terça-feira, 19 de novembro de 2024

O Estado financiar um "chatGPT português" é uma parolada que só serve para dar dinheiro a amigos do PSD.

O problema de Portugal é o Estado ir sempre a reboque das modas.

O povo português gosta de viver na mentira da grandiosidade. Se exageramos a história mais exageramos o nosso futuro potencial. 

Sines vai ser o porto mais importante da Europa, o Aeroporto de Lisboa vai movimentar mais passageiros  do que o Aeroporto de Paris, o TGV vai transportar mais de 100 mil pessoas por dia entre Lisboa, Porto e Madrid. 

Nessa loucura colectiva, quem não se lembra da declaração do Galamba de que Portugal vai ser o grande fornecedor de "hidrogénio verde" para a Europa e que levou  à entrega de milhões e milhões aos amigos do PS e dos quais só resultou em prejuízo para o contribuinte (Fusion Fuel insolvência)?

Outra loucura é a dessalinização de água para o Algarve que é uma tecnologia caríssima, pelo menos 10 vezes mais caro em comparação com a construção de barragens e o uso de água do Alqueva?

Apesar de, considerando os 25 anos desde que entramos no euro, o crescimento médio da economia ser de 1,9%/ano, não faltam anúncios de que, com as "novas políticas", vamos quadruplicar esta taxa dos últimos 25 anos passando a crescer acima dos 3,5%/ano.

Fig. 1 - Evolução do PIB português, valores trimestrais a preços constantes de 2021 (dados, INE)

Os parolos que agora controlam o Estado vão "fazer o chatGPT português".

Uns parolos, onde se incluía o reitor da universidade do porto, tudo com letra pequena pois os parolos não merecem mais, fizeram uma reunião em Macau para defender o uso da língua portuguesa na universidade de Macau.

O problema é que o parolo reitor parece que se esqueceu que já praticamente não se ensina em português nos cursos de mestrado da universidade do porto. Com a ideia parola da "internacionalização", os brasileiros têm de assistir as aulas ministradas em inglês!!!!!!!!!!!!!!!


Ninguém avaliou a vantagem para Portugal de ter alunos estrangeiros nas universidade públicas!

Qual a vantagem de ter alunos estrangeiros, que entram com notas muito inferiores às dos portugueses, a frequentar as nossas universidades?

As universidade privadas, tudo bem, é um negócio financiado pelos alunos e têm no mercado internacional uma oportunidade de realizar "vendas". As universidades públicas são financiadas pelos nossos impostos, não faz qualquer sentido estar a financiar pessoas dos outros países.

Mesmo que os estrangeiros paguem um pouco mais de propinas, esses lugares, com essas propinas, têm de ser disponibilizadas aos portugueses em condições de igualdade.

Artigo 13.º (Princípio da igualdade) 1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. 2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual (CRP).


Vamos agora à parolada do "chatGPT" português (chat_amália).

O chatGPT tem por base um modelo de tratamento de dados. Eu escrevi um texto sobre esse modelo mas é muito complexo para o apresentar aqui na sua globalidade, desculpem, mas vou dar apenas uma pequena ideia usando um modelo antigo e pouco poderoso.

Pegando num conjunto grande de textos, começo por dividir todas as frases em sequências de 6 palavras (6 é um número exemplificativo). Por exemplo, decomponho a primeira frase do parágrafo anterior em 7 sequências de palavras:

1) O chatGPT tem por base um 

2) chatGPT tem por base um modelo

3) tem por base um modelo de

4) por base um modelo de tratamento

5) base um modelo de tratamento de

6) um modelo de tratamento de dados

7) modelo de tratamento de dados.

Depois, com milhões e milhões de sequências, vou construir uma tabela com todas as sequências que têm as primeiras 5 palavras iguais como a "origem" (é o contexto) e a última palavra como a "seguinte" (é o texto gerado). A tabela vai ter todas as alternativas possíveis, com uma frequência relativa associada a cada uma das alternativas.

Fig. 2 - A aprendizagem do modelo traduz-se na construção de uma tabela com todos os casos possíveis

Agora, quando escrevermos "Quando fui à praia pensei que não há nada como o", o algoritmo vai propor "amor" como a palavra seguinte (por ser a mais frequente nos textos usados na aprendizagem).

O chatGPT é um modelo muito mais sofisticado e que usa um contexto muito grande, talvez 4000 palavras, para prever cada uma das palavras seguintes. Além disso, não usa as palavras directamente mas uma "transformação" (no chatGPT, PT quer dizer Pre-Training Transformer).


Não é possível fazer um "chatGPT" português.

Para treinar o modelo, isto é, para construir a "tabela", são necessários milhões e milhões de textos o que demora muito tempo e é um trabalho repetido, isto é, se a chatGPT já gastou milhares de milhões de euros, sim, milhares de milhões de euros e não os 20 ou 30 milhões que falam os parolos, para aprender todos os textos disponíveis na internet, será uma perda de tempo e de dinheiro voltar a aprende-los, fica muito mais barato usar o que a chatGPT.

É equivalente ao Irão estar a gastar milhares de milhões no desenvolvimento da tecnologia nuclear que já foram gastos pelos países ocidentais (ficaria muito mais barato o Irão usar gás natural ou mesmo comprar uma central nuclear à França).

Também, muitos dos textos são privados, havendo necessidade de pagar direitos de autor. O chatGPT já negociou o acesso a esses documentos, sendo muito difícil fazer contratos com todas as partes que têm direitos de autor.

Finalmente, muito conhecimento está escrito em línguas estrangeiras pelo que não é possível um modelo em português ter acesso a esse conhecimento. A chatGPT tem um modelo de tradução entre línguas altamente potente, capaz de "ler" e "escrever" de forma perfeita nas mais diversas línguas do mundo.


Será que o chatGPT escreve mal em "Português de Portugal"?

Não, escreve de forma perfeita. Se pedirmos "Guarda na memória que quero textos em português de Portugal", a partir daí, sai um perfeito "português de Portugal".

Se disser, "Guarda na memória que quero textos em ucraniano", sai ucraniano perfeito!


Para quê essa parolada do "português de Portugal" e da "informação correcta"?

Isso é apenas para dar 20 ou 30 milhões de euros aos amigos do PSD que mais não vão fazer do que uma interface ao chatGPT usando a API.

Não será isto também o sonho de todos os ditadores? Controlar a "verdade", excluindo dela todos os que pensam de forma diferente? Interessante que no meu processo, o parolo do reitor começa por dizer "a universidade do porto defende a liberdade de expressão e diversidade de pensamento" mas borra logo a pintura com a palavra que vem a seguir "mas".

