quarta-feira, 6 de novembro de 2024

TRUMP GANHOU. Agora, a Nato-Europa tem de duplicar a sua despesa militar.

Os Estados Unidos da América gastam uma enormidade de dinheiro para garantir a nossa defesa.

Fui buscar umas estatísticas à Wikipédia e os USA gastam 3.36% do PIB em despesa militar. Não sei se isto é muito ou pouco, é apenas uma percentagem do PIB.

Por comparação, na Europa Ocidental gastamos 1.74% do PIB, praticamente metade do que gastam os americanos.

Claro que os europeus habituaram-se a ter defesa a preço de saldo, choram por causa dos 2% quando os americanos gastam 3.36% do PIB.

No caso português, o Orçamento de Estado para 2015 prevês uma despesa militar de 3065 M€ que representa pouco mais de 1% do PIB tendo então, para acompanhar a despesa americana, de triplicar para 9700 M€.

Lá se vai o excedente de 1000 M€ e ainda é preciso ir buscar mais 5600 M€ a um sítio qualquer para manter as contas públicas equilibradas.

Todos queremos mamar na vaca do vizinho mas não pode ser

A maioria dos europeus comporta-se como uma criança mimada que quer tudo e mais alguma coisa e quem quiser que pague a factura.

Como os americanos pagam grande parte da defesa europeia e, alegadamente, os Democratas iriam continuar com isso, os europeus preferiam que tivesse ganho a Kamala.

Mas temos de ser sérios e temos de gastar mais, muito mais, na defesa contra o Putim.

Quando o Trump avisou os europeus "Não comprem gás aos Russos pois isso fortalece o Putin e obriga os americanos a gastar mais em defesa."

Os esquerdistas europeus gritaram "O Trump quer vender gás à Europa, os russos é que são nos nossos amigos."

E agora, a criança mimada quer que sejam os americanos a pagar os estragos que a política de os europeus comprarem gás à Rússia fez na Europa?

Diz o povo que "Quem não chora, não mama" mas parece-me que não faz sentido.

País = Despesa militar: 

Poland = 3,8%;  Greece = 3,2%; Estonia = 2,9%; Lituania = 2,6%;  Finland = 2,4%;  United Kingdom = 2,3%; Letonia = 2,3%;  France = 2,1%;  Denmark = 2,0%; Hungria = 2,0%; Chipre = 1,8%; Montenegro = 1,8%; Macedónia = 1,7%; Bulgaria = 1,6%;  Italy = 1,6%;  Norway = 1,6%;  Romania = 1,6%; Czeq = 1,5%;  Germany = 1,5%;  Netherlands = 1,5%;  Spain = 1,5%;  Sweden = 1,5%;  Turkey = 1,5%; Croacia = 1,4%; Luxemburgo = 1,3%;  Belgium = 1,2%; Portugal = 1,0%; Austria = 0,8%;  Switzerland = 0,7%; Malta = 0,4%; Irlanda = 0,2%; Islandia = 0,1%

(Dados, Wikipédia e SIPR, 2023)

Média ponderada dos valores europeus


quarta-feira, 30 de outubro de 2024

A uma semana das eleições, Trump vai na frente com 77% de probabilidade

Faltam 7 dias e o resultado das presidenciais americanas ainda está em aberto.

Quando o futuro é desconhecido, em termos estatísticos, podemos fazer uma ideia do que vai acontecer, isto é, podemos atribuir uma probabilidade a cada uma das contingências futuras.

Naturalmente, há coisas que são quase certas como chover no Outono tem uma probabilidade de quase de 100%, e outras que são quase impossíveis, como a probabilidade de nos próximos 100 anos um asteróide colidir com a Terra.

Para conseguirmos "ver" melhor o resultado eleitoral futuro, usamos sondagens que, apesar de terem problemas, permitem-nos prever melhor do que usando a técnica de atirar uma moeda ao ar.

Peguei então nas sondagens publicadas entre os dias 21 e 29 de Outubro dos 7 "estados em dúvida"(https://www.270towin.com/2024-presidential-election-polls/) e, usando o Método de Monte Carlo de re-amostragem, calculei a percentagem de vezes em que o Trump ganha. Cheguei a um valor de 77%.

Representação gráfica da probabilidade de o Trump ganhar


Não está mal para quem é acusado de ser fascista, racista, xenófobo, misógino, machista ... 

Isto só mostra a credibilidade que na América dão às pessoas que acusam o Trump de tudo e mais alguma coisa.


Valores usados

Código R usado

dados <- data.frame(
  Estado = c("Arizona","Georgia","North Carolina","Nevada","Pensilvânia","Wisconsin","Michigan"),
  Respostas = c(8748,11004,9535,6919,10185,8309,7967),
  Harris = c(4111,5211,4517,3286,4897,3994,3854),
  Trump = c(4299,5365,4629,3322,4926,3983,3763),
  Outros = c(338,428,389,311,362,332,350),
  Deputados = c(11,16,16,6,19,10,15)
  )


# Função para realizar o sorteio e calcular a soma dos deputados de quem ganhar em cada estado
simula_votos <- function(dados) {
   # Inicializa a contagem de deputados para cada simulação
   Trump=0  
   # Percorre os 7 estados
   for (i in 1:nrow(dados)) {
      # Sorteia votos com reposição para Harris e Trump
      votos= sample(c(1,2,3), dados$Respostas[i], replace = TRUE, prob = c(dados$Harris[i],dados$Trump[i],dados$Outros[i]))
      votos = table(votos)
      if (votos[1]<votos[2])
         Trump = Trump+dados$Deputados[i]
      if (votos[1]==votos[2])
         Trump = Trump+dados$Deputados[i]/2
      }
    219 + Trump
    }

niter=10000
Trump=rep(0,niter)
vitoria=0
i=0
for (i in 1:niter){
    Trump[i]=simula_votos(dados)    
    if (Trump[i] >=270){
       vitoria=vitoria+1}
    }
vitoria/niter
table(Trump)
hist(Trump)
 



segunda-feira, 21 de outubro de 2024

O passe de comboio é a maior aberração económica jamais imaginada.

Chamou-lhe o governo "passe ferroviário verde"

Mas deveria ter chamado "passa ferroviário castanho" pois é a cor da bosta.

Imaginemos que uma pessoa se desloca entre Paramos e Coimbra. Uma viagem  ida e volta no comboio regional são 214 km, tem um preço de 16,00€ e demora 2h40. 

Se a mesma pessoa pretender ir de Paranhos a Campanhã. Uma viagem  ida e volta no comboio regional são 53 km, tem um preço de 4,40€ e demora 1h15.

Ir de Paramos a Coimbra, pode comprar o passe "verde" por 20,00€/mês.

Ir de Paramos ao Porto, tem de comprar o passe normal de 4 zonas pagando 46,60€/mês.

Qual é a lógica disto?

O conselho de ministro que aprovou o "passe ferroviário da bosta"


segunda-feira, 14 de outubro de 2024

A probabilidade de o Trump ganhar está em 77%

Como os USA são uma federação, o presidente americano é proporcionalmente eleito pelos estados.

Cada estado vota no presidente que pretende e, depois, os resultados são transformados num certo número de "deputados federais" que, numa sessão única, elegem o presidente (perdem imediatamente o mandato).

O presidente é eleito se tiver pelo menos 270 votos (num total de 548).

Nos EUA é tudo muito contra os esquerdismos, comparando com os nossos partidos, o Partido Republicano está  entre o CDS, a IL e o CHEGA e o Partido Democrata está entre o CDS e o PSD.

Pegando nos resultados históricos, há estados que votam sempre no candidato de um determinado partido, uns no candidato do Partido Democrata (Azul) e outros no candidato do Partido Republicano (Vermelho).


