Cortar na despesa - a educação
Depois das transferências sociais e dos gastos em saúde, a educação é a rubrica orçamental que absorve mais recursos públicos
Será que o OE 2013 é exequível?
Na discussão em torno da actual crise económica portuguesa há duas perguntas que precisam ser respondidas. A primeira é se o OE2013 é exequível e a segunda é se existe uma alternativa à política de consolidação orçamental actualmente levada a cabo pelo governo português (a denominada austeridade)
Cortar na despesa - a Segurança Social
Analisando os OE2012 e OE2013, verifica-se que a consolidação real efectuada no período 2010-2013 de 10.0MM€ resulta de uma redução na despesa de 17.4MM€ (que compensa uma quebra na receita de 7.4MM€)
Será o "outro caminho" diferente da "austeridade"?
Vou mostrar que Portugal não vive em austeridade e que a "política de austeridade" é exactamente o mesmo que "a política do crescimento". Finalmente, mostrarei que o endividamento externo leva ao empobrecimento
Quanto custará Portugal sair do Euro?
Se saírmos da Zona Euro, o rendimento mantém-se mas as dívidas aumentam 25%. Actualmente ganhamos 1000 e pagamos uma prestação de 250.Se ficarmos na Zona Euro, passamos a ganhar 750 e continuamos a pagar 250.Se voltarmos ao Escudo, continuamos a ganhar 1000 e passamos a pagar 333. Isto é perfeitamente equivalente pelo que não haverá qualquer perda.
Porque os salários são altos nuns países e noutros não?
Quando eu (e outras pessoas com o António Borges) afirmo que "os salários em Portugal têm que descer para ganharmos competitividade" e assim melhorar as nossas contas externas (e o nosso nível de vida), os opositores a esta necessidade perguntam-me até quanto terão os salários que descer
O buraco dos transportes públicos
A subida dos transportes em 15%, 30% ou 50% custa muito mas vai melhorar a vida dos portugueses. De facto, o custo tem que ser pago pelos portugueses, e a política de preços baixos apenas serviu para ter uma rede de transportes exagerada e socialmente mal desenhadas.
quinta-feira, 6 de março de 2025
Para a França ser o garante da segurança estratégica, precisa de muito mais bombas atómicas.
terça-feira, 4 de março de 2025
A reclassificação dos solos rústicos para habitação vai ser como a maternidade de substituição
A Lei 25/2016 da Maternidade de Substituição foi aprovada há quase 9 anos.
O número de vezes que foi aplicada foi exactamente ZERO.
Criaram uma lei para dizer que também temos uma lei mas, dadas as condições, as comissões, as regulamentações e as entravações, não se aplica nem nunca se aplicará a ninguém em concreto.
A classificação do solo rústico em urbano destinado à construção de habitação a custos controlados, vai seguir o mesmo caminho.
É que depende das câmaras municipais e, como temos visto na comunicação social, o controlo apertado sobre a construção é a principal fonte de envelopes.
Bem sei que um envelope é barato, por 0.12€ já se arranja um bom envelope, mas é como a tripa do porco, o importante é o que está lá dentro, as carnes e os condimentos.
Vejamos o exemplo da "Continuidade com o solo urbano".
Nas localizações onde existem mais terrenos rústicos, isto é, nas aldeias e vilas do Norte de Portugal, as casas são muito dispersas, não há continuidade na construção. Quem exige isto ou nunca foi a uma aldeia, o que não acredito porque só vejo nos políticos matarruanos a querer passar por fidalgos, ou não quer que isto alguma vez tenha aplicação.
Quando sair a Lei, vou ler em mais pormenor e escrever mais coisas.
segunda-feira, 3 de março de 2025
A Europa é como o nosso partido comunista, já se deram por derrotados.
A Rússia invade a Ucrânia e a Europa pede à Rússia para negociar a paz.
Mas que paz?
O que a Europa está a pedir à Rússia Soviética são os termos da capitulação europeia. Queremos saber a forma de contentar os apetites do Império Russo, não do Putin como os fantasistas querem fazer crer, mas os apetites soviéticos que continuam vivos no Império Russo.
Vejamos a nossa geringonça partido comunista + partido socialista + bloco de esquerda.
O PC já teve 40 deputados e agora tem 4. Mas 4 é muito melhor do que nenhum pelo que têm de se agarrar ao que têm.
O BE caiu de 19 para 5 deputados mas, também, é melhor do que nada.
O partido socialista do Pedro Nuno Santo também se contenta com o que tem, não é primeiro-ministro mas, sabendo que nunca ganhará uma eleições, é melhor estar como está do que nada, sempre aparece de vez em quando na TV.
Havendo a hipótese do Montenegro cair, há que concertar posições. O PC avança com uma moção de censura lembrando o Grande Capital, a alimentação da guerra começada pela Ucrânia contra o povo irmão russo, mais umas quantas cassetes depois, o PS não se revendo nos argumentos, mantém lá o Montenegro.
"Como sou da oposição a dobrar, oponho-me aos que se opõem" , diz o Pedro Nuno Santos.
O BE late, late, pia, pia porque sabe que vai manter as 5 galinhas no poleiro.
Nem o PC e o BE caiem para zero, nem o Pedro Nuno Santos se tem de expor a mais uma derrota humilhante.
Neste ponto o Trump tem toda a razão.
Já ninguém se lembra mas esta discussão é uma repetição de 1939.
Nessa altura, a Alemanha começou, novamente, a invadir tudo e todos e o presidente Franklin D. Roosevelt dos USA disse "Ainda há 20 anos tivemos 116 mil mortos na Europa e estão outra vez em guerra? Que se fodam". E só entraram na guerra depois de, no seguimento do ataque de Pearl Harbor, a Alemanha e a Itália terem declarado guerra aos USA em solidariedade com o Japão.
O Milhazes tem toda a razão.
Irá haver muitas reuniões de lideres europeus, muitas declarações de que "estamos com a Ucrânia até ao fim" mas nada irá acontecer.
A Europa vai ficar com a Ucrânia até ao fim mas a olhar da bancada, a ver os melhores ângulos do Titanic a afundar para, depois, fazer documentários muito gráficos.
No futuro, à semelhança do dia 22 de Abril em que se comemoração da queda do Gueto de Varsóvia, ou o Prémio Sakharov atribuido no dia 10 de Dezembro, haverá na Europa um dia de comemoração da queda de Kiev. Nesse dia, irão europeus a Kiev colocar uma coroa de flores e assinar mais um contrato de fornecimento de gás natural russo À Europa.