A liberdade de expressão e de pensamento é termos de ouvir o que não concordamos e mesmo aquilo que temos a certeza de estar errado pois o passado demonstra que parte do que o poder achou errado, executando pensadores de forma cruel, acabou por se afirmar como o verdadeiro. Nem tudo que se afirmou no passado se afirmou como verdadeiro mas, mesmo que tenha sido pouco, mostra ser provável que o que os poderosos de hoje assumem como a verdade pode estar errado.

Os parolos decidem os textos que vão ser aprendidos e, depois, os amigos do PSD carregam esses textos no chatGPT pagando por palavras introduzida e palavras resultantes.

Fig.3 - O chatGPT tem um precário para quem pretende "acrescentar" informação privada ao modelo. Em média, cada palavra são cerca de dois tokens.

Quando faz sentido "comprar" aprendizagem do chatGPT?

Quando uma empresa tem informação privada e que não quer disponibilizar para consulta geral e em que a informação não interessa a quase ninguém.

1) Quando uma empresa desenha um novo processador, para reduzir custos e aumentar a produtividade, tenta usar partes já desenhadas nos processadores mais antigos. Estas partes comportam-se como se fossem "tijolos" que vão ser combinados de forma diferente para fazer a "nova construção". Como interessa que os "tijolos" sejam mantidos secretos, a empresa precisa construir um sistema pericial que aprenda com os desenhos dos processadores anteriores mas que a informação se mantenha dentro da empresa.

2) Uma empresa que monta computadores faz combinações personalizadas de componentes, diferentes disco, memória, processador, placa-gráfica, sistema operativo, software, etc. e precisa comunicar as características particulares de cada componente e o preço a pedido de cada cliente potencial. Esta informação está em documentação privada e não interessa a quase ninguém sendo necessário "mastigar" toda essa informação de forma a construir um call-center que responda de forma automática aos pedidos.

3) Uma sociedade de advogados tem uma base de dados com todas as acções que patrocinou (e que é informação confidencial) e pretende, quando tem um novo caso, construir o articulado recuperando parte do trabalho já feito nas acções que estão na base de dados e cujo resultado foi favorável.

4) Um hospital tem uma base de dados clínicos de todos os doentes que, no passado, foram admitidos e tratados. Esta informação é confidencial e o hospital pretende usar a informação para construir um sistema automático de triagem que, de forma automática, atribua um nível de gravidade a cada novo paciente.


O que faria sentido?

Ensinar as pessoas a usar os modelos que existem no sentido de criarem mais valor.

Mas para isso é preciso redesenhar todo o conteúdo programático das escolas, de cima a baixo, e isso vai contrariar a estagnação que existe nas mentes dos mandantes.

O mais fácil e cómodo para quem manda é proibir sobre o argumento de que "essas coisas só dizem mentiras", fakenews.


Mas será que a verdade existe?

Todos queremos a creditar que a Verdade é o que é verdadeiro e, logo, existe em absoluto.

Mas a verdade no concreto não é  colecção dos factos, vai para além disso porque os factos observados são apenas uma amostra da realidade (quantas estrelas haverá no universo?). 

A verdade tem de ser compatível com os factos mas é uma construção, organização, codificação que é feita no cérebro, com ligações entre neurónios, que abarca os factos da amostra mas que também é uma generalização que abarca o que vai existir fora do observado seja no futuro em em locais distantes.

Todos aceitamos que a Lei da Gravidade observada na Terra se aplica a todo o Universo, mesmo à parte que não é observável.

Como a codificação não existe sem informação prévia (uma criança apenas compreende a língua de quem a rodeia), a verdade vai ser diferente para cada indivíduo.


Vejamos um exemplo gráfico.

Existe o ponto 0 que foi construído pelo cérebro usando toda a história vivida e pensada pelo indivíduo. Como a história dos indivíduos é diferente, este ponto também é diferente de indivíduo para indivíduo.

Depois, existem 3 pontos que são observados por toda a gente e que traduzem o que existe e é observável, é a Natureza de hoje, a realidade (pontos vermelhos). 

Por causa de os indivíduos terem a priori diferentes, apesar de ambas as verdades serem capazes de abarcar os factos observados, a verdade enquanto construção que explica a natureza na sua globalidade, isto é, o ponto 4, é diferente para indivíduos diferentes.

Fig.4 - Representação algébrica da verdade enquanto uma construção sempre compatível com a realidade mas diferente porque usa um a priori que traduz a história de cada indivíduo.


Verdade 1 = 5 - 4.167x + x^2 + 0.167x^3 
Verdade 2 = 0 + 5x - 4x^2 + x^3

Será a verdade absoluta aquela que é construída sem a priori?

Pois seria se fosse possível de ser construída.

E ainda há o problema do Princípio da Incerteza: quem observa altera o observado.


Vemos as diferentes verdades quando explicamos coisas complexas.

Quando, enquanto professores, estamos a expor um certo conteúdo pedagógico, na nossa mente pensamos que os cérebros dos alunos estão a construir uma verdade semelhante à nossa. Acontece que quando damos um exemplo numéricos para os alunos resolverem, o resultado vai ser diferente porque a sua verdade é diferente da verdade do professor.

A diferentes verdades de cada aluno é compatível com a explicação mas dá resultados diferentes quando aplicadas ao exemplo.


Vou acabar com uma anedota ilustrativa (a rã está bem porque isto é apenas uma anedota).

Um cientista pegou numa rã e gritou "Salta para a água" e a rã saltou.

O cientista cortou as patas à rã e voltou a gritar "Salta para a água" e a rã não saltou.

O cientista repetiu a experiência 30 vezes e, com os resultados empíricos, escreveu uma comunicação que foi apresentar a uma conferência. O título da comunicação era "Afinal, as rãs ouvem pelas patas".

Fig. 5 - "Salta para a água" e a rã não saltou :-) 


terça-feira, 12 de novembro de 2024

As sondagens americanas falharam - Como se avaliam sondagens?

Tenho as sondagens e os resultados e agora vou comparar as coisas.

É normal ouvir dizer que a estatística não é uma ciência exacta mas, mesmo que só dê probabilidades, os seus resultados podem ser avaliados. 

Claro que um aluno que fez uma cadeira de estatística não ficou com ferramentas conceptuais que o tornem capaz de fazer esta avaliação, limitação que não se coloca a mim :-)



Tenho que desenhar a experiência estatística.

Começo por identificar H0 e, por oposição, H1.

    H0: As sondagens foram retiradas da população (que são os resultados);

    H1: As sondagens não foram retiradas da população (estavam erradas).

Depois, repito a experiência.

O resultado deu 0,00% de probabilidade de se observar H0, isto é, de as amostras na sua globabilidade estarem correctas.