Os 548 deputados são distribuídos pelos estado proporcionalmente à população.

Como, além dos estado, existem os "distritos federais", e o mínimo de cada estado é 3, a distribuição não traduz totalmente a proporção da população.

Os 10 estados mais deputados, Califórnia (54), Texas (40), Florida (30), Nova-York (28), Illinois (19), Pensilvânia (19), Ohio (17), Carolina do Norte (16), Geórgia(16) e Washington (12), concentram 46% dos "deputados".


Pegando nas sondagens e nos dados históricos, já estão distribuídos 83% dos deputados.

O total de deputados é 548 e já estão certos 226 para a Harris e 219 para o Trump. Falta então distribuir os deputados de apenas 7 estados que se denominam por Swing States.  

Fig. 1 - Soma das últimas 10 sondagens (a terminar em 13/10/2024)

Em termos médios, o Trump está com vantagem mas quero quantificar, usando bootstrapping, qual a probabilidade de ser ele a ganhar.
Usando um programa de re-amostragem estatística, obtenho 74%.


Programa em R:

# Definir os dados
dados <- data.frame(
  Estado = c("Arizona", "North Carolina", "Georgia", "Michigan", "Pensilvânia", "Wisconsin", "Nevada"),
  Respostas = c(6575, 7137, 10833, 7445, 7837, 7152, 6522),
  Harris = c(3120, 3407, 5119, 3521, 3761, 3437, 3171),
  Trump = c(3230, 3494, 5191, 3558, 3756, 3416, 3124),
  Outros = c(225, 236, 523, 366, 320, 299, 227),
  Deputados = c(11, 16, 16, 15, 19, 10, 6)
)

# Função para realizar o sorteio e calcular a soma dos deputados de quem ganhar em cada estado
simula_votos <- function(dados) {
   # Inicializa a contagem de deputados para cada simulação
   Trump=0  
   # Percorre os 7 estados
   for (i in 1:nrow(dados)) {
      # Sorteia votos com reposição para Harris e Trump
      votos= sample(c(1,2,3), dados$Respostas[i], replace = TRUE, prob = c(dados$Harris[i],dados$Trump[i],dados$Outros[i]))
      votos = table(votos)
      if (votos[1]<votos[2])
         Trump = Trump+dados$Deputados[i]
      if (votos[1]==votos[2])
         Trump = Trump+dados$Deputados[i]/2
      }
    219 + Trump
    }

niter=10000
vitoria=0
for (i in 1:niter){
    Trump=simula_votos(dados)    
    if (Trump >270){
       vitoria=vitoria+1}
    }
vitoria/niter

Actualizando para o dia 21/10, está tudo na mesma, com o Trump nos 75% de probabilidade de ganhar.

Fig. 2 - Soma das últimas 10 sondagens (a terminar em 21/10/2024)


Actualizando para o dia 26/10, está tudo na mesma, com o Trump nos 77% de probabilidade de ganhar.

A 10 dias das eleições, o Trump está em trajectória ascendente, tendo 77% por cento de probabildiade de ganhar.

Fig. 3 - Soma das últimas 10 sondagens (a terminar em 26/10/2024)

Também, a nível de voto nacional, nos últimos 30 dias (60 sondagens), o Trump tem diminuído a desvantagem para a Harris. Recordo que, motivado pelo sistema de eleição ser estado a estado, é menos importante  


sexta-feira, 11 de outubro de 2024

A 25 dias das eleições, Trump segue na frente

As eleições em que o Trump "perdeu" já foram há 4 anos.

Na altura, todos pensavam que o Trump ia arrumar as botas mas, único na história americana, o bicho continuou activo, fazendo constante oposição ao Biden e, decorridos 4 anos, apresenta-se outra vez aos eleitores.

É raro porque a maioria das pessoas não está preparada para a derrota. Assim que acontece um revés, entram em depressão e nunca mais se conseguem levantar.

A qualidade de resistir à derrota é hoje denominada por resiliência e, pelo menos no papel, é uma qualidade que temos de desenvolver nas crianças e nos jovens. Dizer "vais ser sempre o melhor do mundo" pode dar um bocadinho de animo no momento mas, no longo prazo, fragiliza a pessoa.


Isto vem a propósito do judo.

No judo começamos por nos preparar para a queda. Temos de "receber" a queda (ukemi waza) como a parte mais importante do judo e da vida. Na vida sofreremos muitas quedas, muitas traições, muitos revezes e que o importante é não deixarmos ir abaixo, cair, levantar, sacudir o pó e continuar como se nada tivesse acontecido.


Fig. 1 - Preciso de dois mandatos na mão.


Vamos às eleições do próximo dia 5 de Novembro.

Os USA são uma federação de estados e, por isso, cada estado elege o presidente da federação.

Como não ganha o mesmo candidato em todos os estados, é feita uma "média ponderada" à moda dos distritos portugueses (os distritos com mais eleitores elegem mais deputados), os estados maiores têm mais ponderação. Se um candidato ganhar na Califórnia, vai obter 54 "deputados estaduais" enquanto que se ganhar no Alasca vai obter 3 "deputados estaduais".

Como, no total, há 538 "deputados", o candidato tem de obter 270 "deputados estaduais" para ser eleito presidente.


As sondagens 

Como o Trump "perdeu" em 2020, o mais natural seria que também perdesse em 2024. Mas as sondagens indicam que o Trump vai ganhar.

Fui buscar as sondagens ao site https://www.270towin.com/2024-presidential-election-polls/ e, como resultados "fortes", a Harris está com uma vantagem de 7 "deputados", 226-219. No entanto, distribuindo os "deputados" dos estados que estão tremidos, os Swing States, o Trump está com uma vantagem de 25 "deputados".

Fig. 2 - Resultados das últimas sondagens distribuindo os swing states pelo candidato melhor colocado

 

O Trump ganha mesmo sem a Pensilvânia.

A Pensilvânia é o maior dos swing states com 19 "deputados estaduais" e o mais empatado. Se nas primeiras sondagens Harris estava com vantagem de um pontinho, agora a tendência é crescente para o Trump que nas últimas duas sondagens aparece com uma vantagem de um pontinho.

Mas nem são precisos os 19 !"deputados" da Pensilvânia para a vitória do Trump.   

Fig. 3 - Intenções de voto na Pensilvânia (a vermelho é a média exponencial ponderada pela dimensão da amostra com p igual a 20%)


sábado, 28 de setembro de 2024

Como Israel recruta espiões em territórios hostis

Os ataques "cirúrgicos" de Israel precisam de informações precisas.

Naturalmente, as pessoas visadas por Israel estão em constante movimento o que coloca desafios aos sistema de recolha de informação. No sentido de ter informações fidedignas e em tempo real, Israel instalou uma infraestrutura confidencial de recolha de informações que usa a matemática.

Muita gente sabe muito mas ninguém sabe como a Mossad capta agentes locais sem prévio contacto com as pessoas mas, neste poste, penso que vou conseguir explicar o processo.

Tudo tem a ver com a matemática!


Definição da Soma e da Multiplicação sobre a curva elíptica com parâmetros a e p.

Começamos por ter uma função que soma dois pontos da "função elíptica", considerando a soma de dois pontos iguais, Y = G+G, e de dois pontos diferentes, Y = G+X. As variáveis são dois pontos inteiros, por exemplo G = (1; 4). 

