quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Será que o PIB pode crescer para sempre?

A maioria das pessoas, finas ou burras, professores ou alunos, homens ou mulheres, novas ou velhas, pensa que o PIB não pode crescer para sempre. Como a quantidade de recursos naturais é limitada então, parece por demais evidente que existe um limite físico para o crescimento do que se produz numa economia.
Mas não. O PIB pode crescer para sempre por causa da forma como é calculado.

Como se calcula o crescimento do PIB?
Pegamos em tudo o que se produziu no ano 2010 e multiplicamos pelos preços de cada bem e serviço de 2010. Obtemos assim o PIB a preços correntes.
     PIB(2010) = Quantidades(2010) x Preços(2010)
O PIB corrente de 2011 é maior que o PIB de 2010 se os preços subirem ou se as quantidades aumentarem.
   PIB(2011) = Quantidades(2011) x Preços(2011)
   PIB(2011)/PIB(2010)  = [Quantidades(2011)/Quantidades(2010)]  x [Preços(2011)/Preços(2010)]
Como a subida dos preços não interessa, temos que calcular o PIB com preços constantes de 2010.
Pegamos em tudo o que se produziu no ano 2011 e multiplicamos pelos preços de 2010.
   PIB(2011) = Quantidades(2011) x Preços(2010)
Temos agora o crescimento em "quantidades" dado por
PIB(2011)/(PIB(2010) = [Quantidades(2011)/Quantidades(2010)]  x [Preços(2010) x Preços(2010)]

Crescimento real do PIB
Subtraindo 1 a cada lado da equação, obtemos a taxa de crescimento do PIB em termos de quantidades.
PIB(2011)/(PIB(2010) -1 = Quantidades(2011)/Quantidades(2010) -1

Como é que pode crescer para sempre?
No ano do nascimento de Jesus no Império Romano o PIB per capita a preços actuais seria na ordem dos 200€/ano.  Em termos actuais corresponde a uma pessoa conseguir viver com 250 kg de trigo por ano mais umas hortaliças. Naturalmente que a principal causa de morte na antiguidade era a fome. Se não matassem o povo nas guerras, ele acabava por morrer de fome.
Assumindo Sabendo que o PIB Supondo Em termos médios, nos últimos 2010 anos, o PIB per capita mundial tem crescido a uma taxa de 0.17%/ano.
Nos últimos 40 anos o PIBpc tem crescido 1.6%/ano estando, em 2010, nos 9200USD e o português em 21500USD€.
Para o PIB crescer sempre basta que apareçam continuamente novos produtos (haja inovação tecnológica) que faça os bens existentes tornarem-se obsoletos com o tempo de forma que os preços de cada bem individual diminua ao longo do tempo.
Neste caso, a forma como se calcula o PIB faz com que possa cresça indefinidamente mesmo sob a restrição da quantidade de recursos naturais ser fixa.

O crescimento da China não prejudica o nosso crescimento
Ao pensar-se que o crescimento total está limitado pelos recursos naturais então, o crescimento dos países asiáticos põe em perigo o nosso crescimento.
Mas tal não acontece porque uma economia globalizada faz com que  apareçam novos bens a uma velocidade maior o que induz uma queda dos preços mais rápida e, consequentemente, um maior crescimento económico.

Fig. 1 - Dedico estas duas mulheres nuas a todas as minhas colegas que se sentem diminuídas pela beleza que costumo apresentar. Estas duas são mesmo boas.

Finalmente o Cavaco e a sua reforma
O Cavaco sofre de Alzheimar. Se repararem ele diz "soube agora quanto ganho de reforma da universidade" quando ele já está reformado há 10 anos. Depois, quando lhe perguntaram pela reforma do Banco de Portugal ele não sabia que estava reformado. Na imagem vê-se que ele é tomado de surpresa e aí recorda-se de qualquer coisa mas não sabe o valor. Vai buscar uma memória retrógrada, "fui do nível 18 com cargo de chefia" mas já não faz ideia do que isso é.
Uma vez vi num filme um maluco que disse "Se aparece uma pessoa cega, todos têm pena. Se aparece um maluco, todos se riem e tentam gozar".
Agora é preciso que protejam o homem e não deixarem que enlouqueça em directo.
Temos que deixar o homem em paz senão não vamos ter Cavaco até ao fim do mandato.
Pessoas com muito mais saúde mental que o Cavaco estão em Lares Séniores.

Pedro Cosme Costa Vieira

sábado, 14 de janeiro de 2012

O Catroga, a EDP e o saque

As pequenas e médias empresas têm um Patrão.
Há um fulano que arrisca o seu trabalho, criatividade e dinheiro e arranca com 2 ou 3 empregados a fazer uma coisa qualquer sem qualquer impacto mediático ou elevada tecnologia. Faz uns sapatos, camisas, porcos, salsichas, barcos a remos, etc.
Em 90% dos casos, a coisa vai à falência não demora 5 anos e o fulano fica endividado para toda a vida e o seu salário penhorado até morrer.
Em 10% dos casos, depois mete mais um empregado, depois 5 e transforma-se numa empresas de sucesso.
Familiares meu seguiram este caminho nos anos 1960. Uns têm hoje 200 trabalhadores e exportam 95% da sua produção de sapatos para a Noruega e Finlândia. Outros faliram no "25 de Abril", foi-lhes tudo à praça, condenados a uns anos de cadeia por "Burla ao Estado" e, até hoje, têm os seus rendimentos penhorados em 1/3.
Como lançar uma emrpesa e procurar o seu sucesso é algo muito arriscado, tem que haver a esperança nas pessoas de que, tendo sucesso nos seus empreendimentos, terão uma vida regalada.
Não se pode prometer uma perseguição sem fim por parte dos credores quando não tem sucesso e outra perseguição sem fim pelo fisco e pela má lingua quando tem sucesso.
O Patrão tem todo o direito ao seu mercedes, à sua amante, ao seu palacete de mau gosto e ao andarzito de férias no Algarve.