Código R utilizado.

dados <- data.frame(

  Estado = c("Arizona","Georgia","North Carolina","Pensilvania","Nevada","Wisconsin","Michigan"),

  Respostas = c(34311, 37616, 38732, 57342, 60630, 19176,43634),

  Harris = c(0.4666, 0.4851, 0.4780, 0.4856, 0.4748, 0.4897, 0.4848),

  Trump = c(0.5230, 0.5072, 0.5117, 0.5048, 0.5061, 0.4984, 0.4986),

  Outros = c(0.0104, 0.0077, 0.0103, 0.0096, 0.0192, 0.0119, 0.0166),

  dif_sond=c(0.0190,0.0127,0.0112,0.0010,-0.0001,-0.0021,-0.0047)

  )



# Função para realizar o sorteio e calcular a soma dos deputados de quem ganhar em cada estado

simula_votos <- function(dados) {

   #Avalia se poderiam sair sondagens iguais ou piores que as publicadas 

   avalia=TRUE

   # Percorre os 7 estados

   for (i in 1:nrow(dados)) {

      # Sorteia amostras dos resultados para Harris, Trump e Outros

      votos= sample(c(1,2,3), dados$Respostas[i], replace = TRUE, prob = c(dados$Harris[i],dados$Trump[i],dados$Outros[i]))

      votos = table(votos)

      # diferença na amostra sorteada

      def_TH = (votos[2]-votos[1])/dados$Respostas[i]

      avalia = (avalia) & (def_TH <=  dados$dif_sond[i])

      }

    if(avalia) 1 else 0

    }



niter=10000

avalia=rep(0,niter)

for (i in 1:niter){

    avalia[i]=simula_votos(dados)

    print(i)    

    }

mean(avalia)










quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Os sábios catedráticos de economia erram porque usam como verdadeiras teorias que estão erradas.

Em 1929 houve uma crise económica muito grave, a Grande Depressão.

Hoje, quem sabe economia sabe que a grande depressão foi uma pequena crise económica que foi amplificada por o modelo de controlo do sistema monetário não ser adequado (na altura, a política monetária era manter  fixa a quantidade de moeda em circulação "fora do banco central"). No então, um país "bem governado" só poderia aumentar a quantidade de moeda em circulação se o banco central adquirisse ouro para funcionar como contra-valor das notas. 

Só posteriormente, com Muth (1961) e  Phelps (1968), é que se compreendeu verdadeiramente que a quantidade de moeda em circulação contabilisticamente "fora do banco central", tem de aumentar durante as crises de forma a manter a quantidade de moeda a circular na economia constante conseguindo-se assim a estabilidade dos preços.

A estabilidade dos preços é fundamental para "estancar" a crise porque há uma dificuldade em ajustar os salários nominais, em termos de euros, para baixo (aquilo que tentou o Passos Coelho).


Vejamos o mecanismo de amplificação que aconteceu em 1929.

1 = Quando há uma crise económica motivada por um choque adverso na produção (por exemplo, uma seca, um cataclismo natural ou uma guerra), há menos produção.

2 = Se há menos produção, as pessoas têm de consumir menos.

Se tenho duas garrafas de vinho e uma parte-se, tenho de beber metade. 

Se no ano passado comi 4 maçãs por dia porque a minha árvore deu 1460 maçãs, se este ano só deu 1095 maçãs, só posso comer 3 por dia.

Esta é uma verdade irrefutável mas, na opinião dos sábios catedráticos de economia, apenas em quem não sabe nada de economia. 

3 = Para as pessoas consumirem menos, há duas possibilidades:

     3.1 = O poder de compra dos salários vai diminuir (o que levou a cabo o Passos Coelho). 

     3.2 = A taxa de juro vai subir (o que aconteceu no mercado). 


Deixar a taxa de juro subir é errado porque destrói o investimento.

Ao subir a taxa de juro, diminui o investimento o que traduz que as pessoas estão disponíveis para consumir o capital. Mas isso destrói a capacidade produtiva do ano seguiste.

Se um agricultor precisa guardar 100 kg de sementes para a safra seguinte, havendo um ano de seca, tem de dar prioridade a guardar os 100 kg de sementes mesmo que para isso, nesse ano passe fome de cão.


Quando há uma crise, aumenta o receio das pessoas.

A generalidade das pessoa vê a moeda como um activo real, tal e qual como se fossem bens. Então, quando há uma crise:

4 = As pessoas, à cautela, guardam mais dinheiro, notas, do que é normal.

5 = Ao guardarem moeda, apesar de a quantidade de moeda em circulação "fora do banco central" ser a mesma (e dependente da quantidade de ouro em reserva), passa a haver menos quantidade de moeda em circulação na economia (parte da moeda está parada no colchão).

6 = Se a quantidade de moeda a circular na economia diminui, então, a moeda fica mais valiosa o que é a mesma coisa que dizer que os preços dos bens e serviços vai diminuir, é a deflação.


O problema da deflação é que os salários não diminuem em termos nominais.

As pessoas refilam, fazem manifestações, greves e incendeiam carros.

Se os preços diminuem e se os salários se mantêm, então:

7 = O poder de compra dos salários aumenta durante as crises!!!!!!!!!!!!!

Mas durante a crise as pessoas têm de consumir menos porque há menos produção!!!!!!!

aumentar o poder de compra dos salários vai contra o que é necessário para estabilizar a economia.

 

Agora vem a multiplicação da crise.

Se o poder de compra dos salários aumenta e os preços diminuem, então:

8 = As empresas vão à falência o que leva a despedimentos, ainda menos produção, mais queda de preços e maior amplificação da crise até à destruição total.


O que sabemos hoje.

O Banco Central tem de manter a estabilidade de preços, custe o que custar porque não é possível descer os salários em termos nominais e subir a taxa de juro é destrutivo da economia. 

Sabemos também que, se for entendido pelas pessoas que o governador do banco central tem a mais pequena dúvida quanto a controlar a inflação, esta dispara imediatamente para níveis estratosféricos.

Como exemplo, na figura seguinte mostro a taxa de inflação implícita no PIB para a Argentina onde se observa que, em 2000, a taxa começa a subir lentamente de cerca de 10%/ano até que atinge 50%/ano em 2020 e, depois, dispara atingindo um máximo mensal de 1430%/ano em Dezembro de 2023.

Em 10 de Dezembro Javier Milei entra para presidente da Argentina e, mantendo a quantidade de moeda controlada, em Setembro de 2024 a inflação já só foi de 51%/ano.

Fig. 1 - Evolução da taxa de inflação na Argentina, 2000-2023


Mas vamos à ignorância dos sábios catedráticos de economia.