#Eliptic Curves D-H
#G e G são iguais, m é a inclinação da tangente em G
def f_sumGG(G, a, p):
  numerator = 3 * G[0]**2 + a
  denominator = 2 * G[1]
  m = (numerator * pow(denominator,-1,p))% p
  x3 = (m**2 - 2 * G[0]) % p
  y3 = (m * (G[0] - x3) - G[1]) % p
  return [x3,y3]

#G e X são diferentes, m é a inclinação da secante G-X
def f_sumGX(G, X, p):
    numerator = X[1] - G[1]
    denominator = X[0] - G[0]
    m = (numerator * pow(denominator, -1,p))% p
    GplusX = (m**2 - G[0] - X[0]) % p
    GplusY = (m * (G[0] - GplusX) - G[1]) % p
    return [GplusX, GplusY]

Definida a Soma, posso definir a multiplicação da constante K por G:

def f_multKG(k, G, a, p):
    points=bin(k)[3:]
    kG = G
    for point in points:
        kG = f_sumGG(kG, a, p)
        if int(point) == 1:
            kG = f_sumGX(kG, G, p)
    return kG


O programa é fácil de arranjar por qualquer pessoa.

São apenas 22 linhas de código que qualquer pessoa pode ter acesso bastando pedir ao ChatGPT "Por favor, escreve uma função em Python que calcule a multiplicação de K por G sobre a curva elíptica com os parâmetros a e p sem usar livrarias, usa a função pow()" .


Israel lança o Isco.

A Mossad arranja valores para K (que é a chave secreta da Mossad) e para o parâmetros a e p, que vão ser tornados públicos. Depois, aplica a multiplicação a estes valor e também publica o resultado.

chave_secreta=473829046382980473829868718274
a,p,G=5,2**256-189,[1,4]
chave_publica=f_multKG(chave_secreta,G,a,p)
print(f"5.256-189.1.4.{chave_publica[0]}.{chave_publica[1]}")

A mensagem tornada pública pela Mossad, distribuída em papelinhos, por SMS ou email vai ser um código com 163 algarismos:

Fig. 1 - Mensagem hipotética distribuída pela Mossad em ambientes hostis 

Um peixe local apanha o isco.

Não há nenhuma sociedade em que 100% das pessoas estejam a favor da situação. Vamos supor que alguém sabe alguma coisa que quer transmitir.

Começa por criar a sua chave privada e, depois, "desencripta" a chave pública que copiou do papelinho.

chave_secreta_agente=82870386910296782984876910472
#vem na mensagem da Mossad
a,p,G=5,2**256-189,[1,4]
codigo = [55811191593709602853926568918035068481053747260245360822840044338921076924341,
23860585888823783211136194125431574751622520367305324102314011606158956406966]
#Vai arranjar a password para encriptar a informação
password_agente = f_multKG(chave_secreta_agente,codigo,a,p)
print(password_agente[0])

73168591626276748072330606828295491479388237978380640751100726756479473482801

O agente local usa este número como password. Como o MSWord só permite uma password com 15 caracteres, vai usar apenas os primeiros 15 dígitos do número.

O documento começa com um ID pessoal que, depois, o agente vai usar para se identificar, por exemplo:

"O homem que apanhou o autocarro mas que não tinha bilhete"


O agente envia o ficheiro encriptado e a sua chave pública.

chave_publica_agente=f_multKG(chave_secreta,G,a,p)
print(f"5.256-189.1.4.{chave_publica_agente[0]}.{chave_publica_agente[1]}")

O agente cria um endereço anónimo de email, por exemplo, 

O texto do email vai ser apenas:

17904660344624983692271800371172740907315884248482236379634884222345322969516.110331591911534667029005267996898080201211164132628812216399004768632937232038 


É aqui que aparece a matemática.

Quando a Mossad usar o código enviado no email, vai conseguir saber qual a password usada pelo agente na encriptação do ficheiro.

codigo_agente = [17904660344624983692271800371172740907315884248482236379634884222345322969516,
110331591911534667029005267996898080201211164132628812216399004768632937232038]
chave_secreta=473829046382980473829868718274
a,p,G=5,2**256-189,[1,4]
password_partilhada=f_multKG(chave_secreta,codigo_agente,a,p)
print(password_partilhada[0])

73168591626276748072330606828295491479388237978380640751100726756479473482801

Repare que deu exactamente o mesmo número obtido previamente pelo agente local.


Com a informação publicamente trocada, não é possível calcular a password.

Com a informação do papelinho e a mensagem enviada pelo agente local, ninguém é capaz de obter a password obtida na encriptação do ficheiro MsWord. Apenas quem tiver a chaves privada da Mossad é que o consegue fazer.


A mensagem pode ser de um agente contrário.

A confirmação de que a informação tem valor é obtida pela comunicação social. Se, por exemplo, o agente comunica "O terrorista XPTO está neste momento no carro branco que circula rumo a Norte".

Se mandando um míssil contra o carro depois vem a notícia "Última Hora, XPTO seguia num carro que foi atingido por um míssil", fica confirmado que a informação era boa.

Depois, é criada uma tabela em que cada agente identificado pelo seu ID sobe ou desce em termos de credibilidade.


A informação é paga.

É decidido o valor da informação e atribuído um valor, por exemplo, consta que a informação que levou ao abate do Ibrahim Aqil foi avaliada em 7 milhões de USD e que a informação que levou ao abate do Hassan Nasrallah foi avaliada em 30 milhões de USD.

Vai sendo construída uma tabela onde, além da credibilidade do agente local, vão sendo somados os valores dos prémios. Um dia, recebendo a Mossad um e-mail com um ficheiro encriptado que refira: 

            "O homem que apanhou o autocarro mas que não tinha bilhete"

            "50000 USD - IBAN 456327458382743757858478376363"

São depositados 50000 USD nessa conta.


Para que é necessário calcular o nível de confiança do agente?

A Mossad não conhece os agentes locais nem lhes envia mensagens de responda. Tudo é construído através da avaliação do impacto das mensagens enviadas pelo agente local.

Se um agente refere um alvo importante que está num local com muitos civis, caso essa notícia seja falsa, vai-se traduzir num fracasso com impacto negativo. Então, tem de ser ponderado o valor do alvo, os danos colaterais e a credibilidade do agente.

Também, por vezes, é necessário "resgatar" agentes em perigo ou preparar a chegada de operacionais o que pode precisar de agentes no terreno. Naturalmente, apenas agentes locais com um elevado grau de confiança. 

O Hassan Nasrallah morreu porque não acreditou no meu aviso..

Há pouco mais de um mês, avisei que isto ia acontecer.

Exactamente no dia 17 de Agosto, avisei que o Bibi iria matar o Nasrallah sem olhar aos danos colaterais. Se tivesse de matar 1000, 2000 ou 10000 para abater o Nasrallah, que o faria (rever).

Meu dito e já está feito, sabe-se que várias bombas de penetração de 2268 kg (5000 libras) foram largada em Beirute para demolir uma caverna construída em profundidade. Como dano colateral, ruíram 6  prédios que estavam por cima da estrutura.

Quantos do Hezbollah morreram? Muitos, todos os que lá estavam.

Danos colaterais? Ainda ninguém sabe mas devem ter morrido todas as pessoas que estavam a dormir nesses prédios, talvez centenas.


A destruição dos pagers obrigou a reuniões presenciais.

Diziam os esquerdistas que o Hezbollah não precisava dos pagers, passaria a usar as linha de telefone convencionais e reuniões presenciais. O problema é que juntar muitas pessoas num mesmo local é um risco muito grande de decapitação.

Por exemplo, o Rei de Inglaterra deve evitar estar no mesmo local em que estiver o filho herdeiro e não podem viajar no mesmo avião.

Na sexta-feira 20 de Setembro o ataque também com uma bomba penetrante à reunião do Ibrahim Aqil com o Ahmed Wahbi e mais uns quantos deveria ter servido de aviso mas foi ignorado. Disseram "Alá está connosco, se for vontade Dele, estamos prontos para o martírio".