As grandes empresas
São propriedade não de pessoas mas de outras empresas que, por sua vez, são propriedade de outras emrpesas. Estranho não terem pessoas como donos, o que na teoria da governação das empresas se denomina por "names".


Vejamos como exemplo o BCP.
   Sonangol (11.57%) - pertence ao Estado Angolano. Funcionário
   Ocidental Companhia de Seguros (9,60%) - pertence ao BCP (49%) e Ageas (51%) que é uma seguradora inglesa. Funcionário
    Teixeira Duarte (5.68%) - pertence à TD sgps (52%) que é uma empresa familiar
    Grupo Berardo (4.23%) - deve o dinheiro à CGD. Funcionário?
    Grupo Sabadell ( 3.87%) - Banco espanhol. Funcionário
    Pensõesgere - fundo de pensões (3.87%). Funcionário
    Grupo EDP (2.99%). Funcionário
    Caixa Geral de Depósitos (3.00%) - Pertence ao Estado. Funcionário

Se observarmos todas as outras grandes empresas, vemos que o controle das grandes empresas é feita por funcionários. O dinheiro vem, em última análise, dos nossos depósitos bancários e do Estado, depois os bancos e as empresas públicas são donos de outros bancos e de empresas empresas (onde os privados têm meia dúzia de acções que não permitem fazer nada) criando uma estrutura de participações cruzada que faz com que o domínio de facto de uma grande parte da economia esteja na mão de um conjunto limitado de altos funcionários que se elegem como "os iluminados".
Uma vez entrando nesses circuito, seja por indicação de um Estado

É o Golf, a Maçonaria, os clubes de futebol
Estas pessoas encontram-se e, como se vão reformando uns, captam novos iluminados em certos clubes.
Há os senadores (lembram-se dos senadores do PSD?) que governam o sistema e que parecem padrinhos.
Nos dias de hoje fala-se da maçonaria mas qualquer clube serve. A Opus Dei, o SCP, o FCP e SLM, o Golfe da Penina, etc. Uns dias estão na moda uns e outros dias, estão outros.
Pensam que alguém no Norte pode ascender a "iluminado" se não tiver camarote no FCP? Não.

Agora vem o Catroga
A Economia, não só em Portugal mas também, está a saque destas estruturas cruzadas. Por um lado ataca-se o pequeno patronato com inspecções das finanças e carga asfixiante de impostos.
Por outro lado, libertam-se as SGPS da Holanda dessas cargas.
Depois, como as participações na empresas grandes são cruzadas e representadas por funcionários iluminados,"agora aparas-me o pião e votas 50mil€/mês para mim que quando eu for à tua empresas, voto 50mil€/mês para ti".
É uma imoralidade total.

Como se pode resolver isto?
Primeiro. O rendimento do trabalho tem que ter uma Taxa Solidária.
É argumentado que o ordenado é um contrato privado pelo que não compete ao Estado regula-lo.
Também o horário de trabalho é um assunto privado e é proibido que ultrapasse 200h/ano a mais que o horário normal.
Como a principal função do Estado é distribuir rendimento dos mais afortunados para os menos, é preciso criar uma Taxa de Solidária que acabe com este saque.
claro que os políticos não vão querer porque fazem parte, têm esperança de virem a fazer parte ou estão reféns do grupo dos "iluminados".
Esta Taxa Solidária será usada para o financiamento do Rendimento Social de Inserção.

        Salários acima de 15 SMN, TS = 33%
        Corresponde aproximadamente ao salário do Cavaco
        O valor acima de 7275€/mês tem que pagar uma TS de 33%.
        Por exemplo, um salário de 10000€/mês terá que pagar de TS (10000-7275)*33% = 899€/mês.

        Salários acima dos 30 SMN, TS = 66%
        O valor acima de 14550€/mês vai pagar uma TS de 66%.  
        Por exemplo, o salário do Catroga, 45000€/mês, vai pagar
             (14550 - 7275)* 33% = 2401€/mês
             + (45000 - 14550)* 66% = 20097€/mês
        Total a pagar de TS 22498€/mês

Segundo. Deixar de perseguir os patrõezecos.

Nota Final.
Eu até pareço um comuna. Mas reparem que os comunas não querem avançar com medidas moralizadoras como esta. Falam, falam, falam, mas querem ser como aquele coronel angolano que, em pouco tempo, amealhou 340 milhões de euros para meter numa empresa qualquer.
Não há gente séria. Não garanto que se me "oferecessem" 45mil por mês eu não me vendesse.
5% aos pobrezinhos da China.

Isto vai de mal a pior.
Sendo que a minha esperança no antigo governo se perdeu e a neste governo nunca foi grande, está cada vez menor.
Isto não vai dar noutra coisa que não seja na bancarrota.

Sobra a questão da "re-indexação da taxa de juro" tenho que utilizar um poste inteiro.

Pedro Cosme Costa Vieira

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