Naturalmente que diziam que o Milei era um doido varrido e que ia destruir a Argentina.
a Economia tem algumas "leis na natureza" sendo a primeira:

A) Quanto maior o rendimento, maior o consumo.
Podemos, em termos empíricos, dizer que uma percentagem elevada do rendimento das pessoas vai para o consumo e outra percentagem, menor, vai para poupança. Por exemplo, 
      Consumo = Rendimento * 80% 
      Poupança = Rendimento * 20%
Se considerarmos toda a economia, o rendimento é o PIB subtraído da depreciação do capital (vou-lhe chamar PIL-produto itnerno líquido).
      Consumo = PIL * 80% 
      Poupança = PIL*20%


Erro. Mais consumo não leva a mais rendimento.
Na expressão da "lei da natureza" tenho uma igualdade mas, de facto, é uma implicação já que não pode ser invertida.
Isto é, se aumentarmos o rendimento, implica que vamos aumentar o consumo mas tal não garante que aumentando o consumo vamos aumentar o rendimento.
Pois o primeiro erro é dizer que se o consumo aumentar, o PIB também aumenta segundo um multiplicador:
      PIL = Consumo * 125%


Vejamos o que seriam erros semelhantes:
Ninguém no seu juízo perfeito incorre nos erros seguintes mas, sábios, incorrem no erro anterior que é em tudo semelhante.

Quando a temperatura está elevada,há mais pessoas na praia. Mas irem mais pessoas à praia não faz com que a temperatura aumente.

Quando um bem está com desconto de 50%, mais pessoas se juntam para o comprar. Mas se se juntarem muitas pessoas para comprar um bem, tal não faz com que o preço desça para metade.

Um jogador de futebol muito bom, tem um salário elevado. Mas aumentar o salário de um jogador com "dois pés esquerdos" não faz com que este passe a ser um jogador muito bom.


Este erro tem implicações catastróficas.
O consumo mais a poupança é sempre igual ao rendimento, não há volta a dar a esta igualdade.
Ao dizer que o rendimento é o consumo vezes um multiplicador, algebricamente, esquecem-se desta lei da natureza económica e começam a teorizar fora da realidade.


1) É possível aumentar a despesa pública e diminuir os impostos.

2) É possível aumentar o investimento e aumentar o consumo.

3) É possível aumentar os salários e aumentar os lucros.


A decisão de investir depende do lucro e não dos impostos.
De nada interessa descer o IRC se se aumenta artificialmente o salário mínimo nacional.
Não interessa descer o IRS se se aumenta o imposto sobre os combustíveis.
Será que ninguém vê isto?
Será que em Portugal ninguém sabe economia?
Se calhar não.






 

 

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

TRUMP GANHOU. Agora, a Nato-Europa tem de duplicar a sua despesa militar.

Os Estados Unidos da América gastam uma enormidade de dinheiro para garantir a nossa defesa.

Fui buscar umas estatísticas à Wikipédia e os USA gastam 3.36% do PIB em despesa militar. Não sei se isto é muito ou pouco, é apenas uma percentagem do PIB.

Por comparação, na Europa Ocidental gastamos 1.74% do PIB, praticamente metade do que gastam os americanos.

Claro que os europeus habituaram-se a ter defesa a preço de saldo, choram por causa dos 2% quando os americanos gastam 3.36% do PIB.

No caso português, o Orçamento de Estado para 2015 prevês uma despesa militar de 3065 M€ que representa pouco mais de 1% do PIB tendo então, para acompanhar a despesa americana, de triplicar para 9700 M€.

Lá se vai o excedente de 1000 M€ e ainda é preciso ir buscar mais 5600 M€ a um sítio qualquer para manter as contas públicas equilibradas.

Todos queremos mamar na vaca do vizinho mas não pode ser

A maioria dos europeus comporta-se como uma criança mimada que quer tudo e mais alguma coisa e quem quiser que pague a factura.

Como os americanos pagam grande parte da defesa europeia e, alegadamente, os Democratas iriam continuar com isso, os europeus preferiam que tivesse ganho a Kamala.

Mas temos de ser sérios e temos de gastar mais, muito mais, na defesa contra o Putim.

Quando o Trump avisou os europeus "Não comprem gás aos Russos pois isso fortalece o Putin e obriga os americanos a gastar mais em defesa."

Os esquerdistas europeus gritaram "O Trump quer vender gás à Europa, os russos é que são nos nossos amigos."

E agora, a criança mimada quer que sejam os americanos a pagar os estragos que a política de os europeus comprarem gás à Rússia fez na Europa?

Diz o povo que "Quem não chora, não mama" mas parece-me que não faz sentido.

País = Despesa militar: 

Poland = 3,8%;  Greece = 3,2%; Estonia = 2,9%; Lituania = 2,6%;  Finland = 2,4%;  United Kingdom = 2,3%; Letonia = 2,3%;  France = 2,1%;  Denmark = 2,0%; Hungria = 2,0%; Chipre = 1,8%; Montenegro = 1,8%; Macedónia = 1,7%; Bulgaria = 1,6%;  Italy = 1,6%;  Norway = 1,6%;  Romania = 1,6%; Czeq = 1,5%;  Germany = 1,5%;  Netherlands = 1,5%;  Spain = 1,5%;  Sweden = 1,5%;  Turkey = 1,5%; Croacia = 1,4%; Luxemburgo = 1,3%;  Belgium = 1,2%; Portugal = 1,0%; Austria = 0,8%;  Switzerland = 0,7%; Malta = 0,4%; Irlanda = 0,2%; Islandia = 0,1%

(Dados, Wikipédia e SIPR, 2023)

Média ponderada dos valores europeus


quarta-feira, 30 de outubro de 2024

A uma semana das eleições, Trump vai na frente com 77% de probabilidade

Faltam 7 dias e o resultado das presidenciais americanas ainda está em aberto.

Quando o futuro é desconhecido, em termos estatísticos, podemos fazer uma ideia do que vai acontecer, isto é, podemos atribuir uma probabilidade a cada uma das contingências futuras.

Naturalmente, há coisas que são quase certas como chover no Outono tem uma probabilidade de quase de 100%, e outras que são quase impossíveis, como a probabilidade de nos próximos 100 anos um asteróide colidir com a Terra.

Para conseguirmos "ver" melhor o resultado eleitoral futuro, usamos sondagens que, apesar de terem problemas, permitem-nos prever melhor do que usando a técnica de atirar uma moeda ao ar.

Peguei então nas sondagens publicadas entre os dias 21 e 29 de Outubro dos 7 "estados em dúvida"(https://www.270towin.com/2024-presidential-election-polls/) e, usando o Método de Monte Carlo de re-amostragem, calculei a percentagem de vezes em que o Trump ganha. Cheguei a um valor de 77%.

