quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Hoje vou falar do problema da dor crónica

OK, todos nós já estivemos doentes.
Eu já estive doente, já estive muito doente, já familiares meus diretos estiveram doentes e mesmo morreram e, no entanto, fui sempre trabalhar. Mesmo naquelas noite em que não preguei olho porque a minha mãe não parou de gritar, às 7h30 da manhã meti-me no meu carrinho e fui dar a minha aulinha por "respeito aos meus alunos".
Um do problema mais graves da vida, muito mais que a falta de dinheiro ou de mulher (parece-me que as duas coisas estão intimamente ligadas!) é a dor crónica que é capaz não só de destruir o corpo (causa pressão elevada e contração do vasos sanguíneos) como levar a pessoa ao desespero mental.
Em tempos, quando gritava toda a noite, a minha mãe sofria muito, queria que eu a matasse, mas, depois, foi a um médico anestesiologista que lhe receitou "uns farrapinhos" (como a minha mãe lhes chama) que, colados nas costas, acabam com a dor.
a minha mãe tomava tramadol ma causava-lhe muito vómitos.

Pareceu um milagre. 
Eu não dava nada por aquilo mas colei na mesma 1/16 e esperei. Ao fim de um dia, a dor reduziu a quase nada e, ao segundo dia, dormiu descansada. 
Depois fui investigar.
Esses farrapinho têm um químico, buprenorphine, que se liberta lentamente ao longo do tempo, um emplastro liberta 35 micrograma por hora mas, no caso a minha mãe, 1/16 de um farrapinho foi capaz de acabar com aquela dores terríveis. 
As instruções foram, primeiro colar 1/16 e, a cada 24 horas, se a dor persistir, colar mais 1/16 até a dor acabar. Será essa a dose indicada para controlar a dor.

Mas o que é a buprenorphine?
É uma molécula sintética da classe do opioides que foi sintetizada pela primeira vez em 1969 e que, depois de ano e anos de testes de eficácia e segurança, deu origem há apenas meia dúzia de anos a este farrapinhos.
É da classe do opioides porque bloqueia uns recetores de dor específicos que temos no cérebro mas é muito mais potente e seguro que a morfina.
A segurança do analgésico vem a possibilidade de ocorrência de paragem respiratória e, neste ponto, a buprenorphine é muito segura. 

Vamos agora à ucranianasinha.
 Sofre de endometriose, o que lhe causa grande sofrimento em cada 20 dias do ciclo menstrual.
A endometriose afeta muitas mulheres e destrói a sua qualidade de vida porque ninguém consegue funcionar com tamanha dor.
Qual a solução que indicam à mulheres? 
Uns comprimidinhos de paracetamol (que na Ucrânia se chama  ацетамінофен - acetaminofeno)

Ma agora está a experimentar Trantec.
Um farrapo tem 20 miligramas de buprenorphine e é ativo durante muito tempo mas, porque se trata de um problema de difusão, a quantidade disponível no corpo aumenta até ao quarto dia e, depois,  começa a diminuir.
Estudando a semi-vida do buprenorphine dentro do corpo humano (uma média de 37 dias), aplicando 1/8 de um penso de 35 microg/h antes 4 dias do início da menstruação (nessa altura já começa a sentir dores ligeiras), é exatamente no quarto dia que a quantidade dentro do corpo é maior, para uma pessoa com 48kg, atinge 3,6 microg/kg de buprenorphine (ver, Fig. 1).


Fig. 1 - Evolução da quantidade de buprenorphine no corpo com 1/8 de farrapinho (48 kg de peso)
 
Até ao quarto dia esteve tudo bem.
Ontem à meia noite telefonou-me (bem dizia o meu amigo cego que hoje, sem telemóvel, não se pode ter mulher) a dizer que tinha muitas dores, não tantas como era normal mas, mesmo assim, não conseguia dormir.
Disse-lhe "Cola mais 1/8"
- Mas isso vai criar habituação - disse a coitadinha mas, como as dores estavam a aumentar, lá colou mais um bocadinho.
"E toma um comprimido de naproxeno porque só vais sentir o efeito deste novo farrapinho pela manhã."
Como não quis tomar o naproxeno que teria efeito em alguns minutos, só adormeceu às 3h da manhã.
Hoje de manhã ainda sentia alguma dor mas por esta hora já está completamente sem dor.

 Fig. 2 - Evolução da quantidade de buprenorphine no corpo quando se acrescenta 1/8 de farrapinho e se mantém o outro que já lá está há 4 dias (48 kg de peso)
 
Mas não deveria ter retirado o farrapinho velho?
Diz na caixa que sim mas é apenas para que a quantidade dentro do corpo não varie tanto.Retirando, fica mais previsível além de que, com o tempo, o penso descola (meti um adesivo por cima) e causa coceira.

Penso que já sei a dosagem certa.
Com 3 microgramas/kg no corpo consegue controlar as dores iniciais mas precisa de 5 microgramas/kg  para controlar o primeiro dia. Então, se começar 4 dia antes com 1/8 e reforçar com 1/16 passados 3 dias, vai chegar ao primeiro dia de menstruação com 5 microgramas/kg, quantidade que se vai manter estável durante 4 dias e acima de 3 microgramas/kg até ao dia 10 do ciclo (15 do tratamento).
Penso ser suficiente mas no próximo mês vamos ver. Tudo isto é um processo de tentativa e erro

 Fig. 3 - Evolução da quantidade de buprenorphine no corpo quando se acrescenta 1/16 de farrapinho e se mantém o outro que já lá está há 3 dias (48 kg de peso)

É bom e barato.
Uma caixa com 10 farrapos custa 41€ sem comparticipação pelo que, usando 1/8 + 1/16, estamos a falar de qualquer coisa como 0,80€ por ciclo mentrual para destruir uma dor impossível de tolerar.
Com participação normal custa 28€ e, para doentes com necessidades especiais, fica por 4,10€ (é preciso invocar na receita a portaria não sei quê).
A coitadinha começava por tomar 1 Benuron a cada 8 horas mas nos dias piores tinha que tomar um a cada 3 horas o que dava qualquer coisa como 70 comprimidos por ciclo, 3,5 caixas de 20 comprimidos. era uma custo de 10€ o que, para uma pessoa que ganha 100€/mês, é muita coisa.

Porque será que não se usa mais Trantec?
É talvez por ser um medicamento novo para o qual os médicos e família ainda não estão avisados e talvez também pelo preconceito de ser um opioide.
Temos todos que lutar para que a dor saia da vida das pessoas e o Trasntec é um milagre moderno para uma enormidade de situações complicadas.

Espero com esta informação poder contribuir para que milhões de pessoa com dor vejam a sua vida melhorada.
A tecnologia não serve apenas para fazer carros ou aviões mas também para criar moléculas que acabem com a dor, sem qualquer preconceito.

Já agora.
Precisei, disse o meu médico, de meter uns diazinho de baixa.
O esquerditas defendem tanto o direito dos trabalhadores e um deles é exactamente este!


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A bomba nuclear norte coreana e o défice abaixo dos 2,5% e o crescimento nos 1,8%

São tudo coisas que queremos acreditar.
Eu ainda quero acreditar que, um dia, aparecerá uma gaja toda boa, de olhos azuis, bater à porta do meu gabinete a oferecer-se para ser minha amante.
Todos queremos acreditar que a Miss Mundo vai terminar com as guerras e fome no mundo mas, pensamos depois, "Tu eras boa era para fazer aquilo que eu sei" (pensou o Trump e assim o fez).

