tem risco.

Poderia referir 10000 exemplos mas vou pegar num problema que apareceu com toda a intensidade em princípios de 2020: a vacina contra a Covid-19.

Vamos supor que existem 1000 vacinas diferentes que podem ser adaptadas à Covid-19 mas que  apenas 1 dessas vacinas (desconhecida) é eficaz.

Vamos supor que adaptar e avaliar cada forma de fazer a vacina tem um custo de um milhão de euros.

Vamos ainda supor que, a primeira empresa a descobrir a adaptação correcta a vai patentear.

Vamos supor que descobrir a vacina se traduz numa margem de 1000 milhões €.


Se houver dois empresários.

Se houvesse apenas um empresário, em média, seria preciso adaptar e avaliar 500 vacinas até descobrir a correcta (investimento de 500 milhões €). 

Havendo 2 empresários que não conversam entre eles (violaria as leis da concorrência), cada empresário vai adaptar e avaliar 500/1,41 = 354 vacinas até descobrir a correcta (investimento total de 708 milhões € e um lucro total de 292 milhões €).

Existe risco porque a descoberta pode precisar de mais ou menos adaptações do que a média mas, mesmo que cada empresário precise experimentar 450 vacinas, tudo bem, ainda terão lucro. 

O problema principal do risco deste investimento vem de o primeiro empresário a descobrir a vacina ficar com todo o lucro. Agora, um empresário vai, em média, lucrar 1000-354 = 646 milhões € e o outro empresário terá um prejuízo de 354 milhões €.


Será que quem teve prejuízo cometeu algum crime?

Este problema é importante na gestão: os accionistas saberem se, quando a empresa tem prejuízo, é por causa da incapacidade do gestor ou por causa de contingências naturais, isto é, ninguém conseguiria fazer melhor.

Será que o empresário que quem não descobriu nada (e teve prejuízo) foi menos diligente do que o outro ou foi apenas vencido pelo azar, pela estatística?


A sociedade como um todo tem que correr riscos.

Para haver progresso tem que haver pessoas que arrisquem, umas vezes perdendo tudo (deles e doutros) e, outras vezes, ficando ricos.

Glorificamos as viagens marítimas dos nossos antepassados mas, numa viagem à Índia, morria um em cada 4 marinheiros.

A humanidade (o homo sapiens) apareceu talvez há 300 mil anos no Namíbe mas a comunidade original, o povo khoisan, mantive-se a viver em equilíbrio com a natureza, sem emitir gases com efeito de estufa ou inimigos da camada de ozono. O problema é que esta comunidade nunca conseguiu abandonar a Idade da Pedra, não descobriu a roda, não domesticou animais, nunca teve agricultura nem escrita, nada mais usou que a madeira, a pedra e o osso para fazer instrumentos rudimentares, desde que apareceu há 300 mil anos até à modernidade. 

Isto aconteceu porque esta comunidade educa os seus membros no respeito pelos costumes dos antepassados, se alguém inovava, se colocava em causa os "saberes antigos", cabeça fora. Digamos que pensam como o meu antigo mestre de kung-fu: "É assim que está certo porque já se faz assim há 2000 anos". Perguntei - "E o seu carro também é daqueles de há 2000 anos?" - Expulsou-me.

Inovar é tentar fazer de forma diferente, é arriscar para abrir novos caminhos, é lutar para superar o mestre.


Vamos agora às penas de prisão.

Se pegarmos nas estatísticas dos serviços prisionais, cada preso custa 60€ por dia ao contribuinte, cerca de 600 milhões € por ano.

As pessoas são presas por três razões: 

Razão 1 = São um perigo para a comunidade.

Razão 2 = É um exemplo para dissuadir futuros potenciais criminosos.

Razão 3 = Vingança, cometeu um crime, tem que sofrer.

Eu penso que o Rendeiro não representa qualquer perigo para a comunidade. Já não é banqueiro, já não mete a mão a dinheiro dos outros, não vejo o porquê da necessidade de o excluir da sociedade.

Eu penso ainda que será até pernicioso castigar o seu comportamento como investidor em activos com risco pois vai inibir o aparecimento de necessários empreendedores. Mais vale continuar funcionário público onde os prejuízos (TAP, CP, CGD, RTP, etc.) são sempre bem vistos, são  investimentos ao "serviço da comunidade".

Fica a vingança. Mas essa vingança vai custar dinheiro aos contribuintes. Se o Rendeiro ficar 10 anos na cadeia, é um prejuízo para o contribuinte de 10anos * 365dias/ano * 60€/dia = 220 mil €.


A minha proposta.

Ás pessoas que são um perigo para a sociedade, metê-los na Guiné-Bissau.

Fazer um protocolo com os serviços prisionais da Guiné-Bissau e enviar os "perigosos para a sociedade" para lá, pagando uma diária de 10€ que na Guiné-Bissau é mais do que suficiente.

Poupamos dinheiro, ajudamos os nossos irmãos da Guiné-Bissau e retiramos os perigosos do meio da nossa sociedade.

Com uma pequenas obras, a prisão de Bandim fica perfeita para receber condenados portugueses, perto da Igreja para se poderem converterem aos Mandamentos de Deus.
Interessante é quase não haver estradas, antes um contínuo de espaços de circulação.

Ás pessoas que não são um perigo para a sociedade, aplicar uma multa.

Já existem penas que se traduzem em "dias de multa" mas eu aumentaria a abrangência dessas penas.

A minha ideia é a multa diária (marginal) ser crescente com a pena: 

     Até 5 anos de pena = multa de 10€/dia;

     Entre 5 e 10 anos de pena = multa de 20€/dia;

     Entre 10 e 15 anos de pena = multa de 30€/dia;

     Entre 15 e 20 anos de pena = multa de 40€/dia;

     Mais de 25 anos de pena = multa de 50€/dia.

Por exemplo, um condenado a 13 anos de cadeia, não perigoso, teria que pagar 5*365*10 + 5*365*20+3*365*30 =  87600€ para não seguir para a Guiné-Bissau.


Eu sou contra os justiceiros.

Pessoas vingativas que vêem criminosos a precisar de castigos exemplares em toda a parte.

Olham para o sistema penal não como a oportunidade de redenção mas apenas de punição. Não são mais do que os talibã civilizados, para punir mais vale 30 chibatadas ou cortar uma mão na praça pública que castiga, dissuade e fica barato. Na Arábia Saudita separam a cabeça do corpo, com um golpe de saif.

E temos vingativos desde a extrema esquerda até à extrema direita.

Já estou como o Dr. André Ventura, se ao menos os presos trabalhassem para o seu sustento ... senão, é só prejuízo para o contribuinte.

O que faz o Vara na cadeia?

O que faz o Vale a Azevedo na cadeia?

O que faz o Duarte Lima na cadeia?

O que fazem na cadeia as pessoas apanhadas a conduzir sem carta de condução?

É só prejuízo.

O João Rendeiro que fique por lá durante muitos anos que é menos prejuízo que dá.


Mas, separando o homicídio doloso dos outros crimes.

No Reino Unido um polícia fez uma falsa detenção para violar e matar a jovem Sara Everard. Aplicaram-lhe a prisão perpétua (ver).

Na Suíça um português matou a mulher e o filho. Aplicaram-lhe a prisão perpétua (ver).

Não foram homicídios por acidente, ou no decorrer de uma qualquer pancadaria, foram com intenção de matar e com grande desproporção de meios (as vítimas não tiveram a minima hipótese de se defenderem ou fugir).

Aqui, aceito que estes criminosos sejam retirados da sociedade para todo o sempre, isto é, mandá-los sem retorno para Bandim porque são crimes que nunca podem ser reparados.

Já os homicídios no decurso de transtornos, por exemplo, uma mãe que mata um filho recém nascido (como entendeu o Supremo Tribunal de Justiça) ou alguém distraído causa a morte a alguém, já aceito que o "pecador" se redima, isto é, pague para continuar a viver em sociedade, prometendo nunca mais "pecar".  

