Quando se tem moeda própria, a balança corrente deficitária ajusta pela desvalorização da moeda enquanto que em câmbios fixos, como é o caso dos países da Zona Euro, a BC deficitária ajusta pela descida dos salários (e vice versa).
Isto não tem nada de ideológico nem político. É a forma como funciona a economia.
Assim, a prazo uma desvalorização é exactamente igual a uma descida dos salários mas existem diferenças no curto prazo por causa dos mecanismos de transmissão entre os preços e os salários.
Se a moeda desvaloriza 20%, como os bens importados são 30% da economia então, no imediato os preços internos vão aumentar 6%. Desta forma, vistos do exterior, os preços descem instantaneamente 14% e o poder de compra dos salários diminui instantaneamente 6%.
Se os salários descem 20%, no imediato o poder de compra dos trabalhadores vai diminuir 20% porque os preços mantêm-se. Está aqui a grande diferença. A prazo os preços internos vão descer 14% pelo que o poder de compra dos salários só vai diminuir 6%, tal qual como na desvalorização da moeda, mas demora uns meses a acontecer um ajustamento dos preços.
Desta forma, desvalorizar a moeda 20% ou descer os salários 20% é igual e leva à diminuição do salário real em apenas 6% mas, nos meses iniciais, a descida dos salários tem mais impacto negativo na vida das pessoas e menos impacto no equilíbrio da economia.
Também metem o Miguel Sousa Tavares como grande comentador de economia. Outro é o "professor". Que é que aquele homem percebe de economia?
São fulanos que de economia percebem tanto como eu percebo de mulheres, menos que nada.
Nada, é zero, mas eu sei coisas erradas. É como os ditos cujo. Percebem muito de economia, da errada.
Mas ganham uma boa maquia como comentadores.
Afinal eu é que sou o burro que não ganho nada (como comentador).
Se os governantes não conseguem convencer o povo desta equivalência, Portugal não pode continuar na Zona Euro.
Será a nossa situação e dos demais PIIGS desesperada?
Os anunciadores da desgraça dizem que se alguém sair da Zona Euro, a sua nova moeda vai desvalorizar 50%.
Isso é completamente falso não tendo qualquer fundamento.
Eu sei que aqueles que me ganharam lá naquele prémio defendem isso mas são uns ignorantes totais. Afirmo-o sem reserva.
Desde a fundação do Euro, a Alemanha manteve a evolução dos custos nominais horários do trabalho nos 2.2%/ano, muito próximo da taxa de inflação.
Nesse período os PIIGS, com a Grécia à cabeça, aumentamos os custos do trabalho o que aumentou os preços e levou à perda de competitividade das empresas.
Agora, Portugal tem que descer os custos do trabalho em 15%.
Não é nada do outro mundo.
Já diminuiu 5% mas ainda é preciso cortar os subsídios de férias e de Natal como aplicado à função pública a toda a gente e aumentar o horário de trabalho em 0.5h/dia.
Não é nada que não se aguente. É muito melhor que ter uma taxa de desemprego de 15.2% e explosiva.
Mas a perda do rendimento vai ser muito menor que 15% porque os preços vão diminuir 10%.
A Grécia, a Irlanda e a Itália têm que descer 20%.
A Irlanda e a Grécia já reduziram os custos do trabalho em 10% relativamente a 2008 mas ainda têm que descer mais 20%. Como a descida na Irlanda foi facilitada pelo governo, o impacto social foi muito menor que na Grécia.
A Espanha tem que descer 30%.
É um trabalho muito mais difícil porque o governo espanhol tem assobiado para o ar e teimado em não fazer nada que facilite o ajustamento do mercado de trabalho.
Está preso à convicção que os salários não podem descer.
A treta do "crescer e criar emprego".
É como estar a afogar e, em vez de gritar para que lhe atirem uma bóia, teimar em dizer que está tudo bem e que tem que aprender a nadar.
Porque será bom o governo facilitar as descidas dos salários?
Ganha hoje 1000, vai para o desemprego e depois fica a ganhar 700.
Se a empresa não pode ajustar o salário, vai despedir o trabalhador ou falir porque não consegue gerar receita que permita pagar o salário.
Para uma descida de 5% temos uma taxa de desemprego de 15.2%.
Esperar que o mercado de trabalho ajuste por si, vai levar a taxa de desemprego para os 20% durante uns anos.
Dizem que os nossos empresários são maus.
É verdade porque as pessoas inteligentes, como o Louçã e eu, são funcionários públicos.
Há milhares de empresários que não tiram 1€/h de trabalho. E vivem cheios de preocupações. É melhor ser funcionário público.
Temos maus empresários, maus políticos, maus funcionário públicos, maus alunos, maus professores, maus de tudo.
Mas em Marrocos ou na Guiné-Bissau ainda há piores.
Quando a empresa abre falência, perde-se capital.
O trabalhador perde competências, as máquinas ficam sem uso, a carteira de clientes perde-se, há uma grande perda económica. Por isso é que a Irlanda está a ajustar a sua economia sem sobressaltos de maior.
"Ai não, eu não disse isso, eu disse é que tenho um tacho qualquer no qual ganho umas pequenas maquias que dão para a despesa do golf e falou-se em cortar-me essa maquia".
"Eu quere continuar a mamar e por isso desdigo o que disse. Força, aumentem os salários a começar pelo meu."
"E façam eólicas e essas merdas que o povo burro gosta"
"Ai não, eu não disser isso."
"Disse que são essa inovações tecnológicas que nos vão colocar na vanguarda do Mundo como os navegadores que deram a conhecer novos mundos ao Mundo".
Será que vamos ficar com salários ao nível dos chineses?Não. Em média, um português ganha o triplo de um chinês e, descendo 15%, ainda ficamos muito acima.
Não é descer 50%, é apenas 15%.
É alguém capaz de me dizer de onde esses iluminados tiram esse número de 50%?
De que cartola?
Na emergência actual o governo tem que actuar para induzir uma descida rápida dos custos do trabalho.1 - Cobra como TSU excepcional aos trabalhadores sobre os subsídios de férias e de Natal como o corte aplicado aos funcionários públicos;
2- Com esse dinheiro, desce a TSU do empregador dos salários inferiores a 1200€, mais nos salários mais baixos, de forma a descer os salários em 15%.
A prazo, o código do trabalho tem que incluir mecanismos para o ajustamento dos salários.
O Borges, o Catroga, o Mexia e toda a cambada só querem um tachinho.
Pedro Cosme Costa Vieira