Diz o Macron "Putin, dá-nos 100 dias para prepararmos a tua destruição".
Só pode estar maluco.
Se o Putin não ligou nada ao que disse o Trump (que, assim que tomasse posse, a guerra acabava em 24 horas), vai ligar ao que diz o Macron?
Ganhem juízo.
Porque pensam que escolheram o António Costa?
O António Costa foi primeiro ministro de Portugal durante 8 anos e conseguiu não fazer nada.
Quem melhor para guiar a Europa do que um diplomado com provas dadas na arte do empata? Fala, fala, fala, palavras lindas e motivadoras do fazer nada. O tempo verbal é sempre o futuro, "vamos fazer isto e aquilo" mas nunca "fizemos isto e aquilo", e a estratégia é sempre a ambição, "ambicionamos vir a ser" mas nunca "somos".
A Europa tem a ambição de ser líder na Inteligência Artificial mas não é capaz de desenhar um processador nem avançar com um algoritmo, tem a ambição de ser líder na Transição Energética mas nem uma pilha é capaz de fazer, vem tudo da China ou da Coreia do Sul.
Vamos ajudar a Ucrânia mas, se não tivesse sido o Boris Johnson nos primeiros dias depois da invasão de 24 de Fevereiro de 2022, Kiev tinha caído. Reuniões, mais reuniões de emergência e o melhor que a Europa conseguiu foi oferecer-se para enviar cobertores e a receber refugiados.
A Europa tem medo da Rússia.
Se a Europa tem medo da Rússia, há dois caminhos que podemos seguir, assumir a derrota e entregarmo-nos aos soviéticos tal qual fizeram os de Hong-Kong e de Macau que se entregaram à China ou derrotarmos a Rússia de uma vez por todas, como os americanos fizeram ao Japão que nunca mais pensou em brincar às guerras.
E voto a favor da derrota da Rússia pois não precisamos morrer para isso, é só dar meios à Ucrânia que eles dão cabo da Rússia.
É que se a economia europeia, 12 vezes maior do que a economia russa, com ambição em ser líder mundial em coisas complexas não consegue fornecer obuses à Ucrânia, mas que merda de ambição podemos ter? A ambição de virmos a ser a vergonha do Mundo?
Alguém ainda se lembra da Covid-19?
Na altura, os europeus anunciaram um plano de emergência para fazer, rapidamente, face à pandemina.
É o famoso PRR que, passados 5 anos, quando já ninguém se lembra disso, ainda se discute onde devem ser aplicados os fundos que a UE pediu emprestados.
Com o Costa ao leme, o que se pedia mais?
Vou comentar um comentário sobre a venda do Montenegro à mulher.
Quando as pessoas são solteiras têm bens seus. Para simplificar, concentro-me nos sujeitos a registo (carros, casas, terrenos).
Quando duas pessoas se casam em comunhão de adquiridos, relativamente aos bens, além das pessoas individuais, passa a existir o CASAL que é proprietário dos bens que venham a ser adquiridos.
Se o marido compra um apartamento, ele na posição de comprador, o apartamento passa a pertencer tanto a ele como à sua mulher porque, apesar de estar apenas o nome dele como comprador, pertence ao CASAL.
Se, já depois de casados, a mulher receber de herança um terreno, esse bem vai para o seu património de solteira.
Quando há dissolução do casamento (morte ou divórcio), os bens "de solteiro" voltam para cada um e os bens do CASAL são divididos entre ambos,
Faria sentido o Montenegro vender a conta ao Montenegro?
Vamos supor que o Montenegro fazia uma escritura de compra e venda da cota na qual escrevia:
Vendedor: Primeiro Ministro Montenegro
Comprador: Advogado Montenegro.
E se a escritura dissesse:
Vendedor: Montenegro representado pelo advogado Joaquim
Comprador: Montenegro representado pela advogada Mafalda.
Acham que esta escritura faria sentido? Acham que alteraria o proprietário dos bens?
Claro que não.
O Montenegro vendeu bens do CASAL ao CASAL.
Na escritura o que estava implícito era:
Vendedor: CASAL (representado por Montenegro).
Comprador: CASAL (representado pela mulher do Montenegro).
No vendedor e no comprador estava a mesma pessoa, o CASAL, pelo que não ocorreu nenhuma alteração na situação jurídica da cota. Pertencia ao Montenegro e à mulher e passou a pertencer à mulher e ao Montenegro, em igualdade de posições.
É por isso que a compra e venda de bens é nula quando realizada entre os membros de um casal casado em comunhão de bens ou comunhão de adquiridos.
É que não faz qualquer sentido.
Não é crime mas não altera em nada a situação jurídica dos bens.
Não tem nada a ver com poderem ter cotas ou deixarem de ter, não podem é vender bens do CASAL ao CASAL.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Isto do Montenegro é uma vergonha, mais um momento negro da governação e ainda falta saber de Famalicão!
Este caso do Montenegro é pior que o do Manuel Pinho que foi condenado a 10 anos de cadeia.
Um advogado que vende bens à sua mulher sem saber que a venda é nula mostra total ignorância jurídica (parágrafo 2.º do artigo 1712.º do CC).
E como pode um advogado que não sabe o básico receber 4500€/mês da Solverde?
E como pode este advogado receber centenas de milhares de euros de autarquias do PSD?
E uma fonte anónima disse-me, sem eu ter como confirmar, que uma dessas autarquias foi a de Famalicão, num valor de 300 mil euros.
E como pode alguém dizer que não há qualquer problema com isto?
Artigo 1714.º do Código Civil, parágrafo 2. º
[São proibidos] os contratos de compra e venda e sociedade entre os cônjuges, excepto quando estes se encontrem separados judicialmente de pessoas e bens.
E agora?
Aqui está um sapato difícil de descalçar pelo Marcelo que está fragilizado pelo caso da gémeas.
Mais uma dissolução e novas eleições?
O povo é soberano e tem sempre razão.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
O Zelensky é um ditador e o Putin um democrata? O trump só pode estar louco
Já tinha previsto que a Ucrânia ia ser acusada de ter começado a guerra.