Se voltar a "pecar", vai para Bangim.


terça-feira, 28 de setembro de 2021

O erro do PCP foi, em 2015, não ter apoiado o Passos Coelho.

Na altura eu disse-o mas ninguém acreditou!

O PCP é um partido baseado numa ideologia que não tem pernas para andar.

Se parece apelativo "acabar com a pobreza, a desigualdade, as guerras, as doenças e o sofrimento das crianças", a ideia de uma sociedade igualitária, mesmo que baseada na economia de mercado, falha pela inexistência de incentivos. Se eu ganho o mesmo trabalhando muito ou pouco, naturalmente que vou trabalhar pouco.

Como a ideologia comunista não tem pernas para andar, o melhor é ficar na oposição, no combate da rua (a função tribunícia), no bota abaixo, na crítica, a dar voz aos mentecapto, daqueles que nada fazem mas que querem viver como se produzissem muito, ao entrar na solução governativa, expõe as suas fragilidades ideológicas. 

Isso faz-me lembrar um slogan que se ouvia muito no período quente de 1975, "No Alentejo não há comunistas, há é ladrões de terras, de cortiça e de gado."


O PCP "normalizando-se", as pessoas compreendem a sua incoerência.

Fazendo parte da solução governativa, têm que dar o seu aval a políticas concretas e não apenas vociferar que "o grande capital explora os trabalhadores."

E as políticas concretas nunca agradam aos mentecaptos de que resulta perda de eleitorado.

Se compararmos os resultados antes da formação da gerigonça, 2015, e depois, o PCP/CDU perdeu 23% do eleitorado.Se antes andava em torno dos 9,2%, entrou em queda livre e no espaço de 6 anos (e três eleições), perdeu 23% do seu peso eleitora.

E isto não apanha o PCP de surpresa porque já tinha acontecido por toda a Europa uns anos antes. Por exemplo, o PC francês desapareceu a partir do momento, 1984, que apoiou os socialistas do François Mitterrand.

Interessante que, se na França anterior a 1984 o "PCF exercia uma função tribunícia que perdeu depois para a Frente Nacional de Le Pen", em Portugal essa transferência também se observa do PC anterior a 2015 para o CHEGA.

 

Fig. 1 - Resultados eleitorais do PCP/CDU nas legislativas e nas autárquicas

Metodologia.

Peguei nos resultados disponíveis on-line pelo MAI - Ministério da Administração Interna.

Os resultados das legislativas (média de 7,7%) são inferiores aos das autárquicas (média de 10,0%). Para construir um gráfico mais informativo, acrescentei 1,13 pp às legislativas e reduzi 1,15 pp às autárquicas.

23% resulta da média para o período 1999-2015, igual a 9,2%, e o resultado actual corrigido, igual a 7,1%: (7,1%-9,2%)/9,2% = 23%


Se o PCP tivesse apoiado o Passos Coelho.

Teria o argumento da "democracia formal". Se o Passos Coelho ganhou as eleições mesmo que sem maioria absoluta, o PCP abstinha-se de forma a fazer valer a vontade do povo.

Desta forma, poderia continuar na rua a gritar por mais direitos, por mais ilusões, por mais irrealidades e, desta forma, ainda hoje teria os seus 9,2%.

Digamos que se aplicou o conselho militar: "Cuidado com os caminhos fáceis, aqueles por onde não parece haver pedras pois é lá que nos espera o lobo mau."

Fig. 2 - O lobo mau!


segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Revolução electrónica, energia "verde" e custo da electricidade.

A evolução da humanidade acontece associada à energia.

Um ser humano enquanto animal caçador/recolector utiliza uma potência média de 0,17 kw (um total de 3500 kcal/dia). Se compararmos com um americano médio que actualmente gasta 10 kw (equivalente a 7800 kg de petróleo por ano), a evolução do nível de vida foi acompanhado por um aumento de 60 vezes no consumo de energia.

Por a energia ser tão importante no desenvolvimento da humanidade, associamos a revolução industrial ao surgimento da máquina a vapor de James Watt (década de 1770) e, posteriormente, do motor eléctrico (década de 1880). 

Actualmente, tempo de crise energética, a energia eléctrica surge como a esperança da humanidade continuar a ter acesso a cada vez mais energia, baseada na electrónica.

Vejamos como a electrónica entrou nesta corrida.


A electrónica.

Temos tendência a pensar que a electrónica é a disciplina que estuda os computadores mas, de facto, é a disciplina que estuda o comportamento do electrão no vácuo!

Poderão pensar que os computadores não têm lá dentro vácuo mas, recordando as "válvulas de vácuo", logo vemos que existe uma ligação. Sim, o "CPU" do primeiro computador (o ENIAC, 1947) era formado por 180 mil válvulas de vácuo.

A história da electrónica começa com uma experiência de Julius Elster e Hans Geitel em 1880. Nesse tempo já se sabia que a electricidade de muito alta tensão conseguia atravessar o ar, emitindo luz (um relâmpago). O que Elster e Geitel fizeram foi investigar duas coisas. Primeiro, se a corrente atravessava o vácuo e, segundo, se um emissor quente facilitava a travessia (precisando de uma tensão mais baixa). Construíram então o primeiro emissor de electricidade que hoje conhecemos por díodo.

O díodo é condutor da electricidade num sentido (da parte quente para a fria) mas não no outro sentido. Por só permitir a passagem da corrente num sentido, começou por se chamar "válvula".

A "válvula" abriu a porta ao transístor que é o "neurónio" dos computadores (não vou entrar em pormenores).

Fig. 1 - Esquema de um díodo onde se mostra que a corrente só passa do lado quente para o frio.


Porque os computadores, sem vácuo, se dizem "electrónicos"?
Porque se descobriu que há materiais sólidos (semi-condutores dopados) onde a electricidade se comporta como nas válvulas de vácuo. Isto é, os electrões apenas passam num sentido e a passagem obriga a haver uma tensão mínima. Se na válvula de vácuo essa tensão tem que ser acima de 700 volts, na "válvula de silício" a tensão é de 0,7 volts (e sem necessidade de fonte quente).

A electrónica e a célula foto-voltaica.
Na válvula a corrente só passa do ânodo (-) para a cátodo (+) acima de 700 volts. Então, se conseguirmos (usando luz ou outro efeito físico) que um electrão "salte" do cátodo (+) para o ânodo (-), vão-se acumular electrões enquanto a tensão for inferior a 700 volts. Essa tensão vai "dar a volta por trás" criando uma corrente eléctrica.

Naturalmente que não é possível, com luz visível, fazer o electrão saltar 700 volts mas, como na electrónica do silício esse salto é de apenas 0,67 volts, já é possível excitar electrões com energia suficiente para darem esse pequeno o salto. Uma vez dado o salto, os electrões já não podem voltar para trás enquanto a tensão for inferior a 0,67 volts que se denomina, nos painéis solares, como a "tensão de circuito aberto" (ver, exemplo de 530W). Por exemplo, um painel solar com 72 células em série tem uma "tensão de curto-circuito" de 47,9 V.
A energia máxima é conseguido quando se "ordenham" os electrões quando estes atingem 85% da tensão de curto-circuito (para carregar uma bateria de 12 volts, usam-se 6 x 4 = 24 células em série).


Os painéis solares e os aero-geradores (vira-ventos).
Os painéis solares não têm partes móveis pelo que não precisam de manutenção ou de substituição de peças gastas. Depois de instalados um painel, durante 20 ou 30 anos só é preciso garantir que a vegetação não cresce (o painel envelhece perdendo cerca de 0,6% de potência por ano).  
Já os vira-ventos, por terem partes móveis, têm necessidade de manutenção. Estes custos são maiores quando os vira-ventos estão no mar ou no cimo das montanhas.
Assim, os painéis solares baseados na electrónica têm muito mais futuro que os vira-ventos.