Numa viagem de avião ...
O Sr. Comandante avisa "Tenho a dolorosa obrigação de vos avisar que ambos os motores pararam e, como estamos no meio de nenhures, o avião vai cair dentro de 10 minutos. Façam o que precisarem fazer pois as vossas vidas chrgaram muito brevemente ao fim.
Uma jovem bem jeitosa levanta-se e grita "Por favor, eu sou uma menina e eu não quero morrer antes de alguém me fazer uma mulher de corpo inteiro, fazer aquilo que vocês homens sabem"
Levantou-se um homem nos seus 30 anos e ofereceu-se logo "Vamos ali para traz que eu faço-a já uma mulher"
Chegados lá atrás o homem tirou a camisa, tirou as calças e disparou logo "Queres ser uma mulher de corpo inteiro? Passa isto a ferro e cuidado com o duplo vinco senão ainda levas no focinho."

Será que a Coreia do Norte tem a bomba atómica?
Nem pensar nisso. 
O problema da BA de hidrogénio tem uma dimensão mínima de 225 kt e uma verdadeira Bomba H tem uma potência na ordem de 15000 kt e a coisa que rebentou foi anunciado que estava abaixo das 10kt.
E foi anunciado que a explosão aconteceu exactamente ao mesmo tempo que um terramoto para não ser possível medir no exterior qual a verdadeira potência da anunciada bomba.
O bicho esteve à espera que acontecesse um terramoto e, pumba, foi ai que rebentou a bomba.



E porque será que toda a gente dia que acredita?
Para ver se o bicho se convence que estamos convencidos de que ele tem a bomba o que, talvez, o faça acabar com essa toleira de tentar fazer bombas atómicas.

O défice e o crescimento são outra brincadeira.
Já estou como o cigano que vende coisas a partir da carroça 
"O défice numa loja qualquer é 2,2% mas para para o estimado freguês não vai ser 2,2%, 2,3% nem 2,4%, vai ser mesmo 2,5%. Mas como o freguês me parece estar enteressado, faço um défice de 2,5% e um crescimento de 1,8% se levar os dois em conjunto."
Não vai ser nada disso e só não compreendo porque a UTAO teima em dizer que o défice vai ser de 2,6% e o crescimento de 1,0% quando nem perto disto vão estar. Mas vamos esperar para ver onde a coisa vai cair que será, naturalmente, na cabeça do contribuinte.

Será que a Sobretaxa do IMI vai cair só no "grande capital"?
Naturalmente que não pois, se os esquerdistas tributarem apenas os ricos, como só há meia dúzia, a medida não dá receita nenhuma.
Agora, vai ser tudo uma questão de definição de rico. Lembrem-se que, antigamente, ser rico era ganhar o Salário Mínimo Nacional (530€/mês, 14 meses por ano) mas que, no governo do Sócrates, isso foi alterado para o Índice de Apoios Sociais (419,22€/mês, 12 meses por ano). Sim sim, e foi esse mesmo do olhinho, o Vieira da Silva que reduziu o patamar de rico de 7420€/ano para 5030,62€/ano, uma redução de mais de 30%. 
Agora vai ser igual, vão cortar as unhas até  eu me tornar um exemplo de "grande capital" (eu tehnho mhais de cinhquenta mhil euhros no bahnco!).
 
Aghora, a quehstão da muhlher vinhda de leshte.
Vhou ter que mehter um haga no mehio de cahda palahvra pahra que eshta parhte do texhto não poshsa ser tradhuzida pelo guhogla.
Nhão é que apahrecheu meshmo umha jovhem, vinhda de um pahís do lehste, pahra tenhtar fazher-me fehliz? De cahsa dehla ahté ao mheu gabhinete tehve que fahzer quahtro mhil, duzhentos e dohze quilhomehtros.
A coithadinha tehm trinhta e um anhos, ohlhos cinzehntos claros que shão azhul mahrinho ao shol, pehsa quahrenta e sehte quilos, é dohutorahda em ecohnomhia e prohfessohra nuhma univehrsidahde ucrhaniana e, conhfessohu-me, dehpois de fahzer umhas conhtas ao câmhbio da horha, "nhão pohsso anhdar de auhtocharro porhque gahnho cehnto e thrês euhros pohr mhês."
Dihgo-vos qhue é em bhom e ahté cenhto e três euhros por mhês ainhda lhos pohsso dhar, pesno que sehrá fáhcil amohrtizha-los.
Fihquei meshmo com pehninha, a coitahdinha até me mohstrou a carhteira onhde tihnha tohda a sua forhtuna que pouhpou ao lonhgo de tohda a suha vihda, mehia dúhzia de nohtas de vinhte euhros.
O intehressahnte é qhue mhe cohnheceu neshte blohgue!  Diz que tradhuziu no guhgla e qhue, por parhtilhar das mihnhas idheias, decihdiu vhir phor ai abhaixo.
(Teshtei o tehxto no guhogla e a mhoça nhão vhai meshmo conhseguir trahduzir eshta pahrte) 


O mhais cerhto é acabarhmos arraçahnados um cohm o ouhtro, com umha dúzhia de fihlhinhos.

A Clinton tem uma saúde de ferro.
Andei a pesquisar na internete e até encontrei quem dissesse que tinha SIDA. Desde demência até embolia pulmunar, encontrei de tudo.
Já o Trump, tem a mulherzinha para atestar que "Estar tudo em ordem" (tahmhbém vehio de lehste).

O Bill Clinton também está caquético, sempre com a boca aberta. Deve ser a maldição Lewinsky!

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A vitória do Trump e a derrota da CGD

Não acham estranho que o presidente mexicano tenha convidado o Trump? 
Sendo certo, segundo os opinion makers, que o Trump vai perder por muitos, para que se deu o Presidente Enrique Peña Nieto ao trabalho de convidar o Trump para uma "visita de estado" com direito a uma conferência de imprensa conjunta?
Será que o Nieto é louco ao ponto de atribuir alguma probabilidade à hipótese estrambólica de o Trump vir a ser o próximo presidente americano?
Para responder a esta questão, fui ao www.realclearpolitics.com ver como andam as sondagens a 2 meses das eleições (que serão no próximo dia 9 de novembro).

Desde março, foram apresentados 179 resultados.
Mas são sondagens muito diferentes. Umas são inquéritos num site, outras são o acompanhamento semanal de uma painel (fixo) enquanto que outras são perguntas feitas pelo telefone. Também umas têm s
o dois candidatos e outras têm 4.
Num primeiro passo, homogeneizei os valores considerando apenas 2 candidatos e dividindo a abstenção e os votos nos outros candidatos proporcionalmente pelos 2 candidatos.
Num segundo passo, fiz uma média móvel ponderada pelo tamanho da amostra (dividi por 10 as sondagens em sites por não terem o mesmo rigor estatístico), considerando o peso de 10% à última sondagem.

O que observo 
é que, desde abril (mês 4), as intenções de voto estão sempre a subir mas que há dois incidentes que causam um trambolhão, o primeiro, em princípios de junho (mês 6) e o segundo em finais de julho (mês 7). Também observo que em meados de julho o Trump ultrapassou ligeira a barreira dos 50%, altura em que o Obama foi dizer numa visita de estado que "o Trump não é adequado para ser presidente da América e é mesmo um perigo para a ordem e paz mundiais."

