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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A sondagem de todas as sondagens presidenciais

Temos 3 sondagens. 
Procurei no Google informação sobre as sondagens presidenciais de ontem mas não encontrei anda. Então, meti a minha TV para ontem e revi os telejornais.


- - - - - - - - - - -Cat / RTP - - Eur /SIC - - Inter/TVI - - - Sondagem das sondagens
Marcelo - - - - - - - -52% - - - - - 55% - - - - 51,8%- - - - - - - 53,1%
Nóvoa - - - - - - - - -22% - - - - - 19% - - - -16,9%- - - - - - - 19,9%
Maria de Belém - - - 8% - - - - -13,3% - - - 10,1%- - - - - - - 10,4%
Respostas - - - - - -3340 - - - - - 2015 - - - - 1043 - - - - - - - 5298
Indecisos - - - - - - 18% - - - - - 16,1% - - - - 14,5% - - - - - -16,6%
Taxa de resposta -  68% - - - - - ????? - - - - -60,9% - - - -  - 65,7%


Com estes dados posso fazer uma meta-análise.
Primeiro, juntei as 3 amostras numa amostra (a população a usar na meta-análise) maior refazendo os resultados da melhor forma possível dada a informação disponibilizada.



Catolica EuroSond   InterCamp         Total
Marcelo 955 930 462 2347
Novoa 404 321 151 876
Belém 147 225 90 462
Abst 403 324 151 879
Telefonemas 3294 3065 1713 8072
Respostas 2240 2015 1043 5298


#Programa em R usado no cálculo da probabilidade de haver segunda volta
#Marcelo, Novoa, Belem, Outros, Não Respondeu
  Respostas <- c(2347, 876, 462, 734, 3653)/8072 # Respostas relativas nas 3 sondagens
  Marcelo<-0; Novoa<-0; Belem<-0 #Inicializo as variáveis que guarda os resultados de cada candidato
#Faço 100000 "sondagens" por bootstraping
  for (i in 1:100000)
    {sondagem <- sample(c("1M", "2N", "3B", "4O", "5NR"), 8072, prob = Respostas, replace=TRUE)
    s <- table(sondagem) #Conta quantos votos tem cada um
    Marcelo[i] <- s[1]/(8072-s[5]) #Calcula a percentagem dos votos expressos
    Novoa[i] <- s[2]/(8072-s[5])
    Belem[i] <- s[3]/(8072-s[5])
    }
#Resultado do Marcelo correspondente ao percentil 0,01%, 10/100000
sort(Marcelo)[10]
[1] 0.503132

Agrupando as 3 sondagens numa-meta análise, posso concluir que
1 => A probabilidade de haver uma segunda volta é menor que 0,01%
2 => Com um grau de confiança 99%
         Marcelo vai ter entre 51,2% e 55,1%
         Nóvoa vai ter entre 18,3% e 21,4%
         Maria de Belém vai ter entre 9,3% e 11,7%

A probabilidade de o Marcelo ter na primeira volta menos que 50% é remota, inferior a 0,01%

As pessoas gostam de saber o erro a 95%.
Marcelo +-2,1 pp
Nóvoa +-1,7 pp
Belém +- 1,3 pp

#codigo do R
(sort(Marcelo)[100000-250] -sort(Marcelo)[250])/2
(sort(Novoa)[100000-250] -sort(Novoa)[250])/2
(sort(Belem)[100000-250] -sort(Belem)[250])/2

p.s. - Os resultados finais.
As eleições realizaram-se e os resultados foram
Segunda Volta --> Não houve (dentro da previsão)
Marcelo --> 52,00% (dentro da previsão)
Nóvoa --> 22,89% (ligeiramente acima da previsão)
Belém --> 4,24 (muito longe da previsão)


sábado, 21 de novembro de 2015

A adopção pelos gays e a PMA

Na Biblia, a criança é descendencia de quem a registar.
Vejamos o que diz no Livro do Génesis, capítulo 38.
Judá casou-se com Hira tendo tido 3 filhos homens, o primogénito Er, o Onã e o Selá.
Er casou-se com Tamar mas morreu antes de ter filhos.
Então, Judá obrigou Onã a "carregar" na cunhada viúva para que o seu irmão Er tivesse descendência.
Onã, sabendo que a descendência não havia de ser para ele mas para o irmão; quando "carregava" na cunhada, derramava o sémen na terra.

Mas eram parentes!
Como é sabido,  cerca de 10% das mulheres e 10% dos homens não são capazes de ter filhos. Como na sociedade antiga o ter filhos era uma bênção de Deus, seria pena uma mulher não esgotar todas as possibilidades de ter filhos. Então, havia a figura da remissão que era um parente próximo "carregar" a mulher de um parente que não tivesse filhos, caso em que a estatística diz que em metade dos casos dava resultado.

