Não acham estranho que o presidente mexicano tenha convidado o Trump?
Sendo certo, segundo os opinion makers, que o Trump vai perder por muitos, para que se deu o Presidente Enrique Peña Nieto ao trabalho de convidar o Trump para uma "visita de estado" com direito a uma conferência de imprensa conjunta?
Será que o Nieto é louco ao ponto de atribuir alguma probabilidade à hipótese estrambólica de o Trump vir a ser o próximo presidente americano?
Para responder a esta questão, fui ao
www.realclearpolitics.com ver como andam as sondagens a 2 meses das eleições (que serão no próximo dia 9 de novembro).
Desde março, foram apresentados 179 resultados.
Mas são sondagens muito diferentes. Umas são inquéritos num site, outras são o acompanhamento semanal de uma painel (fixo) enquanto que outras são perguntas feitas pelo telefone. Também umas têm s
o dois candidatos e outras têm 4.
Num primeiro passo, homogeneizei os valores considerando apenas 2 candidatos e dividindo a abstenção e os votos nos outros candidatos proporcionalmente pelos 2 candidatos.
Num segundo passo, fiz uma média móvel ponderada pelo tamanho da amostra (dividi por 10 as sondagens em sites por não terem o mesmo rigor estatístico), considerando o peso de 10% à última sondagem.
O que observo
é que, desde abril (mês 4), as intenções de voto estão sempre a subir mas que há dois incidentes que causam um trambolhão, o primeiro, em princípios de junho (mês 6) e o segundo em finais de julho (mês 7). Também observo que em meados de julho o Trump ultrapassou ligeira a barreira dos 50%, altura em que o Obama foi dizer numa visita de estado que "o Trump não é adequado para ser presidente da América e é mesmo um perigo para a ordem e paz mundiais."
Fig. 1 - Evolução das sondagens americanas (Trump vs. Clinton, média móvel de 179 valores,
realclearpolitics)
Afinal, o Trump pode mesmo ganhar.
Pois se olharmos para as sondagens, em abril a Clinton tinha uma vantagem de quase 10 pp, depois, foi oscilando e agora está com uma vantagem de apenas 2 pontos percentuais, vantagem essa que se está a esfumar muito rapidamente.
Lá para finais de setembro, o Trump vai ultrapassar outra vez a Clinton e, se não houver mais nenhum sobressalto, chegados a novembro, o Trump vai mesmo ganhar e ser o próximo Presidente dos Estados Unidos da América do Norte.
O que eu quero falar sobre a caixa Geral de Depósitos tem a vem com o Slimani.
Como todos sabem, o Slimani é um jogador de futebol que o Sporting "despediu" por 30 milhões €.
Quer isto dizer que, o Sporting para dispensar os serviços do Slimani, o moço teve que pagar 30 milhões €.
Agora, para a CGD dispensar um colaborador tem que lhe pagar, em média, 233mil€ por cabeça.
Sim, diz a comunicação social que estão guardados 700milhões € para despedir 3000 trabalhadores
O que será que vos diz esta comparação?
Que o Slimani produz mais do que o salário que estava a ganhar no Sporting e, pelo contrário, os colaboradores da CGD recebem mais ordenado do que produzem.
Assim, o Slimani era um activo para o seu empregador enquanto que os colaboradores da CGD são um passivo.
Será que a geringonça não tem o dever de proteger os contribuintes?
Fui fazer uma simulação para a indemnização por despedimento colectivo (
ver, simulador).
Um trabalhador que ganhe 3000€/mês e que tenha 20 anos de serviço, tem direito a 48458€.
Se eu fosse despedido (em despedimento colectivo, tenho 27 anos e 4 meses de serviço) teria direito a 88104€.
Sendo assim, que contas está a fazer a geringonça e qual o fundamento legal para, em média, ir entregar 233 mil € a cada cabeça?
Será que a Geringonça é livre de entregar o valor que bem entender a quem bem entender?
Eu penso que não, que tem que se limitar ao que diz a Lei pois, caso contrário, estaremos em presença do esbanjar de recursos públicos que pertencem a todos nós.
Será que eu mereço o ordenado que recebo?
Claro que não e prova disso é que no meu emprego estão mortinhos por me despedir e, mesmo assim, eu não me voluntario a sair dali.
Penso mesmo que, no dia em que eu deixar de lá aparecer, vão mandar foguetes ao ar e estourar garrafas de champanhe. Mas o problema é que se, por um lado, os esquerdistas me odeiam, por outro lado, como sou funcionário público, defendem os meus direitos. E eu tenho direitos.
E qual será o meu futuro?
O mais certo é atribuírem-me cada vez menos trabalho até que fique totalmente sem fazer nada, em casa, a receber o mesmo, incluindo o subsídio de refeição (já estive assim 20 meses). Assim como o meu professor Augusto Rocha e Silva que esteve anos e anos sem nada fazer mas que, infelizmente, acabou por não resistir e "morrer num acidente estúpido" (suicidou-se da mesma forma que o
Primo Levi! Não acham muita coincidência ter também caído no vão das escadas?).
Fig. 2 - Primo Levi, à volta de 1950
Finalmente, as prioridades da minha vida.
Quando eu andava pelas igrejas, diziam-me que tinha que fazer um "exame de consciência" para, assim, identificar quais são as prioridades da minha vida.
Depois de muitos anos a pensar, cheguei à conclusão que a minha prioridade é ser feliz.
Não é ter amigos, ser simpático, trabalhar, gostarem de mim como colega de trabalho, ser uma fodilhão de renome, nada disso, é ser feliz, eu próprio.
Vem isto a propósito de uma crónica que li no fim de semana num jornal qualquer (quando eu me lembrar do nome, escrevo-o aqui) que dizia, em resposta a uma leitora, que ter filhos era uma perda de tempo. Imaginei logo que a crónica era uma confissão sobre a sua má qualidade da autora enquanto filha.
A minha mãe disse-me apenas uma vez ...
Meu filho, eu dei-te a vida e criei-te o melhor que pude para que, agora que estou necessitada, trates de mim. Se tiveres que deixar de trabalhar, deixa pois eu estou primeiro porque te dei a vida e esses não te deram nada. Além disso, não te agradecem e eu, além de te agradecer em vida, quando chegar ao Céu, vou pedir a Deu por ti.
E assim eu faço desde há 23 anos, no principio estando ela válida e hoje, acamada e sem dizer coisa com coisa.
Claro que a minha mãe tem mais 5 filhos cuja primeira frase, por unanimidade, foi "mete-a no asilo que já nem sabe onde está".
Mas, se eu disse, "estarei sempre aqui", não é agora que vou abandonar o barco.
A questão que eu coloca.
Mas não terá um filho a obrigação de deixar o seu trabalho e uns anos da sua vida para ser escravo dos pais quando eles disso têm necessidade?
Por oposição, há o filho de uma colega minha.
A mãe está um pouco aflita com falta de dinheiro e o filho, pelo contrário, está médico e a ganhar balurdios, diz ela que mais de 3000€ por mês.
Não é que a mãe, esganada de dinheiro, lhe está a dar 850€/mês para ele pagar a prestação da casa e ele nada mais diz que não seja "preciso de juntar dinheiro para me casa"?
Isto é o que na minha terra se chama um grande filho da puta, não no sentido de que a mãe anda na estrada mas no sentido de que, filhos destes, dá gosto abortar.
Que Deus vos ilumine e guie no caminho da descoberta das prioridades da vossa vida.
E, depois, cortem a direito com tudo o que se meter no meio do caminho para a felicidade.
Maria Clara