terça-feira, 12 de setembro de 2023

Baixar os impostos é um erro, temos é de baixar a despesa pública

Da extrema esquerda à extrema direita, todos defendem a diminuição dos impostos.

Todos sabem que odeio o António Costa pelo que diz, desonestamente, sobre o trabalho do Passos Coelho. Mas, actualmente, parece que é o único que ainda tem um bocadinho, poucochinho, de tino.

Da esquerda à direita, ao mesmo tempo que defendem a diminuição dos impostos, defendem o aumento da despesa pública (em mais salários, mais funcionários públicos, mais serviços, mais comboios, mais TGVs, mais TAPs, mais EFACECs, whatever) 

Também defendem a diminuição dos preços e o aumento dos custos (mais salários, mais direitos, mais dias de férias, mais compatibilização com a vida familiar, whatever).

Isto é apenas populismo, não bate a bota com a perdigota porque os impostos têm de andar no mesmo sentido que a despesa pública.

Se não se reduz a despesa pública, não se podem reduzir os impostos.

Será que só há mentecaptos na cena política portuguesa?


Não há evidência que indique que diminuir os impostos melhora a economia.

É apelativo e parece fazer sentido que baixando os impostos, as pessoas ficam a viver melhor. O pior é que os impostos são quem paga a despesa pública e não havendo impostos, não há como pagar a despesa pública.

Comparando com a vida de cada um, os impostos funcionam para o governo como os salários que pagam as nossas despesas. Se o nosso salário diminuir, deixamos de ter como pagar as despesas (ou vai para calote).


Fui ver os dados.

Peguei nos dados do Banco Mundial para os 20 anos entre 2002 e 2021 e calculei a variação da década 2002-2011 para a década 2012-2011 da despesa pública, dos impostos e do PIB per capita.

Consegui 128 países onde vive 61% da população mundial.

Usando WOLS obtive a seguinte estimativa:

    Crescimento = 0,45 - 0.04 Despesa_Pública + 0.02 Impostos

Isto traduz que, em média, se a despesa pública DIMINUIR em 1 ponto percentual do PIB, o crescimento económico AUMENTA 0.04 pontos percentuais em 10 anos.

Se os impostos AUMENTAREM em 1 ponto percentual do PIB, o crescimento económico AUMENTA 0.02 pontos percentuais em 10 anos.

Isto não é nada, 4% ou 2% a mais ou a menos em 10 anos numa média de 42%, mas o sinal é contrário ao que apregoam os "especialistas da TV".

Tanto dá, não é por mexer no total dos impostos e da despesa pública que um país se vai desenvolver.


Não pode ser!!!!!!! Os dados só podem estar errados.

Não pode ser mas é. Os países que, entre a década de 2002-2011 e a década de 2012-2021 diminuíram a despesa pública e aumentaram os impostos tiveram maior crescimento económico (um poucochinho) do que os outros.

Isto é exactamente o contrário do que os nossos partidos querem fazer!!!!! 

Anunciam que aumentando a despesa e diminuir os impostos, Portugal se vai tornar o país mais desenvolvido do Mundo.

Só podem estar malucos.


Isto tem a ver com o défice público ser veneno puro para a economia.

Quando aumenta a despesa ou diminuem os impostos, a diferença é o défice que vai para dívida.

O défice público dá, no curto prazo, a sensação de que estamos a viver melhor mas essa melhoria é feita a crédito que, mais tarde, é preciso pagar com juros.

É como meter as despesas para o "visa". No momento sabe bem aos mentecaptos mas, depois, vai ser um sufoco pagar não só a dívida como os juros.


Portugal tem uma dívida pública astronómica e é agora que tem oportunidade a amortizar.

Portugal deve actualmente  (dados de 31 de Julho de 2023 do Banco de Portugal) 281 mil milhões de euros e mais de metade desta dívida foi feita pelo Sócrates em 5 anos (entre 2008 e 2012).

Desde a intervenção da Troika, a dívida pública aumentou a uma média de 6 mil milhões de euros por ano.

Em termos relativos, em 1999, a nossa dívida pública era 55% do PIB, em 2006-2007 estava em 73% do PIB e em 2020 atingiu o recorde de 135% do PIB.

Esta dívida não é boa para a economia porque retira capital às empresas. Com o governo a pedir todos os anos 6000 milhões de euros, as empresas não conseguem arranjar financiamento. 

Fig. 1 - Evolução da Dívida Pública Portuguesa (dados, Banco de Portugal, M€)


Agora que a receita fiscal aumentou e a despesa pública está mais ou menos controlada, e não se veêm manifestações a pedir a diminuição dos impostos, está na hora de amortizar a dívida pública para, quando vier a próxima crise, o governo poder acomodar a normal descida dos impostos (em IVA, ISP, TSU) e aumento da despesa (em subsídios de desemprego, RSI).


Os partidos da oposição de direita têm de estudar onde se pode cortar a despesa pública.

Não é, como uns, dizer que os impostos das empresas são muito altos e, depois, querer combater a evasão fiscal. Se não fosse a evasão fiscal os impostos sobre as empresas ainda seriam maiores!!!!!!!!!

O que é preciso é cortar na despesa pública, acabar com os TGVs, as TAPs, as CARRISes e STCPs, reduzir a despesa por aluno na escola pública (sim, cada aluno custa 7200€ por ano o que é uma enormidade) e no máximo de coisa que seja possível.

Depois de dizer onde se vai cortar a despesa e depois de a dívida pública estar reduzida a 55% do PIB como nos comprometemos quando entramos na Zona Euro, ai é hora para pensar em cortes de impostos.

Antes, é a prova de que Portugal não passa de um manicómio em auto-gestão.


Vou apresentar aqui uns valores para compararmos.

Taiwan produz os chips mais avançados do mundo, usados nos computadores e telemóveis topo de gama. Em Portugal não sabemos fazer nada e quem sabe tem de se ir embora.

O salário mínimo em Taiwan é de 723€/mês (num salário médio líquido de 1360€/mês) que é inferior ao português de 760€/mês (num salário médio líquido de 1025€/ano) e nós não sabemos fazer nada de sofisticado.

Ao tentar subir administrativamente os salários sem suporte na capacidade do trabalho gerar riqueza, vamos nivelar os salários superiores, das pessoas mais criativas, pelo salário mínimo. Sendo assim, naturalmente que quem tem capacidade para gerar riqueza se vai embora e só fica quem de pouco vale.


Vejamos na carreira académica.

Um professor doutorado com exclusividade recebe líquidos 2000€/mês. Se trabalhar uns 30 anos, sem fins de semana, férias ou feriados e a dormir poucas horas por dia, se publicar uma enormidade de papeis, se orientar centenas de alunos, se engolir muitos sapos e lamber muitas botas, consegue chegar a catedrático (mas tem o risco de nunca abrir lugar) onde passa a recebe líquidos 2660€/mês.

São mais 660€/mês no fim de uma vida de esforço desumano, havendo pelo menos um risco de 50% de, mesmo assim, nunca lá chegar por falta de vaga.

Já estão a ver porque não se criam ideias inovadoras nas nossas universidades, não há incentivos, está tudo nivelado pela mediocridade.


quarta-feira, 6 de setembro de 2023

O caso Rui Moreira e o STOP. O que faz o mini ditador quando se engana?

Por razões desconhecidas, o Rui Moreira decidiu fechar o Centro Comercial STOP.

O actual presidente da Câmara do Porto não se pode recandidatar e, se pensarmos numa conspiração, com esta acção (que tem muita cobertura mediática) Rui Moreira pretende acabar com o "seu movimento independente" para que ninguém se lembre em continuá-lo sem o "grande líder". Parece-me que o Iniciativa Liberal pretende colonizar o "movimento" para alavancar um outro candidato à câmara.