Como referi a semana passada, mal o trump começou a anunciar que a Ucrânia tinha de capitular, começaram a aparecer mais pessoas a dizer que a culpa é da Ucrânia. Mais pessoas porque é esse o discurso oficial dos nossos esquerdistas, onde se inclui o Marechal de Campo Roto Agostinho, os do PC, do BE e de outros grupelhos.
Mas o trump? Vir o presidente dos estados unidos dizer que a culpa da guerra é do Zelensky?
Como pode uma pessoa que diz ser muito mais inteligente do que a média dizer uma coisas destas?
Como é que o Zelensky poderia ter evitado a guerra?
Fazendo como o lukashenko faz na bielorússia tornando a Ucrânia num estado fantoche onde o putin fizesse o que lhe bem apetecesse?
Na Arábia Saudita, Coreia do Norte e China nunca houve eleições.
E na rússia, as eleições foram tão transparentes como no tempo da união soviética, o putin não tem pudor em matar todos os seus opositores políticos incluindo o Navalny.
E o trump não diz que os presidentes desses países são ditadores, não, são estadistas.
A minha mãe sofria de demência mas nada comparada com a do trump.
Disse o médico do hospital da Feira, um brasileiro extraordinário que esteve com ela nas urgências desde que entrou às 9h da manhã até à meia-noite, altura em que foi transferida para o hospital SS de Gaia, que o TAC mostrava um cérebro reduzido ao tamanho de uma noz.
Eu avisava as pessoas porque não aceitam a degradação do cérebro.
As pessoas aceitam que haja doenças do coração, rins ou fígado mas não aceitam que haja doenças do cérebro. Pensam que o pensamento vem da alma e não de um bocado de massa orgânica que se degrada com o tempo.
Com a degradação orgânica do cérebro, os pensamentos tornam-se confusos, o discurso torna-se incoerente e, por vezes, parece ofensivo porque a pessoa perdeu a parte do cérebro onde estavam as rotinas do "politicamente correcto".
Dei sempre à minha mãe a liberdade de dizer o que bem entendesse, nunca lhe disse "Shiu" mas, quando chegava a um sítio, avisava as pessoas "Preparem-se para o pior porque a minha mãe está choné".
A minha mãe dizia "Ó Maria Clara, estás a tratar-me mal" (a minha mãe pensava que eu ira a sua irmã mais velha) e eu dizia, "não Dulcinha, não é choné, é lélé."
No judo vejo a mesma incompreensão.
Chegam lá crianças com 'problemas' e estão sempre a sofrer 'Ouve o que eu digo, não olhes para o tecto, não olhes para o chão, está quieto, mantém-te atento' quando o cérebro não o permite.
E diz o fulano que a sua especialidade é ensinar crianças "menos válidas", como se eu me acreditasse.
A minha mãe nunca chegou ao estado de alucinação do trump.
No Sábado passado, como já acontece há muitos anos, fui caminhar no passadiço junto ao mar com o meu amigo Paulo, um génio preditivo.
Interessante que ele disse o que eu achava impossível de acontecer: "Tenho receio que o trump passe a apoiar o putin, a atacar a Ucrânia e a fornecer armamento à rússia."
Em poucos dias, o impensável tornou-se provável.
O Gigante Jorge Nuno Pinto da Costa estava muito doente mas nunca alucinou neste grau de magnitude.
O trump está-se a mostrar uma pessoa rancorosa e vingativa.
Eu até gostava do bicho e achava que, em muitos pontos, tinha razão. Por exemplo, acho que a Europa gasta muito pouco em defesa e em ajudas à Ucrânia.
Eu queria ver era o trump em Kiev no dia 24 de Fevereiro de 2022 quando a Rússia atacou por terra, ar e mar com o exército que durante 80 anos fez tremer o mundo de medo.
Queria ver se a fanfarronice dele o aguentava em Kiev ou se fugia com o rabo entre as pernas "Para acabar com a guerra".
Afinal, o trump retomou o discurso dos comunistas europeus dos anos 1960, 1970 e 1980: Antes vermelhos do que mortos.
Mas lembrei-me dos verdadeiros estadistas, de quem ficou na História quando o putin se chamava hitler.
"Mais vale morrer de pé do que viver de joelhos", Roosevelt.
A Europa Ocidental tem de dar corda aos atacadores.
A União Europeia tem de pedir a ajuda do Reino Unido e, juntamente com a França, aumentar o arsenal estratégico, isto é, as bombas atómicas, para o nível do arsenal russo.
A França tem 300 ogivas nucleares, o Reino Unido 215 e o putin 6850. Há muito trabalho a fazer.
É que o discurso do montenegro está a começar a ser "Se desafiarmos o putin, ele ataca-nos com bombas atómicas e o trump não vai fazer nada."
Será que vai ser o trump a ditar a vitória da urss e a derrota da europa ocidental?
Haja coragem e vergonha pois a Ucrânia, com a ajuda europeia reforçada, já provou ser capaz de derrotar o putin.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
O problema da América do Norte é o défice público
As contas públicas dos USA estão descontroladas.
As pessoas estão concentradas no descalabro do défice com o exterior (o défice corrente que mede saldo entre o que vendem e compram ao exterior) e a imposição de tarifas pelo Trump no sentido de o controlar mas a raiz do problema está no défice das contas públicas que, em 2024, foi de 6.6% do PIB.
Em termos aproximados, o défice de 2024 foi, em termos monetários, de $1900G, milhares de milhões de dólares, e as principais despesas onde existe "liberdade política" são:
Segurança Social: $1200G.
Saúde: Medicare $800G / Medicaid $600G.
Defesa e Segurança Nacional: Em torno de $800G.
Programas de Assistência Social Federal: $200G.
Educação Federal: $100G.
Como o Trump não pode subir impostos por causa das promessas eleitorais, tem de criar outras fontes de rendimento (as tarifas e o aumento da produção de petróleo) e cortar nas verbas mais importantes.
É mais difícil controlar o défice americano do que num país europeu.
É que a receita pública americana é muito inferior à receita pública nos países europeus.
A despesa pública americana anda na ordem dos 35% do PIB enquanto que nos países europeus anda próxima dos 50%. Então, anular um défice de 6.6% do PIB, nos USA obriga a cortar a despesa em 6.6/35 = 19% enquanto que na Europa só é preciso cortar 6.6/50 = 13% na despesa.
Dada a dificuldade, o Trump chamou o Elon Musk para cortar $1000G na despesa pública.