Fig. 1 - Evolução das sondagens americanas (Trump vs. Clinton, média móvel de 179 valores, realclearpolitics)

Afinal, o Trump pode mesmo ganhar.
Pois se olharmos para as sondagens, em abril a Clinton tinha uma vantagem de quase 10 pp, depois, foi oscilando e agora está com uma vantagem de apenas 2 pontos percentuais, vantagem essa que se está a esfumar muito rapidamente.
Lá para finais de setembro, o Trump vai ultrapassar outra vez a Clinton e, se não houver mais nenhum sobressalto, chegados a novembro, o Trump vai mesmo ganhar e ser o próximo Presidente dos Estados Unidos da América do Norte.

O que eu quero falar sobre a caixa Geral de Depósitos tem a vem com o Slimani.
Como todos sabem, o Slimani é um jogador de futebol que o Sporting "despediu" por 30 milhões €.
Quer isto dizer que, o Sporting para dispensar os serviços do Slimani, o moço teve que pagar 30 milhões €.
Agora, para a CGD dispensar um colaborador tem que lhe pagar, em média, 233mil€ por cabeça.
Sim, diz a comunicação social que estão guardados 700milhões € para despedir 3000 trabalhadores

O que será que vos diz esta comparação?
Que o Slimani produz mais do que o salário que estava a ganhar no Sporting e, pelo contrário, os colaboradores da CGD recebem mais ordenado do que produzem.
Assim, o Slimani era um activo para o seu empregador enquanto que os colaboradores da CGD são um passivo.

Será que a geringonça não tem o dever de proteger os contribuintes?
Fui fazer uma simulação para a indemnização por despedimento colectivo (ver, simulador). 
Um trabalhador que ganhe 3000€/mês e que tenha 20 anos de serviço, tem direito a 48458€.
Se eu fosse despedido (em despedimento colectivo, tenho 27 anos e 4 meses de serviço) teria direito a 88104€.
Sendo assim, que contas está a fazer a geringonça e qual o fundamento legal para, em média, ir entregar 233 mil € a cada cabeça?
Será que a Geringonça é livre de entregar o valor que bem entender a quem bem entender?
Eu penso que não, que tem que se limitar ao que diz a Lei pois, caso contrário, estaremos em presença do esbanjar de recursos públicos que pertencem a todos nós.

Será que eu mereço o ordenado que recebo?
Claro que não e prova disso é que no meu emprego estão mortinhos por me despedir e, mesmo assim, eu não me voluntario a sair dali.
Penso mesmo que, no dia em que eu deixar de lá aparecer, vão mandar foguetes ao ar e estourar garrafas de champanhe. Mas o problema é que se, por um lado, os esquerdistas me odeiam, por outro lado, como sou funcionário público, defendem os meus direitos. E eu tenho direitos.
E qual será o meu futuro?
O mais certo é atribuírem-me cada vez menos trabalho até que fique totalmente sem fazer nada, em casa, a receber o mesmo, incluindo o subsídio de refeição (já estive assim 20 meses). Assim como o meu professor Augusto Rocha e Silva que esteve anos e anos sem nada fazer mas que, infelizmente, acabou por não resistir e "morrer num acidente estúpido" (suicidou-se da mesma forma que o Primo Levi! Não acham muita coincidência ter também caído no vão das escadas?).

Fig. 2 - Primo Levi, à volta de 1950


Finalmente, as prioridades da minha vida.
Quando eu andava pelas igrejas, diziam-me que tinha que fazer um "exame de consciência" para, assim, identificar quais são as prioridades da minha vida.
Depois de muitos anos a pensar, cheguei à conclusão que a minha prioridade é ser feliz.
Não é ter amigos, ser simpático, trabalhar, gostarem de mim como colega de trabalho, ser uma fodilhão de renome, nada disso, é ser feliz, eu próprio.
Vem isto a propósito de uma crónica que li no fim de semana num jornal qualquer (quando eu me lembrar do nome, escrevo-o aqui) que dizia, em resposta a uma leitora, que ter filhos era uma perda de tempo. Imaginei logo que a crónica era uma confissão sobre a sua má qualidade da autora enquanto filha.

A minha mãe disse-me apenas uma vez ...
Meu filho, eu dei-te a vida e criei-te o melhor que pude para que, agora que estou necessitada, trates de mim. Se tiveres que deixar de trabalhar, deixa pois eu estou primeiro porque te dei a vida e esses não te deram nada. Além disso, não te agradecem e eu, além de te agradecer em vida, quando chegar ao Céu, vou pedir a Deu por ti.
E assim eu faço desde há 23 anos, no principio estando ela válida e hoje, acamada e sem dizer coisa com coisa.
Claro que a minha mãe tem mais 5 filhos cuja primeira frase, por unanimidade, foi "mete-a no asilo que já nem sabe onde está".
Mas, se eu disse, "estarei sempre aqui", não é agora que vou abandonar o barco.

A questão que eu coloca.
Mas não terá um filho a obrigação de deixar o seu trabalho e uns anos da sua vida para ser escravo dos pais quando eles disso têm necessidade?

Por oposição, há o filho de uma colega minha.
A mãe está um pouco aflita com falta de dinheiro e o filho, pelo contrário, está médico e a ganhar balurdios, diz ela que mais de 3000€ por mês.
Não é que a mãe, esganada de dinheiro, lhe está a dar 850€/mês para ele pagar a prestação da casa e ele nada mais diz que não seja "preciso de juntar dinheiro para me casa"?
Isto é o que na minha terra se chama um grande filho da puta, não no sentido de que a mãe anda na estrada mas no sentido de que, filhos destes, dá gosto abortar.



Que Deus vos ilumine e guie no caminho da descoberta das prioridades da vossa vida. 
E, depois, cortem a direito com tudo o que se meter no meio do caminho para a felicidade.
Maria Clara

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Eu quero a lista de caloteiros da CGD

Se a Geringonça quer acabar com o sigilo bancário para nos cobrar mais impostos,
 eu quero saber quem caloteou a CGD em 5160 milhões € e quem foi que concedeu esse créditos que acabaram por não ser pagos.
Se há a lista dos devedores ao Fisco e à Segurança Social, calotes no valor de 5160 milhões € penso que merecem também ser publicitados para todos nós compreendermos como andaram de mãos dadas os decisores políticos e os caloteiros.
Ou será que agora já não interessa aos comunas e esquerdistas saber quem é o "grande capital"?


Destapa tudo que 5160 milhões € é muita massa para meter no bolso de alguns desconhecidos.

Será que o PCP comprou a Quinta da Atalaia com um calote à CGD?
Pois não sei e gostava de saber.
Até dou de barato que essa lista só inclua, como os devedores aos Fisco, os que calotearam em mais de um determinado valor, Ao fisco é a partir de 7500€ mas até dou de barato que sejam só os caloteiros com mais de 1000000€ de calote.
Mas quero saber quem são e se foi o Vara que lhes deu a massa.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

O Brexit, o Mar Morto e as tarifas aduaneiras

Parece que o Mar Morto não tem nada a ver com o Brexit! 
O Mar Morto é o lago com 60000ha onde desagua o Rio Jordão. em termos políticos, está dividido entre Israel, a Margem Ocidental (West Bank) e a Jordânia. 
A superfície da água do lago está a quase 430m abaixo do nível médio dos oceanos e, porque as suas águas não têm saída, ao longo dos milénio foi acumulando o sal transportado nas águas do Jordão (que se evaporam) e, assim, tornou-se um corpo de água saturada em sais, principalmente cloreto e brometo de sódio e de magnésio. Em peso, um litro de água do Mar Morto tem 290g de Sal.
É uma grande atracão turística porque as pessoas flutuam muito facilmente (e, dizem, as lamas fazem bem à saúde, bullshit).