Rui Moreira para dar um salto para outra coisa qualquer precisa do apoio do PSD e, para isso, o "movimento" tem de morrer.


Rui Moreira dispara em todas as direcções.

Até se lembrou de atacar o Sérgio Conceição apelidando-o de "falhado" e o seu filho de "Mini".

É que o Rui Moreira tem o sonho de suceder ao Grande Papa Jorge Nuno mas não tem competência, é muito mini.

O Grande Papa, como todos nós, um dia vai morrer e os abutres já circundam o Vaticano.

Será que o Rui Moreira quer dar a mão ao fugitivo-grande-treinador-desempregado André Villas-Boas?

Interessante que na lista dos treinadores o zerozero coloca o Sérgio Conceição em termos de jogos em primeiro lugar, o Grande Pedroto em segundo lugar e o "falhado mini André" em vigésimo lugar (ver). O Sérgio já aguenta há 332 jogos enquanto o André fugiu ao fim de 58 jogos.

O Sérgio Conceição leva 6 vezes mais jogos do que o "falhado mini André".

 

Vamos ao Centro Comercial STOP.

É um projecto dos anos 1980. Fica dentro da cidade do Porto, na zona oriental, encostado ao Cemitério Prado do Repouso, numa área actualmente pouco valorizada.

É uma coisa pequena, nunca lá fui e a minha informação vem de ver o google maps. Penso ter uma área de implantação de cerca de 3500m2 e uma área de lojas na ordem dos 10000m2. Não sei bem mas é pequeno.

Com a democratização do automóvel e o aparecimento mais recente dos hiper-centros-comerciais nos arrabaldes (Gaia, Matosinhos, Gondomar) os centros comerciais dentro da cidade perderam a clientela quase toda porque tornaram-se de acesso difícil e não têm estacionamento. Por exemplo, o Norte-shopping tem uma área de implantação de 17000m2, muitos pisos e um parque de estacionamento com outros 17000m2.

Perderam então importância como centros comerciais e passaram a ser centros de outra coisa qualquer.

No caso do STOP, tornou-se o CCCP - Centro Contracultural da Cidade do Porto. Não confundir com a extinta CCCP.

Vista aérea do CC STOP (talvez só seja a parte da frente)


De repente, o Rui Moreira decidiu fechar o CCCP.

O homem já é presidente da câmara há 10 anos, desde 22/10/2013, durante 9 anos o STOP esteve aberto e o homem não viu qualquer problema nisso. De repente, aquilo transformou-se numa  chernobyl, do dia para a noite, vai derreter o núcleo causando uma tragédia com milhares de mortos e que tornará inabitável a Cidade do Porto por um período superior a 100 anos.

Na mente do Rui Moreira, todos os problemas do mundo poderão ser resolvidos se o STOP fechar e se o Sérgio Conceição deixar de ser treinador do FCP. Penso mesmo que até a Guerra da Ucrânia acabará em 48 horas e os mortos ressuscitarão.


Aqui vai a solução : abrir portas de emergência nas traseiras.

O CCCP é "em fundo de saco", isto é, só tem saídas para a frente. Desta forma, se houver um incêndio nas proximidades da entrada, as pessoas ficarão encurraladas nas lojas do interior.

Este problema coloca-se nas minas que só têm um poço mas que se resolve com portas de "corte" que permitem criar um caminho de fuga. 

No caso do CCCP ainda é mais fácil porque há a possibilidade de abrir portas de emergência nas traseiras.

Se não houve, faz-se um poço ou dois à prova de fogo com escadas desde o piso zero até ao telhado e abrem-se portas de emergência para o exterior a partir do poço.

Nada comparável aos 6 milhões indicados nas notícias.


Mesmo que as traseiras sejam de outros proprietários.

Para fazer o poço são necessários um míseros 20m2 e as saídas de emergência não serão acessos pois só serão usadas na eventualidade de de um catastrófico incêndio que tem uma probabilidade de ocorrer inferior a uma vez em cada 50 dias (o STOP já tem 41 anos e ainda não houve nenhum incêndio).


Mas o que faz o mini ditador quando se engana?

Nunca diz "mostrem-me as vossas razões técnicas".

Inventa "verdades" e "razões" e avança com ameaças e toda a violência usando os poderes públicos que tem à mão. Ameaça com multas, queixas crime, processos, despedimentos e prisão.

Um dia todos nós seremos vítimas de um mini ditador pois o mundo está cheio deles, eu já o fui repetidamente o que culminou no meu despedimento, mas cuidado pois também podemos ser nós os mini ditadores. 

Eu é que mando, não sou mini-mi?

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

BRICS passou a ser o C9C = China + 10 Chocas

Anunciaram mais 6 países para os BRICS que fica a chamar-se C10C.

Os BRICS são actualmente 5 países (a sigla vem de Brasil, Rússia, Índia, China e South-Africa) e 6 novos países vão entrar (Argentina, Arábia Saudita, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irão).

Os esquerdistas acham que os BRICS já são economicamente tão importantes como o G7 (USA, Japão, Alemanha,Reino Unido, França, Itália e Canadá) e, com a entrada de mais 6, vão tomar a liderança do mundo.

Mas a afirmação dos esquerdistas está errada duplamente. 

Primeiro erro = Consideram que o PIB mede a importância dos países na economia global quando este indicador agrega apenas quantidades e preços (não tem em consideração a qualidade tecnológica dos bens produzidos).

Segundo erro = Consideram o PIB em paridades do poder de compra quando este indicador pondera mais os bens não transaccionáveis, os que não estão em concorrência internacional, e que, por isso, são tecnologicamente mais atrasados.

Na economia falamos na diferença entre o PREÇO (que é o que é agregado no PIB) e o VALOR que  traduz a imprescindibilidade do bem e para o qual não existe indicador. Sabemos PREÇO é sempre menor do que o VALOR mas pode ser muito menor ou apenas um pouco menor. Por exemplo, o VALOR da água que bebemos é muito superior ao PREÇO que pagamos por ela. 

A diferença entre o VALOR e o PREÇO é o "ganho do consumidor" e a diferença entre o CUSTO e o PREÇO é o "lucro do produtor".

Por exemplo, o PIB em paridade do poder de compra da Etiópia é o dobro do da Holanda mas, em termos tecnológicos, nenhum processador moderno pode ser feito sem as máquinas de litografia que são produzidas na Holanda e apenas na Holanda. Tenho a certeza que se, hipoteticamente, a Etiópia desaparecesse não dávamos conta mas se a Holanda desaparecesse, o fabrico dos processadores andava pelo menos 10 anos para trás.


Os países são como um carro eléctrico.

Uma trotinete com um cavalo de potência consegue transportar duas pessoas numa rampa com 10% de inclinação a uma velocidade de 15km/h. Por comparação, se o Testa tivesse um cavalo de potência subiria a rampa com uma velocidade de 1,5km/h. Esta diferença resulta de, além do peso das pessoas, ser necessário transportar o veículo (a trotinete pesa 15kg enquanto que o Tesla pesa 1500kg).

O PIB dos países é usado, primeiro, para suprir as necessidades básicas dos habitantes (tecnologia muito baixa) que é equivalente a "transportar o veículo" e apenas o "remanescente" é de bens de tecnologia média e intensiva que é equivalente a "transportar os passageiros".  Em particular, os bens não transaccionáveis fazem parte dos bens necessários para suprir as necessidades básicas dos habitantes locais tendo tecnologia baixa (fazer pão usa menos tecnologia do que fazer baterias de lítio). 