A energia não é verde!
A energia do carvão e do petróleo é "energia preta".
A energia hídrica é "energia azul".
Pensando, de forma redutora, que a natureza é verde, as tecnologias que não "ferem" o meio ambiente denominam-se por verdes.

Fig. 2 - A ave do paraíso, de rara beleza, é natural e não é verde.
 
A intermitência da "energia verde".
É aqui que surge o custo da energia verde.

Vamos supor um sistema de transportes (com dados próximos da realidade).
Em Portugal há cerca de 5 milhões de carros.
O carro custa 600€/ano mais 0,10€/km (cada carro faz 15 mil km/ano).
As estradas custam 2000 milhões € por ano (onde circulam os 5 milhões de carros).
Desta forma, o custo por km fica na ordem de: 
    Estradas: 2000/5 = 400€/ano/carro.
    Total: (600+400)/15000 + 0,10 =  0,17€/km.
Vamos supor que as trotinetas têm um custo é de 0,01€/km.

Agora o cálculo do custo.
Vamos supor que todas as pessoas circulam de trotineta nos dias em que está bom tempo (99% dos dias a que correspondem 14850km/ano) e que viajam de carro 1% dos dias (quando chove muito, a que correspondem 150km/ano).
Uma média simples diria que o custo é:
    99% * 0,01€/km + 1%*0,17€/km = 0,012€/km.
Mas esta conta está errada porque os carros e as estradas têm que existir mesmo quando as pessoas andam de trotineta. Assim, a intermitência faz com que o custo fixo em carros e estradas tenha que estar lá. Desta forma, a intermitência faz o custo ser
    (600+400 + 150*0,1+0,01*14850)/15000  =  0,08€/km.

A energia solar e eólica obriga a haver centrais a gás natural paradas.
Essas centrais estão de plantão à espera que, de repente, o tempo fique escuro e não haja vento.
Essas centrais paradas acrescentam custos aos sistema de forma que não podemos aproveitar as vantagens, em termos de custo, que estão a chegar à energia foto-voltaica com base electrónica.

E o hidrogénio?
A ideia é armazenar energia durante os dias de Verão (quando há muita luz solar) para utilizar nas noites e no Inverno (quando não há luz solar).
Outra ideia é transportar hidrogénio dos países com mais sol para os países do norte da Europa.
Mas o hidrogénio tem vários problemas.
O primeiro é que fica muito caro produzir e armazenar hidrogénio. Para retirarmos energia da rede e voltarmos a injectar energia com base no hidrogénio, além do grande investimento (que precisa ser amortizado), na melhor das hipóteses, para injectar 1kwh precisamos consumir 4kwh.
O segundo é que o hidrogénio é pouco denso (apenas 45 gramas por m3), pelo que ter o equivalente a uma garrafa de gás propano de 13 kg precisamos de quase 300 m3 de hidrogénio. Transportar tamanho volume por um gasoduto fica muito caro.

Fig. 3 - Fica mais barato transportar electricidade.

Falando um bocadinho sobre a Covid-19.
Está a evoluir favoravelmente.
A cada 5 dias, o número de mortos tem diminuído 10% (traduz um R de 0,90).
Pensando que estamos praticamente sem confinamento, é uma evolução muito boa.
A andar assim, daqui a 3 meses teremos menos do que um morto por dia.
Isto se a avozinha da DGS não teimar (como já teimaram que as máscaras eram contra-producentes ou que não se deveriam vacinar os jovens) em não dar a terceira, quarta ou quinta dose de vacinna.

Já agora, a terceira dose é proibida?
Quando a DGS diz que não aconselha a toma pelas pessoas saudáveis da terceira dose, não diz ser proibido. Então, porque razão o ministério da saúde não disponibiliza a vacina para que uma pessoa a possa comprar, pagando o preço do seu bolso, e injectar no braço?
É que sabe-se que não faz mal nenhum tomar a terceira ou quarta dose e a vacina da covid-19 não está proibida.
E ninguém fala disto?
Isto é tratar as pessoas como crianças acéfalas.

Gostei do que se passou em Lisboa.
Tanta cagança, tanta bazuca, tanto dizer que os outros não prestam e, no fim da noite, perdeu.
As melhores das vitórias (e as piores das derrotas), David contra Golias, as que são contada por Vergílio e Camões, são as contra todas as probabilidades.

Fig. 5 - Uuuuuuaaaaaiiiiiiiuuuaaaa pumba.

Quanto ao Rui Rio.
Não esteve muito mal nos últimos dias da campanha, até merece escrever o nome com letra maiúscula.
Se for para tirar o Rio e meter lá o Rangel, mais vale deixar a coisa como está.
O Rio tem o problema de ser um esquerdista mas o Rangel não tem mesmo nada dentro daquela cabecinha.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

A ignorância dos políticos sobre o leilão "marginal" do mercado eléctrico

 O leilão é a forma mais eficiente e rápida de afectar recursos escassos.

Da mesma forma que a comunicação social não pode colocar GNRs a falar sobre operações ao coração, também não pode meter advogados a falar sobre leilões de electricidade. Mais grave ainda é termos ignorantes a decidir sobre essas coisas.

A nossa economia é "desintegrada". Sendo que diariamente se produzem milhões de diferentes bens e serviços (finais e intermédios), essa produção é feita por produtores "locais" que não dialogam directamente com os outros produtores, isto é, os processos de fabrico não estão integrados. O diálogo entre os diversos agentes económico é feito pelo sistema de preços.

Por exemplo, um automóvel Tesla usa aço, cobre, alumínio, baterias, pneus, câmaras, processadores, programas (bens intermédios), que vai adquirir a alguém ao melhor preço.

A eficiência económica implica que os produtores que têm custos de produção mais baixo são os primeiros a vender e os consumidores que dão mais valor ao bem são os primeiros a comprar. Este princípio traduz-se na curva de oferta e na curva da procura.


Fig. 1 - Nasceu a burrinha do Baião, futura secretária de estado da energia


O preço fixo do supermercado.

Quando vamos ao supermercado, o preço é fixo, o que se denomina em economia como um mercado "take it or leave it". Mas nos mercados de "especialistas" existe negociação de preço e, quando existe concorrência, a melhor forma de negociar o preço é através de um leilão.

Por exemplo, o milho, trigo, soja, arroz, óleo de palma, de soja, de milho ou de amendoim, carne de porco, de frango ou de boi, leite, banana, petróleo, gás natural e electricidade são transaccionados, entre especialistas, em leilões que se denominam por "bolsas de mercadorias".

Apesar de no supermercado termos um preço fixo, esse preço é determinado indirectamente por um leilão porque o preço fixo considera o preço da "bolsa de mercadorias". Além disso, o supermercado vai ajustando, semana após semana, o preço na procura do ponto de lucro máximo. 

 

O leilão de muitos compradores e muitos vendedores.

Cada vendedor tem um preço de custo e cada comprador atribui um valor ao bem. 

A eficiência da economia obriga a que apenas os vendedores com menor custo de produção consigam vender e que apenas os compradores que dão maior valor ao bem consigam comprar.

Se o custo de fornecer água à minha casa pela empresa "Águas de Lisboa" é de 100€/m3 e se o custo da empresa "Águas Daqui" é de 1€/m3, a eficiência económica obriga a que seja a empresa "Águas Daqui" a fornecer-me a água.


Mas os custos de produção e os valores atribuídos são informação privada.

Essa informação vai ser parcialmente revelada no preço. 

Quando no supermercado vejo bolachas a 0,95€/pacote, isso revela que o custo de produção é inferior a 0,95€/pacote. Mas havendo "bolachas A" a 0,95€/pacote e "bolacha B" a 0,95€/pacote (bolachas iguais), o custo de produção da "bolacha A" pode ser 0,50€/pacote e a "bolacha B" ser 0,90€/pacote.