O problema é que o Mar Morto está a secar.
O caudal médio do Rio Jordão quando entra no Mar Morto, sem intervenção humana, é de 40m3/s que compara com os 700m3/s do Rio Douro. Mas, por causa do desvio para a Jordânia (40%) e do uso em Israel, atualmente só chegam ao Jordão 2% deste caudal natural, cerca de 1m3/s.
Sendo que não lhe chega água, ao longo do tempo, o Mar Morto tem vindo a diminuir de dimensão, cerca de 900ha de superfície e 1m de cota, se nada for feito, irá desaparecer dentro de poucos anos.
A sua diminuição causa problemas ao turismo pois a linha de costa está constantemente a afastar-se dos hotéis.

Terá que vir água do Mar Vermelho ou do Mediterrâneo.
Existem 2 caminhos principais por onde a água pode entrar.
No primeiro caminho, a água vem do Golfo de Aqaba que é uma abertura que vai ligar ao Mar Vermelho.
A água entrará em Eilat e, depois, percorre 160km.
No segundo caminho, a água vem do mediterrâneo, entra em Ashdod e, depois, percorre 80km.
Apesar de os decisores políticos se estarem a inclinar pela solução do Mar vermelho, vou-me concentrar na solução do Mediterrâneo.



Bombear a água.
Não interessa muito os quilómetros que a água vai percorrer mas antes quanto custa meter 1m3 de água no Mar Morto. Normalmente, os transvases usam os rios a correr em sentido contrário, da foz para a nascente tendo a água que ser bombeada de barragem para barragem até que, chegando ao cimo do monte, já se pode desviar para o rio pretendido. No novo rio, haverá barragens para recuperar a energia que se gastou

Fig. 2 - Esquema de um transvase usando barragens e bombagem

No caso do transvase Mediterraneo-Mar Morto, é preciso subir primeiro 920m para descer depois 1400m
Em termos energéticos, parece que ainda vai haver lucro mas o problema é que existem ineficiências. 
A bombagem perde 20% da energia, o percurso nas barragens e canais outros 20%, na turbinação 20% e nos fios outros 10%. Somando isto tudo, teremos
    Energia gasta = 920 * 1,20*1,20 = 1324m
    Energia recuperada 1400*0,8*0,9=1008m
Gasta-se mais energia do que a que se recupera.

Com um túnel
Não se perde energia a bombar nem a gerar electricidade pelo que o saldo será muito positivo.

Vamos ao Brexit e ao livre comércio.
O túnel é o livre comércio e o transvase com barragens e bombagem é o sistema de tarifas aduaneiras.

As tarifas aduaneiras anulam-se com outras tarifas aduaneiras.
O Reino Unido quer exportar carros e a França passa a cobrar uma tarifa de 100 milhões€.
O Reino Unido retalia, passa a cobrar uma tarifa de 100milhões € sobre os vinhos francesese e entrega esse dinheiro aos produtores de carros para os compensar da tarifa cobrada pela frança.
Então, tanto dá haver tarifas como não haver pois, assim que um país inventa uma tarifa, o outro anula-a cobrando outra tarifa de que faz o tranvase do receita para anular o efeito.
O problema está apenas no custo de cobrar as tarifas, o que inclui custos administrativos e inspectivos pois, quem paga tarifas, não as quer pagar (combater o contrabando).



As vantagens do comércio.
Não é obvio que o comérico traga vantagens para os povos mas vou apresentar dois exempos que ilustram como o comérico aumenta a produção.

Vantagens Absolutas.
Vou imaginar uma economia em que se produzem pães e salsichas e onde as pessoas comem cachorros (pão com salsicha). No total, existem 40 horas de trabalho disponíveis em cada país.

No País A, demora 5 minutos a produzir um pão e 10 minutos a produzir uma salsicha.
Então, na 40 horas, vão ser produzidos 160 cachorros que será o PIB do país A.
     40*60/(5+10) = 1600
 
No País B, demora 10 minutos a produzir um pão e 5 minutos a produzir uma salsicha.
Então, na 40 horas, vão ser produzidos 160 cachorros que será o PIB do país A.
     40*60/(10+5) = 160
O país A tem uma vantagem absoluta na produção de pão e o país B na produção de salshichas

Vou abrir as fronteiras.
Agora, no país A vão produzir 480 pães (40*60/5 =  4800) e no país B 480 salsichas.
Depois, os do país A vão vender 240 pães em troca de 240 salsichas e acabam ambos a comer 240 cachorros em vez do 160.

Vantagens Relativas.
Vou fazer o País B mais atrasado, demora 15 minutos a produzir um pão e 15 minutos a produzir uma salsicha. Então, na 40 horas, só vão ser produzidos 80 cachorros.
     40*60/(15+15) = 80
 A produção nos dois países será de 160+80=240

Vou abrir as fronteiras.
Parece que, neste caso, o país A vai produzir ambos os bens e o país B nenhum bem mas, se assim for, o país B não tem como arranjar divisas para comprar os bens produzidos no país A. Então, o país B vai produzir o bem onde tem uma vantagenzinha relativa que são as salsichas.

No país A por cada salsicha produzida, deixa de se produzir 2 pães.
No país B por cada salsicha produzida, deixa de se produzir 1 pães.
Esta "razão de produção" é o custo de oportunidade.
Assim, o país vai produzir os bens onde os custos de oportunidade (e não so custos verdadeiros) são menores.

País A => 266,67 pães e 106,67 pães
País B => 0 pães e 160 salsichas.
O total de produção é de 266,67 cachorros quentes, um aumento relativamente aos 240 sem comércio.

Se ambos os países ficarem com o mesmo nível de vida.
Cada país vai comer 266,.66/2 = 133,33 cachorros. Se assim for, 
O país A vai exportar 133,33 pães e importar 26,33 salsichas
O país B vai importar 133,33 pães e exportar 26,33 salsichas
Neste equilíbrio, o preço de 1 salsicha será 5 pães 
Se o pão for 0,10€/u, a salsicha será 0,50€/u. 

Mas isto não pode ser porque o país A fica pior.
É por esta razão que existem guerras comerciais e barreiras à movimentação dos trabalhadores.
As pessoas do País A não aceitam piorar para que os do país B melhorem.

Ambos os países dividem os ganhos do comércio.
Agora, já será mais aceitável para o país A.
Como o ganho é (266,67-240)/2 = 13,33
O país A irá consumir 160 + 13,33 =173,33 cachorros.
Para isto, precisa exportas 93,33 pães e importar 66,66 salsichas.

O país A irá consumir 80 + 13,33 = 93,33 cachorros.
Para isto, importa  93,33 pães e exporta 66,66 salsichas.
O preço terá que ser 1 salsicha = 1,4 pães.
Se o pão for 0,10€/u, a salsicha diminuirá o preço para 0,14€/u.


Em mercado livre, tudo tem venda, o problema é o preço




Mas existem problemas
É que a teoria apenas permite comparar situaç~eos já em equilíbrio pelo que temos problemas durante o ajustamento.

Primeiro problema: a divisão do ganho.
Um preço mais elevado para a salsicha faz com que o ganho vá para o país B enquanto que um preço mais baixo faz com que o ganho vá para o país A.
As guerras comerciais são jogos dinâmicos que têm por fim alterar a divisão do ganho.