Apenas meia dúzia de países no Mundo produzem bens de tecnologia intensiva e esses países estão no G7 mais a Coreia do Sul e alguns outros países do norte da Europa.


 Mas vamos aos BRICS.

Os BRICS foram fundados em 2009. Nesse ano, o PIB da China era 60% e o do Brasil 14% do total do PIB do BRICS (que é, em USD de 2015, 1.13 "trillions"). Até 2022, os BRICS cresceram mas esse crescimento apenas se verificou na China e na Índia. Nos últimos 23 anos, o peso do Brasil, da Rússia e da África do Sul nos BRICS afundou 40%. 

O Lula da Silva não deveria encher o papo e parecer ser o líder dos BRICS pois o peso do Brasil afundou de 14,0% em 2009 para 13,3% em 2022. 


A queda do Muro de Berlim foi bom para a China.

Em 1989, a Rússia (que ainda fazia parte da URSS e os BRICS ainda não existiam) pesava 32% nos BRICS e o Brasil estava taco a taco com  a China nos 25%. Decorridos 33 anos, a Rússia está reduzida a 6%, o Brasil a 8% e a China saltou para 71%.

Se isto, nas cabeças do Putin, do Lula da Silva e dos demais esquerdistas, é sucesso, só posso concluir que não sei nada de economia. Ou eles têm uma relação estranha com a realidade.

Faz-me lembrar a relação com a realidade do nosso Marechal General Agostinho Mohammed Saeed al-Sahhaf, "Sr.a Doutora, o Putin está a ganhar, só não vê quem não for cego".

Leia novamente "só não vê quem não for cego"!


Os 6 novos países não acrescentam nada.

Os 6 países que vão entrar são economias muito débeis, atrasados em termos tecnológicos e as economias somadas  correspondem a 10.5% (0.24 "trillions") do total actual dos BRICS.
Podia ter entrado a Nigéria (não sei se queria) mas a África do Sul não permite para não perder o papel de "representante de África" (o PIB da Nigéria é 50% maior do que o da África do Sul e é mais do dobro dos novos 6 países somados).
Mais valia meterem lá a "nossa" Guiné-Bissau, o "nosso" São Tomé e Príncipe, o "nosso" Moçambique e o nosso "Timor" (tenho de meter aspas para os esquerdistas não dizerem que sou neocolonialista, só o Salazar poderia pensar que Portugal seria rico se formasse um império com os países mais pobres do mundo). 

Cada vez mais temos a China junta com países que, na tourada, se designam por Chocas. São aquelas vacas que entram na arena para que a bravura e perigosidade do touro fiquem aparentemente amaciadas.


E a China está arrefecida.

Entre 2011 e 2019 a economia chinesa cresceu 7,1%/ano mas nos últimos 3 anos e meio, o crescimento caiu para 4,6%/ano. Continua a crescer mas é uma queda de um terço.

No pós-guerra a economia Japonesa cresceu a grande velocidade atingindo em 1991 a percentagem de 37% da economia americana com um PIB per capita de 76%. Nessa altura parecia imparável mas algo aconteceu.

No seguimento da crise da Quarta-feira Negra de 1992, a economia japonesa caiu um bocadinho toda a gente pensava que era um fenómeno idêntico a 1973 e 1984 mas foi totalmente diferente. A partir dessa pequena queda, a economia japonesa nunca mais parou de cair relativamente à economia americana.

E tentaram de tudo, políticas de esquerda (a abe-economics tão aplaudidas pelos nossos comentadores de economia mas que, como não deu em nada, caiu no esquecimento) e de direita mas nada parou a queda relativa. Em 2022 a economia japonesa vai nos 21% da economia americana e o PIBpc desceu para 57%.

A economia é imprevisível e, de repente, pode haver uma quebra inexplicável na Série e a China estagnar (o PIBpc está nos 20% do americano).

Não estou a dizer que vai acontecer mas apenas que pode acontecer e, ai, vai haver problemas identicos aos que aconteceram na URSS depois da estagnação da década de 1980.

PIB japonês relativamente ao americano, a preços USD2015, 1960:2022 (dados: Banco Mundial)


Se eu soubesse o que vai acontecer no futuro ...

Fazia o Euromilhões.

Como não sei, não meto dinheiro nisso.

Já aconteceu no Japão e na URSS mas não sei se vai acontecer na China. Só o Professor Doutor Futuro  sabe (e o Marechal General Agostinho).

Bom é para quem está em praia paradisíaca, cheias de gajas em topless

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

O Montenegro está errado, o pacote "Mais Habitação" tem coisas positivas

Vou dizer um bocadinho bem do "mais habitação" do António Costa (ver).

Custa-me dizer bem do António Costa, do seu governo e de todo e qualquer esquerdista mas já no tempo do Passos Coelho eu referi que há reformas que apenas os esquerdistas conseguem fazer sem oposição do povinho.

O pacote "mais habitação" tem medidas ainda insuficientes mas que são no bom sentido, nomeadamente, a simplificação dos licenciamentos.

O Montenegro veio dizer muito mal, chamando apenas à atenção para os pontos negativos mas, na arte de enganar de que o António Costa é professor doutor, é preciso dar "rebuçados de socialismo" (que não se vão concretizar) para poder avançar, sem gritos, medidas liberalizadoras.

Acredito que se fosse o Passos Coelho ou o Cavaco Silva a propor algumas das coisas que estão lá, era uma gritaria que se ouvia na Lua.

As autarquias são forças de bloqueio porque os autarcas querem receber luvas. Então, colocam mais e mais dificuldades nos licenciamentos. 


No tempo do Salazar havia coisas boas.

Os esquerdistas referem as coisas más do tempo do Salazar  e que não se pode negar que havia e em abundância. Mas uma das coisas boas que havia é que o direito à habitação apenas estava atrás do direito à propriedade privada.

Porque o Salazar veio de uma aldeia, sabia que viver na "província" era muito diferente de viver nas grandes cidades e os políticos de hoje não sabem disso. Os de Lisboa mandam limpar os terrenos para evitar os fogos florestais mas não imaginam que limpar custa 50€/dia e o terreno não rende nada.

Vamos à habitação do tempo do Salazar. 

Se alguém tivesse um terreno, fosse plano ou inclinado, na margem de um rio ou no meio de um monte, tivesse pinhal ou milho, tinha total liberdade para lá construir uma casa, sem qualquer restrição técnica. Lembro-me na minha aldeia de infância das casas de duas divisões, a cozinha com a fogueira e a sala onde estavam as camas. A cagadeira (o nome finesse era latrina) era um pequeno anexozinho no exterior sobre a fossa, tudo bem ventilado. Nada de água canalizada, havia um poço ou uma mina  partilhados onde se ia buscar uns cântaros de água "puríssima", o lixo ia para a pilha do esterco para compostar e o saneamento era a fossa sobre a qual estava a latrina e a água choca que dai saia era fundamental para adubar as "novidades" (culturas mais delicadas como alface, couve tenra, tomate, pimento, feijão verde, ervilha, melancia, melão e pepino).


O processo de construir uma habitação era simples.

Quando um casal de pobres queria casar, ia falar a um rico (em termos relativos) para lhe fazer uma casa oferecendo 2 dias de trabalho por semana. 

A renda podia também ser paga anualmente em alqueires de milho, de feijão e de batata e os artistas  (que trabalhavam em profissões que não a lavoura) pagavam em dinheiro.

Havia negociação que podia levar anos quanto à área, localização e qualidade da construção. 