Há muitas mais passagens na Biblia.
Eu não sou um "doutor da igreja" (nem tenho fé) mas um conjunto grande de passagens parece indicar que Deus considera que o adoptado é descendência do adoptante.

Mas vamos à adopção por pessoas do mesmo sexo.
Eu sou um cientista e, por isso, queria saber se existe algum estudo científico que garanta que uma criança criada por dois pais do mesmo sexo resulta num adulto significativamente diferente de outro adulto criado por dois pais de sexos diferentes.
     H0: 2 pais de sexo diferente
     H1: 2 pais do mesmo sexo
como, tanto quanto sei, não existe tal estudo, a argumentação das pessoas contra a adopção gay não é argumentação mas apenas preconceito.

Mas H0 nem será essa.
     H0: Criança institucionalizada na Casa Pia
     H1: 2 pais do mesmo sexo.

Não vejo porque não.
Se há crianças institucionalizadas, casais cujo um dos membros tem filhos sem se saber quem é o outro pai, ou outra razão qualquer atendível, não vejo porque a criança não pode ser adoptada por duas pessoas do mesmo sexo.

É meu filhinho, sai à minha mulher

A Procriação Medicamente Assistida.
Sou totalmente a favor da liberalização total. Da mesma forma que podemos ir fazer ao dentista o que nos apetecer, também quem quiser ter filhos seja por que meio for, deve ter total liberdade para isso mais porque temos um enorme défice populacional.
Em Portugal e demais países europeus nascem 0,6 filhas por cada mulher quando, para manter a população, deveria nascer uma o que se traduz num défice de 50 mil crianças por ano.
Agora que sabemos que as crianças não são uma criação de Deus mas uma obra da Natureza, está na hora de nos deixarmos dessa divinização bacoca do acto da concepção.
Defendo mesmo que deve ser permitido o uso de mães de substituição sem qualquer regulação e, para isso, até pedi uma alteração legislativa muito mais avançada que a que os esquerdistas pretendem aprovar agora. 
Já não pedia mais do que adoptarmos para Portugal a legislação dos Estados Unidos da América que não são nem um país libertário nem selvagem.
Por isso, podem avançar com isso.

Número de filhas por mulher (Banco Mundial)

Outra coisa é a maluquices do aumento do défice público.
Aqui, mesmo que venha a ser um dos beneficiados porque o meu salário vai aumentar, sou totalmente contra porque o peso do estado já é exagerado. 
Metade da nossa economia é Estado, mais do que na China que é, alegadamente, uma economia comunista. 

O que será o aumento do rendimento defendido pelos esquerdistas?
Os esquerdistas fazem-me lembrar quando o Zequinha disse que "o animal que dá o leite é o pacote."
Os esquerdistas também acham que "quem dá rendimento às pessoas é o primeiro-ministro."
Aumentar o salário dos funcionários públicos e as pensões dos velhinhos não é aumento do rendimento das pessoas porque tem que ser financiado com mais impostos que vão retirar rendimento a outros.

Uma mentira repetida muitas vezes torna-se uma verdade.
Foi o Sócrates quem cortou os salários da função pública (no OE2011) e as pensões das pessoas (em 2011 comprometeu-se em cortar 595 milhões € nas pensões) mas os esquerdistas, de tanto repetirem que foi o Passos Coelho, já foi interiorizado pelo próprio Passos Coelho de que foi ele o autor dos cortes.
Mas, além disso, o Passos Coelho não cortou nenhum salário nas empresas privadas que são mais de 80% do total dos trabalhadores.
Se não foi o Passos Coelho que cortou os salários da Função Pública nem dos privados, como pode a esquerda estar sempre a dizer que, agora, vão acabar com os cortes deste governo?

Já compreendi!
Sendo que vão anular os cortes que o Passos Coelho fez e como o Passos Coelho não fez corte nenhum, também não vão repor nada.


Mas, cada vez mais me convenço de que 
o Costa não vai chegar a ser primeiro - ministro nesta legislatura.

Pedro Cosme Vieira

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O Passos Coelho vai aguentar o governo em gestão

Esta semana tive "informação" previligiada.
O S, um dos 2 ou 3 amigos que tenho, é amigo de um amigo do Passos Coelho, o E.
O amigo do meu amigo até tem o número do telemóvel pessoal do Passos, desde o tempo em que este era um Zé Ninguém, quando liga para esse número, é o Passos que atende, esteja onde estiver. E falam-se amiúde. 
Esta semana, o meu amigo estava muito desanimado porque o seu amigo tinha ouvido de amigos do amigo que este não se iria aguentar em gestão.
Nessas conversas do amigo do amigo ao amigo do amigo do amigo do amigo, foi garantido que hoje, dia da posse do amigo do amigo do amigo como primeiro ministro, este iria dizer ao Cavaco Silva que o teria que substituir se o seu governo fosse chumbado pelos esquerdistas.