Segundo problema: o ajustamento.
No país B, as empresas que produzem pão vão ter que deixar esta actividade. Como investiram tempo a aprender a fazer pão, têm as máquinas e os clientes habituais, isso vai custar muito. Pelo contrário, os fazedores de salsichas viverão um período de prosperidade.
No país B, as empresas que produzem salsichas vão começar a ter concorrência pelas importações baratas (o preço cai de 0,50€ para 0,15€) pelo que muitas empresas vão à falencia. os produtores de pão viveram um período de prosperidade.

Os nossos agricultores estão em crise.
Pois estão porque a nossa economia, comparativamente a outras economias, não pode produzir bens agrícolas como leite.
Toda a nossa economia está a evoluir para os serviços (turismo).
Claro que, como uma economia produz milhares de bens diferentes, o modelo das vantagens comparativas com 2 bens é apenas uma pequena janela para a dinâmica económica que a Globalização está a operar nas nossas economias.
Mas, havendo milhares de bens e centenas de países/regiões, o que se vai observar é a especialização de cada região nas actividades onde tem vantagens relativas e, depois, vender o bem produzido no mercado global onde adquire os outros bens necessários.
No final, ficamos todos a ganhar.

A Alemanha especializa-se a produzir carros e o Brasil, a produzir bandeiras

Terá sido o Brexit um tremendo erro e o Trump um burro?
O Trumpo quando fala em construir muros e em rever tratados comerciais ou o UK quando sai da UE para rever políticas de asilo, não estão mais do que tentar alterar a divisão dos ganhos do comércio.
Como são países grandes, pensam explorar o "poder de monopólio" para trazerem para si uma percentagem maior dos ganhos do comérico.
Claro que, olhando apenas para os ganhos do comérico, pensamos que vão ter perdas (iguais às nossas), mas trazendo os termos de troca à discussão (os preços), a sua estratégia aparentemente isoliacionista faz  todo o sentido.

Será América capaz de socorrer os países balticos?
Muito se tem dito mal do Trump por ter dito que talvez não fosse possível defender os países balticos no caso de uma invasão russa.
Mas porque não perguntaram isso ao Holland?
Porque razão têm que ser os americanos a defender seja o que for?
Penso que, caso a Rússia decidisse invadir os países balticos, tal como na GEórgia e na Ucrânia, nada poderia ser feito para além do embargo económico.
Penso que ninguém está a imaginar uma guerra directa entre a Rússia e a Nato, nem seria bom para ninguém.

O Obama esqueceu-se dos aliados Curdos.
Coitados, acontecia-lhes como aos desgraçados Curdos que, mesmo no Iraque, estão a ser bombardeados pelos Turcos e pelos Russos e as pessoas de Alepo, a quem o Obama prometeu que os apoiaria se lutassem pela liberdade contra o Assad e, agora, estão a morrer porque o Obama se esqueceu deles, escondido nas saias da Clinton a ver se ela ganha.
Os USA já parecem um país do terceiro mundo onde o presidente da república aproveita uma visita de estado ao estrangeiro para dizer que o adversário político (da oposição) é um perigo para o seu país. 

Nós podiamos ter um "mar morto".
Penso que poderia ser uma atracção turistica bombar água do mar para uma lagoa e deixar que evapore até ficar saturada de sal. Desta forma, ficaria um mar morto pequenino, assim uma coisinha 100ha.





domingo, 7 de agosto de 2016

Já tenho uma ideia para o Hotel da Escarpa da Serra do Pilar

Dizer que está errado é muito mais fácil do que dizer como se faz bem. 
E foi a parte mais fácil que fiz quando disse que o projecto da Douro Azul para um hotel na Escarpa da Serra de Pilar, ESP, é um mamarracho.
Mas, no entretanto estive a pensar nas palavras simpáticas do Mário Ferreira (que, interessante, não disse uma única palavra abonatória relativamente ao projecto do mamarracho!) e fiquei com remorsos de não lhe ter dito nada sobre como o hotel poderia ser imaginado.

Sendo que não é parolo ...
Pensei eu, então está aberto a soluções visuais nunca vistas, capazes de, daqui a 500 anos, haver uma lei a proibir que mexam nesse edifício.
Pensei toda a noite e hoje surgiu-me uma ideia: o hotel tem que se inspirar nos vinhos, tem que ter pipas, toneis e garrafas. Então, comecei a imaginar o hotel como um amontoado de pipas e toneis como se vê nas fachadas das caves do Vinho do Porto.

Fig. 1 - A fachada terá filas de pipas com 4,0 m de diâmetro.

A escarpa tem 400 m de comprimento por 65 m de largura.
Isto dá uma área total de 26000m2.
Para termos uma comparação, a ribeira do lado do Porto (o triângulo entre a R. Infante D. Henriques, a escarpa do Túnel da Ribeira e o Rio) tem 30000m2.

Fig. 2 - A ESP é uma área importante da Ribeira e que só está à espera de bons projectos de arquitectura
 
Por isso, a ESP é um diamante em bruto que está ali perdido à espera de ser lapidado.
Mas não pode ser à moda de S. João da Madeira e de Guimarães (i.e., com caixas de sapatos) mas antes à moda de Gaia, com coisas do vinho e do Douro.

Fig. 3 - As filas de pipas seria interrompidas, aqui e ali por toneis com 20 metros de altura.

Já estou então a imaginar a fachada.
Pipas amontoadas, com quebras de regularidade, aqui e ali e misturadas com toneis mais altos, tipo torres de um castelo, e mais baixos.
Nas pipas e toneis, janelas abertas como escotilhas num navio.
E, por falar em navios, também metia uns barcos rabelos misturados com as pipas e umas garrafas gigantes, transparentes que seriam jardins suspensos, tudo desconstruido e meio tosco.

Fig. 4 - Tudo como as bailarinas Paula Rego

 O importante é termos imaginação.

Imagination is more important than knowledge. For knowledge is limited to all we now know and understand, while imagination embraces the entire world, and all there ever will be to know and understand. 

Albert Einstein

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

As bananas e os robo-barcos

Há coisa de que todos temos curiosidades. 
Uma das coisas é, olhando para uma banana que vamos comer, imaginar a pessoa que cultivou aquela fruta sabe-se lá onde, e visualizar o caminho que aquele objecto percorreu até vir parar à nossa mão.
Sendo que a banana tem um preço na ordem de grandeza da fruta que produzimos em Portugal, imagino eu que, à porta da plantação, a banana deve ser muito barata.
Se fosse possível diminuir os custos entre a plantação e a nossa mão, o preço diminuiria na prateleira e aumentaria na plantação o que seria bom para todos.

Penso que é um pecado grave ver uma mulher a comer uma banana


Vou então dizer o que descobri.
A Bananeira é uma erva gigante que se cultiva em países quentes, com temperatura mínima noturna superior a 13.ºC. Em termos globais, produzem-se cerca de 125 milhões toneladas de banana por ano, 50% no Sul da Ásia, 20% na África e 20% na América do Sul. Produzem-se mais bananas do que laranjas (115Mton/ano) e do que maças (81 MTon/year).
A bananeira nasce como um rebento de uma planta adulta, produz ao fim de, em média, 18 meses, sendo mais rápido o crescimento nos climas mais quentes, e, depois de produzir, morre (fica um rebento lateral). 
Nos países quentes não existe época de produção pelo que a cultura é planeada de forma a que exista produção todos os dias.
Uma vez feita a plantação, fica em produção durante vários anos (corta-se o pé que produziu e deixa-se um dos rebentos crescer), o que torna a cultura simples e muito produtiva, cerca de 3kg/ano/m2 (30 ton/ano/ha).