Depois, não se pedia autorização a ninguém. Ia-se ao mato, deitavam-se uma árvores abaixo e, lá mesmo, os serradores faziam as tábuas. Contratava-se um mestre de obras e já está tudo tratado.

O mestre de obras fazia as fundações em pedra que saiam pelo menos 50cm do solo para não haver humidades nas paredes e, sobre as fundações, metiam-se as paredes em tabique que mais não era do que uma construção em madeira rebocada com cal e saibro e caiada de branco.


Nas casas mais fracas, o piso era a terra que, de tanto pisar, parecia asfalto. Estas casas mais fracas e pior localizadas, no meio de um mato no fundo de um caminho, eram pura caridade para acudir a uma desgraça, mulheres com muitos filhos e que o homem tinha morrido, fugido com uma amante, era doente ou alcoólico. Também podia ser para uma mulher solteira que tivesse perdido a honra, com crianças pequenas que andavam a pedir de porta em porta.

Como viver em contacto com a terra causava reumatismo (assim constava), se o homem fosse trabalhador, a parede de pedra saia mais da terra e sobre ela apoiava um soalho em madeira. Com um bocado mais de custo, a parede de pedra era mais alta e a casa passava a ter a loja onde podiam viver os animais. Normalmente, os mais remediados eram proprietários da casa, o terreno era herdado e pediam um empréstimo que iam pagando.

A família ficava na casa até morrer.
A negociação do arrendamento poderia levar anos porque era para toda a vida do inquilino. Desta forma havia risco para o senhorio (se o homem morresse, fugisse ou adoecesse, teria de haver um acerto no valor da renda que poderia ser um perdão total).

Com o 25-de-Abril vieram as proibições.

Ao dizer na constituição que «todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.» passou a ser proibido fazer habitações ao gosto do freguês.

Os de Lisboa só falam em "ordenamento do território" e esquecem-se de que quem vive nesses territórios não tem os rendimentos de quem vive em Lisboa.


E se alguém fizer uma casa abarracada sem perguntar nada a ninguém?

Na prática, não acontece nada. Se não aborrecer os vizinhos (por exemplo, exigindo que limpem o terreno circundante), o terreno for próprio ou tiver acordo com o dono do terreno, não tiver impacto visual relevante, for afastado de estrada importantes, tiver uma cércea até 4 m e não tiver placa em betão, as autoridades fecham os olhos.

Para ter saneamento, faz uma fossa.

Para ter água, faz um poço o mais longe possível da fossa (sempre mais de 15 metros). 

O pior é a electricidade porque, para pedir a ligação à rede é preciso apresentar «Licença municipal de construção» que não existe!!!!!!! Mas há a escapatória de apresentar «declaração subscrita pelo proprietário ou técnico responsável, em como a obra não está sujeita a licenciamento municipal;» Digamos que é "uma construção em madeira de apoio à agricultura".

Viver lá sem problemas e pode arrendá-la mas com contrato informal (poupa na papelada da eficiência energética).


Para resolver o problema da habitação é preciso voltar ao tempo do Salazar!!!

Vamos aos pontos positivos do pacote "Mais Habitação" e o que pode ser melhorado.


1 = Nos contratos de duração superior a 20 anos, o IRS é de 5%.

Este benefício fiscal está bem mas pode ser melhorado garantindo numa lei com carácter reforçado que a actualização do valor da renda. 

a) Deve ser possível o contrato prever um aumento real ao longo do tempo. Por exemplo, «a actualização anual é um ponto percentual acima da taxa de inflação» para a renda poder ser menor para os casais mais jovens ou «a actualização anual é um ponto percentual abaixo da taxa de inflação» para acomodar a diminuição dos rendimentos com o envelhecimento.

b) Serem previstos no contrato as condições para problemas pontuais de redução no rendimento («em caso de desemprego, as rendas podem passar a dívida actualizada à taxa de inflação mais um ponto percentual com um máximo equivalente a 12 meses de renda»). 

c) Ser sempre usada a taxa de inflação homóloga média do ano anterior calculada pelo INE como factor de actualização.


2 = Terrenos classificados ... para comércio ou serviços podem ser usados para habitação.

Pode ser melhorado estendendo a possibilidade de haver construção nos terrenos classificados para floresta e agrícola. Para não haver liberalização total, este ponto tem de ficar ligado ao PAA.

 

3 = Programa de Apoio ao Arrendamento.

Este ponto pode ser melhorado em combinação com o ponto 2. Os contratos de arrendamento sujeitos aos limites do PAA podem ser construídos em terrenos classificados para floresta e agrícola.


3 = Simplificação dos licenciamentos.

Este ponto pode ser melhorado em combinação com o ponto 2. Os contratos de arrendamento sujeitos aos limites do PAA podem ser construídos em terrenos classificados para floresta e agrícola.


Não faz qualquer sentido uma habitação social custar 100 mil €.

Se o custo de construção está quantificado em 532€/m2 (Portaria n.º 7-A/2023, de 3 de Janeiro), uma habitação social tem de ficar abaixo deste custo. Uma casita numa aldeia, sem grandes luxos, com 120m2, 3 quartos, não pode custar mais do que 60000€ o que, a amortizar em 50 anos com uma taxa de juro real de 1%, dá uma renda de 130€/mês (actualizável à taxa de inflação).

Se a renda for actualizada mais um ponto percentual do que a inflação, a renda inicial desce para 100€/mês (mas ao fim de 50 anos, está em 165€/mês).

e se for actualizada com menos um ponto percentual do que a taxa de inflação, a renda inicial aumenta para 160€/mês (mas ao fim de 50 anos, estão em 100€/mês.


Não faltam terrenos para fazer casas.

Na cidade do Porto (e ainda mais em Lisboa) as casas estão caríssimas porque não há terrenos. Mas o concelho de Ovar que dista apenas 36 km por comboio, tem uma área 3,6 vezes a área do concelho Porto e é quase despovoado  (uma densidade de 2 pessoas por hectare).

O problema é que é proibido construir em tudo que é sítio, seja porque é reserva agrícola, florestal ou outra coisa qualquer. E, além disso, os licenciamentos obrigam a enormes cargas de trabalhos e despesas.


O Montenegro não deveria atirar a toalha ao chão.

Eu não gosto do Montenegro, parece que está sempre com um  risinho trocista.

Mas tenho, a muito custo, que dar razão ao António Costa, custa-me mais do que tirar uma unha encravada a sangue frio, o Montenegro não tem ideias para o país.

Ao afirmar o pacote "Mais Habitação" deveria dizer:

Quais as piores medidas? = O pacote tem muitas medidas, umas piores e outras melhores.

Como melhorar as medidas? = As medidas piores, como as alterar no sentido de serem melhores

Que novas medidas a incluir? = A incluir para o pacote ser eficaz.

Não pode ser pura e simplesmente, "Como isto está mal, fica tudo como estás".

Até os cadáveres têm alguma coisa que se pode aproveitar, pelo menos as córneas para transplante.

(A medo, voltei a incluir uma mulher bonita, depois de meses de pesadelos com as professoras velhas, desmazeladas, gordas, feias e escavacadas da Faculdade de Letras) 

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

O problema da economia portuguesa não são os impostos

 Bem sei que é apelativo falar na diminuição dos impostos.

Todos os partidos quando estão na oposição gritam que os impostos em Portugal estão elevados e que isso é a causa de todos os males da nossa economia.

É algo parecido com o "aquecimento global", sempre que alguém falha, atribui as culpas a esse bicho papão.