A questão é essa.
Agora que o Passos Coelho tomou posse como Primeiro Ministro, apenas o deixará de ser no momento em que morrer ou que o Cavaco Silva der posse a outro primeiro ministro.
Mesmo que o Passos Coelho fuja para o meio do Pinhal de Leiria, que se esconda naquelas grutas por onde andou o Palito, que se exile no Arquipélago das Berlengas, continuará a ser primeiro ministro enquanto não for dada posse, por sua Excelência o Presidente da República, a um novo primeiro ministro.

Na conversa, o Cavaco começou por pedir ao Passos Coelho que se aguente?
"O Governo que hoje toma posse tem plena legitimidade constitucional para governar. Conquistou essa legitimidade nas urnas (...) É a força que ganhou eleições que deve formar governo."
"Pode contar com a lealdade institucional do Sr. Presidente da República (...)
competindo agora aos deputados decidir sobre a sua entrada em plenitude de funções."

E, afinal, o Passos respondeu que vai aguentar o barco.
"Tendo recebido dos Portugueses um mandato claro para governar, aqui assumo hoje, na presença de Sua Excelência o Senhor Presidente da República, a responsabilidade indeclinável de respeitar essa vontade expressa pelos Portugueses."
"Todos devem assumir as suas responsabilidades perante os Portugueses (...), que esperam de nós que estejamos à altura das tarefas que nos aguardam."

O amigo do amigo do amigo estava errado.
Afinal, o Passos Coelho vai aguentar o governo, mesmo que em gestão, o tempo que for necessário. Até que o PS se convença que o melhor que tem a fazer é apoiar o Passos Coelho ou até que haja novas eleições.

Hoje estive a falar com um esquerdista, o H.
Um socialista 4.ª classe que, antes do 25-de-abril, esteve exilado em França e que, por isso, conhece bem o PCP.
Depois de eu puxar por ele, mostrou-se com muito pouca esperança relativamente ao anúncio de que o PCP vai assinar um acordo com o PS. Que, já antes do 25-de-abril, os do PCP chamavam burgueses aos do PS, que a ferida é tão grande que acha impossível poder sarar assim tão facilmente.

A coisa vai decorrer assim.
No caso do PS ser chumbado, o Cavaco vai ficar à espera do Acordo dos Esquerdistas.
Enquanto não chegar o acordo, nada mais dirá nem fará.
Como esse acordo nunca irá chegar, a coisa vai-se arrastar.
Depois, das duas uma.

Hipótese 1. O PS continua na sua de formar um governo esquerdista.
Então, o Passos Coelho continuará com o seu XX governo em Gestão..

Hipótese 2. O PS muda de rumo e decide deixar passar o governo do Passos Coelho.
Então, o Cavado dá posse outra vez ao Passos Coelho (para o XXI Governo Constitucional), é novamente apresentado o Programa do Governo ao parlamento e este entra em plenitude de funções.

"[o Governo] está em boas mãos"


Pedro Cosme Vieira

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A determinação do "erro da sondagem"

OK, hoje o Costa vai-se deitar com azia. 
A sondagem da TVI deu PSD+PP = 37,0% e PS = 32,3%
A sondagem da TV 1 deu PSD+PP = 42,0% e PS = 37,0%
Sendo que outra sondagem disse que o PS estava um poucochinho à frente, os leitores devem-se perguntar se podemos afirmar com base nestas duas sondagens de que, o povo português está maioritariamente  com o PSD+PP.

1) Posso já dizer que a vantagem do PSD+PP sobre o PS é significativa a 95%.

2.1)Que a votação no PS está entre 31,2% e 36,2% com probabilidade de 95%;
2.2) Que a votação no PSD+PP está entre 36,9% e 42,3% com probabilidade de 95%;
2.3) E que a vantagem do PSD+PP sobre o PS está entre 1,5 pp e 10,3 pp com 95% de probabilidade

Vamos agora ver como eu pude dar estas respostas a partir das sondagens de hoje.

Anda cá Costa, que nunca passarás de Presidente de Câmara

A perspectiva Clássica.
Neste quadro conceptual, eu assumo que na população ambos os partidos têm os mesmos votos e calculo, depois, a probabilidade de observar uma amostra teórica com uma diferença maior ou igual que a observada na sondagem. 