Já está no céu dos pardais.
 

Os do Irão são mais finos!

Calma que o Bibi está muito bravo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Há quem diga que quem sabe de guerra é o marechal Agostinho (e não eu)!

 Para os esquerdistas, a verdade está na Marechal Agostinho da Costa.

O argumento é "Os Israelitas já perderam a guerra porque já mataram 42 mil de palestinianos e 4,5 mil no Líbano e ainda não atingiram nenhum objectivo estratégico".

Será que os esquerdistas não entendem que o objectivo estratégico de Israel é exactamente esse? Sim, matar milhares e milhares sem conta em retaliação pelas mortes e raptos de 7 de Outubro de 2023?

Enquanto houver memória na Terra, mais ninguém pode sequer imaginar invadir Israel e matar israelitas de forma indiscriminada.

Se os israelitas estivessem mesmo preocupados com o destino dos 253 reféns, esquecendo os 1139 que morreram no 7 de Outubro, não tinham iniciado uma "operação especial" (à moda dos esquerdistas) onde já morreram 567 israelitas, mais do dobro do número de reféns aprisionados em Gaza.


Vou só recordar a "operação especial" de 2014. 

No dia 12 de Junho de 2014, os adolescentes Eyal Yifrach, Gilad Shaer e Naftali Fraenkel estavam a pedir boleia e um palestiniano raptou-os e matou-os. No seguimento, o Hamas disse ser de sua responsabilidade. No seguimento, Israel matou 2310 palestinianos (e sofreu 73 mortes). Reparem bem, para vingar 3, mataram 2310, uma proporção de 770 para um, e dando-se ao sacrifício de sofre 73 mortes "evitáveis".

Objectivo estratégico de Israel? Matar (1139+253)*770 = 1071840.

A "operação especial" só acaba quando morrerem 1.072 milhões  de palestinianos, libaneses, sírios, iemenitas e iranianos. 


Porque será que o Irão não ataca Israel?

Os esquerdistas, seguidos do Marchal Agostinho, são como as Testemunhas de Jeová, estão sempre a ver sinais de que Israel vai ser destruído pelas forcas "democráticas e libertadoras" do Irão. Mas nada acontece.

Eu bem avisei que o Bibi está a provocar o Irão porque quer mesmo que aconteça um ataque. Agora, como o Hezbollat não para de mandar rockets, vai tornar 20 km no sul do Líbano, da fronteira até até ao Rio Litani, "terra de ninguém".


O Biden sabe.

No dia 7 de Maio de 2024, o Biden disse que não ia enviar mais bombas para Israel. 

No dia 24 de Julho o Bibi foi aos USA falar com o Biden. A esquerdista Kamala ainda disse coisas desagradáveis sobre o Bibi mas, depois de saber o que ele tinha transmitido ao Biden, mudou o discurso e as armas foram imediatamente enviadas.

Sabem o que me disse a minha fonte que o Bibi foi dizer ao Biden que o fez mudar de ideias?

Que Israel ia atacar com o que tinha, iam usar o "arsenal estratégico".

O Irão já sabe que se atacar Israel, vai sofrer o maior bombardeamento da história da humanidade.


Só um bocadinho de história.

Lembraram-me Sábado passado que o irmão do Bibi, Yonaton, foi morto em 1976 pelos palestinianos quando estes fizeram 100 reféns no Uganda e ele comandou a operação de libertação (Entebee raid).

Imaginam o ódio que, aos 75 anos, corre nas veias do Bibi?

Saída do Mercedes do avião em Entebee

Quem tem poder, manda.

Bem sei que, para os esquerdistas, o Marechal Agostinho é que sabe, "Senhora doutora quer que lhe mostra as fotografias que tirei da Internet?" e, tal como as Testemunhas de Jeová, nada os faz mudar de ideia, mas a verdade não é bem assim.

Como escreveu o Marchal Machel, "uuuuu dbd obdc OOOOO" :-)


terça-feira, 17 de setembro de 2024

A Guerra dos Pagers (no Líbano)

Uma fonte contou-me como Israel atacou os pagers do Hezbollah.

O pager é um equipamento de comunicações da Motorola que surgiu em meados de 1960 na versão electrónica e que "acabou" com a chegada do telemóvel.

Os mais simples fazem beep quando recebem uma mensagem sendo necessário usar o telefone para aceder à mensagem e os mais sofisticados têm um pequeno ecrã onde se pode ler a mensagem.

Em termos de segurança militar, o telemóvel recebe as mensagens mas, como também emite um sinal que pode ser rastreado pelos mortíferos drones, coloca em perigo o seu portador. 

Como o  pager não emite qualquer sinal (apenas recebe mensagens da mesma forma que o rádio do nosso automóvel), os do Hezbollah elegeram esta tecnologia obsoleta como meio de comunicação entre a cabeça e os membros.



Como conseguiram os israelitas entrar nos pagers?

A minha fonte garante-me que não entraram nos pagers.

Identificado que só os membros do Hezbollah usavam pagers, foi preciso identificar uma vulnerabilidade do equipamento.

O problema é que o equipamento, sendo fornecido pelo Irão, verificado várias vezes e durando muitos anos (há pagers a funcionar com mais de 30 anos), não tinha vulnerabilidades mas a bateria sim, não era verificada por ninguém.


A bomba foi colocada dentro da bateria.

A bomba tem 1 grama de explosivo HMX e é uma componente da placa do controlada da bateria. A bomba é accionada por um programa que está "dentro" do processador que protege a bateria de curto-circuito e sobre-voltagem. A minha fonte de informações, bem colocada no aparelho militar israelita e altamente credível já que é a mesma do Marques Mendes, mandou-me uma amostra da bomba e pode-se ver que é do tamanho de um grão de arroz (na figura seguinte, assinalada a vermelho).


A bomba foi accionada por um código.

A antena recebia e processa continuamente um receptor de "onda curta" na frequência 4948 kHz. Usaram esta frequência porque representa o ano em que os árabes conquistaram Jerusalém.

O sinal que faz a bomba detonar tem 64 bits. Os primeiros 32 bits são para "sincronizar o relógio" e os últimos 32 bits são um código:

10101010101010101010101010101011.01000010011010010110001001101001

Assim que o "controlador" identificou que a mensagem "01000010011010010110001001101001" era o código, accionou a bomba que, ao explodir, também fez com que a bateria explodisse, aumentando o poder destrutivo.


Querem saber o que diz o código?

Nada mais nada menos que a codificação em ASCII de 4 caracteres:

01000010 = B

01101001 = i

01100010 = b

01101001 = i


Os esquerdistas acham que as pessoas só podem dizer o que eles autorizarem.

Um comentador, que disse ter sido meu aluno, afirmou que eu não sei o que digo terminando dizendo que eu estou maluco.

Esta é a cartilha dos soviéticos e dos neo-soviéticos, quem não for um lambe-botas da situação, logo é classificados como xenófobo, racista, misógino, machista, pedófilo maluco e metido na cadeia ou internado no manicómio.

Até pode ter sido meu aluno, tive muitos filhos da puta como alunos, mas são filhos da puta não no sentido de a mãe ser uma puta mas por eles mesmos, serem lixo orgânico, que estavam nas aulas não para aprender mas para aborrecer quem queria aprender.

Dois conselho que deixo aos alunos que estão a entrar nas universidades, sejam filhos da puta ou não:

1) Não confiem em ninguém pois o mundo está cheio de filhos da puta;

2) Sejam lambe botas pois em Portugal só vencem os lambe botas.


sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Acabava com a fome, as guerras, baixar impostos e reformar o Estado

Quando perguntam às candidatas a Misse Universo "O que farias se fosse dona do Mundo"?