Representação gráfica da probabilidade de o Trump ganhar


Não está mal para quem é acusado de ser fascista, racista, xenófobo, misógino, machista ... 

Isto só mostra a credibilidade que na América dão às pessoas que acusam o Trump de tudo e mais alguma coisa.


Valores usados

Código R usado

dados <- data.frame(
  Estado = c("Arizona","Georgia","North Carolina","Nevada","Pensilvânia","Wisconsin","Michigan"),
  Respostas = c(8748,11004,9535,6919,10185,8309,7967),
  Harris = c(4111,5211,4517,3286,4897,3994,3854),
  Trump = c(4299,5365,4629,3322,4926,3983,3763),
  Outros = c(338,428,389,311,362,332,350),
  Deputados = c(11,16,16,6,19,10,15)
  )


# Função para realizar o sorteio e calcular a soma dos deputados de quem ganhar em cada estado
simula_votos <- function(dados) {
   # Inicializa a contagem de deputados para cada simulação
   Trump=0  
   # Percorre os 7 estados
   for (i in 1:nrow(dados)) {
      # Sorteia votos com reposição para Harris e Trump
      votos= sample(c(1,2,3), dados$Respostas[i], replace = TRUE, prob = c(dados$Harris[i],dados$Trump[i],dados$Outros[i]))
      votos = table(votos)
      if (votos[1]<votos[2])
         Trump = Trump+dados$Deputados[i]
      if (votos[1]==votos[2])
         Trump = Trump+dados$Deputados[i]/2
      }
    219 + Trump
    }

niter=10000
Trump=rep(0,niter)
vitoria=0
i=0
for (i in 1:niter){
    Trump[i]=simula_votos(dados)    
    if (Trump[i] >=270){
       vitoria=vitoria+1}
    }
vitoria/niter
table(Trump)
hist(Trump)
 



segunda-feira, 21 de outubro de 2024

O passe de comboio é a maior aberração económica jamais imaginada.

Chamou-lhe o governo "passe ferroviário verde"

Mas deveria ter chamado "passa ferroviário castanho" pois é a cor da bosta.

Imaginemos que uma pessoa se desloca entre Paramos e Coimbra. Uma viagem  ida e volta no comboio regional são 214 km, tem um preço de 16,00€ e demora 2h40. 

Se a mesma pessoa pretender ir de Paranhos a Campanhã. Uma viagem  ida e volta no comboio regional são 53 km, tem um preço de 4,40€ e demora 1h15.

Ir de Paramos a Coimbra, pode comprar o passe "verde" por 20,00€/mês.

Ir de Paramos ao Porto, tem de comprar o passe normal de 4 zonas pagando 46,60€/mês.

Qual é a lógica disto?

O conselho de ministro que aprovou o "passe ferroviário da bosta"


segunda-feira, 14 de outubro de 2024

A probabilidade de o Trump ganhar está em 77%

Como os USA são uma federação, o presidente americano é proporcionalmente eleito pelos estados.

Cada estado vota no presidente que pretende e, depois, os resultados são transformados num certo número de "deputados federais" que, numa sessão única, elegem o presidente (perdem imediatamente o mandato).

O presidente é eleito se tiver pelo menos 270 votos (num total de 548).

Nos EUA é tudo muito contra os esquerdismos, comparando com os nossos partidos, o Partido Republicano está  entre o CDS, a IL e o CHEGA e o Partido Democrata está entre o CDS e o PSD.

Pegando nos resultados históricos, há estados que votam sempre no candidato de um determinado partido, uns no candidato do Partido Democrata (Azul) e outros no candidato do Partido Republicano (Vermelho).


Os 548 deputados são distribuídos pelos estado proporcionalmente à população.

Como, além dos estado, existem os "distritos federais", e o mínimo de cada estado é 3, a distribuição não traduz totalmente a proporção da população.

Os 10 estados mais deputados, Califórnia (54), Texas (40), Florida (30), Nova-York (28), Illinois (19), Pensilvânia (19), Ohio (17), Carolina do Norte (16), Geórgia(16) e Washington (12), concentram 46% dos "deputados".


Pegando nas sondagens e nos dados históricos, já estão distribuídos 83% dos deputados.

O total de deputados é 548 e já estão certos 226 para a Harris e 219 para o Trump. Falta então distribuir os deputados de apenas 7 estados que se denominam por Swing States.  

Fig. 1 - Soma das últimas 10 sondagens (a terminar em 13/10/2024)

Em termos médios, o Trump está com vantagem mas quero quantificar, usando bootstrapping, qual a probabilidade de ser ele a ganhar.
Usando um programa de re-amostragem estatística, obtenho 74%.


Programa em R:

# Definir os dados
dados <- data.frame(
  Estado = c("Arizona", "North Carolina", "Georgia", "Michigan", "Pensilvânia", "Wisconsin", "Nevada"),
  Respostas = c(6575, 7137, 10833, 7445, 7837, 7152, 6522),
  Harris = c(3120, 3407, 5119, 3521, 3761, 3437, 3171),
  Trump = c(3230, 3494, 5191, 3558, 3756, 3416, 3124),
  Outros = c(225, 236, 523, 366, 320, 299, 227),
  Deputados = c(11, 16, 16, 15, 19, 10, 6)
)

# Função para realizar o sorteio e calcular a soma dos deputados de quem ganhar em cada estado
simula_votos <- function(dados) {
   # Inicializa a contagem de deputados para cada simulação
   Trump=0  
   # Percorre os 7 estados
   for (i in 1:nrow(dados)) {
      # Sorteia votos com reposição para Harris e Trump
      votos= sample(c(1,2,3), dados$Respostas[i], replace = TRUE, prob = c(dados$Harris[i],dados$Trump[i],dados$Outros[i]))
      votos = table(votos)
      if (votos[1]<votos[2])
         Trump = Trump+dados$Deputados[i]
      if (votos[1]==votos[2])
         Trump = Trump+dados$Deputados[i]/2
      }
    219 + Trump
    }

niter=10000
vitoria=0
for (i in 1:niter){
    Trump=simula_votos(dados)    
    if (Trump >270){
       vitoria=vitoria+1}
    }
vitoria/niter

Actualizando para o dia 21/10, está tudo na mesma, com o Trump nos 75% de probabilidade de ganhar.

Fig. 2 - Soma das últimas 10 sondagens (a terminar em 21/10/2024)


Actualizando para o dia 26/10, está tudo na mesma, com o Trump nos 77% de probabilidade de ganhar.

A 10 dias das eleições, o Trump está em trajectória ascendente, tendo 77% por cento de probabildiade de ganhar.