H0: A percentagem do PSD+PP é igual à percentagem do PS. 
H1: A percentagem do PSD+PP é diferente da percentagem do PS.

Para responder a esta questão tenho que assumir que ambos os partidos têm na população a mesma percentagem dada pela média das sondagens, ponderado pelo número de respostas.

H0: ambos os partidos têm (37,0%+32,3%+42%+35%) / 4 = 36,575%

Agora, tenho que refazer a amostra
Casos válidos = 1024+1027 = 2051
Abstenção e não respostas = (25% + 7%)*1027 + 22,2%*1024 = 556 => 27,1% dos casos válidos
Respostas no PSD+PP e no PS => (2051 - 556) * 36,575% = 547 => 26,7% dos casos válidos
Respostas nos outros partidos = 2051 - 556 - 2*547 = 401 => 19,5% dos casos válidos
Sucessos no telefonema =(59,5% + 61%)/2 = 60,25%

Agora, vou retirar 10000 amostras.
Para isso, vou usar o programa R

Resultado.
A distância de zero aos percentis 2,5% e 97,5% é de 4,2 pontos percentuais.
Como a média das duas sondagens indicam uma vantagem do PSD+PP de 4,85 pontos
    ((37,0% - 32,3%) + (42% - 37,0%) )/2 = 4,85
A perspectiva clássica apenas permite dizer que
Pode-se rejeitar H0 (a hipótese de que ambos os partidos estão empatados) ao nível de sigificância de 5%.

A perspectiva Bayesiana.
Neste quadro conceptual, eu conheço a amostra e vou, num espaço de populações, ver que população poderia dar origem a amostra que tenho.
Apesar de parecer uma perpectiva estranha, só assim posso determinar os "intervalos" das votações dos partidos e da vantagem.

Agora, tenho que refazer o cálculo
Casos válidos = 1024+1027 = 2051
Abstenção e não respostas = (25% + 7%)*1027 + 22,2%*1024 = 556 => 27,1% dos casos válidos
Respostas no PSD+PP => (37,0%*1024 + 42%*1027)*(1-27,1%) = 591 => 28,9% dos casos válidos
Respostas no PS => (32,3%*1024 + 35%*1027)*(1-27,1%) = 503 => 24,6% dos casos válidos
Respostas nos outros partidos = 2051 - 556 - 2*547 = 401 => 19,6% dos casos válidos
Sucessos no telefonema =(59,5% + 61%)/2 = 60,25%

Resultados.
Posso apresentar resultados mais ricos.
O PS está entre 31,2% e 36,3% com probabilidade de 95%;
O PSD+PP está entre 36,9% e 42,3% com probabilidade de 95%;
A vantagem do PSD+PP sobre o PS está entre 1,5 pp e 10,2 pp com 95% de probabilidade
A probabilidade de o PSD+PP estar acima do PS é de 99,6%;
A probabilidade de o PSD+PP estar acima dos 44% é de 0,1%.

As vantagens do uso de métodos de simulação.
É que não preciso saber qual é a função de distribuição da população nem dos estimadores.

Código de R utilizado
#Para a perspectiva clássica
#Primeiro, os dados da amostra retirados da TVI e da RTP1
resp.validas <-2051; perc.resp <- 0.6025; perc.abst <- 0.271

# Vamos determinar sob a hipotese H0: perc.ps = perc.psd.pp
#Percentagem dos partidos num telefonema válido
prob.ps <- 0.267; prob.psd.pp <- 0.267; prob.outros <- 0.195

# Agora, vou repetir a experiencia muitas vezes (vou fazer 10000)
 ps<-0;  psd <- 0
 for (i in 1:10000)
   {
    # Vou telefonar até obter 2051 respostas válidas
    #1 é PS; 2 é PSD+PP; 3 são outros; 4 é abstençao e 5 é chamada não valida
    # vou extrair muitos telefonemas
    amostra<-sample(1:5,2*resp.validas,prob=c(prob.ps,prob.psd.pp,prob.outros,perc.abst,1-perc.respostas), replace=TRUE)
    # Agora, escolho as primeiras respostas válidas até dar 2051
    amostra <- amostra[amostra!=5][1:resp.validas]
    #Guardo as respostas nos 2 partidos maiores
    ps[i] <- table(amostra)[1]
    psd[i] <- table(amostra)[2]
   }

# finalmente, já posso calcular o desvio entre zero e os percentis 2,5% e 97,5%
(sort(ps-psd)[10000-250]+sort(ps-psd)[10000-250])/2/(resp.validas*(1-perc.abst))