Á porta da fazenda, o preço é de 0,30€/kg.
A banana que compramos por 1,00€/kg é maioritariamente produzida na Colômbia ou no Equador de onde sai da plantação a 0,30€/kg.
Na plantação, os cachos são colhidos, seleccionados os melhores grupos, lavados, desinfectados e embalados em caixas de cartão 36 litros que levam 18 kg de fruta. 
Depois, metem-se as caixas em contentores refrigerados. Um contentor de 20 pés leva cerca de 800 caixas, 14 toneladas.

 
Fig.1 - A banana que comemos é produzida a mais de 8500 km da nossa boca
 
Perdem-se 0,70€ na viagem.
Á saída da fazenda, cada caixa tem um preço de 5,00€ e, quando chega à nossa mão, depois de percorridos 10000km, o preço de cada caixa é 18€.
Esta margem de mais de 250% entre o preço de produção e o preço no nosso hipermercado prende-se com os custos de transporte e não tanto em estarmos a explorar os desgraçados que produzem bananas.
É que a logística é complexa e cara.
Como as plantações obrigam a espalhar a produção e o Atlântico é atravessado apenas por navios grandes, é preciso fazer muitos transbordos.
Assim, o transporte começa por juntar caixas até se encher um contentor refrigerado a 12ºC, depois, continua com o contentor num camião até um porto (podem ser mais de 1000km) que vai, mais tarde, levar o contentor até um porto grande onde possa atracar um navio transatlântico.
Uma vez na Europa, passa-se o inverso, o navio grande descarrega em Roterdão o contentor para navios mais pequenos que vão para portos mais pequenos onde o descarregam num camião que, depois, faz a viagem até à central de compras do supermercado onde o contentor é aberto e as 700 caixas separadas em vários camiões que as vão levar para as prateleiras dos hipermercados de cada terra.


Imaginemos a nossa Guiné-Bissau.
Tem um clima, em termos de temperatura e chuva, e terrenos bons para a cultura de banana, ananás e manga, podendo estas culturas ser o motor de desenvolvimento desta nossa ex-colónia. O problema é que não têm como transportar as frutas em tempo útil desde o local de cultivo até à nossa mão.
Nos países pobres as estradas são muito deficientes e os portos de mar pequenos e incapazes.
O que era preciso era um navio pequeno, com capacidade para 100 contentores de 20 pés, que pudesse ser carregado em pequeno portos e fizesse a viagem até ao destino final na Europa, América do Norte e Japão e pudesse entrar nos rios.


Os navios são grandes para diminuir os custos.
Um navio grande, para a mesma velocidade, gasta menos combustível. O combustível gasto é proporcional à área em contacto com a água e, quando um navio é maior, a área aumenta ao quadrado e o volume ao cubo. Assim, se aumentarmos a dimensão de um navio em 10 vezes, o consumo de combustível por tonelada diminui para metade.
Um navio grande também poupa nos custos da tripulação.
Então, para termos um navio pequeno temos que usar a outra variável importante que é a velocidade pois o consumo de energia cresce com a velocidade ao quadrado.
Desta forma, para termos um navio que é 1% do tamanho de outro (que viaja à velocidade de 23km/h) com o mesmo consumo de energia temos que reduzir a velocidade para 10km/h.
Quanto á tripulação, temos que acabar com ela!
O Roboship.
Investem-se actualmente milhares de milhões no desenvolvimento de tecnologia para que os carros possam circular na rua sem condutor humano por é difícil mantê-los na estrada congestionada com outros veículos e pessoas. Mas, para termos robô-navios, dado que não há a limitação da estrada, uma tecnologia simples é mais do que suficiente. Penso que, em mar aberto, bastará um GPS para saber a localização do navio, um sonar para detectar outros navios próximos e uma ligação por satélite para comunicar e receber instruções da central de controlo.
Estou a imaginar um navio com capacidade para 100 contentores de 20 pés a viajar por esses oceanos fora de forma autónoma a 10km/h (que compara com os 4km/h das caravelas quinhentistas).
Estou a imaginar, em vez de navios com 15000 contentores que tem que receber carga de centenas de portos, 150 navios com 100 contentores cada que viajam de um porto de origem para um porto de destino. 
A viajar a 10km/h demoraria 35 dias a percorrer os 8500km que nos separam da América do Sul e 19 dias a percorrer os 4500 km que nos separam da Guiné Bissau, é mais do dobro do tempo normal mas, como não há tripulação, não será um problema muito grande (para obter as distâncias entre portos e os tempos de viagem a 14 nós, ver este site). E a banana conserva-se 6 semanas com temperatura e atmosfera controladas (ver).

Os esquerdistas desmiolados são contra a globalização.
A globalização tem permitido que, mais e mais produtos de locais esquisitos cheguem à nossa mesa. No sábado passado olhei para a prateleira do feijão e vi lá feijão preto da Etiópia, branco do Madagáscar, vermelho da Índia e frade da China. Como muito do preço que pagamos são custos de transporte, os esquerdistas desmiolados têm metido na nossa juventude inconsciente a ideia desmiolada de que, ao comprarmos produtos desses países pobres, estamos a explorar a miséria das pessoas desses países que têm salários muito baixos para o nosso padrão de vida.
Então, sendo desmiolados, têm que vir com uma ideia absurda: proibir a importação desses países pobres.
Mas, quando uma pessoa na Colômbia vai trabalhar numa plantação de bananas por 1€/h, não consegue ganhar este valor noutra actividade pelo que, se não lhes comprarmos bananas, o seu nível de vida vai diminuir.
É como proibir uma pessoa de beber água porque, caso contrário, teria que fazer uma longa viagem.
O que temos que defender é o aprofundar da globalização pela diminuição dos custos de transporte.

O comércio livre é a melhor forma de "combater" as migrações.
Reparemos que, nos refugiados que chegam à Europa, não há Etíopes.
E isto não acontece porque a Etiópia, apesar de ser um dos países mais pobres do mundo, tem desde 2002 uma política de abertura das fronteiras para o investimento e o comércio. Esta abertura permitiu que o rendimento per capita das pessoas triplicasse em 12 anos (um crescimento de 8,7%/ano, WB).
Com livre comércio, os países mais pobres desenvolvem-se e, como ninguém gosta de sair do seu país, as pessoas ficam contentes por lá a trabalhar para nós por tuta e meia.


Deus ajude os pobres a vender o que produzem.
Maria Clara

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Uma pequena nota sobre o défice de nascimentos.

Hoje está-se a discutir no parlamento incentivos à fertilidade.
Para na geração seguinte haver tantas pessoas como na geração actual, cada mulher tem que ter, em média, uma filha o que resulta em 2,07 filhos (nascem ligeiramente mais homens do que mulheres). Ora, o último ano em que esse número de equilíbrio se observou foi em 1982, já lá vão 34 anos.
Assim, apesar de ser sempre anunciado como um problema que precisa de rápida intervenção, já dura há 34 anos e nada de eficaz foi feito porque, ano após ano, caiu.
claro que os esquerdistas gostam de dizer que é um problema criado pela direita e as suas políticas destruidoras da economia. Mas atentemos aos números.
Quando o Guterres entrou (1995) era de 1,41 f/m. Foram criados não sei quantos instrumentos e mecanismos (o famoso "ter filhos para receber o rendimento mínimo") e quando saiu (2002), a fertilidade estava em 1,46 f/m, umas 5 centésimas a mais que nem dão para o erro estatístico.
Quando Sócrates entrou (em 2005), estava de volta aos 1,41 f/m e quando saiu (2010) já tinha caído para 1,39 f/m.
Agora, está em 1,21 f/m.