Parece ter lógica que baixar os impostos teria um impacto positivo na economia e na vida das pessoas mas foi o que eu tentei ensinar aos broncos de letras (e que levou ao meu despedimento), a realidade economia não tem nada a ver com a lógica (quando não compreendemos os mecanismos de transmissão dos efeitos económico) e, muito menos, com o senso comum.

Tenho então de responder a duas questões.


Questão 1 = Será que os países com menos impostos são mais ricos?

Pego em dados disponíveis para toda a gente, a base de dados do Banco Mundial. Como estamos a discutir os impostos, vou buscar a receita dos impostos "Tax revenue (% of GDP)", o PIB per capita em dólares americanos de 2015 e ainda a população total, "Population, total", para dar mais ponderação aos países maiores.

Calculei a média destas variáveis nos anos disponíveis na década 2013-2022 e exclui os países que não têm dados. Obtive 144 países onde vive 85% da população mundial.

Metendo os dados num gráfico, acreditando que os impostos são um problema, então os países onde há mais impostos, o PIB per capita será menor, isto é, haverá uma linha descendente.

mais impostos =>  menos PIB pc?

Pelo contrário, observa-se que os países com menos impostos são os mais pobres!!!!!!!!!!


Fig. 1 - Relação entre a carga fiscal e o PIB per capita é positiva e deveria ser negativa (dados, WB)!!!


Questão 2 = Será que os países com menos impostos crescem mais?

Continuo com a receita dos impostos "Tax revenue (% of GDP)" e vou buscar  a taxa de crescimento do PIB per capita "GDP per capita growth (annual %)".

Metendo os dados num gráfico, acreditando que os impostos são um problema, então os países onde há mais impostos, o PIB per capita vai crescer menos, isto é, haverá uma linha descendente.

mais impostos =>  menos crescimento do PIB pc?

Observa-se que os países com menos impostos crescem o mesmo que os outros!!!!!!!!!!


Fig. 2 - Relação entre a carga fiscal e o crescimento do PIB per capita é nula quando deveria ser negativa (dados, WB)!!!


Os impostos (e a economia subterrânea) são um problema de distribuição.

O principal na economia é a produção e, depois, o que é produzido tem de ser distribuído pelas pessoas.

O país tem recursos naturais e trabalhadores (que são recursos escassos) e a produção procura produzir o máximo de valor a partir desses recursos escassos. Depois, parte da produção vai para os trabalhadores (salários) e outra parte para os empreendedores (lucros, rendas, direitos de autor e juros).

A diminuição dos impostos apenas têm impacto na economia se alterarem as decisões  produção no sentido de se produzir mais valor. E pela evidência empírica, isso não acontece, diminuir impostos não tem efeito positivo na economia. Ponto final.

O principal das políticas dos governos deve ser no sentido de aumentar e produção e não ser em alterar a distribuição do que se produz.

Cobrar impostos aos mais ricos para dar aos mais pobres não altera em nada o nível de produção mas o seu contrário (deixar de cobrar) também não. São decisões de "justiça social".


Onde entram os impostos?

As actividades produtivas têm custos que são pagos com as vendas. Há processos produtivos em que não é possível realizar vendas. Vejamos alguns exemplos.

1 = Um jardim.

O jardim tem custos (o terreno, as obras iniciais e a manutenção) e produz valor (é um serviço) que as pessoas retiram ao observá-lo, frequentá-lo ou a ouvir os passarinhos que o frequentam mas não é possível cobrar um preço às pessoas em função do valor que dele retiram.

Então, o custo do jardim tem de ser coberto por um imposto. Por exemplo, cada pessoa que vive na vizinhança do jardim paga 1€/mês.

2 = A escolaridade.

Em Portugal, para concluir o 12.º ano um aluno tem um custo na ordem dos 80000€. Os pais, genericamente, não têm incentivos para pagar esse valor (mais a alimentação e outras despesas) pois não vão ser eles a usufruir dos ganhos da escolaridade. E as crianças não têm rendimentos para cobrir esse investimento. A sociedade como um todo vai "obrigar" os pais a pagar esse custo mediante a cobrança de impostos. 


Os "sábios" deveriam explicar como podem concluir que baixar impostos faz crescer o PIB.

Todos os programas de governo da oposição tem por base "sábios". O problema é que estes "sábios" não são verdadeiramente sábios mas apenas pessoas que dizem o que o chefe quer ouvir. Só chegam a "sábios" os lambe botas e as yes-people ☺.

A Iniciativa Liberal atirou com a ideia de que "IRS de 15%" transformaria Portugal numa economia desenvolvida mas produtiva não explica o mecanismos de causa-efeito que transforma menos impostos em mais produção.

Agora, todos acham que diminuir impostos é o novo Ovo de Colombo, a solução para todos os problemas da humanidade.

O principal na economia é a produção e, depois, o que é produzido tem de ser distribuído pelas pessoas.

Se eu chamo alguém a casa para me consertar uma fuga de água é pago 50€ sem factura, o Estado "não ganha" 11,50€ mas eu "não perco" 11,50€. Para a Economia, o que se produz é um "tapar de um furo" e tanto faz que eu tenha mais 11,50€ (e o Estado tenha menos 11,50€) como não, a produção é a mesma, apenas a distribuição é diferente.


Conclusão.

Eu odeio o António Costa e todos os esquerdistas que orbitam em sua volta mas o problema não está nos impostos.

Enquanto a oposição anuncia grandes cortes nos impostos (e o António Costa também o anunciou) não é preciso identificar o que de facto causa a nossa estagnação.

Assim é fácil alinhavar um programa de governo enquanto esperam que saia alguma coisa (no WC):

Vamos diminuir os impostos, fortalecer a classe média, combater a pobreza, debelar a crise da habitação, diminuir a emissão de gases com efeitos de estufa, diminuir o sofrimento das crianças e acabar com as guerras no mundo.

O problema é que não resolve o problema.


Dizem que em Portugal somos maioritariamente católicos mas penso sermos Testemunhas Jeová!

As testemunhas de Jeová estão sempre a ver chegar o FIM DO MUNDO. Um incêndio, uma inundação ou uma temperatura maior é  logo o sinal de que estamos a viver os últimos dias.

Se ouvirmos os comentadores televisivos, continuamente ouvimos falar disso mesmo, com o expoente máximo sendo a última tirada do governante mais incompetente que tivemos, do Guterres, a Ebulição Global.

Depois, isso não dá em nada, mas nunca quem erra na sua previsão catastrófica diz "enganei-me". Não, continua cheio de razão e "agora é que é".

Os governantes também são Testemunhas de Jeová. Implementam políticas que não resolvem nada com a promessa de que vão resolver tudo e, depois do fracasso, continuam a dizer que essas são as políticas certas, apenas precisando de pequenas correcções.

Umas vezes justificam o fracasso e a teimosia com "fica mais económico" (por exemplo, meter empedrado em tudo que é terriola" ao mesmo tempo que falam da "mobilidade suave") e outras vezes justificam-se com "isto é um serviço público" (por exemplo, para justificar os buracos das empresas públicas).

 Assim, não vamos a lado nenhum, um contínuo continuar a patinar na lama.


terça-feira, 15 de agosto de 2023

Deixem as trotinetes circular nas vias rápidas sub-urbanas

Cada vez mais aparecem vídeos com trotinetes a circular em vias rápidas.

Cada vez há mais vídeos de pessoas a circular em vias rápidas de trotinete eléctricas (incluindo a Ponte 25-de-abril) o que traduz que há uma necessidade social de que este tipo de vias possam ser usadas pelas trotinetes.