A "bolacha A" ter um custo de produção menor que a "bolacha B" não obriga a que seja vendida a um preço menor. Se o produtor da "bolacha A" tem uma margem maior é porque é mais eficiente a produzir que o produtor da "bolacha B" e não por estar a "explorar o consumidor". A margem acrescida vem do seu esforço em aumentar a eficiência do processo produtivo.

Aos esquerdistas custa a compreender que o progresso da humanidade apenas acontece quando as pessoas que conseguem optimizar os processos produtivos recebem uma remuneração, um lucro, superior à dos outros. Talvez por causa de procurarmos a maior remuneração (com certeza), as notas de candidatura a medicina é muito elevada (os médicos ganham mais que os historiadores). 


A negociação do preço.

Em muitas transacções o preço não é fixo, havendo a possibilidade de negociação.

Imaginemos que o bem vale para mim 100€ (valor que não vou dizer a ninguém), o custo de produção é de 50€ (que só o vendedor sabe) e o preço de venda é de 90€.

Apesar de o preço me permitir ter uma margem de 10€, vou tentar baixar este preço para aumentar a minha margem. Recordo que a negociação acontece sem eu conhecer que o custo é 50€ e sem o vendedor saber que eu valorizo o bem em 100€.

O vendedor vai baixar o preço se pensar que o valor que dou ao bem é inferior a 90€ (risco de eu abandonar o mercado sem comprar).


Vamos ao leilão.

Se tivermos muitos agentes económicos a negociar, o processo é lento e consome a paciência dos negociadores. O leilão vai permitir a negociação entre muitos agentes económicos num só passo.

Supondo que existem 100 vendedores e  100 compradores, cada um dá a sua proposta e, de um momento para o outro, o leilão determina o preço da transacção.

Sendo o leilão um processo rápido, com custos baixos e que permite compatibilizar em simultâneo milhares de agentes económicos, Paul Milgrom e Robert Wilson provaram que é eficiente (e, por isso, ganharam o prémio Nobel da economia de 2020).


Vamos ao exemplo do leilão de "carta fechada".

Vamos supor que existem 2 vendedores (cada um com o seu custo) e 15 compradores (cada um com o seu valor).

O vendedor A produz um máximo de 1000kg a 0,50€/kg e seria bom vender a 0,53€/kg mas os seus cálculos aconselham a que peça 0,95€/kg. Já o vendedor B produz um máximo de 1000kg e tem custo de 0,90€/kg e pede 0,93€/kg. Cada comprador vai adquirir 100kg (no final, são adquiridos 1500kg).

Neste leilão, o vendedor B que vai produzir e vender 1000kg  e o A vai produzir e vender 500kg, um custo médio de produção:

(500*0,5+1000*0,9)/1500 = 0,77€/kg.

Motivado por "erro de cálculo" por parte do vendedor A, esta transacção não promove a eficiência económica que obrigava a que fosse o vendedor com menor custo a produzir mais:

(1000*0,5+500*0,9)/1500 = 0,73€/kg.

Mesmo que haja um milhão de vendedores e 100 milhões de compradores, uma vez submetidas as propostas, o preço da transacção demora apenas um segundo a ser determinado.


A repetição do leilão ao longo do tempo.

A eficiência acaba por acontecer se o leilão se repetir todos os dias (o vendedor A acaba por baixar o seu preço até 0,92€/kg). No entanto, persiste o problema de 1) ser necessário fazer muitas contas na fixação do preço e 2) havendo constantes alterações dos custos de produção, é difícil "acertar" nos preços correctos (os preços eficientes). Estes problemas introduzem ineficiências na economia.


Leilão de "segundo preço".

O leilão da electricidade (e de muitas outras coisas) é um leilão de segundo preço.

Milgrom e Wilson provam é que, de todos os leilões eficientes possíveis de imaginar, o leilão de "segundo preço" é o melhor.

Neste leilão, o preço de transacção é igual para todos e independente do preço pedido pelo vendedor (ou oferecido pelo comprador). Se, por exemplo, o vendedor A pede 1€/kg, o B 2€/kg e o C 3€/kg, se o preço de transacção for 2,5€/kg, os vendedores A e B vão receber este preço e o vendedor C não vende.

Milgrom e Wilson provam sem margem para dúvida que todos os leilões são, em termos médios (que em estatística se chama 'valor esperado'), iguais mas o leilão de segundo preço é o melhor de todos porque os agentes económicos não precisam fazer contas, basta dizerem o seu custo de produção (os vendedores) e o valor que dão ao bem (os compradores).


Poderá o António Costa impor que os vendedores recebam apenas o custo de produção?

O problema é que, se os vendedores souberem que o preço que vão receber é o preço que pedem, vão começar a fazer contas e passam a pedir um valor superior ao custo. Voltamos assim ao leilão "em carta fechada" em que as propostas não traduzem os custos (nem os valores dados pelos consumidores).

Acaba-se com a eficiência.


Será possível o António Costa garantir que a electricidade não vai encarecer?

Só se fizer como na TAP, STCP, CARRIS, EFACEC, ..., enterrar lá dinheiro sem fim.

O preço da electricidade aumenta porque neste momento o consumo de energia é superior à produção de energia. Este consumo exagerado traduz-se na diminuição dos stocks de gás natural e de petróleo.

Este desequilíbrio ajusta-se pelo aumento do preço que vai causar, por um lado, a diminuição do consumo e, por outro lado, o aumento da produção.

Se o custa quer baixar o preço no consumidor, o consumo, em vez de diminuir, irá aumentar. Também querendo penalizar os produtores, em vez de aumentar a produção, irá diminuir.

No final, vamos ter um Inverno com cortes de energia eléctrica.

Isto já foi experimentado em muitos países, recordo a Venezuela! em que as pessoas têm que usar geradores a gasolina.


segunda-feira, 20 de setembro de 2021

O fim dos produtos petrolíferos, a lição exemplar do Costa à GALP e a produção de electricidade.

Quando falam de "gases", falam de combustíveis petrolíferos (e do carvão).

Os produtos petrolíferos são usados nos automóveis (carros, autocarros, automotoras e camiões) e no aquecimento (gás natural, gasóleo para aquecimento, ...). 

Fui ao PorData e à APETRO buscar o consumo de combustíveis nos automóveis e obtive um valor na ordem das 5700 mil toneladas por ano (de gasolina e gasóleo) a que corresponde uma potência média de 7500 MW. Pensando que o rendimento dos motores a explosão é na ordem dos 30% e dos motores eléctricos na ordem dos 75% (desde a produção até à roda),  a sua substituição precisa de 3000 MW.

Também fui buscar dados sobre os outros usos (excluindo o uso na industria química) e obtive um valor na ordem das 2000 mil toneladas por ano que corresponde a 2600 MW.

Somando as duas parcelas, teremos que passar da actual média de produção eléctrica de 5600MW para a futura 11200MW, exactamente o dobro.


A Europa quer acabar com os motores a explosão até 2035.

Vamos supor que a maioria dos automóveis com motor a explosão vão ser substituídos até 2045.

Pensando que todos os outros usos de electricidade se mantêm, será preciso que a produção aumente 3%/ano.


Mas o Lítio no Mundo não dá para tantas baterias.

Actualmente, todas as tecnologias de baterias para automóvel estão dependentes do Lítio que não existe nas quantidades necessárias para substituir todos os motores a explosão.

A traduzir essa dificuldade, o preço do Lítio aumentou 300% entre Setembro 2020 e Setembro 2021 (apesar de não traduzir o máximo histórico de 2018).

Claro que existe a promessa de a inovação tecnológica ser capaz, no futuro, de extrair o Lítio que existe diluído na água do mar (com aproveitamento de 50%, serão necessários 1 000 000 M3 de água do mar para obter o Lítio para um carro, i.e., 10kg) mas ainda é apenas uma promessa.