No controlo do défice, o Trump está a apostar em reduzir o défice para 3% em "poupanças por ganhos de eficiência" mas, como já ouvimos repetidamente este anúncio milagroso, apenas cortes na Segurança Social, na Saúde e na Defesa têm impacto significativo.
O querer "sair" da Ucrânia é uma forma de cortar na Defesa sem cortar na "Segurança Nacional".
É que se nada for feito, a América do Norte vai à falência e as consequências serão terríveis.
É o défice público a causa do défice das contas externas americanas.
Grande parte do défice público americano é resolvido por crédito chinês, isto é, o Estado da China empresta dinheiro aos USA.
Na disciplina que leccionava no último ano de economia, repetidamente, alunos mais atrevidos faziam-me esta pergunta :-) Parece que nenhum dos meus colegas tinha conseguido dar uma resposta aceitável.
Vejamos agora como esses empréstimos para financiar o défice público implicam défice das contas com o exterior.
1 = Situação de equilíbrio (inicial).
A China exporta $1000/ano e importa $1000/ano dos USA. Neste caso, a quantidade de dólares a circular nos USA e em reserva no banco central da China, BCC, mantém-se constante. Suponhamos que o BCC tem $1000 em reservas.
Nesta situação, o défice público americano, $1000/ano, é financiado pelos americanos e, por causa disso, a taxa de juro é elevada, por exemplo, 7%/ano.
OS valores são apenas a título ilustrativo. Se acharem que $1000/ano é pouco, imaginem $1000 por centésimo de segundo.
2 = A China financia parte do défice americano (com câmbios fixos).
A China decide emprestar $200/ano para cobrir parte do défice público dos USA.
Neste caso, o financiamento dos americanos diminui para $800/ano o que faz descer a taxa de juro, por exemplo, para 6%/ano. Este efeito é positivo mas também acontece algo negativo:
Passa a haver mais dólares em circulação na América o que faz os preços dos bens americanos subir.
Como os preços nos USA sobem e na China se mantêm, os bens chineses tornam-se relativamente mais baratos do que os bens americanos. Esta diferença nos preços relativos faz com que a China passe a exportar mais e a importar menos.
3 = O novo equilíbrio (final).
Com os novos preços nos USA vai haver um novo equilíbrio em que as reservas do BCC voltam a $1000 e a quantidade de moeda em circulação na América estabiliza.
Exportações - Importações + Empréstimo da China = 0
Para "digerir" o crédito chinês de $200/ano, os USA diminuem as exportações para $900/ano e aumentam as importações para $1100/ano.
$900/ano - $1100/ano + $200/ano = 0
Nesta altura, os bens americanos estabilizam mas mantêm-se mais elevados que na situação inicial.
4 = E se os câmbios forem variáveis (e os preços fixos)?
O efeito é o mesmo mas usando outro "canal de transmissão" do efeito do crédito chinês.
Para não esgotar as reservas do BCC, a China vai ao mercado de divisas "comprar" dólares (em troca da venda de yuan) para os emprestar aos USA.
Neste caso, a taxa de juro aumenta (o crédito vai ser esterilizado) o que faz com que os preços americanos não se alterem.
No entanto, a cotação do dólar aumenta (porque há mais pessoas a querer comprar dólares) e a cotação do yuan diminui (porque há mais pessoas a querer vender yuan).
Se a cotação do dólar aumenta e a cotação do yuan diminui, os preços relativos dos bens chineses, em dólares, diminui o que faz com que, nos USA, diminuam as exportações e aumentem as importações.
5 = E se os câmbios forem variáveis e os preços também?
O efeito é o mesmo mas usando ambos os "canais de transmissão" numa certa proporção.
Os preços americanos sobem mas menos (por exemplo, 40% do que aumentaria se os câmbios fossem fixos) e a cotação do dólar aumenta (por exemplo, 60% do que aumentaria se os preços fossem fixos).
No final, com câmbios fixos ou variáveis, com preços fixos ou variáveis, as exportações americanas diminuem e as importações americanas aumentam.
Não é só o défice público tem desequilibra as contas com o exterior.
Qualquer endividamento externo desequilibra as contas com o exterior mas o défice público é uma parcela mais importante porque, na relação entre estados, é assumido como "Sem Risco".
Querendo a China conceder crédito à economia americana, pode emprestar dinheiro à OpenAI, à Tesla , a um banco comercial ou fazer um financiamento directo às exportações para os USA mas, por causa do risco, estas operações têm de ser avaliadas individualmente o que coloca problemas ao "politburo" (além de ser uma fonte de corrupção).
O mais fácil é o politburo ter decidido em 2000, "Nos próximos 25 anos, vamos financiar o défice público americano em 3% do nosso PIB".
O Milei é um maluco como diziam os "sábios" da Economia ou sabe mesmo de economia?
Com escrevi num poste (ver, 20nov2023) que as politicas económicas do Milei podiam mesmo funcionar.
É que os "sábios" que aparecem na comunicação social são de esquerda, defendem o modelo keynesiano como se fosse a verdade quando é evidente que está errado porque assume que o "investimento autónomo" é uma variável exógena que está desligada da poupança. Além disso, os economistas esquerdistas acreditam na Curva de Philips (diminuir a inflação causa desemprego e contração do PIB) quando se sabe, pelo menos há 50 anos, que não é verdade.
O desafio mais urgente do Milei era diminuição a taxa de inflação que, quando tomou posse, estava em 1427%/ano (taxa mensal de 25.5%/mês em Dezembro de 2023, anualizada). Este desafio está ganho pois a inflação caiu para 30%/ano (taxa mensal de 2.2%/mês em Janeiro de 2025, anualizada)
Em Janeiro de 2025, a taxa de inflação mensal voltou ao nível de 2020.
O PIB caiu um bocadinho mas está a recuperar.
Assumindo o PIB valia 100 em finais de 2023, em finais de 2024 vale 97, uma contracção de 3% mas está a recuperar.
Se nos lembrarmos da crise grega em que a queda no PIB foi de 27%, na Argentina as coisas até estão a correr muito bem.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
A derrota da Ucrânia é responsabilidade da Europa Ocidental
Não é o Trump o responsável, é a hipocrisia europeia.
Quando o Trump anunciou que queria a Gronelândia, ficou explícito que não se importava que a Rússia ficasse com o leste da Ucrânia.
É que de Kiev a Washington são 7800 km (dos quais 5500 km são Atlântico) e de Kiev a Varsóvia são 700 km.