Porque será que não nascem crianças?
Há muitas opiniões mas nenhum estudo científico que identifique os instrumentos que permitam fazer aumentar o número de crianças que nascem todos os anos.
Será o aborto ser livre?
Será as pessoas não irem à missa?
Será não haver infantários?
Será a política neoliberal do Passos Coelho?
Será a pobreza?
Cada cabeça opina uma hipótese mas não existe nenhum estudo que diga que "por cada 1000€ investidos em infantários, nascem mais 0,3 crianças" ou "se aumentarmos a licença de maternidade numa semana, nascem mais 1472 crianças/ano."

Apenas sei duas regularidades estatísticas.
Pegando nos dados do Banco Mundial, sei que a diminuição da fertilidade é um fenómeno global que tem como principais variáveis o tempo e o rendimento.

A variável ano.
Cada ano que passa, nascem menos filhos por mulher.
Se houve uma redução em Portugal (nos anos 1960 nasciam 3,1 f/m e agora nascem 1,2 f/m), também houve uma redução à escala mundial (nos anos 1960 nasciam 7,5 f/m e agora nascem  3,7 f/m).


Evolução da fertilidade ao longo do tempo, 1960:2014 (dados, Banco Mundial)

A variável rendimento.
Contrariamente ao que se possa pensar, é nos países pobres onde a fertilidade é mais elevada. Assim, considerando 227 países e a média dos últimos 10 anos, quando um país aumenta o seu rendimento em 10%, a fertilidade diminui 3%.

Evolução da fertilidade com o PIB, 227 países, 2004:2014 (dados, Banco Mundial)

 E o que poderá ser feito para aumentar o número de nascimentos?
Noutros postes, já avancei várias medidas possíveis mas a principal é haver uma alteração de mentalidades. 
A criança (e, genericamente, a sexualidade) tem que deixar de ser vista como algo de criação divina e passar a ser vista como o output de um processo produtivo que tem que responder ao menor custo a um mercado em crescimento.
Se há um défice de 50 mil crianças por ano, talvez a Geringonça abrir um concurso público a ver quem as consegue fornecer ao menor preço. Talvez o caderno de encargos diga "Criança com 3 anos, que fale português como primeira língua, pronta a entrar no ensino pré-primário, filha genética de pais com naturalidade portuguesa ou que residam em Portugal legalmente há mais de 5 anos".

A esquerda não deve gostar das crianças.
Porque são feitas por empresas privadas.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Transportes eficiente precisam de informação

O problema dos transportes coletivos começa pela falta de informação.
Apesar de os autocarros serem tecnologicamente eficientes de transporte de passageiros (i.e, barata),
   Amortização do autocarro -> 0,20€/km (fixo)
   Combustível -> 0,45€/km (variável)
   Manutenção e seguro -> 0,15€/km (meio fixo)
   Motorista -> 0,70€/km(fixo)
 Total -> 1,50€/km, cerca de 0,03€/km por passageiro (com 50 passageiro),
porque a procura é muito variável ao longo do dia, tornam-se ineficientes porque andam quase sempre vazios, com ocupação média inferior a 15%.
De facto, estando o sistema de transporte dimensionado para os períodos de "hora de ponta" (entre as 6h30 e as 9h30 e entre as 17h30 e as 20h30) e como os custos fixos (os motoristas e os autocarros) pesam 2/3 no custo total, a decisão de manter os autocarros a circular vazios não é de todo irracional mas leva a que o sistema se torne globalmente caro e que dê prejuízo. 

As empresas de transportes ainda vivem na idade da pedra!
No sentido de que são geridos sem informação quanto ao que pretendem os clientes.
Hoje, na idade da informação, o mais natural seria que fosse recolhida informação junto de cada cliente para que o desenho das "carreiras" pudesse ser otimizado.
Por exemplo, para os passageiros têm assinatura mensal e fazem viagens com regularidade, deveria ser pedida informação ao cliente usando uma aplicação de telemóvel ou uma página da Internet (ver, Fig. 1).

Fig. 1 - Informação fornecida por um utilizador frequente (dados introduzidos a vermelho).

1 - Para facilitar a identificação das paragens de autocarro, usar-se um par de números que representa a distância em dezenas de metros em relação a um ponto de referência.  Por exemplo,  a paragem 135/216 fica 1350m a Norte e 2160m a Ocidente do ponto de referência e entre a paragem 135/216 e 535/254 distam 4020 m em "voo de pássaro".
2 - O preço a pagar seria em função da distância percorrida, por exemplo, 0,05€ + 4,02km*0,15€/km = 0,653€.
3 - No exemplo da Fig. 1, o sistema iria calcular a que hora o passageiro teria que estar na paragem 135/216 para poder chegar ao destino na hora pretendida, 8h00, com 95% de probabilidade.
4 - O sistema comunicaria (por SMS) ao JSSANTOS a que horas deveria estar na paragem de autocarro 135/216.
5 - Para incentivar o fornecimento de informação, haveria um desconto de 10% no preço da viagem.
6 - Poderiam acabar as assinaturas mensais e, em alternativa, haver um desconto para os clientes frequentes. Por exemplo, um desconto em percentagem correspondente aos quilómetros percorridos durante a semana com um máximo de 50%.
Supondo que JSSANTOS retorna à noite da viagem da Fig. 1  e que não faz mais viagens (um total de 40,2km/semana),  iria pagar  (10*0,653€)*(1-10%)*(1-40,2%) = 3,514€/semana.
Se também voltasse a casa à hora do almoço, pagaria = (20*0,653)*(1-10%)*(1-50%) = 5,877€/semana
Este valor seria debitado na conta do cliente.


A gestão dos veículos.
Agora que a maioria dos clientes já introduziram a informação no sistema (motivado pelos descontos), as carreiras já podem ser desenhadas de forma a minimizar uma função objetivo onde estão incluídos os custos do autocarro, do motoristas e ainda os custos do cliente.

É que o custo da viagem para o cliente tem várias parcelas.
O preço pago pelo bilhete é uma parcela importante do custo incorrido pelo passageiro mas há outras parcelas.
       Parcela 1 --> Preço do bilhete
       Parcela 2 --> Distância percorrida a pé
       Parcela 3 --> Número de transbordos (mudanças de veículo)
       Parcela 4 --> Tempo da viagem


E que fazer aos passageiros eventuais?
Usariam a aplicação de telemóvel ou a Internet para dizer que queriam fazer a viagem. Em último caso, haveria um smartscreen nas paragens dos autocarros para que o cliente introduzisse o destino pretendido (ver, Fig. 2).


Fig. 2 - O cliente eventual carrega num botão e introduz o destino pretendido.

Os veículos deveriam ser mais pequenos.
Os STCP tem 480 autocarros com uma média na ordem dos 100 lugares. Nas horas de ponta é eficiente usar um autocarro com 100 lugares mas, nas restantes horas, não se justificam que circulem com 3 ou 4 passageiros. Se, em alternativa, a frota fosse formada por 3500 carrinhas de 15 lugares, por exemplo,  a Toyota Commuter Hiace (existem outras marcas), haveria possibilidade de fazer carreiras muito mais personalizadas (com a informação existente no sistema) e, nas horas mortas, manter a qualidade do serviço sem manter autocarros enormes em circulação.