# Para a perspectiva bayesiana
#Primeiro, os dados da amostra retirados da TVI e da RTP1
resp.validas <-2051; perc.resp <- 0.6025; perc.abst <- 0.271

# Vamos determinar sob a hipotese H0: perc.ps = perc.psd.pp
#Percentagem dos partidos num telefonema válido
prob.ps <- 0.246; prob.psd.pp <- 0.289; prob.outros <- 0.195

# Agora, vou repetir a experiencia muitas vezes (vou fazer 10000)
 ps<-0
 psd <- 0
 for (i in 1:10000)
   {
    # Vou telefonar até obter 2051 respostas válidas
    #1 é PS; 2 é PSD+PP; 3 são outros; 4 é abstençao e 5 é chamada não valida
    # vou extrair mais telefonemas
    amostra<-sample(1:5,2*resp.validas,prob=c(prob.ps,prob.psd.pp,prob.outros,perc.abst,1-perc.respostas), replace=TRUE)
    # Agora, escolher as primeiras respostas válidas
    amostra <- amostra[amostra!=5][1:resp.validas]
    #Agora vejo as respostas nos 2 partidos maiores
    ps[i] <- table(amostra)[1]
    psd[i] <- table(amostra)[2]
   }

#Valor mínimo e máximo do PS
sort(ps)[250]/(resp.validas*(1-perc.abst))
sort(ps)[10000-250]/(resp.validas*(1-perc.abst))

#Valor mínimo e máximo do PSD+PP
sort(psd)[250]/(resp.validas*(1-perc.abst))
sort(psd)[10000-250]/(resp.validas*(1-perc.abst))

#Valor mínimo e máximo da diferença PSD+PP - PS
sort(psd-ps)[250]/(resp.validas*(1-perc.abst))
sort(psd-ps)[10000-250]/(resp.validas*(1-perc.abst))

#Probabilidade de o PSD+PP ficar à frente do PS
margem  <- psd-ps
(length(margem[margem>0]+length(margem[margem==0])/2))/10000

#Probabilidade de PSD+PP ter mais de 44%
resultado.psd<-psd/(resp.validas*(1-perc.abst))
length(resultado.psd[resulta.psd>0.44])/10000

Pedro Cosme Vieira

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Todos ganharam menos o Varoufakis

No Domingo foram as eleições Gregas e o Syrisa voltou a ganhar. 
Por causa do Tsipras ter adoptado o caminho da Austeridade, muitos dos deputados do ex-Syriza revoltaram-se, o que obrigou a que houvesse novas eleições para o parlamento grego.
Mesmo com a saída dos revoltosos, o abraçar (contrariamente ao prometido) da austeridade e a perda da "estrela" Varoufakis, o Tsipras conseguiu 145 deputados (contra 149 em Janeiro).

O António Costa já veio colar-se à vitória do Syriza (mas a medo).
Isso mostra porque vai sofrer a maior derrota desde Estalinegrado. 
É que o Costa quer jogar sempre pelo seguro, a semana passada não se revia (nem deixava de rever) no Syriza porque havia o risco de perder mas, agora que se sabe que ganhou, já veio dizer que "abre uma nova oportunidade".
Interessante não falas do Partido Socialista Grego que ficou pelos 6% dos deputados.

Para o Passos Coelho+ Portas também foi uma vitória.
Porque na Grécia, no fundo, o partido "neoliberal e da austeridade" é o Syriza.
Fica assim provado que o povo grego aceitou que não existe nenhum "outro caminho" além do "caminho da austeridade"
Não existe o "bater do pé à Europa" nem um "caminho de emprego e crescimento" alternativo ao "caminho da austeridade neoliberal" anunciado pelos esquerdistas (onde se inclui o PS do António Costa).
Em Portugal, o único caminho será então o "caminho do Passos Coelho."

Na Grécia o partido mais votado tem um bónos de 50 deputados (16,7% do total).
O PS deveria pensar nisso para cá.
Em Portugal, um partido precisa quase 44,5% dos votos o que, dada a dispersão da esquerda, é difícil de conseguir pelo PS. 
Se, por exemplo, 23 deputados fossem atribuídos ao partido mais votado (10% do total), um partido com cerca de 39% já teria maioria absoluta o que melhoraria as possibilidades do PS vir a formar, no futuro, um governo maioritário.
Talvez o melhor fosse que 207 deputados fossem distribuídos pelos actuais círculos eleitorais e, no final das contas, o partido mais votado escolheria, dentro das listas dos deputados, os 23 que queria que fossem cooptados para o parlamento.

O Varoufaquis foi o único derrotado.
Isso só mostra como a sua capacidade é pouca.
Tendo previsto que o Syriza estava acabado, errou completamente, o partido esquerdista que surgiu da cisão e que o Varoufakis apoiou é que não conseguiu eleger um único deputado.