A Europa Ocidental falou de apoiar a Ucrânia até ao fim mas eram só palavras.
Decorridos 3 anos, no concreto, quantos drones, obuses, ou outro tipo de armamento Portugal produziu para enviar para a Ucrânia?
Zero.
E passou-se o mesmo um pouco por toda a Europa, falar, falar, falar mas nada de produzir armamento para enviar para a defesa da Ucrânia.
O problema é que a Europa não quer abrir os cordões à bolsa.
Considerando a média do Séc. XXI, A despesa da Europa Ocidental e Central (excluindo o UK) está em 1,44% do PIB enquanto que a dos USA está nos 3.8% do PIB.
É que, como disse o Marechal de Águas Salgadas Seringas, aumentar a despesa em defesa de 1.44% do PIB para 3.8% do PIB vai obrigar a cortes em qualquer outro lado e o povinho europeu não está para isso.
A ideia é falar, anunciar que a Europa Ocidental é um espaço de direitos, defensora dos povos injustiçados mas, no concreto, elegemos quem anuncia que "não vai haver cortes por causa da defesa" e "os americanos que paguem porque as armas são deles".
Interessante que a Europa não faz armamento porque teria de os enviar, a preço nulo, para a Ucrânia. Assim, os americanos que mandem "porque ainda vão ter lucro".
Agora o Trump falou e o que disse a Europa?
Tudo bate palmas e afirma "Nós já tínhamos dito que a Ucrânia tem de conceder território porque nunca conseguirá vencer a Rússia".
Ninguém quer que a Ucrânia ganhe não por a Rússia ser forte mas porque precisamos das matérias primas russas e temos medo que a Rússia se alie com a China contra o ocidente.
E na Europa, já todos se preparam para voltar a receber o gás e o petróleo russo.
Segundo os europeus, o grande combate não se passa na Ucrânia, isso é uma brincadeira se comparado com a luta contra os "gases".
Então, o que é preciso é fechar as centrais nucleares e a carvão em perfeito estado de funcionamento e comprar gás e petróleo russo baratos. É que, com os nobres princípios de defender o universo, a Alemanha não funciona sem o gás russo e, por causa isso, os europeus pensam "os ucranianos que se fodam, são todos massa da mesma farinha, temos é de acabar com as palhinhas de plástico".
Agora, até se diz que Bucha foi uma invenção e que os Ucranianos é que chacinaram russos.
Estou a ouvir o Marechal da Treta Carlos Branco a virar para as teses do Marechal de Campo Agostinho defender esta teoria, afinal, os Ucranianos é que invadiram a Rússia e massacraram milhões de russos.
Daqui a nada, o tribunal penal internacional imite um mandato de detenção contra o Zelensky, com o aplauso dos países europeus.
E o que vem a seguir?
A Força da Lei Internacional transformou-se na Lei da Força Internacional.
Daqui para a frente, o triunvirato USA+Rússia+China vai governar o Mundo.
A China já tem luz verde para invadir Taiwan e as ilhas do Mar da China.
O Putin tem carta branca para abrir um corredor desde a Bielorrússia até Kaliningrado.
E o Trump tem luz verde para "tomar conta" do Canadá, da Gronelândia, do Panamá e de Gaza.
O que aconselho a Taiwan?
Devem esquecer os USA pois, quando a China invadir Taiwan, o Trump não vai fazer nada. Digo "quando" e não "se" pois hoje tenho a certeza que a China vai invadir Taiwan durante o mandato do Trump.
Em termos convencionais, Taiwan tem de fazer uma aliança militar com a Ucrânia para desenvolver a estratégia da guerra "Pequenos Contra Grandes". Drones e mais drones, aéreos, terrestres e submarinos, milhares de milhões, pelo menos 15 mil milhões, dez por cada chinês vivo.
Fazer também uma aliança militar com o Japão, Filipinas e indonésia que lutam contra a China no mar. Esta aliança vai permitir a colocação de milhões de drones, principalmente submarinos de ataque que evitem um bloqueio naval.
Em termos estratégicos, fazer uma aliança, secreta, com a Coreia do Sul e Israel.
A Coreia do Sul tem em Wolsong capacidade para produzir muito plutónio (tem 2400 MWe com reactores CANDU enquanto que Israel tem em Dimona apenas 40MWe).
E Israel tem capacidade de reprocessamento do plutónio e sabe fazer bombas atómicas de plutónio, capacidade que adquiriu nos anos 1960 aquando do desenvolvimento do arsenal estratégico francês.
Taiwan tem de tornar credível que "Se a China nos tentar invadir, desaparece da face da terra"
Se a China tem 500 bombas atómicas, Taiwan tem de ter pelo menos 1000 bombas porque não tem profundidade estratégica.
E a falta de profundidade estratégica também obriga a escavar abrigos nucleares capazes de acomodar todos 24 milhões que vivem em Taiwan.
Taiwan também deve pensar em evacuar a ilha.
A aliança estratégica com as Filipinas, Indonésia e Ucrânia deve contemplar a possibilidade de o pais se mudar de sítio.
Caso a China consiga invadir Taiwan, deve haver a possibilidade de as instituições e a população se mover para outra geografia e assim manter o país com o modelo de Israel.
O total de judeus que existem no mundo é aproximado ao total de taiwaneses e apenas 30% vive em Israel.
Também Taiwan pode formar uma país geograficamente pequeno onde resida a identidade nacional e, depois, ter a maioria da população a viver noutras geografias, incluindo na China comunista. Recordo que vivem no Irão, arqui-inimigo de Israel, cerca de 25 mil judeus!
Taiwan até se pode mover para o Arizona onde já tem fábricas (tem 8.2 vezes a área e apenas 30% da população de Taiwan) ou para o estado vizinho do Novo México (tem 8.7 vezes a área e apenas 9% da população de Taiwan).
Contra a Lei da Força só se pode responder com a Lei da Força.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Só o Marques Mendes acredita que vai ser presidente da república
Um dia, encontrei um vizinho na entrada.
Era o Sr. Nelson, acompanhado pela esposa.
Tinha-me chegado aos ouvidos de que estava muito doente, internado no hospital, pelo que, quando o vi a entrar, logo lhe perguntei "Como vai essa saúde?".
O Sr. respondeu "Mais ou menos, vamos ver se isto melhora."
A mulher inclinou a cabeça em sinal de dúvida e eu notei que nem ele acreditava no que estava a dizer.