A dificuldade de extrair o lítio da água do mar é que em 1 000 000 M3 de água do mar existem 35 milhões de kg de sal (cloreto de sódio). É muito difícil retirar um catião de lítio do meio de 26 mil catiões de Sódio porque quando se "atrai" o Lítio (com 3,02 Voltes), o Sódio vai com toda a velocidade porque é atraído com uma tensão menor (2,71 Voltes).

Mas tenho que reconhecer que, aumentando o preço, logo a tecnologia e a prospecção vão fazer com que as reservas aumentem.


Mas porquê se usa o lítio e não sódio que é tão abundante?

Tem a ver com o tamanho do ião!

Quando a bateria de Lítio (Sódio) está carregada, o lítio está no composto LiFePO4 (NaFePO4) e para descarregar, o Lítio (Sódio) sai dali (e vai para a grafite) e deixa "buracos". Acontece que os buracos deixados pelo Sódio são muito grandes, levando à destruição da matriz do composto FePO4. Quando a bateria está carregada, há buracos na grafite que, com a descarga, são preenchidos com o lítio (sódio). Então,o problema dos "buracos" também se coloca no lado da grafite, onde o ião de Sódio não cabe.


Já pensaram como vai ser possível duplicar a produção de electricidade?

Vamos supor que a fonte é solar, em que uma potência média de 1kw precisa de 50m2 de implantação (potência nominal de 5kw) e, havendo necessidade de guardar a energia para a noite, de 18kwh de armazenamento.

Vão ser necessários 5 600 000 kW  * 50 m2/kw = 280 km2.

Parece muito mas recordo que o concelho de Serpa (onde Portugal tem mais luz solar) tem 1106 km2 (e o distrito de Beja de que faz parte tem 10225km2)! E Serpa é uma parte pequena de Portugal.


O armazenamento não poderá ser feito com Lítio.

O Lítio tem que ficar reservado para o veículos móveis e, se for necessário usar baterias para os usos fixos, a inovação tecnológica tem que investir mais nas baterias de Sódio (por exemplo, já existe a bateria Sódio-Enxofre de metal líquido a 400ºC).

concluindo, tenho toda a esperança de que, pelo menos até morrer aos 100 anos de idade, não vai haver racionamento de energia disponível.


Falar um bocadinho da GALP e do nosso "Camarada Costa".

O Costa defende o fim do uso dos combustíveis fósseis mas quer que a GALP, uma empresa que apenas refina petróleo, continue com as refinarias abertas.

Mas se não há petróleo para refinar para que é necessário manter as refinarias abertas?

Bem sei que as empresas públicas como a TAP, a CP ou a RTP continuam abertas e em expansão acelerada mesmo não tendo clientes porque o contribuinte contribui.

A solução?

Englobar todos os rendimentos no IRS para que o contribuinte passe a contribuir mais um poucochinho.


Vou dar uma lição exemplar à GALP e ao grande capital que suga o sangue dos trabalhadores


quinta-feira, 16 de setembro de 2021

O preço da electricidade e a razão é o aumento da procura.

O José Gomes Ferreira está como o "juiz negacionista": chalupa.

As doenças mentais são muito graves e é preciso ter muita paciência.

Eu sei isto porque já vivi fases de desequilíbrio mental e tratei muitos anos da minha mãe que sofria de demência.

As palavra de ordem são paciência, compreensão, relativização e retirada da pessoa de situações de stress.

Mas a generalidade das pessoas, pelo contrário,  têm tendência a atacar ferozmente quando alguém entra em fases menos lúcidas.

O "juiz negacionista" pediu a uma testemunha para tirar a máscara. Uma coisa natural pois queria avaliar, pela expressão facial, até que ponto a pessoa estava a dizer a verdade. O que deveriam ter feito era manter a pessoa aos tais 2 metros de distância e com as janelas abertas mas começaram logo um ataque feroz contra o homem.

O homem, em vez de atacado e processado, deveria ter sido aconselhado a meter baixa média e a  remeter-se ao silêncio. Os tais do conselho superior da magistratura deveriam ter ido a casa dele e ter dito, "Rui, faz um favor a ti e a nós que somos teus colegas, mete baixa e não digas mais nada, remete-se ao silêncio."

O Rui ia dizer impropérios, delirar, espumar, dar murros na cabeça e até peidar-se mas descontavam isso. Afinal, é apenas um ser humano.

O José Gomes Ferreira também está chalupa e a prova disso é ter começado a escrever Verdades da História que Ninguém quer Dizer.

Disse também que o homem nunca foi à Lua. Eu também tenho as minhas dúvidas mas, se foi ou não foi, se acredito ou não, isso não interessa a ninguém, é como as gordas que acreditam que beber um copo de água com três gotas de sumo de limão faz emagrecer mesmo vendo, dia após dia, mês após mês, ano após ano, que não emagrecem.


Mas vamos ao preços da electricidade.

A energia está muito cara.

O Carvão estava há um ano a 6,3€/MWh e está hoje a 22,5€/MWh (aumento de 250%).

O Gás Natural estava há um ano a 11€/MWh e está hoje a 52€/MWh (aumento de 370%).

O Petróleo também aumentou de 35€/b para 65€/b (um aumento de 80%).

Como uma parte importante da electricidade é produzida com combustíveis fósseis e também é um substituto dessas formas de energia (por exemplo, no aquecimento), o aumento do preço dos combustíveis levou, sem qualquer surpresa, ao aumento do preço da electricidade.


Vamos supor que o custo de produzir electricidade ficava exactamente igual.

É aqui que o Zé e os governantes espanhóis e portugueses falham.

Se se mantivesse tudo igual na produção da electricidade, o aumento do preço dos combustíveis induziria um reforço da procura por electricidade (o tal efeito substituição).

Como a produção de electricidade é, no curto prazo, fixa, para fazer face ao aumento da procura ou aumenta o preço ou tem que haver racionamento.

Se, por redução ao absurdo, os governos espanhol e português conseguirem fazer com que o preço da electricidade se mantenham iguais (com subsídios), vão ter que introduzir racionamento porque não há na Europa capacidade  para responder ao aumento da procura de electricidade.


Vamos agora falar das centrais nucleares (que têm custos fixos).

As barragens, as centrais nucleares e os vira-ventos não estão dependentes do aumento do custo dos combustíveis mas o lucro "excessivo" que têm agora faz parte do risco do negócio.

Também quando há um "incidente" numa central nuclear que obrigue a parar, quando num ano chove menos ou há menos vento, ninguém vai compensar esses produtores.

Usn anos têm prejuizo, outros anos têm lucro e, em média, tem que dar ela por ela (a menos que seja como as empresas públicas onde o contribuinte, cada ano, enterra milhares de milhões).

Será que, actualmente é mais caro extrair petróleo, gás natural ou carvão?

Não, igualzinho às centrais nucleares. Então vamos obrigar a Austrália, a Arábia Saudita e a Rússia a vender os combustíveis ao mesmo preço.

O que acontece é que, para fazer face ao reforço da procura, o preço sobe.

Será que o Zé não entende que o governo ao impor "taxas ad hominem" em função dos custos de produção está a favorecer os produtores menos eficientes?

E que isso, além de inconstitucional (os impostos têm que se aplicar a todos de igual forma), é uma expropriação? 

Se o Zé e o governo não quer que seja assim, que façam como na CP, TAP ou transportes colectivos de passageiros de Lisboa e Porto: retirem Portugal da Economia de Mercado.

O Estado que faça electricidade (e não se reduza, como os esquerdistas querem, a roubar quem a faz).

Na Venezuela o preço da electricidade não aumenta, cortam-na de vez.


Os produtores nucleares espanhóis avisaram.

Se o governo impuser um "imposto especial" sobre as centrais nucleares, pura e simplesmente, desligam-nas.


Os das nucleares espanholas são tesos. Se não pagam como aos outros, fechamos para manutenção.


quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Todos falam em casas acessíveis mas não fazem nada por isso.