E como vão as sondagens por cá?
A coligação PSD+PP vai definitivamente à frente.
Na sondagem da Católica, somando os dias todos já leva telefonemas para 1617 pessoas das quais responderam 970, declarando 260 o seu voto no PSD+PP e 243 no PS.
Estes números é o melhor que consigo "adivinhar" com a informação publicada.
Agora, vou pegar nestes números e, usando boostraping, ver qual a probabilidade de o PSD+PP estar mesmo à frente (e não em empate técnico).

O resultado foi 97%!
O PSD+PP está com uma probabilidade de 97% de, no dia 4 de Outubro, ganhar as eleições.
Existe uma probabilidade de 97% de acontecer ao António Costa o mesmo que ao Porta Voz do Saddam (Mohammed Saeed al-Sahaf) que, depois de no Hotel Palestina cantar vitória das tropas leais ao Saddam contra os americanos, "foi à casa de banho" para não mais aparecer.
Por falar no Seguro, esse é que vai ter a sua vitória, até pode ter um ataque do coração.

Fig. 1 - Hoje, 4 de Outubro, aconteceu uma estrondosa vitória do Estado Social sobre os neo-liberais de direita (discurso de Costa, antes de "precisar ir à casa de banho").

#Código de R que utilizei. 1 é PS, 2 PSD+CDS e 3 Outros + Não sabe + Não respondeu
total=1617; PS=246; PSD.PP= 290
dados<- c(rep(1,PS), rep(2,PSD.PP), rep(3,total-PS-PSD.PP))

# Simulo por boostraping 10000 sondagens
 ps<-0; psd <- 0
 for (i in 1:10000)
   {amostra<-sample(dados, total,replace=TRUE)
   ps[i] <- table(amostra)[1]
   psd[i] <- table(amostra)[2]}

#Calcula a probabilidade de PSD+CDS ganhar
res <- ps-psd
(length(res[res<0])+length(res[res==0]))/length(res)

Já não existe empate técnico.
O Costa, tal como o Varoufaquis e o PS grego, afundou-se definitivamente.
Vamos ter um governo minoritário mas, com o desmoronar do PS, tudo é possível. 

E a pretalhada?
Não há volta a dar, ou se faz um muro a cercar a Europa Ocidental ou vai ser preciso voltar ao modelo político da Europa do Sec. XIX (a Europa Imperial) em que os diferentes povos tinham direitos diferentes.
Inicialmente, os países sem fronteiras exteriores (Alemanha, Suécia, Austria, Noruega, Finlândia, etx.) começaram a mandar recados mas agora, com os refugiados a baterem-lhes à porta, estão calados.
Hoje já ouvi dizerem "queremos ir para um qualquer país europeu"
Talvez por isso é que o Louçã está calado!
No Império Português eram todos iguais, não havia distinção legal entre brancos, pretos, indianos e chineses  mas, depois, havia "os que nasceram ou têm um antepassado até à terceira geração que nascido na Europa" e os outros.

Fig. 2 - Como diz o povo, a coisa está mesmo preta.

Eu acho graça a história daquele refugiado que apanhou um pontapé.
E que agora vai ser treinador num clube qualquer espanhol.
Mas não foi a Espanha o primeiro país a fazer uma vedação em arame farpado para que os refugiados não entrassem em Ceuta?
Com a chicotada psicológica que se advinha no Benfica ... quem sabe, vir um refugiado de Ceuta!

Fig. 3 -É interessante haver jornalistas espanhóis na Hungria e não haver nenhum em Ceuta.

(22/9) A pedido, aqui vai
Como pediram algo gostosinhos, aqui vai uma imagem de uma campanha publicitária sobre a Praia da Vitória, Estado do Espírito Santo, Brasil (521 km a Norte da ciade do Rio de Janeiro, ver).
Realmente, a água é cristalina.

Fig. 4 - Esta menina vai mostrar os Segredos da Vitória
 
 
Pedro Cosme Vieira

sexta-feira, 15 de março de 2013

A sistema de eleição papal e o marasmo

Sempre que se inicia a eleição de um novo Papa, olhando para o sistema de eleição (votação repetida sem exclusão de ninguém até um ter 2/3 dos votos), parece que vamos ter que esperar dezenas de anos até a montanha parir alguma coisa.
Mas, decorridas apenas 4 ou 5 voltas, habemus papa
Porque será que, de um sistema que parece totalmente incapaz, resulta rapidamente uma eleição?
Fig 1 - Habemus papa há muitos anos

Poderá a eleição do Papa demorar para sempre?
Em linguagem científica a questão é
Terá o procedimento de eleição papal uma solução não trivial em tempo finito?