Fig. 3 - A Toyota Hiace Commuter é um ligeiro com 14 + 1 lugares sentados (ver vídeo)

O problema é o custo do motorista.
O veículo e combustível fica competitivo
    Amortização do autocarro -> 0,07€/km (fixo)
    Combustível -> 0,15€/km (variável)
    Manutenção e seguro -> 0,05€/km (meio fixo)
 Total -> 0,17€/km, cerca de 0,02€/km por passageiro (com 14 passageiro), mais baixo que o autocarro.
Mas, juntando o custo do motorista, 0,70€/km, o custo dispara para 0,07€/km por passageiro.

Vou imaginar um sistema de transportes coletivos sem motoristas.
No futuro, espero eu que não muito distante, os veículos vão ter capacidade de se auto-conduzirem segundo um plano pré definido.
Com os dados introduzidos no sistema pelo clientes, o sistema vai distribuir os passageiros pelas 35000 carrinhas desenhando trajectórias que minimizem não só os quilómetros globalmente percorridos pelos veículos como também os quilómetros percorridos a pé pelos passageiros, o número de transbordos necessários e o tempo da viagem.
Quando um passageiro eventual carregar no botão a chamar um transporte, o sistema re-calcula todas as trajetórias e escolhe a que induz um menor incremento na função objetivo.

Fig. 4 - Sonho com o dia em que possa dormir enquanto conduzo.

Poderá haver várias empresas no mercado (em concorrência).
Eu sou contra os monopólios. Assim, as carrinhas serão de várias empresas, por exemplo, 50 empresas, as maiores com 100 carrinhas e as menores com 5 carrinhas. As empresas competem pelos clientes. Por exemplo, depois de o cliente submeter a informação da Fig. 1, terá a possibilidade de escolher a proposta que lhe der mais vantagens.
O sistema de gestão dos trajectos também tanto pode ser como o SIBS, uma associação entre as empresas no mercado, ou também haver vários sistemas em concorrência.

E enquanto não houver carros auto-conduzidos?
Antes de haver carros auto-conduzidos, terá que haver comunicação entre os automóveis conduzidos por humanos. Por exemplo, quando o carro da frente travar, comunicar com o nosso sistema de travagem ou, quando quemos entrar na autoestrada, dizemos aos outros carros para nos darem um espaçozinho.
Como isso não existe e ninguém fala no desenvolvimento dos protocolos para que possa existir, provavelmente, os automóveis auto-conduzidos vão cair na classe da clonagem: há 20 anos quando nasceu a Ovelha Dolly, era a grande rotura tecnologia que iria revolucionar tudo e todos hoje já ninguém fala disso.
Não quero crer que, começando pessoas a dizer que é contra a moral cristã haver carros auto-conduzidos ou que põe em causa os empregos dos taxistas, motoristas e que leva à falência a UBER, essa tecnologia entre para o museu como "coisas que iam ser muito importantes mas que nunca chegaram a sê-lo."


Os veículos terão que ser conduzidos por um dos passageiros.

Não podemos, com a nossa classe B da carta europeia, conduzir um veículos ligeiros (Peso Bruto até 3500kg) com mais de 9 passageiros. Mas isto apenas é verdade na Europa Continental pois na Englaterra, estranahmente, já podemos.
Então, o primeiro passo é uma pequena alteração legislativa ao Código da Estrada que permita aos portadores de carta classe B conduzir veículos ligeiros com 15 passageiros mesmo que se limite a velocidade máxima a 60km/h quando viajarem mais de 9 pessoas.
 
A pessoa disponibiliza-se para conduzir o veículo.
A pessoa quando introduz os dados no sistema (rever, Fig. 1) acrescenta que está disponível para conduzir o veículo, quanto quer receber por cada minuto e o tempo máximo que está disponível, em escalões, por exemplo, 3 (ver, Fig. 5).

Fig. 5 - Aprece um ecrã onde as pessoas licitam tempo de condulção. O sistema escolhe o menor preço  mas paga ao passageiro seleccionado o preço do seguinte (leilão por "second price", ver).

As trajetórias serão diferentes.
Porque agora o sistema terá que optimizar (onde inclui a escolha dos melhores motoristas) garantindo que existe sempre um passageiro disponível para conduzir o veículo.
O valor obtido pelo condutor é creditado na sua conta corrente e usado para pagar viagem suas, transferindo o saldo para outras contas (de familiares ou amigos) ou traduzido em dinheiro. 
Podemos ver na Fig. 5 um exemplo simples de uma viagem para 3 pessoas. A viagem começa em A (onde o veículo estava estacionado) e acaba em D (onde o veículo fica estacionado) ficando garantido que todas as pessoas são transportadas sem necessidade de um motorista externo (provavelmente, não é este o trajecto ótimo).

Fig. 6 - Há 3 pessoas a transportar (P1 = A->B; P2 = C->D e P3 = E->F). A pessoa 1 conduz entre A e C e a pessoa 2 (porque é a mais barata) conduz entre C e D.

Fig. 7 - Vamos rápido que a furgonete já está à nossa espera.



E se houver um acidente?
O prejuizo tem que ficar com a empresa não podendo o risco ser transmitido ao condutor pois, nesse caso, deixará de haver condutores disponíveis.
Em Lisboa há uma empresa de partilha de carros (é um "aluguer sem condutor" ao minuto) mas já é a terceira (as duas anteriores falharam)  e não está a arrancar do chão porque transmite para o condutor um exagero de riscos.
Quando o condutor A entra no veículo tem que o observar bem e tomar conta de todas as falhas. Depois, faz o trajeto e estaciona o carro num sítio qualquer. Mesmo que não tenha tido qualquer toque, primeiro, pode ter observado mal (e haver algum dano), depois, se alguma coisa acontecer enquanto o carro está estacionado (por exemplo, vandalismo) e pode estar estacionado dias sem aparecer novo condutor, é o condutor A que tem que pagar os danos que entretanto aconteça, pois ninguém verifica o estado do carro no momento em que é entregue.
Podem achar que é um elevado risco meter o nosso carro na mão de um desconhecido mas tem que se usar a estatística: se algúem estragar o carro, vai para a jarra (muito dificilmente tornará a conduzir).

Finalmente, eu acho o Trump um bom candidato.
Há um ano quando os refugiados estavam a começar a dar às costas da Grécia tínhamos muitos políticos a dizem "deixem vir os refugiados até nós". Passado menos de um ano, as fronteiras estão quase todas fechadas.
Não penso haver qualquer diferença entre dizer "Vou contruir um muro para parar a imigração ilegal" e fazer um muro e dizer "Esse homem é o Satã, temos é que construir pontes" e fazer um muro.
O Trump diz que faz e faz, os outros dizem que não fazem mas fazem.

Será racista, anti-semita, contra as mulheres? 
É como as outras pessoas.
Eu fui na quarta feira ao centro de saúde fazer um corativo à minha mãe que partiu o cotovelo, seriam uma 17h30, e estavam 4 pessoas à espera para a consulta aberta que começaria às 18h com o Dr. Eurico. No entretanto chegou uma cigana que era a quinta pessoa. Não só foi a primeira a ser atendida, como foi logo às 17h30 (não esperou que o Dr. Eurico chegasse).
 - É para não haver problemas pois estão uns quantos lá fora - disse a menina da secretaria a justificar-se às outras 4 pessoas que ficaram para trás.
As pessoas encolheram os ombros.
É o que os americanos chamam descriminação positiva.

Fig. 8 - Na França, com um presidente esquerdista, todo humanista, que diz ser muito amigos dos refugiados, as barracas são para demolir e o povinho que se desenrasque, que fuja para a Bélgica, que vá para o diabo que as carregue.

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