Na campanha eleitoral todos os candidatos dizem que o preço da habitação é um problema.

Como é um problema central na vida das pessoas das cidades, devem os candidatos propor soluções de política que os eleitores possam sufragar nas eleições.

Dizer em Lisboa, "Vou fazer 6000 casas em renda acessível" pode parecer alguma coisa mas é equivalente a dizer, a uma pessoa que não consegue respirar "vou-lhe fazer boca a boca 60 vezes"! Não resolve nada porque é uma política muito cara e que não introduz uma força, uma dinâmica, uma estratégia que permita resolver o problema de "uma vez por todos".


Vamos decompor os 40000€ de um apartamento em Lisboa - central.

Este apartamento T3, duas casas de banho, com 160m2 de área bruta tem um preço de 2500€/m2.

Acontece que, olhando para o preço médio de construção para 2021, encontro valores em torno dos 500€/m2 (CNAPU = 492€/m2 e FEPICOP = 525€/m2), apenas 20% do preço!!!!!

Sendo assim, é preciso saber para onde vão os 2000€/m2 e mais não pode ser que para o terreno onde se implanta a obra.


Sendo o problema o terreno, como não se podem inventar terrenos ... não há solução.

Pois, não ouvi nenhum candidato dizer "A câmara municipal vai comprar 680mil m2 de terreno no Alentejo por 170mil €  e mandamos os CTT deixa-lo no centro de Lisboa, entre a Rua do Arsenal (a Sul), o Castelo de São Jorge e a Sé (a Nascente), o Rossio (a Norte) e o Bairro Alto (a Poente)."

Que ideia fantástica e que implica um investimento de apenas 170 mil € mais portes de correio.

Fig . 1 - Prometo trazer um terreno de 680000m2 do Alentejo para o centro de Lisboa e assim fica resolvido o problema da falta de casas a preços acessíveis. Eu sou um génio.


Os esquerdistas vão dizer que os CTT não vão conseguir transportar o terreno.

Se não for pelos CTT, arranja-se outra empresa de transportes!

Os esquerdistas vão avançar com um argumento sem lógica: "Essa ideia é totalmente maluca,  os terrenos são bens imóveis e os CTT só transportam bens móveis"

Simples, vai-se às finanças da área e muda-se a classificação do terreno para Móvel. 

A minha solução pode parecer fisicamente impossível mas, pelo menos, é uma solução que não se reduz à afirmação gratuita dos esquerdistas do "Vou solucionar o problema fazendo mais casas de rendas controladas" 

Mas fazê-las onde as vão fazer? No Alentejo?


Só há uma solução fisicamente possível: aumentar a altura dos imóveis!

Pois, mas nenhum candidato falou disto.

Dizem "Vou solucionar" mas não dizem qual é a solução, mantendo tudo na mesma.

Para podermos ter casas mais baratas temos que meter mais casas no mesmo espaço e isso obriga a aumentar a altura dos edifícios.

Se, em média, os edifícios nas cidades portuguesas estão limitados pelo PDM a 5 pisos, passa-se essa limitação para 50 pisos.


Evolução do número de transístores por mm2.

Como sabem, os computadores estão cada vez mais potentes e cada vez mais baratos.  E isso só se consegue porque a tecnologia consegue meter mais e mais "pecinhas" (os transistores) na mesma área.

Por exemplo, meteram 275 mil "pecinhas" no Intel 80386 (1985) e 160 mil milhões no Apple M1 (2020). 

Também tem que ser possível meter mais pessoas por unidade de superfície.

Para não reduzir a área disponível por pessoa, tem que se crescer em altura.

Se em 1775 era tecnicamente, economicamente adequado e seguro construir 5 pisos , decorridos quase 250 anos, a técnica permite fazer muitos mais pisos.

50 pisos parece-me perfeitamente razoável.


Lisboa tem pouca densidade (ainda menor que o Porto).

O concelho de Lisboa tem 545 mil pessoas em 100 km2 (uma densidade de 5450 pessoas / km2).

O concelho do Porto tem 232 mil pessoas em 41,4 km2 (uma densidade de 5600 pessoas / km2).

O conselho de Manila tem 1780 mil pessoas em 42,9 km2 (uma densidade de 41500 pessoas / km2).

Se Lisboa ou o Porto multiplicar a população por 7 ainda fica menos densa que Manila.


Ainda há outro problema!

Se nas cidades é proibido construir mais de 5 pisos por uma razão qualquer, no tal terreno no Alentejo, não se pode construir nada!

As pessoas das grandes cidades não podendo casas a preços razoais (por causa da falta de terrenos e a limitação sem lógica da altura dos edifícios) poderiam pensar que nas "províncias" a habitação seria muito mais barata, aproximando-se dos 500€/m2.

Mas nessas terras, não é de todo permitido construir, nada, zero, nicles.


E o que eu ouvi dos esquerdistas para resolver isto?

A anafada e a gafa ainda foram ao Alentejo para que se proíba o fazer de casas para os trabalhadores sazonais, que vivam ao relento, que fiquem na terra deles para que o grande capital e o latifundiário não tenha a quem explorar.

Pois é, o grande capital
É o tal do gostinho especial
Gosto a limão, gosto a cereja
Gosto à opressão numa bandeja
Gosto à opressão numa bandeja

...

Uma pela frente, outra pelo recto



terça-feira, 14 de setembro de 2021

Passa-se fome no Afeganistão porque são negacionistas de esquerda.

Nos países muçulmanos, ser negacionista é não aceitar que Allahu Akbar.

Os nossos esquerdistas querem que se expulsem juízes, professores, alunos e que se multem e prendam todos os que duvidam das vacinas contra a Covid-19 (mas nada dizem sobre as outras vacinas).

Não só os esquerdistas mas também o mickey (o comentador Marques Mendes) afina por essa nota, o que é normal nos comentadores de direita já que apenas os que malham na direita podem ser comentadores de direita na comunicação social. Parece um contra-senso mas lembram-se do tempo, quando lá estava o Passos Coelho, em que os esquerdistas diziam muito bem da "direita civilizada" do rui banana rio porque este malhava na direita "neoliberal e selvagem" do Passos Coelho?

O problema é que os esquerdistas se esquecem que centenas de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo fora (mesmo na Europa) apedrejam, espancam, prendem e matam pessoas usando o mesmo argumento de serem negacionistas, negam que Allahu Akbar, que as mulheres são subalternas ao homem ou que a música não faz mal a ninguém. 


A História deve ser estudada para não repetirmos os erros do passado.

Lembram-se do julgamento do Galileu? Foi acusado e condenado por ser negacionista!

Galileu negou que a Terra estivesse parada e o Sol girasse à sua volta, negando os ensinamentos da Bíblia:

Josué falou ao Senhor no dia em que ele entregou os Amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse em presença dos israelitas: «Sol, detém-te sobre Gibeão, e tu, ó Lua, sobre o vale de Ajalon». E o Sol se deteve e a Lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto está escrito no Livro do Justo. E, de fato, o Sol parou no zénite e não se moveu durante quase um dia inteiro. (Josué 10:12-13)

Galileu foi apenas um de muitos que foram julgados e, se galileu escapou com uma advertência, muito outros foram queimados na fogueira por usarem o Positivismo (o Método Científico) para negar as verdades de então.

Giordano Bruno foi um dos que foi queimado na fogueira apenas porque afirmou que as estrelas são como o Sol mas localizadas muito mais longe. Disse ele, mais ou menos:

Facto 1 = A energia é constante.

Facto 1 = A área de uma esfera cresce com o raio ao quadrado.

Conclusão 1 = A intensidade da luz do Sol diminui com o quadrado da distância.

Conclusão 2 =  Se uma estrela for igual ao Sol mas estiver um milhão de vezes mais distante da Terra, a sua luminosidade fica reduzida a um pequeno ponto de luz.  