A governação da Igreja é uma oligarquia.
O papa classifica-se a si próprio como monarca porque o seu poder vem directamente de Deus (segundo ele). Como o papa não tem filhos, fica o problema de Deus, repetidamente, ter que escolher um novo papa que é ultrapassado pelo voto dos cardeais (os "príncipes da igreja").
De facto, o regime de governação da Igreja é uma oligarquia onde cada papa é eleito pelos cardeais nomeados pelos antecessores aos quais vai acrescentado novos cardeais eleitores até ao limite de 120 (cerca de 1 por cada 10 milhões de fieis).
Esta oligarquia é republicana porque qualquer homem (independentemente da posição dos seus familiares) pode ser eleito papa, é piramidal e não é representativa (os do patamar inferior não influenciam significativamente a escolha dos do patamar superior).


Fig. 2 - O poder da Igreja é uma oligarquia piramidal com 1 eleitor por cada 10 milhões de fieis.

Mas vamos ao que interessa.
C1) Qualquer homem solteiro pode ser eleito Papa mas, por norma, os elegíveis são os cardeais eleitores.
C2) Apesar de número de eleitores ser uma decisão do papa, desde 1973 que está voluntariamente limitado a um máximo de 120 (actualmente, são 115).
C3) O papa tem que ser eleito com mais de 2/3 dos votos dos cardeais (actualmente, 77).
C4) A eleição tem um número indeterminado de voltas porque nunca são eliminados os menos votados.
Assim, aparentemente, do processo eleitoral pode nunca resultar numa escolha.
Se, por exemplo, em cada volta se eliminasse o cardeal menos votado (e, no caso de empate, o mais velho), ao fim de 113 votações, já só haveria 2 nomes. Mas, mesmo assim, a situação poderia não ter fim se nenhum dos dois tivesse 2/3 dos votos. Por exemplo, os votos dividiam-se entre o cardeal que defendia o celibato obrigatório e o cardeal que defendia o seu fim.

Mas existe uma condição que torna o processo eleitoral ter solução não trivial em tempo finito.
C5) É que apenas o papa pode nomear novos cardeais.
Então, com o tempo, os cardeais vão atingindo o limite de idade (ou morrendo), diminuindo o número de votantes.
Se o processo de eleição tivesse decorrido durante 10 anos, em 2023 o colégio de cardeais já só teria 50 cardeais com menos de 80 anos, sendo precisos apenas 34 votos para eleger o novo papa.

Este sistema nunca seria implementável numa democracia.
Porque há um número muito grande de eleitores (excepto se o país fosse muito pequeno) e estão sempre a entrar novos eleitores (porque nas democracias a condição de eleitor resulta apenas da idade).

Agora que temos novo Papa, business as usual.
O problema das oligarquias é que não existe alternância de poder.
Apesar de o senso comum achar que a alternância entre PS e PSD é a raiz de todos os nossos problemas, agora imaginem que tínhamos lá o Sócrates para sempre.
As pessoas nunca mudam o seu pensamento apenas havendo progresso nas ideias com pessoas novas, não apadrinhadas pelas antigas.

Quem está no poder apenas escolhe aqueles que pensam como ele pelo que o novo Papa é sempre uma pessoa que pensa como o Papa antecessor.
Naturalmente, o novo Papa veio logo dizer que tudo vai continuar como é há centenas de anos.
     A) Casamento dos padres? Nem pensar.
     B) Ordenação das mulheres? O sítio delas é em casa a criar os filhos.
     C) Os paneleiros e lésbicas mesmo castos? São uma aberração da Natureza.
     E) O divórcio? É uma coisa do Demónio.

Onde diz na Bíblia o que a oligarquia da Igreja defende?
Em lado nenhum e mesmo que dissesse, também lá refere que o povo eleito é o povo de Israel que descende dos 70 da tribo de Jacó!
É claro que todos nós, portugueses, descendemos de alguém da tribo de Jacó mas a maior parte dos católicos por esse mundo fora não descende.

A eleição resulta rápida porque as cartas estão marcadas.
Dentro do colégio eleitoral não há discussão de ideias (manifestos eleitorais) porque todos os cardeais pensam exactamente aquilo que pensava quem os meteu lá.
Estou persuadido que se fizessem uma sondagem aos católicos, uma grande maioria responderia ser  a favor do fim do celibato obrigatório dos padres. Foi muito pior a despenalização do aborto ou o casamento gay e a maioria do povo já acha aceitável.
Mesmos se perguntassem aos padres, ainda se observava uma maioria a fim do celibato mas os cardeais não são representativos das vontades dos católicos.
Mas os cardeais são clones da mesma ideia pelo que, naturalmente, chegam a acordo muito rapidamente.