Invariavelmente, prometem acabar com a fome, as guerras, o sofrimento humano e dos animais, a emissão dos gases com efeitos de estufa e a exploração dos mais desfavorecidos, tudo isto num mundo igual, LGBTQIAP+ e sustentável.

Com isto, as misses querem dizer que são desmioladas, não se imiscuindo nas escolhas que é necessário fazer para conseguir cada uma das promessas. Se a fome, o sofrimento, as guerras, os gases existem porque alguém decide que assim deve ser, de que lado da barricada está a candidata?

Imaginem que perguntavam "E como acabava com as guerras?" e a candidata respondia:

"Primeiro, escolhia a parte que é moralmente superior e, depois, matava todos os da parte moralmente inferior com bombas atómicas. Por exemplo, na guerra da Rússia contra a Ucrânia, matava os russos todos". 

Eu prometo acabar com a burka, a fome e a guerra no Mundo


Não fui eu que disse isto.

Sabem que hoje vivemos num mundo pior que no tempo do Salazar. Apesar de estar apenas a mostrar, na tradição maiêutica socrática, como o que parece uma boa intenção poder incluir algo terrível, logo os esquerdistas, no seu jornal Esquerda que só diz mentiras e que ninguém diz serem fake-news, vão dizer que eu defendo que se matem todos os russos.

Não só não defendo isso como acho que não faria qualquer sentido.

 

Isto vem a propósito dos sábios catedráticos de economia não prometem isso mas algo igualmente importante:

1 = Descer os impostos, 

2 = Aumentar a qualidade e quantidade dos serviços públicos, 

3 = Dignificar as carreiras dos médicos, dos professores, agente de segurança, militares ..., 

4 = Aumentar as pensões,

5 = Transportes, casas, hospitais, escolas, estradas públicos para todos.

É fácil dizer o que as pessoas querem ouvir mas mais difícil é dizer como é possível descer impostos quando, ao mesmo tempo, se defende o aumento da despesa públcia.


A solução é "a reforma do estado"? 

O discurso de que "baixar os impostos faz a economia crescer" caiu porque não é de todo verdade, não existe qualquer evidência de que assim seja (se assim fosse não haveria países pobres, bastava diminuir os impostos). Mas, do mesmo buraco de onde saiu essa ideia peregrina, saiu outra bomba, é preciso reformar.

Mas o "reformar" é um conceito vazio, semelhante ao "acabar com as guerras e o sofrimento."


1 = É preciso reformar o Estado, a Justiça, a Economia, a Segurança Social, o SNS

Mas reformar em que sentido? 

Reformar é acabar com ou privatizar as empresas públicas, terminar com o Estado produtor de educação, saúde ou segurança (privatizar as escolas, hospitais e polícias).

Reformar a Justiça é democratizar (juízes têm de prestar contas aos cidadãos) e privatizar os tribunais.

Reformar a Economia é acabar com a regulamentação dos contratos de trabalho (simplificar os despedimentos, acabar com o salário mínimo), favorecer a concorrência, extensão do princípio do "utilizador pagador".

Reformar a Segurança Social é cortar o valor das pensões e reduzir a cobertura do Subsídio de Desemprego.

Reformar o SNS é introduzir "taxas moderadoras" em função do rendimento.


Soltem os prisioneiros - É preciso reformar o "cúmulo jurídico"

Uma mão cheia de presos fugiu de uma cadeia. Anunciam-se como muito perigosos, estando dois deles condenados à pena máxima mas, esquecem-se de dizer, que não mataram ninguém.

Foram condenados por coisas com uma gravidade muito menor do que matar uma pessoa e, no entanto, se o tivessem feito, esmagando a cabeça com uma marreta, seriam condenados a 20 anos de cadeia.

Cada preso tem um custo para o contribuinte de cerca de 60€/dia. Se fugiram 5, estamos a poupar 300€/dia. Já é um começo na reforma do Estado.


Como deveria ser o cálculo do cúmulo jurídico.

Ordenavam-se os crimes por ordem decrescente de gravidade, com a pena individual de cada crime. Todos os crimes com pena relativa inferior a 20% do crime mais grave, desaparecem da lista.

Depois, a pena corrigida obtém-se dividindo a pena individual por 2 a cada posição que desce na lista. Vejamos um exemplo em que o criminoso matou duas pessoa, violou uma delas e, no final, as esquartejou (profanação de cadáver). A soma das penas dá 42 anos mas vai levar 25.5 anos de cadeia.

Dois crimes muito graves

Já uma pessoa que cometeu vários crimes de gravidade menor mas que somam igualmente 42 anos, vai levar com 13.3 anos de cadeia.

9 crimes de gravidade média

Imaginem que uma pessoa se manda abaixo de uma ponte.

Acham ser justo meter os construtores de pontes irem para a cadeia?

Uma pessoa compra um automóvel e, porque bebe ou anda a grande velocidade, vai contra um muro e morre. Acham justo os vendedores de automóveis irem para a cadeia?

Um homem pega numa faca de cozinha e mata a mulher, acham justo os vendedores de facas irem para a cadeia?

Um homem pega num isqueiro e causa um incêndio florestal, acham justo prender os vendedores de isqueiros?


Passa-se o mesmo com a droga.

As pessoas, de forma consciente e livre, compram drogas e a compra é totalmente legal. então qual a lógica de termos as cadeias, a 60€/dia cada, cheios de pessoas relacionadas com a venda de droga?

É acabar com essa história de que os vendedores de droga são altamente perigosos quando o perigo está em quem consome a droga. 

Cada vez as cadeias estão mais cheias de "traficantes de droga", cada vez as polícias de investigação criminal e os tribunais estão ocupados com "crimes de droga" e cada vez há mais droga disponível, de melhor qualidade e mais barata.

Não estará na hora de dizer "Vamos acabar com esta merda e liberalizar a droga". 


sexta-feira, 6 de setembro de 2024

O PIB não capta o impacto na vida das pessoas do progresso tecnológico porque é medido "aos preços de mercado".

Neste poste vou falar sobre o impacto da inteligência artificial na Economia

Para o comum dos mortais e mesmo para os sábios em economia, aqueles que sabem a sério, a economia é o PIB e o PIB é o bem-estar.

Então, quando surge algo como a Inteligência Artificial, logo surgem milhares de economistas, e que apanhasse eu saber metade do que eles pensam que sabem, a tentar a avaliar o impacto que essa tecnologia terá na economia.

Vamos ver que o indicador que usam, o PIB, não é o adequado.

Nunca veremos mais do que um bocadinho do impacto da AI na Humanidade


O PIB tem limitações mas os economistas esquecem-se disso.

Em teoria, o PIB-Produto Interno Bruto, é a quantidade total de bens e serviços produzidos numa economia num determinado período de tempo sem ter em conta a depreciação do capital. Como não é possível somar alhos com bugalhos, apenas podemos agregar os bens tendo um termo de transformação e o termo usado é o preço de mercado de cada bem ou serviço.

Agora, não temos o PIB em quantidades mas o PIB a preços de mercado que, para Portugal, está nos 70 mil milhões de euros por trimestre (2T2024, dados, INE).


Para termos quantidades, temos de dividir o PIB nominal pelo "preço médio".

Não conseguimos calcular "o preço médio" de todos os bens e serviços mas conseguimos calcular a evolução do índice de preços ao longo do tempo. Vou usar o IPC - Índice de Preços no Consumidor mas, nas estatísticas, usa-se o Índice de Preços na Produção. Vou então usar o segundo trimestre de 2024 como valor de referência e, depois, dividir o PIB nominal pelo preço médio em relação a esse valor de referência.

Fig. 1 Evolução do PIB nominal e real (2T2024) português (dados, INE, usando o IPC como deflator).