Fig. 3 - Soma das últimas 10 sondagens (a terminar em 26/10/2024)

Também, a nível de voto nacional, nos últimos 30 dias (60 sondagens), o Trump tem diminuído a desvantagem para a Harris. Recordo que, motivado pelo sistema de eleição ser estado a estado, é menos importante  


sexta-feira, 11 de outubro de 2024

A 25 dias das eleições, Trump segue na frente

As eleições em que o Trump "perdeu" já foram há 4 anos.

Na altura, todos pensavam que o Trump ia arrumar as botas mas, único na história americana, o bicho continuou activo, fazendo constante oposição ao Biden e, decorridos 4 anos, apresenta-se outra vez aos eleitores.

É raro porque a maioria das pessoas não está preparada para a derrota. Assim que acontece um revés, entram em depressão e nunca mais se conseguem levantar.

A qualidade de resistir à derrota é hoje denominada por resiliência e, pelo menos no papel, é uma qualidade que temos de desenvolver nas crianças e nos jovens. Dizer "vais ser sempre o melhor do mundo" pode dar um bocadinho de animo no momento mas, no longo prazo, fragiliza a pessoa.


Isto vem a propósito do judo.

No judo começamos por nos preparar para a queda. Temos de "receber" a queda (ukemi waza) como a parte mais importante do judo e da vida. Na vida sofreremos muitas quedas, muitas traições, muitos revezes e que o importante é não deixarmos ir abaixo, cair, levantar, sacudir o pó e continuar como se nada tivesse acontecido.


Fig. 1 - Preciso de dois mandatos na mão.


Vamos às eleições do próximo dia 5 de Novembro.

Os USA são uma federação de estados e, por isso, cada estado elege o presidente da federação.

Como não ganha o mesmo candidato em todos os estados, é feita uma "média ponderada" à moda dos distritos portugueses (os distritos com mais eleitores elegem mais deputados), os estados maiores têm mais ponderação. Se um candidato ganhar na Califórnia, vai obter 54 "deputados estaduais" enquanto que se ganhar no Alasca vai obter 3 "deputados estaduais".

Como, no total, há 538 "deputados", o candidato tem de obter 270 "deputados estaduais" para ser eleito presidente.


As sondagens 

Como o Trump "perdeu" em 2020, o mais natural seria que também perdesse em 2024. Mas as sondagens indicam que o Trump vai ganhar.

Fui buscar as sondagens ao site https://www.270towin.com/2024-presidential-election-polls/ e, como resultados "fortes", a Harris está com uma vantagem de 7 "deputados", 226-219. No entanto, distribuindo os "deputados" dos estados que estão tremidos, os Swing States, o Trump está com uma vantagem de 25 "deputados".

Fig. 2 - Resultados das últimas sondagens distribuindo os swing states pelo candidato melhor colocado

 

O Trump ganha mesmo sem a Pensilvânia.

A Pensilvânia é o maior dos swing states com 19 "deputados estaduais" e o mais empatado. Se nas primeiras sondagens Harris estava com vantagem de um pontinho, agora a tendência é crescente para o Trump que nas últimas duas sondagens aparece com uma vantagem de um pontinho.

Mas nem são precisos os 19 !"deputados" da Pensilvânia para a vitória do Trump.   

Fig. 3 - Intenções de voto na Pensilvânia (a vermelho é a média exponencial ponderada pela dimensão da amostra com p igual a 20%)


sábado, 28 de setembro de 2024

Como Israel recruta espiões em territórios hostis

Os ataques "cirúrgicos" de Israel precisam de informações precisas.

Naturalmente, as pessoas visadas por Israel estão em constante movimento o que coloca desafios aos sistema de recolha de informação. No sentido de ter informações fidedignas e em tempo real, Israel instalou uma infraestrutura confidencial de recolha de informações que usa a matemática.

Muita gente sabe muito mas ninguém sabe como a Mossad capta agentes locais sem prévio contacto com as pessoas mas, neste poste, penso que vou conseguir explicar o processo.

Tudo tem a ver com a matemática!


Definição da Soma e da Multiplicação sobre a curva elíptica com parâmetros a e p.

Começamos por ter uma função que soma dois pontos da "função elíptica", considerando a soma de dois pontos iguais, Y = G+G, e de dois pontos diferentes, Y = G+X. As variáveis são dois pontos inteiros, por exemplo G = (1; 4). 

#Eliptic Curves D-H
#G e G são iguais, m é a inclinação da tangente em G
def f_sumGG(G, a, p):
  numerator = 3 * G[0]**2 + a
  denominator = 2 * G[1]
  m = (numerator * pow(denominator,-1,p))% p
  x3 = (m**2 - 2 * G[0]) % p
  y3 = (m * (G[0] - x3) - G[1]) % p
  return [x3,y3]

#G e X são diferentes, m é a inclinação da secante G-X
def f_sumGX(G, X, p):
    numerator = X[1] - G[1]
    denominator = X[0] - G[0]
    m = (numerator * pow(denominator, -1,p))% p
    GplusX = (m**2 - G[0] - X[0]) % p
    GplusY = (m * (G[0] - GplusX) - G[1]) % p
    return [GplusX, GplusY]

Definida a Soma, posso definir a multiplicação da constante K por G:

def f_multKG(k, G, a, p):
    points=bin(k)[3:]
    kG = G
    for point in points:
        kG = f_sumGG(kG, a, p)
        if int(point) == 1:
            kG = f_sumGX(kG, G, p)
    return kG


O programa é fácil de arranjar por qualquer pessoa.

São apenas 22 linhas de código que qualquer pessoa pode ter acesso bastando pedir ao ChatGPT "Por favor, escreve uma função em Python que calcule a multiplicação de K por G sobre a curva elíptica com os parâmetros a e p sem usar livrarias, usa a função pow()" .


Israel lança o Isco.

A Mossad arranja valores para K (que é a chave secreta da Mossad) e para o parâmetros a e p, que vão ser tornados públicos. Depois, aplica a multiplicação a estes valor e também publica o resultado.

chave_secreta=473829046382980473829868718274
a,p,G=5,2**256-189,[1,4]
chave_publica=f_multKG(chave_secreta,G,a,p)
print(f"5.256-189.1.4.{chave_publica[0]}.{chave_publica[1]}")

A mensagem tornada pública pela Mossad, distribuída em papelinhos, por SMS ou email vai ser um código com 163 algarismos:

Fig. 1 - Mensagem hipotética distribuída pela Mossad em ambientes hostis 

Um peixe local apanha o isco.

Não há nenhuma sociedade em que 100% das pessoas estejam a favor da situação. Vamos supor que alguém sabe alguma coisa que quer transmitir.