Mas eu atirei mostrando um forte convicção mas fingida "O Sr. é muito novo, ainda vai romper muitas solas, com a comidazinha da sua esposa, daqui a nada isso é passado".
Passado dois dias, chegou a notícia "O Sr. Nelson, o teu vizinho do último andar, sabes quem é? Morreu hoje."
Com o Marques Mendes passa-se o mesmo.
Anunciou a candidatura com toda a convicção de que ia ganhar e fazer diferente mas é uma convicção fingida. Se não é fingida, então, ainda é mais burro do que eu imagino.
Mas não só ele, passa-se o mesmo com o Tó Zé Seguro e com o Vitorino em que estão os 3 no mesmo lote de probabilidades do Tino de Rãs.
Em teoria,qualquer um deles pode ganhar, tal como eu podia ganhar quando me candidatei a director da faculdade, mas na realidade, vão perder todos, como eu perdi com zero votos (Só não foi uma grande derrota porque só havia 15 votos disponíveis e eu não votava :-).
Não me parece nada inteligente um político falar por meias palavras e insinuações.
O Mendes queria atacar o Marechal de Águas Salgadas Seringas mas nunca disse o nome dele, insinuou. Fica feio e não o leva a lado nenhum.
Deveria dizer claramente:
"O Seringas é um homem íntegro, que viveu sempre honestamente e reduzido ao seu salário, nunca fez negociatas nem tomou proveito das posições que foi conseguindo ao longo da vida para pescar bacalhaus nem robalos mas eu sou melhor como presidente da república porque tenho experiência política."
Mas não há nada que salve estes 3.
Eu penso que se eu avançasse como candidato e só houvesse estes 3, eu ganhava à primeira volta.
O Tó Zé parece honesto mas devia chamar-se António António, Tó Tó.
O Vitorino e o Mendes, e neste ponto é a única vez que estou de acordo com a esquerdista Ana Gomes, são entendidos pelo povo como o melhor que há dos fazedores de negociatas à sombra do Estado.
Um telefonemazito aqui, uma palavra na orelha acolá e desbloqueiam coisas que nunca deveriam estar bloqueada e, lá vêm os honorários de uns milhares que metem ao bolso. Não é que seja ilegal o que fazem, até prova em contrário, são muito sérios mas é assim que o povo os vê, o povinho olha para eles e só vê jogadas e envelopes.
Tipo Vara que, mesmo sem nunca ter entrado num barco, logo pescou uma caixa de robalos. Imago o que faria se fosse Marechal de Águas Salgadas, eram contentores de 25 toneladas de robalos.
É que um robalozito de 4 kg vai nos 150€ a cabeça.
E ainda há o Gusto, o Terrível.
O único pensamento deste estadista é "Chega, chega de insultos, chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nosso Portugal."
Não é que o Gusto é professor catedrático de Sociologia e não sabe que, depois de "chega de" o verbo tem de estar no infinitivo impessoal?
Eu, que nunca tive mais 10 a português e dou 10 erros numa frase com 5 palavras, pedi o apoio do chatGPT.
Pergunta: Quando se diz uma frase como "chega de matarem moscas" o verbo matarem deve estar no infinitivo?
chatGPT: Na frase "chega de matarem moscas", o verbo "matar" deve estar no infinitivo impessoal, ou seja, "chega de matar moscas". Isso acontece porque, após a expressão "chega de", usamos o verbo no infinitivo impessoal (não flexionado), independentemente do sujeito.
Um catedrático de Sociologia que só tem desculpa por ser catedrático na mesma faculdade de onde fui despedido e onde é catedrático de economia o "sábio" do PSD que não dá uma para a caixa.
Mais um pouco, ouvimos o Gusto dizer "Os pubelemas que houveram tamém foram por culpa dos deputados do CHEGA."
Houveras de chegar a algum lado em que houveras de tiveres poder e estávamos todos fodidos, pior que na Venezuela.
No final, fica o Ramalho Eanes II.
O Seringas é tal e qual o Ramalho Eanes mas uns 20 anos mais novo.
A figura hirta, as poucas palavras, o discurso que não corre nem discorre mostra a repetição de 1975.
E que me lembre, ninguém conhecia o pensamento político do Ramalho Eanes.
Seria o Eanes um homem da esquerda ou da direita? Seria do CDS, PSD, PS ou PCP?
Não era de nada disto, era um institucionalista.
Dá-se ao Seringas o livro de instruções que se chama Constituição da República Portuguesa e, estando a favor ou contra, logo ele dá cumprimento ao que está na receita.
Diz "Embarquemos" e não vale a pena dizer "Mas o barco está a meter água."
"Recebi uma ordem para embarcar, por isso, embarquemos."
À pergunta "Ao que é que pensa sobre isto Marechal Seringas?" vai responder:
"A Constituição da República Portuguesa diz no artigo tal que se deve fazer isto e não outra coisa."
Para terminar, vou mostrar como nos comparamos com os USA.
Esta licença de construção está há 25 anos encravada.
Portugal e a Europa só se preocupa com regulamentações. No outro dia fiz uma pergunta ao chatGPT cuja resposta está na Wikipédia e que, tendo começado a dizer, logo veio uma voz em inglês dizer "essa pergunta viola as directrizes de segurança."
Eu ainda disse "mas está na Wikipédia!" mas não resolveu.
Uns fulanos pediram em 2000 licença de construção para um terreno na Rua de Grijó no Porto.
Decorridos 25 anos, parece que finalmente, o problema vai ser resolvido, parece, porque pode acontecer que volte tudo à estaca zero (ver).
Penso eu que todos estes entraves mais não são que criar oportunidades para que os envelopes entrem em movimento.
Lá cai eu outra vez no que o povo pensa sobre o Mendes e o Vitorino!
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
Expulsar o Tiago Mayan só mostra a fraqueza da Iniciativa Liberal.
Dizem que o Tiago Mayan forjou umas assinaturas numa ata.
Vou começar por resumindo a história,
A Câmara do Porto tem um Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense que é usado pelas juntas de freguesia para apoiar associações locais. Em cada edição, cada junta de freguesia dispõe de um máximo 120000€.
Acontece que na junta que o Tiago presidia havia um júri para decidir quem iria receber dinheiro mas esse júri era o que o povo chama "um empata fodas que nem fode nem sai de cima", estava sempre a adiar a coisa. Tenho a certeza que esse júri apenas queria prejudicar as associações da freguesia.
