Vi uma notícia no JN sobre uma campanha de sensibilização (ver).
Pensa a Assembleia Municipal do Porto que uma campanha de sensibilização vai resolver os problemas de congestionamento na cidade do Porto.
Noutro sentido o PSD pensa que essa vontade apenas se vai conseguir com mais transportes públicos (o PSD a querer mais intervenção pública!!!!!!!).
O CHEGA também votou contra mas não diz na notícia as razões invocadas.
Mais transportes colectivos públicos não são a solução.
Os nossos políticos não vêem o que se passa por esse mundo fora pois, nas cidades onde as pessoas menos andam de automóvel próprio, andam de bicicleta e não de transportes públicos!
Os transportes colectivos têm vários problemas:
1) Não apanharem a pessoa à porta de casa nem a deixarem à porta do destino.
2) Não têm o horário exacto que a pessoa necessita o que obriga a um contante "fazer-contas" e a preocupações.
3) São muito caros, só tendo passageiros porque as entidades públicas subsidiam o sistema de forma massiva.
Vamo-nos concentrar nas contas dos STCP de 2019 (ver).
Durante o ano houve 76,7 milhões de validações (o relatório refere que são passageiros mas não corresponde à verdade pois as pessoas são sempre as mesmas), 210 mil validações por dia o que, fazendo uma média de 1,5 validações por viagem, ida e volta, dá 70 mil viajantes por dia.
Tendo os concelhos servidos (Maia, Valongo, Matosinhos, Porto, Gondomar e Gaia) 900 mil habitantes, cerca de 8% das pessoas viaja diariamente, ida e volta, nos STCP.
Percurso da viagem: 3,74 km.
Preço da validação pago pelo passageiro: 0,53€.
Subsídio + Prejuízo da viagem: 0,15€.
Taxa de ocupação dos veículos: 14,3%.
Velocidade média: 15,5 km/h.
Marquei que a taxa de ocupação já é muito baixa e que, aumentando a oferta de linhas e de horários, essa taxa vai diminuir ainda mais.
Marquei também que cada viagem recebe um subsídio de 0,15€ e que a velocidade média é muito baixa, cerca de 15km/h, o que é menor do que a velocidade de uma trotinete!
Para diminuir os automóveis, é necessário facilitar a vida aos micro-veículos.
Temos as trotinetes eléctricas e as bicicletas eléctricas que têm diferentes necessidades.
Locais de estacionamento.
As bicicletas eléctricas são mais pesadas, sendo difícil leva-las para casa. São então precisos lugares de parqueamento seguros e abrigados para as pessoas, durante a noite, poderem deixar o veículo no espaço público. Cada bicicleta precisa de 0,5m x 1,2m o que, comparando com automóveis, um estacionamento dá para 15 bicicletas.
Como as trotinetes são leves, podem ser levadas para casa, havendo apenas necessidade de estacionamento no destino. Cada trotinete precisa de 0,33m x 1,5m o que, comparando com automóveis, um estacionamento dá para 25 trotinetes.
É preciso criar estacionamento nas escolas, hospitais, cafés, restaurantes, discotecas, praias, parques, etc. para os utilizadores.
O estacionamento precisa de amarração. Actualmente, uma pessoa que precise ir à Baixa do Porto fazer qualquer coisa ou tomar um simples café, está limitada aos sinais de trânsito para amarrar o seu micro-veículo.
Locais de carregamento.
É necessário haver locais públicos de carregamento.
Mais para as bicicletas que são difíceis de carregar mas as trotinetes, com locais de carregamento, permitem viagens de comutação mais longas.
Está indicado que uma viagem em cidade deve demorar um máximo de 40 minutos o que corresponde a cerca de 10km de autocarro ou de trotinete elétrica.
Acresce que o autocarro, contrariamente à trotinete, não segue o caminho mais curto entre a origem e o destino.
Vamos aos incentivos.
Eu sou contra os subsídios desnecessários mas, no caso da introdução de novas tecnologias, é preciso um incentivo para que a tecnologia seja adoptada mais rapidamente.
1) Experimentação.
Fazer uma campanha nas escolas e universidades de test drive. Bem sei que há trotinetes partilhadas mas não é suficiente, é necessário ir a uma escola com 100 trotinetes e os alunos poderem fazer 15 minutos de test drive.
2) Locais de carregamento serem gratuitos.
O carregamento total de uma bateria de 7,6Ax36V gasta c0,32KWh o que traduz um custo de cerca de 0,07€.
Dar este pequeno subsídio, que é metade do atribuído aos passageiros dos STCP por cada viagem, durante um ano não se traduziria em grande encargo para a autarquia. Se 1000 pessoas carregassem totalmente a trotinete todos os dias, no fim do ano seria um gasto de 25000€.