Começa por criar a sua chave privada e, depois, "desencripta" a chave pública que copiou do papelinho.

chave_secreta_agente=82870386910296782984876910472
#vem na mensagem da Mossad
a,p,G=5,2**256-189,[1,4]
codigo = [55811191593709602853926568918035068481053747260245360822840044338921076924341,
23860585888823783211136194125431574751622520367305324102314011606158956406966]
#Vai arranjar a password para encriptar a informação
password_agente = f_multKG(chave_secreta_agente,codigo,a,p)
print(password_agente[0])

73168591626276748072330606828295491479388237978380640751100726756479473482801

O agente local usa este número como password. Como o MSWord só permite uma password com 15 caracteres, vai usar apenas os primeiros 15 dígitos do número.

O documento começa com um ID pessoal que, depois, o agente vai usar para se identificar, por exemplo:

"O homem que apanhou o autocarro mas que não tinha bilhete"


O agente envia o ficheiro encriptado e a sua chave pública.

chave_publica_agente=f_multKG(chave_secreta,G,a,p)
print(f"5.256-189.1.4.{chave_publica_agente[0]}.{chave_publica_agente[1]}")

O agente cria um endereço anónimo de email, por exemplo, 

O texto do email vai ser apenas:

17904660344624983692271800371172740907315884248482236379634884222345322969516.110331591911534667029005267996898080201211164132628812216399004768632937232038 


É aqui que aparece a matemática.

Quando a Mossad usar o código enviado no email, vai conseguir saber qual a password usada pelo agente na encriptação do ficheiro.

codigo_agente = [17904660344624983692271800371172740907315884248482236379634884222345322969516,
110331591911534667029005267996898080201211164132628812216399004768632937232038]
chave_secreta=473829046382980473829868718274
a,p,G=5,2**256-189,[1,4]
password_partilhada=f_multKG(chave_secreta,codigo_agente,a,p)
print(password_partilhada[0])

73168591626276748072330606828295491479388237978380640751100726756479473482801

Repare que deu exactamente o mesmo número obtido previamente pelo agente local.


Com a informação publicamente trocada, não é possível calcular a password.

Com a informação do papelinho e a mensagem enviada pelo agente local, ninguém é capaz de obter a password obtida na encriptação do ficheiro MsWord. Apenas quem tiver a chaves privada da Mossad é que o consegue fazer.


A mensagem pode ser de um agente contrário.

A confirmação de que a informação tem valor é obtida pela comunicação social. Se, por exemplo, o agente comunica "O terrorista XPTO está neste momento no carro branco que circula rumo a Norte".

Se mandando um míssil contra o carro depois vem a notícia "Última Hora, XPTO seguia num carro que foi atingido por um míssil", fica confirmado que a informação era boa.

Depois, é criada uma tabela em que cada agente identificado pelo seu ID sobe ou desce em termos de credibilidade.


A informação é paga.

É decidido o valor da informação e atribuído um valor, por exemplo, consta que a informação que levou ao abate do Ibrahim Aqil foi avaliada em 7 milhões de USD e que a informação que levou ao abate do Hassan Nasrallah foi avaliada em 30 milhões de USD.

Vai sendo construída uma tabela onde, além da credibilidade do agente local, vão sendo somados os valores dos prémios. Um dia, recebendo a Mossad um e-mail com um ficheiro encriptado que refira: 

            "O homem que apanhou o autocarro mas que não tinha bilhete"

            "50000 USD - IBAN 456327458382743757858478376363"

São depositados 50000 USD nessa conta.


Para que é necessário calcular o nível de confiança do agente?

A Mossad não conhece os agentes locais nem lhes envia mensagens de responda. Tudo é construído através da avaliação do impacto das mensagens enviadas pelo agente local.

Se um agente refere um alvo importante que está num local com muitos civis, caso essa notícia seja falsa, vai-se traduzir num fracasso com impacto negativo. Então, tem de ser ponderado o valor do alvo, os danos colaterais e a credibilidade do agente.

Também, por vezes, é necessário "resgatar" agentes em perigo ou preparar a chegada de operacionais o que pode precisar de agentes no terreno. Naturalmente, apenas agentes locais com um elevado grau de confiança. 

O Hassan Nasrallah morreu porque não acreditou no meu aviso..

Há pouco mais de um mês, avisei que isto ia acontecer.

Exactamente no dia 17 de Agosto, avisei que o Bibi iria matar o Nasrallah sem olhar aos danos colaterais. Se tivesse de matar 1000, 2000 ou 10000 para abater o Nasrallah, que o faria (rever).

Meu dito e já está feito, sabe-se que várias bombas de penetração de 2268 kg (5000 libras) foram largada em Beirute para demolir uma caverna construída em profundidade. Como dano colateral, ruíram 6  prédios que estavam por cima da estrutura.

Quantos do Hezbollah morreram? Muitos, todos os que lá estavam.

Danos colaterais? Ainda ninguém sabe mas devem ter morrido todas as pessoas que estavam a dormir nesses prédios, talvez centenas.


A destruição dos pagers obrigou a reuniões presenciais.

Diziam os esquerdistas que o Hezbollah não precisava dos pagers, passaria a usar as linha de telefone convencionais e reuniões presenciais. O problema é que juntar muitas pessoas num mesmo local é um risco muito grande de decapitação.

Por exemplo, o Rei de Inglaterra deve evitar estar no mesmo local em que estiver o filho herdeiro e não podem viajar no mesmo avião.

Na sexta-feira 20 de Setembro o ataque também com uma bomba penetrante à reunião do Ibrahim Aqil com o Ahmed Wahbi e mais uns quantos deveria ter servido de aviso mas foi ignorado. Disseram "Alá está connosco, se for vontade Dele, estamos prontos para o martírio".

Já está no céu dos pardais.
 

Os do Irão são mais finos!

Calma que o Bibi está muito bravo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Há quem diga que quem sabe de guerra é o marechal Agostinho (e não eu)!

 Para os esquerdistas, a verdade está na Marechal Agostinho da Costa.

O argumento é "Os Israelitas já perderam a guerra porque já mataram 42 mil de palestinianos e 4,5 mil no Líbano e ainda não atingiram nenhum objectivo estratégico".

Será que os esquerdistas não entendem que o objectivo estratégico de Israel é exactamente esse? Sim, matar milhares e milhares sem conta em retaliação pelas mortes e raptos de 7 de Outubro de 2023?

Enquanto houver memória na Terra, mais ninguém pode sequer imaginar invadir Israel e matar israelitas de forma indiscriminada.