Os esquerdistas são negacionistas da Ciência Económica.

Existe a Ciência Economia (vou-lhe juntar a Gestão e a Engenharia), que trata da produção e da distribuição de bens e serviços no sentido da satisfação das necessidades do homem.

O objecto da Economia é valorizar o máximo possível os recursos naturais, numa cadeia de valor que começa na natureza, vai incorporando o esforço humano (trabalho) na produção de bens e serviços, e acaba na lixeira.

Tal como usando "conhecimento da bruxaria" em desfavor do conhecimento da medicina leva à morte prematura das pessoas, a pobreza dos países resulta de os povos não adoptarem o conhecimento da Ciência Económica mas o senso comum e as "verdades" dos esquerdistas (que são falsidades). 


Em tempos, ensinei economia a alunos da Faculdade de Letras.

Os alunos queriam que eu lhes ensinasse o que eles já sabiam que "o grande capital explora os trabalhadores", que "as importações destroem a nossa economia", que "os mercados financeiros são o cancro da sociedade", que "quanto maior o salário, melhor vivem as pessoas", que "os lucros, juros, rendas, royalties e direitos de autor são um roubo", que "os ricos que paguem a crise" e que "a inovação cai do Céu".

Como eu lhes mostrei que a Ciência Económica diz exactamente o contrário do que queriam ouvir (e que prega o Cardeal Louçã), sanearam-me com estrondo. 

Não conseguiram dizer que o que eu ensinava estava errado mas foram pelo normal caminho da esquerda, acusaram-me de ser fascistas, racista, xenófobo, misógino, ... e, se fosse agora, também teria sido acusado de ser negacionistas.

No fim de cada aula dizia "Hoje a aula correu bem! Pagaram-me 900€ e ninguém me bateu." Também lhes dizia que era funcionário público porque, quando era pequenino, a minha mãe não se cansava de repetir "És tão preguiçoso que só te safas se fores funcionário público"!

Durante a minha oração antes de me deitar repetia o que disse Jesus na cruz "Livrai-me Senhor desta provação", e fui ouvido.

Por isso, só tenho que agradecer aos esquerdista por me terem saneado. Mais que, no entretanto, todos os meses, o dinheiro cai na minha conta.


Os negacionistas (da medicina) chamaram coisas ao Ferro Rodrigues.
Subiu na minha consideração por dizer "Não vi nada".
Mas as televisões não falam de outra coisa que não "de vários crimes".
Interessante que quando os negacionistas (da Ciência Económica) chamaram de tudo ao Pedro Passos Coelho, estava tudo bem, era o direito à indignação. Malhar na direita e matar fascistas até tem a sua beleza.

Vou agora à fome no Afeganistão.

Há muitas pessoas no Mundo que vivem na pobreza, que não conseguem ter acesso a alimentação e água potável suficientes para uma vida sem fome. Naqueles que nos são próximos, temos os moçambicanos e os guineense.

Existem muitos estudos a tentar compreender porque há países pobres e países ricos e a conclusão principal é que resulta dos pobres não adoptarem as políticas económicas que a ciência identifica como as correctas, não acreditam na Ciência Económica.

Vou dar um pequeno exemplo. Na Guiné-Bissau os produtores de caju só podem vender a sua produção em Bissau, fazer o percurso por horríveis caminhos de lama, mesmo que vivam a dois passos do porto de Ziguinchor do Senegal. Dizem que é a única forma de cobrar impostos! Mas a ciência económica diz que deveria ser usado um método indiciário, por exemplo, cobrar IMI sobre as plantações de caju. 

O desenvolvimento da China é uma forte demonstração que a fome resulta não de qualquer fatalidade interna mas porque os povos pobres são negacionistas da Ciência Económica, negam a liberdade contractual, o primado do lucro, o mercado livre flexível de bens e de trabalho.

A China pela positiva e o Afeganistão pela negativa mostra ainda que não é a ajuda externa que acaba com a fome e a miséria mas a vontade interna de abraçar a Ciência Económica.

Em 1980, o nível de miséria na China era comparável à miséria que se vivia em Moçambique, na Guiné-Bissau ou no Afeganistão, estavam todos abaixo da linha de pobreza absoluta de 1USD/dia por pessoa.

Decorridos apenas 40 anos, a China chegou a 2020 com um PIB per capita de 8400USD/ano, uma taxa de crescimento média de 8,8%/ano. Por comparação, a GB, Moçambique e o Afeganistão não conseguiram sair da miséria. Hoje, o nível de vida das nossas colónias e do Afeganistão não chega a 7% do Nível de vida da China.

Fig. 1 - Evolução do PIB per capita, USD contantes de 2017 (dados, WB)


Será difícil compreender ...

Sendo que as mulheres são metade da população, se forem proibidas de sair de trabalhar, a riqueza produzida no país vai ficar reduzida a metade!

Se os talibã não gostam das mulheres, deveriam era proibir os homens de trabalhar e obrigar as mulheres a trabalhar o dobro!

Não compreendo como não compreendem nem querem compreender.


Alguém se preocupa com a fome na Guiné-Bissau e em Moçambique?

Eu preocupo-me um bocadinho mas muito bocadinho e penso que a maioria das pessoas ainda se preocupa menos do que eu.

Os nossos irmãos da Guiné-Bissau e de Moçambique são tão boas pessoas, tementes a Deus pai e ao seu filho Jesus Cristo, mas não aceitam a Ciência Económica. Não aceitam que a pequena agricultura, que a anafada do PAN e a gafa do BE foram defender a Odemira, não consegue matar a fome às pessoas.

Se não me preocupo com os nossos pacíficos irmãos, vou-me preocupar com terroristas que só pensam em destruir a nossa sociedade e que, se me caçassem, me matariam apenas porque eu acho que Israel tem todo o direito à existência?

Até cá, os esquerdistas me matavam se pudessem.


Nem um euro meu irá para o Afeganistão.

A menos que seja obrigado, que o Costa lhes dê parte dos meus impostos.

Deixem os afegãos seguir o seu caminho e, tal como no Biafra morreram milhões de pessoas pacíficas de fome, sede e doenças e ninguém se importou, deixem os afegãos ir para o Céu onde "pentiuns" de virgens esperam por eles.

Fig. 2 - No Biafra, cães e gatos foram maltratados e comidos. Mais de um milhão de pessoas morreu de fome, sede e doença, incluindo crianças e mulheres. E ninguém quis saber.


quinta-feira, 9 de setembro de 2021

O preço da electricidade está explosivo e a culpa é das eólicas.

Primeiro temos que compreender o funcionamento da tecnologia.

A electricidade é produzida por uns, transportada por outros e consumida por nós.

Os produtores de electricidade injectam a electricidade na "rede" e os consumidores retiram-na para consumo.

No caso português, o consumidor não compra a electricidade directamente ao produtor mas utiliza uma empresa intermédia que também pode ser, parcialmente, produtor. Por exemplo, a EDP pode comprar electricidade a uma central nuclear francesa que a rede espanhola transporta até à rede portuguesa que continua o transporte até nossa casa.

Os "electrões"  que a central nuclear francesa injecta na França não são os mesmos que chegam a nossa casa, podendo ser os primeiros ser consumidos em Espanha e os nossos virem de Espanha. Este tipo de bens (que se denominam por fungíveis) são denominados em economia por Comodities.

O preço que pagamos não é o preço a que a "empresa fornecedora" consegue comprar a electricidade aos diversos produtos mas resulta disso mas também da dinâmica concorrencial do mercado final (dos consumidores). 



Fig. 1 - Esquema da tecnologia de produção e distribuição da electricidade.


Mas o bem "electricidade" não é como "as batatas", é um fluxo.