A data limite era enviar a ata do júri para a Câmara até ao dia 30 de Junho e o júri nada fez.
Por especial favor, a Câmara deu outra data limite, o dia 20 de Setembro e o júri continuou sem nada fez.
O Tiago Mayan bem telefonou mas nada e vendo que as associações iam perder a verba, fez no dia 16 de Setembro a ata que assinou.
O Tiago não falsificou nada, assinou foi a rogo :-)
O Tiago já tinha falado com os jurados e, verbalmente, tinha conhecimento de qual seria a decisão. Então, como o júri não andava nem desandava, decidiu fazer o favor de passar essas decisões a escrito e assinar a rogo dos jurados.
Era apenas uma burocracia, um formalismo inútil, uma pedra que apenas empatava a atribuição do subsídio às associações.
O Tiago não favoreceu associações de sua amizade nem teve qualquer benefício monetário, apenas procurou que as associações da freguesia não ficassem sem o subsidio que era fundamental para o seu funcionamento.
Os jurados ficaram aflitos quando viram que as associações iam receber os subsídios.
Os jurados não puseram em causa a repartição dos subsídios, não disseram "Tiago, deste a A e B quando nós decidimos que deverias dar a C e D".
Os jurados apenas ficaram aflitos porque, por acção do Tiago, as associações da freguesia iam receber os subsídios a que tinham direito e que o júri queria empatar.
Não pugna a Iniciativa Liberal pelo fim das burocracias?
Sim, anunciam que sim, que a burocracia encrava o desenvolvimento do país.
O que o Tiago fez não teve nada a ver com corrupção, atropelo à justiça ou desvio de recursos para os amigos, foi apenas uma forma de ultrapassar uma burocracia sem sentido.
O eleito pelo povo para presidente foi o Tiago e não os jurados pelo quem deveria decidir era apenas o Tiago.
Sendo assim, o Tiago deveria ser louvado pela Iniciativa Liberal que deveria esconjurar os jurados desse tal júri empata fodas.
E porque demonstram fraqueza?
Porque é muito mais fácil surfar a onda woke do politicamente correcto, o populismo de grelhar o Tiago na fogueira da "virtude", do que explicar aos eleitores que os maus da fita são os jurados e não o Tiago que mais não fez do que resolver um problema.
O Trump, pelo contrário, mostra força porque, contra todos os woke, avança com o que julga ser correcto.
Se acha correto libertar os condenados pela invasão ao Capitólio, liberta-os.
Se acha correto acabar com as ajudas americanos a povos que são hostis, acaba com elas.
Se acha que os palestinianos não têm futuro na Faixa de Gaza, anuncia aos 7 ventos que têm de sair dali. Recordo apenas que o Trump apenas leu um poste que eu escrevi :-).
http://economicofinanceiro.blogspot.com/2023/10/a-faixa-de-gaza-e-outro-nagorno-karabakh.html
A própria Sagrada Bíblia refere situações em que é lícito não cumprir mesmo a Lei Sagrada.
Vou apenas referir a passagem que se segue à Destruição de Sodoma e Gomorra.
Nesse tempo, tal como agora, o incesto era pecado grave mas, se nada fosse feito, a primogénita pensava que o Povo de Deus iria acabar à face da Terra.
Acontece que Lot e as duas filhas viviam numa gruta e as raparigas pensavam que não havia mais qualquer judeu à face da Terra.
"Então a primogénita disse à menor: nosso pai já é velho, e não há homem na terra que entre a nós, segundo o costume de toda a terra (Génesis, 19:31).
Até se soube mais tarde que a sua conjectura estava errada mas, naquele momento, ela assim o pensava.
Embebedaram o pai, e "conheceram" o pai (Génesis, 19:32-38).
E Deus aceitou que as filhas de Lot tivessem corrompido a Sua Lei com o objectivo maior de salvar o Povo de Deus mesmo que estivessem enganadas na conjectura de que não havia mais ninguém à face da Terra.
Mas a Iniciativa Liberal já deixou há muito de ser liberal.
Liberal é o Milei da Argentina e não os vejo a defender as suas reformas políticas.
Falam da espuma dos dias e nada sobre os sectores que têm de ser liberalizados, sejam os transportes, as escolas, os hospitais, as universidades ou os centros de saúde familiar.
Afinal, parece que os da Iniciativa Liberal são os tais jurados empata fodas que formavam o tal júri que não atava nem desatava.
Concentram-se na forma e esquecem-se do bem maior, do fim das burocracias e dos empatas.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2025
A Inteligência Artificial chinesa só pode ser uma fraude.
Nos últimos dias surgiu o DeepSeek como algo melhor que o ChatGPT.
O problema não é o DeepSeek ser melhor que o ChatGPT, é ter sido anunciado pelos inventores de que usa muito menos cálculo do que os modelos americanos.
O problema dos modelos está na sua dimensão.
Quando estudamos Introdução à Programação de Computadores, um dos exercícios iniciais é implementar o algoritmo que multiplica duas matriz quadradas.
É importante compreendermos o comportamento doa multiplicação de matrizes porque os modelos de AI usam redes neuronais que, por sua vez, são resolvidas usando multiplicação matricial. Para quem quiser aprofundar o assunto, recomendo este texto:
Artificial Intelligence - Statistical Inference, Rules, Neural Networks, and GPU
Vou apresentar o modelo implementado pelo chatGPT sem explicações porque pretendo apenas mostrar que o algoritmo tem poucas linhas.
Agora, vamos à dimensão da matriz.
Se multiplicar duas matrizes de dimensão 20x20, vou precisar de 0.0041 segundos; se a dimensão for 100x100, já preciso de 0.468 segundos e com 500x500 vou precisar de 59.9 segundos. O aumento de 5 vezes na dimensão, obriga a cerca de 120 vezes mais cálculo.
Vou fazer um gráfico que me mostra a evolução do tempo necessário para multiplicar duas matrizes em função do seu tamanho.
Agora, vou ver como o tempo que demora a inverter uma matriz em função da sua dimensão.
Todo o chatGPT são multiplicações e somas de matrizes usando um algoritmo conhecido.
Pode estar em vários sítios.
1) Têm muito poder de cálculo mas não revelam porque compraram os processadores no mercado negro.
