Queremos pertencer à Zona Euro?
A condição necessária para pertencermos a uma Zona Monetária é que haja mobilidade nos factores de produção onde se inclui o factor trabalho e flexibilidade nos preços onde se incluem os salários.
Por isso, quem defende que temos que pertencer à Zona Euro está a defender que os salários podem diminuir em termos nominais e que as pessoas têm que emigrar.
Não se pode querer sol na eira e chuva no nabal.
O Seguro ao defender que o PPC minta é como o outro.
Quem quer ser guiado por cegos?
Que fazer aos professores?
Há pessoas que querem ser professores e que tiram cursos via ensino.
Mas o Estado não tem obrigação de arranjar emprego para toda a gente. Nós não somos Cuba.
e toda a gente sabe que o sistema público de ensino não pode contratar mais professores. Não é que mais não melhorassem o ensino mas não há dinheiro para isso.
Se os salários dos professores actuais descessem para metade, era possível contratar os 50 mil que estão desempregados.
O sindicato que proponha isso: o Estado contrata mais mas mantém-se a massa salarial global.
Mas quem está não quer abdicar do muito que tem e que acha sempre pouco para dar algum aos que não têm nada.
O meu colega de cadeira é extraordinário.
o JC foi um aluno de licenciatura extraordinário, fez um mestrado brilhante, tem o doutoramento concluído e dá aulas melhores que as minhas. No entanto, leva para casa 325€/mês.
Apesar de salário ser muito baixo (menor que o SMN), o que mais o desgasta é o contrato ser por 6 meses.
Diz o Lucas
O Robert Lucas é o pai dos Novos-Clássico que defendem que o Estado deve-se retirar da Economia.
Os comunas dizem que o Lucas é o pai e o Milton Freedman a mãe de todos os neo-liberais.
O que o Lucas identificou é que não há desemprego em absoluto.
O que existe é uma desadequação entre as expectativas dos trabalhadores quanto ao salário e o que o empregador pode pagar pelo trabalho.
Tenho a certeza absoluta que se o salário de professor começasse nos 500€/mês e o 10.º escalão (o topo da carreira) fossem 1000€/mês, deixava de haver professores desempregados.
Garanto em absoluto que, quem quisesse dar aulas, não precisava emigrar.
A minha colaboradora doméstica
A Olga é enfermeira com especialidade em oftalmologia. É bom porque a minha mãe foi operada aos olhos e ela põe-lhe as gotas com todo o rigor.
Na Ucrânia tinha emprego e estão-lhe sempre a mandar cartas a pedir que volte ao anterior posto de trabalho que era num hospital publico de uma terra qualquer.
Na Ucrânia não há desemprego no sector público. Quem quiser, não falta emprego.
Professores, médicos, enfermeiros, engenheiros, calceteiros, varredores, não falta emprego.
Se alguém quiser emigrar para a Ucrânia, não falta emprego.
Mas para ganhar 80€/mês.
Aposto que já lhe passou a vontade.
Pedro Cosme Costa Vieira
4 comentários:
A economia é curiosa, quando dá jeito o sistema em analise é constituido por um grupo unico de elementos (neste caso o universo de professores e o salario individual de cada, 2 variaveis com fronteira bem defenida). No entanto o bolo (orçamento de estado), donde vem a variavel salario individual definida no sistema em analise não está contido nem de perto nem de longe nesse mesmo sistema. Estará contido num sistema mais alargado que contem tambem o Dias Loureiro, o BPN, o BIC, os Submarinos e quiça os vossos salarios e regalias. Estranha ciencia esta da economia que define o sistema em analise consoante nos dá mais jeito à tese. Será que a fisica do newton que permitiu ao homem chegar à lua considera o sistema "universo" restrito à interacção entre a terra e a lua, ou será que os seus principios tb se aplicam a jupiter, sarurno, às estrelas, galaxias...
CPS
Luís Ferreira
Estimado Fernando,
A Física de Newton não se aplica sequer ao Sistema Solar quanto mais a todo o Universo (que não conhecemos na maior parte).
Mercúrio não segue significatiamente as Leis de Newton daí a necessidade da Teoria da Relatividade.
A Eonomia é igual. Tem "leis" de aplicar local em ceteris paribus (em que se sabe quase tudo sobre quase nada) e depois há leis em equilibrio geral (em que se sabe quase nada sobre quase tudo).
Mas, mesmo com limitações, o conhecimento é o único caminha para avançar.
pc
Fernando? o meu nome é Luís Ferreira
Com todo o respeito pareceu-me que usou a técnica de desvio da atenção do problema em analise.
A essência da questão não é a física e mecânica clássica é a forma intelectual/matemática/lógica com que se aborda o sistema e as suas fronteiras. O Dias Loureiro merece a fatia MAIOR do bolo (orçamento de estado), as pessoas tem de lutar entre si pela divisão da fatia pequena (orçamento de estado) mas ,e aqui parece-me que está o truque ilegítimo do ponto de vista intelectual, com as fronteiras do sistema reduzidas arbitrariamente ao subconjunto (parcela de orçamento de estado) atribuído aos salários das pessoas.
Neste caso estou a definir pessoas como o cidadão comum, em oposição aos outros indivíduos "não pessoas" - não cidadãos comuns(Dias Loureiro, Paulo Portas, Socrates...Durão Barroso...etc etc Ricardo Salgado...etc etc)
Estamos a definir de forma ambígua, subjectiva as fronteiras do problema em analise. De acordo com o que nos dá mais jeito à tese das nossas crenças e moral (believe system).
Assim iremos de certeza encontrar alguma "lei" mas que não resolverá o problema em questão só o "legitimará", não estamos a ir às causas estamos meramente a dizer "é assim porque nós queremos que seja assim".
Respeitosamente
Luís Ferreira
Estimado Luís,
Desculpe a troca do nome com o FF.
A inteligencia humana abarca o Mundo de várias formas.
1. compreende o Mundo actual.
2. preve em que sentido o Mundo vai evoluir.
3. procura formas de alterar o Mundo e o caminho que se prevê que ele vá tomar.
4. avalia, em termos éticos/morais, se o Mundo actual ou o caminho que parece tomar está certo ou errado.
O Luís procura o ponto 4.
A Ciência dedica-se mais à parte 1 e 2, a engenharia/técnologia à parte 3 e a filosofia e religião à parte 4.
Apesar de diferentes, a humanidade não pode prescindir de nenhuma das partes.
Não se poderia ter ir à Lua sem Física, sem engenharia, sem Economia, sem Política, sem Moral.
pc
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