Quem tem esperança que algo, alguma vez, mude nas ideias papais, que espere sentado.


Fig. 3 - Ao mostrar-te as mamas da minha irmã, estou-te a mostrar as minhas mamas.

Pedro Cosme Costa Vieira

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A crise não pode justificar não haver eleições

A crise justificar a falta de eleições é um argumento usado pelos maiores ditadores. É preciso eleições quanto antes em que sejam apresentados a sufrágio popular programas eleitorais verdadeiros e para cumprir.

Para que serve a História?
Muitas pessoas acham que o ensino da História é uma perda de tempo. Mas é muito importante na formação das pessoas se as chamar à atenção para os erros cometidos no passado. Não interessa tanto quem foram os governantes mas antes os erros que cometeram para que não se repitam.

Parece lógica a argumentação de que não pode haver dissolução da Assembleia da Republica e marcação de novas eleições legislativas porque Portugal está numa grande crise económica. Mas a História prova que este argumento é um monstruoso erro. Um erro que já foi a base das mais terríveis ditaduras.

Salazar não realizou eleições na década de 1930 porque Portugal estava numa grave crise económica e social e era precisa reconstruir as bases do país. Na década de 1940, porque havia a segunda guerra mundial e a ameaça expansionista soviética. Na década de 1950, porque havia necessidade de reconstruir o império baseado em África e combater o comunismo. Na década de 1960, porque havia a guerra de África. Na década de 1970, porque havia que dar tempo à primavera marcelista ...

Houve o 25 de Abril de 1974 e em 1975 continuou-se a ouvir este mesmo argumento: que tinha que se adiar as eleições de 25 de Abril de 1975 e continuar o PREC porque Portugal estava numa grande crise.

Mesmo Hitler recusou a possibilidade de eleições porque a Alemanha estava em grande crise e em guerra guerra com os vizinhos (que ele criou).

Pelo contrário, os EUA e o Reino Unido não suspenderam as eleições durante a segunda guerra mundial e correu tudo bem.

Pelos factos históricos apresentados, o discurso da crise tem que ser abandonado para bem de Portugal.

O que aconteceu na última campanha eleitoral?
Manuel Ferreira Leite fez uma campanha em que disse ser necessário aumentar os impostos, diminuir o estado social, flexibilizar o mercado de trabalho, congelar os salários e cortar nas obras públicas faraónicas.
José Sócrates fez uma campanha dizendo que a Sr.ª estava caquéctica. Que não era preciso aumentar os impostos, e que ia aumentar o abono de família, as reformas dos velhinhos, o subsídio de desemprego, os ordenados, fazer TGVs, estradas, aeroportos, etc.

Manuela perdeu as eleições e Sócrates ganhou-as (mesmo que por pouco) e ficou caquéctico: fez o que a Manuela disse que ia fazer e pelo qual perdeu as eleições.

E veio com um ataque feroz porque “o PSD quer alterar a constituição para acabar com o estado social e com os direitos dos trabalhadores” e imediatamente reduz os salários em 5%, corta o abono de família, começa os estudos para a alteração laboral, etc.

Isto é a destruição da democracia: para chegar ao poleiro, prometem-se mundos e fundos e depois faz-se exactamente o contrário. Para se manter lá, ataca-se e mente-se à força toda.

Sócrates devia, no mínimo, ter pedido desculpas à Manuela e ao PSD e dizer que ele estava enganado. Que realmente a Sr.ª disse coisas verdadeiras.

Eu sou muito contra o Aberto João Jardim mas, vendo que não podia realizar o prometido na campanha eleitora por questões orçamentais, demitiu-se e apresentou novo programa eleitoral menos ambicioso. Foi politicamente sério.

E depois os que mentem à força toda vêm dizer que “é um facto político o Cavaco ter ganho 150mil € na SLN”. E mentir à força toda não é um facto político?
Notar bem que não existe uma associação entre o PS e a política de mentira porque a grade maioria das pessoas no PS dizem a verdade. E o PSD tem muitas pessoas que mentem.

Que fazer agora?

Agora só sobra marcar novas eleições legislativa quanto antes com programas de governo verdadeiros.
O governo não cai porque, quando a coisa apertar, o BE o a CDU seguram-no. Se o PSD fizer uma moção de censura, o governo não cai. Mas a oposição não podem continuar a pactuar com uma situação saída de umas eleições que foram o maior logro da história da democracia portuguesa.

Pedro Cosme da Costa Vieira

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