Se os israelitas estivessem mesmo preocupados com o destino dos 253 reféns, esquecendo os 1139 que morreram no 7 de Outubro, não tinham iniciado uma "operação especial" (à moda dos esquerdistas) onde já morreram 567 israelitas, mais do dobro do número de reféns aprisionados em Gaza.


Vou só recordar a "operação especial" de 2014. 

No dia 12 de Junho de 2014, os adolescentes Eyal Yifrach, Gilad Shaer e Naftali Fraenkel estavam a pedir boleia e um palestiniano raptou-os e matou-os. No seguimento, o Hamas disse ser de sua responsabilidade. No seguimento, Israel matou 2310 palestinianos (e sofreu 73 mortes). Reparem bem, para vingar 3, mataram 2310, uma proporção de 770 para um, e dando-se ao sacrifício de sofre 73 mortes "evitáveis".

Objectivo estratégico de Israel? Matar (1139+253)*770 = 1071840.

A "operação especial" só acaba quando morrerem 1.072 milhões  de palestinianos, libaneses, sírios, iemenitas e iranianos. 


Porque será que o Irão não ataca Israel?

Os esquerdistas, seguidos do Marchal Agostinho, são como as Testemunhas de Jeová, estão sempre a ver sinais de que Israel vai ser destruído pelas forcas "democráticas e libertadoras" do Irão. Mas nada acontece.

Eu bem avisei que o Bibi está a provocar o Irão porque quer mesmo que aconteça um ataque. Agora, como o Hezbollat não para de mandar rockets, vai tornar 20 km no sul do Líbano, da fronteira até até ao Rio Litani, "terra de ninguém".


O Biden sabe.

No dia 7 de Maio de 2024, o Biden disse que não ia enviar mais bombas para Israel. 

No dia 24 de Julho o Bibi foi aos USA falar com o Biden. A esquerdista Kamala ainda disse coisas desagradáveis sobre o Bibi mas, depois de saber o que ele tinha transmitido ao Biden, mudou o discurso e as armas foram imediatamente enviadas.

Sabem o que me disse a minha fonte que o Bibi foi dizer ao Biden que o fez mudar de ideias?

Que Israel ia atacar com o que tinha, iam usar o "arsenal estratégico".

O Irão já sabe que se atacar Israel, vai sofrer o maior bombardeamento da história da humanidade.


Só um bocadinho de história.

Lembraram-me Sábado passado que o irmão do Bibi, Yonaton, foi morto em 1976 pelos palestinianos quando estes fizeram 100 reféns no Uganda e ele comandou a operação de libertação (Entebee raid).

Imaginam o ódio que, aos 75 anos, corre nas veias do Bibi?

Saída do Mercedes do avião em Entebee

Quem tem poder, manda.

Bem sei que, para os esquerdistas, o Marechal Agostinho é que sabe, "Senhora doutora quer que lhe mostra as fotografias que tirei da Internet?" e, tal como as Testemunhas de Jeová, nada os faz mudar de ideia, mas a verdade não é bem assim.

Como escreveu o Marchal Machel, "uuuuu dbd obdc OOOOO" :-)


terça-feira, 17 de setembro de 2024

A Guerra dos Pagers (no Líbano)

Uma fonte contou-me como Israel atacou os pagers do Hezbollah.

O pager é um equipamento de comunicações da Motorola que surgiu em meados de 1960 na versão electrónica e que "acabou" com a chegada do telemóvel.

Os mais simples fazem beep quando recebem uma mensagem sendo necessário usar o telefone para aceder à mensagem e os mais sofisticados têm um pequeno ecrã onde se pode ler a mensagem.

Em termos de segurança militar, o telemóvel recebe as mensagens mas, como também emite um sinal que pode ser rastreado pelos mortíferos drones, coloca em perigo o seu portador. 

Como o  pager não emite qualquer sinal (apenas recebe mensagens da mesma forma que o rádio do nosso automóvel), os do Hezbollah elegeram esta tecnologia obsoleta como meio de comunicação entre a cabeça e os membros.



Como conseguiram os israelitas entrar nos pagers?

A minha fonte garante-me que não entraram nos pagers.

Identificado que só os membros do Hezbollah usavam pagers, foi preciso identificar uma vulnerabilidade do equipamento.

O problema é que o equipamento, sendo fornecido pelo Irão, verificado várias vezes e durando muitos anos (há pagers a funcionar com mais de 30 anos), não tinha vulnerabilidades mas a bateria sim, não era verificada por ninguém.


A bomba foi colocada dentro da bateria.

A bomba tem 1 grama de explosivo HMX e é uma componente da placa do controlada da bateria. A bomba é accionada por um programa que está "dentro" do processador que protege a bateria de curto-circuito e sobre-voltagem. A minha fonte de informações, bem colocada no aparelho militar israelita e altamente credível já que é a mesma do Marques Mendes, mandou-me uma amostra da bomba e pode-se ver que é do tamanho de um grão de arroz (na figura seguinte, assinalada a vermelho).


A bomba foi accionada por um código.

A antena recebia e processa continuamente um receptor de "onda curta" na frequência 4948 kHz. Usaram esta frequência porque representa o ano em que os árabes conquistaram Jerusalém.

O sinal que faz a bomba detonar tem 64 bits. Os primeiros 32 bits são para "sincronizar o relógio" e os últimos 32 bits são um código:

10101010101010101010101010101011.01000010011010010110001001101001

Assim que o "controlador" identificou que a mensagem "01000010011010010110001001101001" era o código, accionou a bomba que, ao explodir, também fez com que a bateria explodisse, aumentando o poder destrutivo.


Querem saber o que diz o código?

Nada mais nada menos que a codificação em ASCII de 4 caracteres:

01000010 = B

01101001 = i

01100010 = b

01101001 = i


Os esquerdistas acham que as pessoas só podem dizer o que eles autorizarem.

Um comentador, que disse ter sido meu aluno, afirmou que eu não sei o que digo terminando dizendo que eu estou maluco.

Esta é a cartilha dos soviéticos e dos neo-soviéticos, quem não for um lambe-botas da situação, logo é classificados como xenófobo, racista, misógino, machista, pedófilo maluco e metido na cadeia ou internado no manicómio.

Até pode ter sido meu aluno, tive muitos filhos da puta como alunos, mas são filhos da puta não no sentido de a mãe ser uma puta mas por eles mesmos, serem lixo orgânico, que estavam nas aulas não para aprender mas para aborrecer quem queria aprender.

Dois conselho que deixo aos alunos que estão a entrar nas universidades, sejam filhos da puta ou não:

1) Não confiem em ninguém pois o mundo está cheio de filhos da puta;

2) Sejam lambe botas pois em Portugal só vencem os lambe botas.


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