Os arquitectos que desenharam o alargamento das cidades imaginaram que um peão não pode percorrer mais do que 5 km, por exemplo, um peão demora 6 horas a percorrer os 24 km da A5 entre Alcabideche e Lisboa. Desta forma, houve grandes investimentos na construção de vias com piso óptimo mas apenas para carros. 

Com a trotinete (e a bicicleta) eléctrica tudo ficou diferente pois galgam-se 24km em apenas 60 minutos (a 25km/h), tão rápido como o autocarro.

Uma viagem diária de ida e volta Alcabideche-Lisboa de trotinete ficaria mais cara do que usar o transporte público mas, se contabilizarmos o tempo de casa até ao transporte público e do transporte público até ao local de trabalho, seria bastante mais rápido usar a trotinete.


E a segurança?

Eu já circulei em estradas nacionais com muito trânsito e estreitas, por exemplo, a EN109 entre Aveiro e o Porto, a Estrada da Circunvalação EN12 em volta do Porto e a EN1 entre Oliveira de Azeméis e Arrifana.

Também já circulei em vias com perfil de via rápida, EN223 entre Arrifana e a Feira, e já pensei circular na auto-estrada A1 (para medir a perigosidade) mas ainda não tive coragem.

E não senti nenhum perigo especial nos milhares de quilómetros percorridos. Mesmo nas pontes da EN109 que são estreitas (não têm berma), os carros respeitaram sempre a minha segurança.

Penso ser possível permitir que as trotinetes circulem nas vias rápidas com segurança.

Fig. 1 - Quando passa no pórtico das portagens será que apita?

Se hoje passasse a ser permitido circular nas vias rápidas!

Haveria pouco movimento, nunca mais de uma trotinete por minuto mas, com o tempo, as pessoas iriam ganhar confiança e passaria a haver muito mais.

Até penso que, no espaço de um ano, haveria bastantes pessoas a atravessar a Ponte 25 de Abril.


A trotinete tem a vantagem do custo ser menor.

Cenário 1 = 46km/dia, uma pessoa

Este cenário é "adequado" para o carro (17000km/ano) e "longo" para a trotinete (4 viagens diárias de 11,25km).

O custo da totinete (0,065€/km) é 40% do custo do automóvel (0,175€/km).

O tempo de viagem é 30 min para a trotinete e 12 minutos para o carro.


Cenário 2 = 15km/dia, uma pessoa

Este cenário é "curto" para o carro (5500km/ano) e "adequado" para a trotinete (4 viagens diárias de 3,75km).

O custo da totinete (0,065€/km) é 25% do custo do automóvel (0,25€/km)

O tempo de viagem é 10 min para a trotinete e 10 minutos para o carro.


Tem a vantagem de poder ser transportada no transporte colectivo.

Para viagens maiores de 10km, a trotinete pode ser transportada no comboio ou no autocarro. Bem sei que a generalidade dos autocarros o proíbe (por exemplo, a Flexibus) mas é um erro que irá, mais dia menos dia, ser corrigido (não há qualquer razão para ser proibido meter uma trotinete num autocarro).


Tem a vantagem de ser "amiga do ambiente".

Como apenas usa electricidade, há a possibilidade de ser carregada com um painel solar.

Um painel solar com 1m2 é mais do que suficiente para carregar uma trotinete que percorra 20km/dia.


Mas a principal vantagem é não precisar de estacionamento.

Fazer uma viagem de carro é mais caro mas é mais cómodo (principalmente quando chove e o percurso é superior a 10km). O problema é, principalmente nas cidades, o estacionamento.

Por exemplo, em Lisboa, estacionar um carro 8 horas na Zona Vermelha (que cobre as "avenidas novas") tem um preço de 12,80€ e na Zona Preta tem um preço de 24€/dia (e é preciso estar sempre a "renovar" o estacionamento).

A trotinete pode ser "carregada" para o local de trabalho e, se necessário estacionar no exterior, ocupa muito pouco espaço (cabem 40 trotinetes num lugar de estacionamento para carros).


Vamos agora às vias rápidas sub-urbanas

Vou pensar numa via rápida com 3 faixas de rodagem.


1) A berma da estrada fica dedicada para as trotinetes/bicicletas.

A berma com um mínimo de 3 metros de largura e a velocidade mínima de circulação de 20km/h (para não haver aglomerações).


2) A faixa mais à direita fica para carros mas com uma velocidade máxima de 50km/h.

Limitar a velocidade da faixa mais à direita funciona como transição de velocidades 80/50/25.

Limitar a velocidade não diminui a capacidade de tráfego pois esta via vai continuar a ser utilizada nas horas de maior tráfego rodoviário (nas horas de congestionamento). 


3) Nas saídas e entradas os carros têm de estar particularmente atentos.

Para poderem sair, os carros têm de entrar na faixa de velocidade reduzida. Depois, têm de cruzar a "ciclovia" onde os trotinetistas têm prioridade. 


4) Circular contra-a-mão?

Este ponto é discutível. Será que se as trotinetes circularem contra-a-mão (como os peões nas estradas sem passeio) é mais seguro?

Provavelmente sim principalmente nas entradas e saídas pois o trotinetista fica de frente para o trânsito (consegue ver bem se há carros com intenção de cruzar a ciclovia).

Fig. 2 - A faixa mais à direita será de ter carros apenas nas horas de congestionamento.


Para haver progresso, temos de experimentar soluções diferentes.

Para o nível de bem-estar aumentar, a economia tem de crescer que obriga a que se produza mais valor com cada hora de trabalho.

Fazendo sempre a mesma coisa, ensinando sempre as mesmas matérias, respondendo sempre da mesma forma, ficaremos sempre na mesma.


Estamos a andar cada vez mais para trás.

Em 1989, quando comecei como assistente estagiária, ganhava em termos líquidos 105 contos por mês e todos os meus colegas de estudos tinham salários nesta ordem de grandeza, nos 100 contos por mês.

Se corrigirmos pela inflação, sem haver qualquer crescimento do poder de compra, uma assistente estagiária deveria levar para casa 1580€/mês e, se houvesse um crescimento económico de 1%/ano, levaria 2216€/ano.

Actualmente, ninguém conseguem um primeiro emprego a levar 1580€/mês para casa, nem com 5 anos de experiência, e muito menos, levar 2216€/mês.

Uma assistente estagiária hoje leva 1316€/mês para casa, uma redução no poder de compra de 17%.


 Porque é que não paramos de andar para trás?

Porque as pessoas preocupam-se mais em fazer o que já foi feito, em anunciar direitos, em combater quem quer fazer diferente, do que em pensar formas de fazer coisas com mais valor.

Não são os políticos, somos todos (quero-me excluir porque me acho mais uma vítima desses empatas). 


Vou colocar uma pergunta.

O melhor que se consegue fazer hoje, meados de 2023, é colocar 314 milhões de transístores por mm2  (node 3nm) e, em meados de 2012, o melhor que se conseguia fazer era colocar 15,3 milhões de transístores por mm2 (node 22 nm), um aumento de 31,6%/ano.

Agora vem a pergunta. Será que hoje em Portugal temos um nível tecnológico que nos permita, se quisessemos, fazer chips com a tecnologia de 2012, isto é, usar node 22 nm?

Não, nem lá próximo.


Somos capazes de receber uns hospedes e servir umas bebidas numa esplanada.

E não queremos, em termos colectivos, ser diferentes.


As contas.

Cenário 1 = 46km/dia, uma pessoa

Custo do carro.

Um carro "base" novo tem um preço de 12500€

V1 = Percorrendo durante a vida útil 250000km, resulta em 0,05€/km. 