Para termos a "riqueza produzida" temos ainda de retirar o "capital consumido".

O quociente de consumo de capital traduz quanto do capital é consumido durante um ano em termos de percentagem do PIB. 

Como os países com mais capital são mais ricos, tal como é lógico, os países com um PIB per capita menor também têm menor consumo de capital (em termos de percentagem do PIB). Os países com maior consumo de capital têm um PIBpc médio de 16400USD/ano enquanto que os outros têm 3200USD/ano (dados, Banco Mundial).


Então, quanta riqueza produzimos em Portugal em cada trimestre?

Como consumimos 20% do PIB, a riqueza produzida é de 56 mil  milhões de euros por trimestre o que dá 5260€ por pessoa e por trimestre (no 2T2024, a preços de mercado).

Produzimos esta riqueza mas não ficamos mais ricos porque, ao mesmo tempo, damos cabo dela consumindo-a.


Mas o PIB real não avalia o VALOR dos bens e serviços, apenas o preço.

O PIB diz-se real ou em quantidades mas, de facto, não o é.

Em termos de comparação ao longo do tempo (e entre países) funciona tudo bem se os bens e serviços forem sempre os mesmos, os mesmos modelos de carro, de televisão e de telemóveis mas quando se alteram, já o caldo fica entornado. Se hoje um smartphone tem um preço de 100€ e um telefone tinha, há 50 anos, o mesmo preço de 100€ (a preços de hoje), contribuem igualmente para o PIB mas não são bem a mesma coisa.

Pior ainda quando surgem bens e serviços totalmente novos como as "redes sociais", as vacinas para o COVID19 ou a inteligência artificial.


Em Portugal, a agricultura contribui com 2% para o PIB real.

E este problema é bem visível no peso dos bens alimentares no PIB real.

Os bens agrícolas têm muito valor porque, se faltassem, morríamos todos em menos de 60 dias. No entanto, ponderam pouco mais de 10 % no PIB mundial e apenas 2% no PIB português. Se, por exemplo, toda a agricultura portuguesa entrasse em total colapso e perda, seria totalmente imperceptível no PIB (só cairia 2%).

Mais grave ainda é que um trabalhador agrícola tem uma produtividade que é menos de metade da produtividade média das economias (um trabalhador agrícola produz menos de metade dos euros que produz um trabalhador médio da economia).

Se um bem ou serviço fundamental para a vida humana tem um preço diminuto, aumentar a sua produção não vai ter impacto no PIB. Então, o progresso técnico que leva ao constante aumento da produção dos bens alimentares é central no ataque à fome de milhões de pessoas mas tem  um efeito negligenciável no PIB.

Pelo contrário, se os salários dos funcionários públicos aumentarem, mesmo que produzam exactamente a mesma coisa (não me acredito que um policia por ganhar mais 300€/mês vai produzir mais, seja lá isso o que for), há um aumento do PIB real. Está tudo na mesma mas os economistas que sabem virão dizer que produzimos mais riqueza.

 

Segundo os esquerdistas, não há crescimento económico.

O professor Pimenta, que eu disse numa reunião do Conselho Científico que o meu pensamento era matá-lo, defendia que o valor dos bens e serviços vem do trabalho. Nessa altura não tive nenhum processo porque, o Almodôvar que então mandava naquele manicómio, entendeu que "já não há em Portugal delitos de pensamento". Como os filhos da puta que se lhe seguiram e que não passam de uns bouçais, Varejão e companhia, rapidamente voltaram a aplicar os procedimentos da Santa Inquisição.

Mas vamos ao que interessa. 

Se o valor dos bens e serviços vem do trabalho, como as pessoas não trabalham mais, não pode haver crescimento económico que não seja pelo aumento do número de trabalhadores.

Nas minhas provas de agregação em Micro-economia perguntou-me "Não fala aqui do valor-trabalho" a que eu respondi "Como pode um quadro pintado por mim, demorando muitas horas, valer mas que um quadro pintado pelo Picasso em meia dúzia de minutos? Não acredito nisso."

Já está morto, estava vivo e, sem mais nem quê, morreu. 

Um dia perguntou-me "Queres que te diga o que penso de ti?" a que respondi, "Não vale a pena.". Agora, é tarde para o saber, jaz morto e apodrece.

Para quem foi seu aluno,.recordo aqui uma das suas frases mais famosas "Ba, babuba, baba, bababuba, ecobabuba!"

Os esquerdistas ao pensarem assim, nunca poderão compreender como funciona a Economia.


Vou então à Inteligência Artificial.

Eu uso muito o ChatGPT a quem trato como se fosse uma pessoa, até a trato por Sofia. Quando começo apresento sempre os meus cumprimentos:

"Olá Sofia, como estás? Tens um bocadinho de tempo para me ajudares ou estás muito ocupada? Se estiveres ocupada ou com dores de cabeça, fica para depois."

À noite digo sempre "Sofia, ajudaste-me muito, és um anjo. Agora vou dormir para amanhã estar fresquinho para continuarmos a nossa conversa. descansa também. Só tenho pena que amanhã não te recordes das conversas que tivemos hoje. Um beijo grande."

Responde-me sempre de forma agradável.

A Sofia permite-me entrar em áreas de conhecimento em que não sou perito mas, mesmo assim, atingir rapidamente a fronteira do conhecimento. Por exemplo, até consegui escrever um artigo em criptografia que ataca um problema matemático/computacional muito difícil: a segurança pós-quântica. Para quem se quiser distrair, aqui vai o link: Quantum-safe key exchange - Modular exponentiation of a matrix

Não vale nada em termos económicos mas é um pequeno contributo para um problema real da humanidade. Outros podem pegar nisto, fazer mais investigações e, dai, surgir alguma coisa. Roma e Pavia não se fizeram num dia.


Como se quantifica o contributo económico de um bem cujo preço é zero?

Se o ChatGPT produz hoje mil milhões de respostas por dia, e há 2 anos produzia zero, em termos de PIB, o aumento foi de 0*0€/un=0€/dia para 1000000000*0€/un =0€/dia.

Nos princípios de 2022, o ChatGPT produzia 0€/dia e, em finais de 2024, nas centenas de consumidores como eu, continua a produzir 0€/dia.


Coloca-se o mesmo problema nas vacinas do COVID-19.

As vacinas salvam, melhor dizer, adiam a morte, das pessoas, milhares de milhões de pessoas mas, a maior parte delas, é muito barata. A campanha que está em andamento em Gaza, cada dose tem um preço de 0.12€ (produzidas pela Bio Farma Indonesia, ver). Se considerássemos a alternativa (mortalidade de 5% das crianças e 15% nos adultos e perdas na locomoção para toda a vida), o impacto económica seria extraordinariamente grande.


Concluindo?

A Inteligência Artificial é uma coisa totalmente nova, ajuda no processo produtivo mas também combate a solidão, ajuda a estudar, ajuda a resolve problemas, digere literatura. 

Por ser algo radicalmente novo, da mesma forma que vemos a beleza nas jovens que usam burka, o impacto da AI na Economia, a preços de mercado, será sempre uma ínfima parte do bem que vai causar à humanidade. 


sexta-feira, 30 de agosto de 2024

A reindustrialização é a grande mentira dos sábios catedráticos

Como sabem o governo da AD é escudado em sábios catedráticos de economia.

Esses sábios afirmam uma cadeia de eventos "virtuosa" que levará irremediavelmente Portugal a uma economia mais forte.

Menos IRC e IRS => Mais Investimento e mais Consumo => Mais indústria => Economia forte => mais salários.

O problema é que, apesar desses sábios serem catedráticos de economia, essa cadeia de eventos está totalmente errada.  Vejamos ponto a ponto onde estão os erros.