2) Treinaram o modelo durante muito mais tempo (desde que saiu o chatGPT) do que anunciam.
3) Alguém, em troca de uns milhões, copiou os parâmetros já estimados do chatGPT que passou aos chineses.
É que o pintainho não cresce de um dia para o outro.
Dizem os chineses que conseguiram com 5 milhões o que o chatGPT precisou de 5000 milhões, um milhão de 1000 vezes.
O problema é que, da mesma forma que os algoritmos de multiplicação de matrizes são totalmente conhecidos, os modelos de AI são totalmente conhecidos, qualquer pessoa tem acesso a quase tudo o que está no chatGPT.
Não é possível aparecer um chinês a dizer "Tenho um algoritmo que multiplica num segundo uma matriz que demora à chatGPT 1000 segundos a calcular."
Esses algoritmos têm como fundamento a matemática e a estatística e não houve nenhuma inovação na matemática nem na estatística que justifique, de um momento para o outro, esse salto de mil vezes.
Talvez daqui a dois anos...
A capacidade dos processadores duplica a cada 2 anos mas um aumento de 1000 vezes de um dia para o outro?
Não acredito.
A destilação é uma banhada.
Consiste me, depois de estimado o modelo, cortar os parâmetros que são próximos de zero. Em AI clássica é um processo conhecido por "poda" ou "generalização".
Mas temos sempre o problema de apensa ser feito "depois de estimado o modelo" que precisa de uma imensidão de cálculo que os chineses dizem nunca terem usado.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Eu resolvia em 15 dias o problema de falta de capacidade da Fertagus
A Fertagus circula comboios por baixo da Ponte-do-25-de-Abril.
Para os que valorizam os nomes originais, os comboios circulam por baixo da "Ponte de Salazar" (nome dado no Norte) ou da "Ponte Salazar" (nome dado no Sul). É que no Norte de Portugal, os nomes das coisas têm pertença, por exemplo, "Avenida da Liberdade" no Porto e "Avenida Liberdade" em Lisboa.
A Fertagus tem 18 automotoras da Série 3500 com 4 carruagens que, depois de melhoradas (retiraram alguns bancos), têm capacidade para transportar 480+48 passageiros.
Como tenho visto na comunicação social que na hora de ponta circulam 6 automotoras por hora, a capacidade total é de 3168 passageiros por hora o que se tem mostrado insuficiente para transportar, mesmo apertadinhas, todas as pessoas que precisam de fazer a travessia do Tejo a "pé".
Como, primeiro o Costa e, depois, o Montenegro diminuíram o preço da viagem de comboio e estando a gasolina pela hora da morte, as pessoas querem andar de comboio mas não há resposta à altura.
Podem consultar um trabalho científico sobre a linha Lisboa-Setúbal em português e em inglês.
As linhas de comboio têm muito menos capacidade do que se pensa.
Para transportar as 3168 pessoas/hora são precisos 60 autocarros/hora o que é uma garfadinha numa autoestrada. Os autocarros têm ainda a vantagem de poder haver mais veículos nos troços com mais tráfego, por exemplo, haver 120 autocarros/hora entre Roma-Areeiro e Corroios e apenas 40 autocarros/hora entre Corroios e Setúbal.
As automotoras circulam entre a estação de Setúbal e a estação de Roma-Areeiro, uma extensão total de 54 km. Estive a ver os horários e a viagem demora 1h03m a que é preciso somar alguns minutos para inverter o sentido.
Como a Fertagus tem 18 automotoras, a viagem de ida e volta demora 2h16m. Acrescentando o tempo de inversão, das ineficiências e dos atrasos não previstos, 6 automotoras por hora está muito próximo do máximo que a Fertagus consegue fazer com as 18 automotoras.
Eu comprava mais carruagens.
As carruagens são mais baratas do que a parte motora pelo que, por exemplo, passar as automotoras para 12 carruagens iria triplicar a capacidade mas também o tamanho do comboio.
O problema é que o cais das estações é curto mas pode ser resolvido "parando duas vezes".
O comboio pára as primeiras 6 carruagens no cais, os passageiros entram e saem dessas carruagens e o comboio avança mais uns metros e pára uma segunda vez as últimas 6 carruagens no mesmo cais.
Como avançar e tornar a parar demora uns 3 minutos, esta paragem dupla acontece apenas nos troços mais congestionados para não atrasar a viagem. Nos outros troços, as pessoas deslocam-se dentro do comboio para as carruagens que vão parar, por exemplo, as primeiras carruagens param nas estações par e as últimas carruagens nas estações ímpar.
Fora das horas de ponta, as carruagens finais são desatreladas ou, se for difícil, os passageiros são avisado de que apenas as primeiras carruagens param no cais.
E a automotora tem potência para puxar as 12 carruagens?
Tem mas demora mais tempo a arrancar e a velocidade máxima é menor.
Imaginemos que a velocidade perde 20% e que vamos parar duas vezes em cinco estações. Neste caso, o tempo de viagem do percurso todo aumenta cerca de 30 minutos.
No entanto, como menos pessoas perdem o comboio por estar lotado e a maior parte das pessoas não faz o percurso todo, o tempo real de viagem até pode diminuir. É que muitas pessoas nem tentam apanhar o comboio nas horas de ponta, levantam-se muito mais cedo e chegam a casa muito mais tarde para evitar as horas de ponta.
Mas demora mais de 15 dias a adquirir 144 carruagens.
Já estou a pensar no tempo do Trump.
A promessa "Acabava a guerra na Ucrânia em 48 horas" afinal são 100 dias.
Então, os 15 dias no tempo do Trump são 2 anos mas começava já a fazer alguma coisa.
Imediatamente, metia mais comboios apenas nos troços mais congestionados.
Isto seria rápido de implementar se as estações tiverem capacidade para que a automotora inverta a marcha.
Metia 9 automotoras por hora, um aumento de 50%, em que 3 seguem viagem (e fazem o percurso todo) e as outras 6 invertem a marcha em Sete-Rios e em Corroios. Proponho esta proporção sem saber os números pelo que poderia ser diferente.
Ao inverter as 6 automotoras, as 18 carruagens serão suficientes para o reforço da capacidade.
Imediatamente, tirava os bancos em 3 carruagens.
Sem bancos, aumenta a capacidade. As pessoas que precisassem mesmo de ir sentadas, idosas, grávidas, crianças ao colo, doentes, iam na carruagem com bancos e as outras iam à lota.