V2 = O combustível são cerca de 1,80€/litro*5litros/100km = 0,09€/km.

V3 = Temos ainda de somar 0,01€/km para pneus e manutenção.

V4 = Acrescentamos os custos mensais fixos. São os 120€/ano de seguro e 110€/ano de IUC. Se o carro durar 15 anos (percorrer uma média de 46km/dia), temos 230*15/250000=0,014€/km.

V5 = Acrescento 0,01€/km para uma taxa de juros de 2.5%/ano.

O custo total são 0,05+0,09+0,01+0,014+0,01 = 0,174€/km.


Custo da trotinete.

Uma trotinete "boa" (por exemplo, a Xiaomi pro 2) tem um preço de 550€ na Sport Zone.

V1 = Percorrendo durante a vida útil 11000km, resulta em 0,05€/km (tanto como o atuomóvel). 

V2 = O combustível são cerca de 0,25€/kwh*1,5kwh/100km = 0,004€/km.

V3 = Temos ainda de somar 0,01€/km para pneus e manutenção (o mesmo que o carro).

V4 = Não tem custos mensais fixos. 

V5 = Pensando que a trotinete fizer média de 46km/dia (dura 240 dias), acrescento 0,001€/kms para juros.

O custo total são 0,05+0,004+0,01+0+0,001 = 0,065€/km.


Cenário 2 = 15km/dia, uma pessoa

Custo do carro.

V1 = Tendo 20 anos de vida útil, resulta em 0,11€/km. 

V2 = O combustível é o mesmo, 0,09€/km.

V3 = A manutenção é um pouco maior mas vou manter o mesmo, 0,01€/km.

V4 = Acrescentamos os custos mensais fixos. São os 120€/ano de seguro e 110€/ano de IUC. Dá 230/20/365=0,032€/km.

V5 = Acrescento 0,01€/km para uma taxa de juros de 2.5%/ano.

O custo total são 0,11+0,09+0,01+0,03+0,01 = 0,25€/km.


Custo da trotinete.

Mantém-se em 0,065€/km


sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Quantificação do dano causado em África pelo tráfico negreiro

Fala-se muito do dano do tráfico negreiro e que os "brancos" têm de pagar compensações.

E esse prejuízo, além de ter sido de grande magnitude, perdura até hoje.

Interessante que o Lula da Silva acha que o próprio Brasil, que comprou milhões de escravos negros, acha-se com o direito de receber compensações pelo conjecturado prejuízo que a saída dessas pessoas de África causaram em África!!!!!!!!

Já estão a ver o problema de decidir quem iria receber as compensações, todos os negros incluindo os que estão nas Américas, apenas os negros da África Ocidental, apenas os negros africanos, e quem vai pagar, se todos os "brancos", incluindo os que vivem em África.

Além disso, os chineses, indianos, magrebinos e mistos vão pagar ou receber?

O outro problema é que esse conjecturado dano nunca foi avaliado.

Se nunca foi feito é porque é muito difícil de fazer!

Não, nunca foi feito porque não existe qualquer prejuízo!!!! e quem o defende, os esquerdistas, não querem que se saiba que não existe!!!!!


Vou então avaliar esse conjecturado prejuízo.

O que pretendo avaliar é se a população africana estava em equilíbrio com os recursos (conjetura de Maltus) pelo que o tráfico negreiro não teve qualquer impacto Económico em África. Segundo a conjetura de Maltus, a população cresce até a mortalidade (por fome) igualar a natalidade.

Ao retirar parte da população, reduz-se a mortalidade da população que fica pelo que a população é rapidamente reposta.


Vejamos o exemplo de Portugal.

Portugal tinha em 1950 um total de 8,51 milhões de habitantes.

Entre 1950 e 1970 saíram de Portugal, emigraram, cerca de 4 milhões de pessoas, uma média de 200 mil por ano.

Seria de pensar que a população portuguesa diminui para 4,5 milhões mas não, ainda aumentou um bocadinho.

Portugal tinha em 1970 um total de 8,68 milhões de habitantes.


Como vou avaliar a conjectura?

Para avaliar vou comparar os actuais países de onde são originários os escravos negros transportados para as Américas (a África Ocidental) com os restantes países africanos (excluindo o Magrebe).

Se o movimento de escravos negros de África causou dano que tem de ser compensado porque os africanos de hoje ainda sofrem essas consequências, então podemos rejeitar H0 e aceitar H1

H1 : O PIB per capita dos actuais países africanos de onde partiram os escravos é menor que o dos restantes países da África Negra.

Fig. 1 = Os actuais países de origem dos escravos negros estão à esquerda da linha escura

Resultados
Os países de origem dos escravos negros é em tudo semelhante aos restantes países africanos em termos de população (466 milhões que compara com 461 milhões) e em termos de PIB per capita (1565 que compara com 1509).



Fig. 2 = Resultados agregados usados no teste estatístico (USD de 2017 e milhões de pessoas)

Excluindo a África do Sul por ter uma grande percentagem de população de origem europeia, o PIB per capita dos países da África Ocidental é 68% superior aos dos países da África Oriental.


Fig. 3 = Resultados agregados se excluirmos a África do Sul (USD de 2017 e milhões de pessoas)


Conclusão.

No período em que os escravos negros foram levados da África Ocidental para as Américas, a população estava em "equilíbrio de Maltus" pelo que o prejuízo que causou nos actuais africanos é nulo.
Sendo nulo, os actuais africanos não têm direito a qualquer indemnização pelo sofrimento dos seus antepassados.

Fig. 4 = Países e valores usados no cálculo das estatísticas (fonte dos dados: Banco Mundial, médias de 2002/2022)

terça-feira, 1 de agosto de 2023

A China cresce, o resto é paisagem

Um leitor colocou num comentário esta questão.

Será que, como a China cresce rapidamente, o peso de todas as economias (e não só do G7), cai? 

A resposta é "Praticamente sim".

Peguei nos dados disponíveis no Banco Mundial e comparei 1990 com 2022 nas 30 maiores economias (medidas pelo PIB a preços constantes de 2015). Vou-lhes chamar o G30.

Comparando 1990 com 2022, o peso do G30 na economia global diminuiu 1 ponto percentual e a população diminui 5.3 p.p. Podemos dizer que a economia dos G30 quase manteve o seu peso na economia global e que enriqueceu em termos de PIB per capita porque diminuiu a população em termos relativos.


Vamos agora detalhar os números. 

Houve 13 países que, globalmente, aumentaram o peso na economia global em 20.2 pp em que 76% desse aumento foi responsabilidade da China.


Houve 17 países que, globalmente, diminuíram o peso na economia global em 21.2 pp, perda mais distribuída do que o ganho.


Falar um bocadinho da minha situação.
Nos comentários vi que as pessoas me culpam da situação!
É como a mulher que foi violada e logo dizem "Se estivesses em casinha fechada, usasses uma saia comprida e larga, te deixasses engordar e não usasses maquilhagem, ninguém te iria violar. A mim, nunca ninguém me violou."
Mas essa mulher tem todo o direito a andar como bem entender e por onde lhe apetecer, não é proibido andar de mini-saia nem ser bonita. Ela é a vítima e não lhe pode ser atribuída a culpa.
Comigo passa-se o mesmo.
Toda a vida lutei para ser livre e por isso é que vivo só, não tenho mulher/homem, filhos, gato, cão nem periquito, não dependo de ninguém.
E agora que não tenho pai nem mãe, eu sou eu e não aceito que ninguém me diga que tenho de viver desta ou daquela forma.
Tenho todo o direito a andar de saia ou vestido ou com as mamas ao leu, ninguém tem nada com isso.
Despediram-me mas logo as pessoas pensam que, por um lado, eu tinha o melhor emprego do mundo e que não me custava nada trabalhar e, por outro lado, que só dava prejuízo.