Podemos ir ao supermercado e comprar batatas que foram produzidas há 3 meses mas a electricidade que o meu computador está a consumir neste momento está a ser produzida exactamente neste momento. Para ser mais rigoroso, não está a ser produzida exactamente neste momento porque viaja a "penas" a 90% da velocidade da luz. Assim, se for produzida a 2000 km do meu computador, foi produzida há 0,0074 segundos! 

Ao ter que ser produzir exactamente no momento em que é consumida, há necessidade de ajustar a produção aos consumo.

Se for injectada na linha mais 1% de electricidade que a consumida, a tensão vai aumentar 0,5% aumenta (os volts passam de 220 para 221,1) porque:

Potencia de uma resistência = V^2*Resistência

Se for injectada menos 1% de electricidade, a tensão diminui 0,5% (os volts passa de 220 para 218,9). 

Esta variação de tensão observava-se nas lâmpadas de filamento que ficam mais brilhantes quando a tensão aumenta (podendo fundir) e vice-versa. Nos televisores antigos, a imagem ficava mais pequena.


Regularização estatística.

Vamos supor que o nosso frigorífico gasta 500W durante 1 minuto e está parado durante 9 minutos. A média é de 50W mas a oscilação é total. Mas se juntarmos frigoríficos em casas diferentes, uns frigoríficos estarão ligados uns tempos e outros desligados, amortecendo-se as diferenças entre o consumo maior e o consumo menor. Estatísticamente, se tivermos 10000 frigoríficos, em 99,9% do tempo o consumo estará entre 465,5 KW e 568,9KW, uma variação de 10% relativamente à média.

Se tivermos milhões de consumidores a regularização será importante mas não consegue anular o efeito da hora do dia: durante a noite profunda o consumo é menor (na ordem dos 4600MW)  e durante o dia é maior (na ordem dos 6700 MW).

Terá então que haver forma de alterar a potência produzida para fazer face às oscilações no consumo. 


Algumas formas de tornar igual a produção estratégias.

Estas estratégias são utilizadas diariamente e em simultâneo.


1 = Ter excesso de produção e deitar fora o excesso.

Este sistema existe quando a produção é constante, não podendo aumentar nem diminuir, por exemplo, centrais nucleares, centrais a carvão ou barragens de fio de água.

Vamos produzir 6800 MW, de forma a que nunca falte electricidade (a tensão nunca desça abaixo de 220V).

Depois, vão existem interruptores que funcionam quando a tensão da rede sobe. Se a tensão atingir 220,1 V, abre-se uma resistência que retira 0,04525% da energia da rede, recordar a expressão lá de cima, que aplicada dará: (1-220/220,1)*2. Perdem-se assim 7000*0,04525% = 3,17 MW.

Depois, haverá outras resistência a tensão ligeiramente superior, por exemplo, 220,11 V e por ai fora até somarem a diferença de 2200 MW entre o consumo nocturno e os 6800MW produzidos (um desperdício de 32%).


2 = Alterar a potência produzida.

Este sistema depende da possibilidade tecnológica só existindo em centrais a gasóleo, em barragens com armazenamento e em centrais a gás natural. 

Assim que a tensão diminui, por exemplo, para 219,9V, um equipamento entra em produção injectando 0,04525% da energia da rede = 3,17 MW. 


3 = Desligar grandes consumidores.

Existem consumidores que pagam a electricidade ligeiramente mais barata mas que, de um momento para o outro, podem ser desligados da rede. Por exemplo, uma siderurgia que gaste 10% do consumo total tem um desconto de 25% para poder ser desligada sem aviso prévio. Estes consumidores vão ponderar o prejuízo causado pelo corte de electricidade e o desconto na tarifa. 


4 = No futuro - desligar pequenos consumidores.

No futuro próximo os electrodomésticos e os carregadores dos automóveis serão "inteligentes" e receberão mensagens que os ligam ou desligam em função da necessidade de equilibrar a rede. Um segundo o nosso carro está a carregar a 10kw e, no segundo seguinte, recebe uma mensagem e desliga da rede.


O título tem um pouco de provocador porque a razão não é apenas das eólicas.

As energias eólica cerca de 20% do tempo. Então, para em média produzir, por exemplo, para 50% do consumo é preciso ter uma capacidade instalada na ordem de 250% do consumo máximo.

Desta forma, nas horas e dias em que há vento, haverá produção excedentária (que tem que ser destruída pelo método 1) e nas horas e dias de pouco vento, haverá produção deficitária (que terá que ser resolvida pelo método 2 = gás natural que está muito caro, e pelo método 3).

Acontece que em Portugal e na Espanha a produção hídrica está em mínimos como é normal no fim do Verão.


Será que, como disse o ministro, a energia solar vai baixar o preço da electricidade?

Penso que já compreenderam que não pois, para o uso de electricidade solar se tornar uma percentagem importante do consumo, por exemplo, 25%, temos que dimensionar para o Inverno, havendo um enorme excesso de produção no Verão.

Faça,os umas contas.

Para atingir 25% (que será um máximo possível), no Verão é preciso usar apenas energia solar durante 10 horas por dia e 2 horas no Inverno, desligando tudo o resto (se é que isso é possível). Será então necessário ter uma capacidade instalada na ordem de 10000 MW para usar, em média, 2500 MW.

Isto coloca logo um problema de custos porque vai obrigar a usar centrais a gás natural (que está caríssimo) para cobrir as necessidades quando não há luz solar.

Comparando um mix "optimo" entre Carvão (mais barato, constante), gás natural (mais caro, pode-se variar), solar (barato, oscila muito), mesmo que a electricidade solar seja mais barata, meter mais energia solar na rede vai mesmo aumentar o custo médio da energia eléctrica por obrigar a usar mais gás natural.


Há uma solução que os PANs não querem.

É fazer as centrais solares (que dizem os PANs que atapetam o território de preto) juntas a sistemas de barragens reversíveis (que dizem os PANs que destroem os nosso rios). 

O que sobra é fazer isso em Marrocos (onde há mais sol e mais montanhas) e ligarmo-nos lá por um cabo eléctrico.


Para Marrocos fornecer uma média de 30000 MW à península ibérica.

Será preciso instalar 150 000 MW de potência solar o que ocupa 2500 km2 em que os painéis ocupam apenas a 30% da área.

Será ainda preciso construir barragens no Atlas com capacidade de 30 000 MW que bombeiam água para cima durante o dia e turbinam essa água quando não houver sol.

É ainda preciso fazer uma ligação eléctrica (sob o Mediterrâneo) a ligar Marrocos à península com capacidade de 40 000 MW (recordo que de dia o consumo é maior e poderá ser ainda maior para carregar as baterias dos automóveis).




Fig. 2 - 2500 km2 em Marrocos ou na Argélia é um pequeno quadrado cinzento no meio do deserto.


É pena o Professor João Duque não ser borrachão nem homossexual.
É que ideias para tornar Portugal uma país mais desenvolvido já ele tem. 
Não vou dizer mais nada, apenas que aconselho vivamente a ser lido o que está disponível on-line do livro Que Portugal para o Futuro?
Falta isto aos putativos candidatos a líderes do PSD.

Fig. 3 - Mostro apenas quanto o nosso PIB per capita tem divergido dos nossos parceiros da Zona Euro



Queria ainda falar de um país pobre ...
onde há fome generalizada, os homens tratam mal as mulheres, as crianças não vão á escola, principalmente as mulheres, batem nos jornalistas e andam em pick-ups Toyota.
O problema é que encontrei tantos países com estas características que não consigo avançar com o nome desse país.
Seria a Nigéria, onde vivem 220 milhões de pobres e onde raptam as rapariguinhas da escola para "abusarem delas"?
Níger?
Parece-me que não começava por N.
Era República Democrática de qualquer coisa, talvez do Congo onde sobrevivem 110 milhões de miseráveis? Da Coreia do Norte onde, a somar à miséria, há um embargo total que não preocupa ninguém?

Fig. 4 - Preocupam-se muito com as mulheres desse país e não com estas (será por as outras serem brancas? Who knows!)

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