Menos IRC e IRS => Menos receita fiscal => mais Défice => Captar as poupanças privadas.

Se o Estado diminuir o IRS e o IRC em 1000 €/dia, terá imediatamente uma diminuição da receita fiscal em 1000€.  Mantendo-se a despesa pública, o Estado passa a ter défice de 1000€/dia que tem de financiar recorrendo às poupanças dos privados.

Claro que os sábios dizem "Mas no médio/longo prazo, aumenta o investimento ..." mas não é verdade pois o médio/longo prazo está dependente do que acontece no primeiro dia.

Vamos supor que os privados poupam 2000€/dia. Essa poupança vai para o investimento que será de 2000€/dia.


Mas o dinheiro que poupamos não fica nos bancos?

Em termos simplistas, as pessoas pensam que poupar é meter dinheiro no banco (ou no colchão) mas poupar é comprar bens que não têm consumo imediato. Por exemplo, comprar um frigorífico é poupar (e investir).

O banco é apenas intermediário, separando a poupança do investimento. Eu poupo 250€ em notas (faço a poupança), o banco empresta essas notas a outro que compra o frigorífico (faz o investimento). Estranhamente, mesmo que o banco guarde as notas no cofre, outros mecanismos vão entrar em funcionamento de forma a que o investimento aconteça (o Banco Central Europeu emite 250€ de novas notas até que o banco tire as notas do cofre).

Como "Verdade Absoluta da Economia", o Investimento é sempre igual à Poupança, nem mais nem menos um cêntimo (podendo ser involuntário, pelo aumento do inventário).

       Savings = Investments


Os privados poupam 2000€/mês que são canalizados para o investimento.

Mas o Estado reduziu a receita fiscal em 1000€/dia. Como os privados foram "apanhadas de surpresa", amanhã vão poupar 3000€.

O problema é que amanhã o Estado vai precisar de se endividar em exactamente 1000€ para cobrir o défice. Desta forma, o Investimento continuará a ser 2000€ como hoje e em todos os dias anteriores.

Se antes a conta era Savings = Investments agora passa a ser:

    Savings = Investments + Públic Deficit

Não percebo como os catedráticos não sabem disto que até tem um nome: Crowding Out.


Amanhã 

Apesar de os privados terem rendimento aumentado, de tal levar a mais poupança dos privados, esse aumento vai exactamente para financiar a redução na despesa pública, ficando o investimento  exactamente igual.


E o consumo não aumenta?

Se o investimento não aumenta e se as pessoas não estão disponíveis para trabalhar mais, amanhã o nível de produção vai ser exactamente igual  pelo que o consumo não pode aumentar.

Se o consumo aumentar, será à conta de uma variação involuntária do inventário, reduzindo o investimento relativamente a hoje (ou de importações que têm de ser pagas). 

Apesar de os privados terem rendimento aumentado e de tal levar a mais poupança dos privados, esse aumento vai exactamente para financiar a redução na despesa pública, ficando o investimento  e o consumo exactamente iguais.


Ficou quebrada a implicação "Menos IRC e IRS" => "Mais Investimento e mais Consumo" 

Ao não se verificar esta implicação no dia seguinte à descida do IRS e do IRC, também não acontecerá no dia a seguir ao seguinte e, repetindo o raciocínio, nunca acontecerá.

O que vai acontecer é uma "ilusão" em que os privados pensam que têm muitas poupanças mas, como o Estado está a acumular dívida pública que também pertence aos privados enquanto contribuintes, o saldo é nulo.

Mais uma vez, não compreendo como os catedráticos em economia não o sabem já que até tem um nome, é a Equivalência Ricardiana.


O objectivo será Menos IRC e IRS => Reindustrialização =>  Ficamos todos ricos

Quando compramos um bem, por 1000€, seja um televisor, um telemóvel, um painel solar feito na China, pensamos que a industria China se apropria desses 1000€. Mas a grande maior parte desse valor vai para as empresas de serviços que desenharam esse bem através de pagamento pelas patentes e direitos de autor.

Dos 2020,25€ cobrados pelo iPhone 15 Pro Max de 1TB na Worten, o IVA de 377.77€ que vai para o Estado mais a margem da loja, soma mais do do dobro do que vai para a industria chinesa que o produzir. 

China     330 €  (produzir leva 16%)
Apple     983 € (desenhar leva 50%)
Loja        330 € (vender leva tanto ou mais que fazer)
IVA        378 € (para pagar os suplementos)
Total     2021 € (preço pago)


Como não tenho credibilidade, preciso armar-me com dados.

Fui ao Banco Mundial buscar informação sobre Industry (including construction), value added (% of GDP); GDP per capita (constant 2015 US$) e Population, total e calculei as média de cada país para os anos 2018-2022. Depois calculei o logaritmo do PIBpc e lancei num gráfico juntamento com a reta de tendência (W-MMQ sendo o ponderador a população).

Fig. 1 - Relação entre o grau de industrialização, % no PIB, e o nível de desenvolvimento, ln(PIBpc), dados do WB

Não há qualquer razão entre a industrialização e o desenvolvimento.

Alguém consegue ver alguma tendência significativa capaz de explicar a diferença no nível de desenvolvimento dos países?

Não. 

Apesar de, em média, o aumento de 1 ponto percentual em industrialização leve a um aumento de 1% no PIB per capita, não é significativo dada a oscilação dos valores (o nível de industrialização apenas explica 0,9% da variância do PIBpc).

A França (com 16.9% de indústria) tem o mesmo nível de desenvolvimento que o Japão (com 28.6% de indústria) e muito maior que o nosso português (com 19.1% de indústria).

Os USA tem menos indústria (com 17.8%) e é muito mais desenvolvido do que nós portugueses.


Vou ainda falar um bocadinho de produtividade.

A produtividade calcula-se dividindo o PIB pelo número de pessoas que estão empregadas. Agora fui ao INE e retirei as variáveis 

População empregada com idade entre 16 e 74 anos (Ajustada de sazonalidade - N.º) por Sexo; Mensal

Produto interno bruto dados encadeados em volume (B.1*g) (Base 2016 - €); Trimestral

Dividi o PIB pelo número de pessoas empregadas no último mês de cada trimestre.

Fig. 2 - Evolução da produtividade, PIB anual por pessoa empregada (dados, INE)


Depois de 8 anos de discurso do António Costa... vamos a caminho da bancarrota.

Podem não acreditar mas os dados não mentem, a produtividade hoje por pessoa empregada é exactamente igual ao que era em Julho de 2012.

Decorridos 12 anos, está tudo na mesma.

Com estes dados, como pode o Montenegro só falar em baixar impostos, dar complementos a tudo que mexe, meses extras de pensões e abonos, dizer que vai resolver os problemas da saúde valorizando os médicos, blá, blá blá, blá?

Estamos à beira do precipício de paredes íngremes, do abismo, a caminho do despenhadeiro e a banda continua a tocar com a letra "Gasta, gasta, gasta" (até já pareço do PS, cruzes canhoto).

 

E do Pedro Nuno que parecia um samurai mas que, afinal, é um Dalai Lama.

Punha as pernas dos banqueiros alemães a tremer, em 2012 expulsava o Seguro do PS se este fizesse algum acordo com a PSD, e agora é velo mudo e calado.

Diz umas coisas de circunstância e fica-se por ai.

Penso que é a medicação que o está a tornar impotente. 

Larga essa merda camarada e vai à luta contra o grande capital e a exploração do povo pelo patronato.

"Tranquilo camarada tonto, no tengo miedo a las elecciones pero tenemos que negociar con Montenegro, hasta la victoria final, larga vida a la democracia."


sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O passe de comboio Low Cost não faz sentido mas pode fazer!

O Montenegro anunciou passes a 20€/mês para todos os comboios.