E ainda não me dei por vencida.
O tribunal ainda se vai pronunciar e pode acontecer que a decisão seja a meu favor.
Se for a favor, é como a vitória de David contra Golias, será falada na História.
Se for contra, paciência, já me falta pouco para os 62 anos e, estando no desemprego, aposento-me sem penalização.
Sim, já me falta pouco para os 62 anos!!!!!!! Durante toda a minha vida, vivi como bem entendi, disse mal de toda a gente, fiz ronha, trinta por uma linha e só fui despedida agora!
Não me posso queixar!!!!! 


Já estou na menopausa mas não me deixo avacalhar (como as professoras de letras), mantenho a barriguinha lisa e não tenho celulite

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Se a Maria Vieira estiver maluca, precisa de compreensão

As histórias em volta da Maria Vieira traduzem que a União Soviética continua viva.

As pessoas já se esqueceram, não porque se tenham mesmo esquecido mas porque são esquerdistas e querem branquear o que se passou na União Soviética (em cuba, na china comunista, ... e se passa hoje na Rússia, na Venezuela, Nicarágua,... e em Portugal).

No tempo da Inquisição, quem não lambia botas, quem não dizia sempre Ámen era acusado de ser herege e queimado na fogueira. No tempo da URSS, essas mesmas pessoas que diziam não, tivessem ou não razão, eram apelidadas de "doentes mentais" e metidos num manicómio.

O interessante é que, apesar de se falar tanto que é preciso combater o estigmatismo a que estão sujeitas as pessoas que sofrem da cabeça, quando alguém diz alguma coisa diferente, gritam logo "Está Maluca, completamente doente da cabeça, arranjem um manicómio" (não digo quem disse isto pois não o merece).


Quem diz "não" não está sempre certo.

Mas é preciso raciocinar sobre o que essa pessoa diz e "derrotá-la" com argumentação lógica.

Quando não é possível "derrotá-la" logicamente é porque o que essa pessoa diz tem algum fundo de razão.


Oscriativos têm de ser, à medida do comum, "malucos".
Um artista, em especial um humorista, tem de ser diferente das pessoas comuns com quem privamos. Se pagamos um bilhete para ouvir o Fernando Rocha a contar umas anedotas, o gajo tem de ser muito melhor, ter muito mais graça, do que as pessoas com quem normalmente falamos.
Se pensarmos no Miró, Salvador Dali, Picasso ou Vieira da Silva, não têm nada de comum, são pessoas totalmente anormais. 

Fig. 1 - Para o comum, o "Beijo apaixonado de Miró" não passa de uma cagada feita por um maluco.



Se fossem normais, repetiam o que já foi feito.
Quando comecei a minha carreira científica, depois de fazer o doutoramento em Economia (em 2001), como não gostavam de mim, para não ser despedido estava obrigado a escrever 3 artigos em "revistas internacionais com revisão anónima em que pelo menos uma das revistas tem de estar no top 100 mundial". 
Claro que me veio à mente "Vou ser despedido porque não é possível eu, insignificante aldeão fechado neste gabinete sombrio, escrever um contributo para a Ciência Económica que nunca ninguém tenha escrito, fazer uma coisa totalmente nova!!!!"
Por incrível que pareça, consegui escrever 5 artigos em que 2 deles estavam em revistas no top 100 mundial e, mesmo assim, houve 4 votos a favor de eu ser despedido e 4 votos a favor de eu ter contrato.
Pensei logo "Estes filhos da puta, quando me disseram que tinham de fazer 3 artigos, nunca pensaram que eu seria capaz de os fazer".

Acabei por ser despedido.
Não foi por ter desempenho negativo, não, foi por ser maluco!!!!!!!!!!!
Alguém viu que eu usava sutiã!!!!!!!! Sim, eu, quando me apetece, apesar de ter mamas pequeninas e pernas feias, uso sutiã e saia curta!!!! 
E não posso usar porquê? É proibido? Não, não é proibido, mas não posso.
Acusaram-me, sem qualquer fundamento, zero, de ser completamente maluco, racista, xenófobo e misógino.

Fig. 2 - Posso ter mamas secas, pêlos nas pernas e joelhos feios mas tenho direito a usar roupinha sexy.
Cortei a cara porque estou com a barba por desfazer.


Antes de me meterem o processo, chamaram-me.
A presidenta do pedagógico, que é uma gaja sem qualquer categoria, que se reduz a repetir o que os livros dizem, proibiu-me de "falar nas aulas outras coisas que não o conteúdo programático".
Mas será que as pessoas não compreendem que as crianças vão às aulas não para ouvir o debitar das sebentas (isso lêem em casa) mas absorver, de forma descomprometida, os perigos que a vida lhes vai trazer? Os filhos da puta que vão encontrar e que se parecem anjos?

Voltemos à Maria Vieira.
O último suicídio foi da Sinéad O'Connor e, em Portugal, foi do Menino Tonecas.
Depois de morrerem, toda a gente comum, mentecapta, grita "coitadinho, se eu soubesse, tinha feito alguma coisa".

Alguma coisa seria gritar "Está maluca, metam-na no manicómio".


Existe o sarcasmo, a ironia, o humor negro.
Tudo isto precisa de inteligência de quem diz e de quem ouve. Nada pode ser levado de forma literal e muito menos, assumir que é um ataque pessoal.
É humor e que, muitas vezes, se confunde com bulling.
Aquela baixita, a Joana Marques, é um exemplo de um humor "baixo", rebaixa as pessoas, faz bulling, e ainda não ouvi ninguém dizer que está maluca. 
O Kim Barreiros, o Fernando Rocha e o Herman José fazem humor brejeiro, porco, que apenas não é verdadeiramente porco porque são sensurados!  O Herman já foi cancelado por ter dado uns peidos em directo.
É humor, uma tentativa de dar um bocadinho de alegria às vidas sombrias que temos e que, por vezes, falha.

O Hitler mandou matar todos os malucos.
Não nos podemos esquecer disto. Não foram só Estaline, Mao, Fidel Castro, ... Otelo, que mandaram matar os malucos, também o Hitler o fez.
O problema é que, de dia para dia, mais e mais pessoas caiem na classificação de "maluco".
No final, apenas os lambe botas e os mentecaptos se safam da classificação de "maluco a exterminar".


99.99% das inovações radicais surgem de 0.01% das pessoas.
Dizia a minha mãe "Se o mundo fosse feita apenas por pessoas como eu, deixava de haver telefones, computadores, televisores, aviões, carros e nem bicicletas haveria."
A minha mãe era altamente lúcida mas a maioria dos 99.99% "como os outros" vêm os 0.01% "criativos" como malucos, que estão sempre no contra, que nunca se conformam com as regras que têm funcionado muito bem há pelo menos 2000 anos (foi o que me disse o meu "mestre" de kung fu e que me levou a não aparecer lá mais).
O próprio Nikola Tesla, tornado famoso na populaça pelo Elon Musk, que foi responsável por hoje termos electricidade nas nossas casas e motores eléctricos (corrente alterna), foi no seu tempo apelidado de maluco.
Sem os malucos, esses 0.01%, a humanidade, nós, ainda não tínhamos saído das cavernas.

Fig. 3 - von Gogh, Munch ou Goya estiveram internados em manicómios.

Abram os olhos e sejam tolerantes com os diferentes pois pode estar ali o futuro da humanidade.

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