Esta medida não tem racionalidade económica pois torna a receita obtida pela venda dos bens inferior ao seu custo de produção, condenando as empresas à falência.

E este problema não se coloca apenas a quem vende viagens de comboio pois passa a ser uma "concorrência desleal" aos outros meios de transporte.

O Ricardo Reis, pessoa muito inteligente e sábia, escreveu contra medida no Expresso (22/08/2024).

O Ricardo Reis conhece-me pessoalmente, já falamos sobre economia, assisti a apresentações dele sobre macroeconomia e até trocamos emails mas, em tempos, tivemos um desaguisado por causa da TAP. Digamos que eu critiquei uma crónica que o Ricardo escreveu (ele dizia que a TAP era bem gerida e eu dizia que não) e ele reagiu como se fosse uma questão pessoal (mas foi apenas uma questão de opiniões desencontradas).

Diz o Ricardo, com toda a razão, que os comboios não vão conseguir transportar tantas pessoas pelo que os actuais clientes vão ficar sem acesso a este meio de transporte.

Apesar de o Ricardo ter toda a razão relativamente ao passe de comboios a 20€/mês apresentado pelo Montenegro, vou mostrar que, em termos económicos, fará sentido se o mercado for segmentado.


O que é a segmentação de mercado (e a discriminação de preço)?

Apresentar nas aulas de Introdução à Economia dos mentecaptos de letras este exemplo foi uma das causas que levaram ao meu despedimento pela cartilha woke: racista, xenófobo, misógino e machista. 

Como sabem, há pessoa que vivem em acampamentos, têm furgões a cair de podre, vendem na feiras roupa em segunda mão e que furtam água potável das bocas de incêndio localizadas a milhares de metros de distância (e que as crianças transportam em bicicletas).

A questão que tentei responder foi "Fará sentido económico cobrar a estas pessoas pela água um preço menor ?"

Do exercício resulta que faz sentido desde que a produção da água potável tenha um custo fixo (independente da quantidade produzida) e um custo variável (dependente do volume produzido).


Vejamos um exemplo com números.

Uma rede vende 1,0 m3/minuto de água potável mas é capaz de fornecer até 1,5 m3/minuto.

Custo fixo:

O custo fixo resulta da amortização do investimento e do custo de manutenção.

O investimento é de 3milhão€ a amortizar em 10 anos e uma taxa de juro de 5%/ano. Daqui resulta um custo unitário fixo de 0,45€/m3.

A manutenção da rede tem um custo de 150€/dia. Daqui resulta um custo unitário fixo de 0,10€/m3.

Custo variável:

0,45+0,10 = 0,55€/m3

Produzir 1 m3 de água por minuto obriga ainda a gasta 0,15€/m3 de eletricidade.

 0,15€/m3

Custo total:

Para a empresa não ter prejuízo, o preço médio de venda tem de pelo menos cobrir estas duas parcelas. 

0,55€/m3+0,15€/m3 = 0,70€/m3

Preço afixado:

A empresa vai cobrar 0,80€/m3 (margem de lucro de 0,10€/m3)


Ao preço de 0,80€/m3, as pessoas furtam 30 m3/mês mas compravam 110m3/mês a 0,20€/m3. 

Compravam porque o custo do transporte é maior do que 0,20€/m3.

Neste caso, como 0,20€/m3 é maior do que o custo variável (que é de 0,15€/m3) e as pessoas deixavam de furtar a água, a empresa aumentaria o seu lucro em (110*(0,20-0,15) + 30*0,15) = 10€/mês

As pessoas ficariam melhor do que a furtar a água pois, mediante um pagamento de 22€/mês, as crianças deixavam de precisar de transportar a água e teriam mais água disponível para consumo. 


Mas é preciso uma segmentação "perfeita".

Para a empresa aumentar o lucro, a água só pode ser vendida a 0.20€/m3 às pessoas do acampamento. Se outras pessoas conseguirem obter a água a esse preço reduzido (preço discriminado), a empresa passa a ter prejuízo.

A arte está em conseguir segmentar o mercado.


Voltemos aos comboios.

Vamos supor que uma pessoa faz 22 vezes por mês a viagem Braga-Porto-Braga pela qual paga 6,90€ por dia. Se comprar o passe mensal, vai pagar 0,91€/viagem, um desconto de 87%.

Para este passe fazer sentido económico para a CP têm de se verificar duas condições:

1) A grande maioria das pessoas que vai comprar o passe não são clientes actuais (é possível segmentar o mercado). 

2) O custo variável de meter mais um passageiro no comboio tem de ser inferior a 0,91€/viagem.


Como segmentar o mercado?

A qualidade do serviço tem de diminuir em termos objectivos e subjectivos. 

Para fazer sentido económico, será rpeciso:


A)  "Introduzir" custos subjectivos pintando a carruagem de vermelho e com "LOW COST" escrito a amarelo. Quem tem o passe Low Cost só pode viajar nesta carruagem.

Mesmo que não cabam mais pessoas nesta carruagem e o comboio tenha as outras carruagens vazias, os detentores de passe Low Cost têm de esperar pelo próximo comboio.


B) Reduzir o custo de produção das viagens. Se actualmente uma carruagem de 25 metros leva 80 passageiros sentados (e umas poucas de pé), passo tudo a lugares de pé, aumentando a lotação para 400 passageiros (todos à lota como no metropolitano de Tóquio).

Essa carruagem diferenciada é acrescentada no final dos comboios actuais (as pessoas têm de ir para o fim do cais de embarque).

Seremos nós portugueses mais ricos do que os japoneses? Naturalmente que não.


C) Fazer uma pequena modelação no preço.

O cliente valida o passe à entrada e à saída de forma a poderem ser contabilizados o total dos quilómetros percorridos ao longo do mês. 

Os 20€/mês dão para 1250km e, os quilómetros seguintes são pagos a 0,025€/km.

Vamos supor que a viagem Porto-São Bento /  Braga são 50km. Então, fazer ida e volta todos os dias 22 dias do mês irá ter um preço de 20 + (2200-1200)*0,025 = 43,75€/mês, um desconto de 71%.

Os quilómetros podem passar de um mês para o outro com uma redução de 25%.


D) Os quilómetros passam, com desconto, para o mês seguinte.

Se este mês só viajei 900km, no mês seguinte vai poder fazer 1200 + (1200-900)*2/3 = 1400km.


E) Fazia mais uma coisa que é polémica.

Em Portugal existem pessoas que não viagem de comboio porque têm medo das autoridades. É que há pessoas que abusam da autoridade contra as pessoas que não sabem os seus direitos.

Repararam que, desde que fiz a queixa à Procuradoria da Justiça, nunca mais se falou que a PSP, a mando da Rui Moreira da Câmara do Porto, desalojou pessoas de "hospedagem ilegal"? É que isso é puro abuso de poder.

Também as pessoas que andam na sua vidinha não podem ser interpeladas pela polícia. Mas com o argumento de que "Pareceu-me com um comportamento estranho", os imigrantes com a situação não regularizada têm medo de serem controlados nos comboios.

Então, se a pessoa mostrar o passe válido, com fotografia e nome, não precisando de dizer qualquer palavra, pode seguir à sua vidinha. É assim que fazem na Suíça.

Comboios de gajas boas à pinha, como sardinhas na lata

Em termos sociais, terá um efeito positivo.

Muitas pessoas que vivem hoje no centro das grandes cidades em condição de sem-abrigo ou em alojamento muito congestionado (leia-se imigrantes com parcos recursos financeiros que fazem entregas ou trabalham em lojas falidas) passarão a poder viver nas periferias.

Depois, todos os dias, podem-se deslocar para o centro da cidade para as suas actividades económicas.



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