terça-feira, 29 de maio de 2018

Será que o Costa resolveu o problema da baixa natalidade?

O primeiro ministro Costa é perito em dizer que resolve problemas.  
Mas, de facto, não resolve nada, muita propaganda e atira o problema para os outros.

Problema 1 - Haver poucas casas para arrendar. O Salazar resolveu construindo centenas de milhares de casas nas grandes cidades (os bairros sociais) e cobrando rendas baixas e em função do rendimento. O Costa resolve proibindo os senhorios de despejar os arrendatários mantendo uma enorme carga fiscal sobre as rendas e deixa as casas do Estado a cair aos bocados.

Problema 2 - Os "salários baixos". O Salazar resolveu criando ambiente para o investimento, fazendo obras públicas com critério e fazendo um acordo de comercio livre com a EFTA. O Costa resolve aumentando o salário mínimo (que são os outros que pagam), mantendo uma enorme carga fiscal sobre os mesmos.

Poderia referir muitos mais problemas que o Costa anunciou que resolveu mas que não resolveu mas isso é o trabalho do Rui Rio que não quer, não sabe ou é incapaz de o fazer. 

Problema 3. A baixa natalidade. Hoje vou falar do problema da natalidade que o Costa disse ser por culpa das políticas de direita, neoliberais, do Passos Coelho e que já resolveu com políticas de apoio à natalidade.
Será que resolveu? Mas que políticas são essas?
Será que já nascem as crianças suficientes?

A evolução da natalidade, 1960-2017.
Para que uma população seja estável, cada mulher tem que ter uma filha o que, em termos médios, se traduz em 2,06 crianças (em Portugal nascem ligeiramente mais rapazes do que raparigas).
O que se observa é que, desde 1982 que nascem menos de 1 rapariga por cada mulher, actualmente, 0,59 raparigas por mulher, 1,30 crianças por mulher.
A grande mentira do Costa é que a queda na fertilidade aconteceu entre 1975 e 1985, muito antes de o Passos Coelho ser primeiro ministro e exactamente nos períodos dos governos esquerdistas, e nunca mais recuperou, aguentando-se baixa durante os governos do Cavaco Silva (PSD), Guterres(PS), Sócrates(PS), Passos Coelho (PSD-CDS) e, estranhamente atendendo ao anunciado, também do Costa (2016-presente).
Assim, nem só o problema não vem do Passos Coelho como o Costa não resolveu nada, continuando com uma ligeira tendência de diminuição (ver, Fig. 1). 

Fig. 1 - Evolução do número de filhos do sexo feminino por mulher (Dados, Banco Mundial e INE)

Porque será que as pessoas deixaram de querer ter filhos?
Para resolver o problema, é preciso compreender as suas causas que, no meu entender, são duas.

As pessoas deixaram de cumprir os Mandamentos de Deus.
O grande mandamento de Deus, dito a Adão (Gn 1:28) e repetido a Noé (Gn 9:1), é Crescei e Multiplicai-vos. Até 1970, nas aldeias, os padres massacravam o povinho com o Fazei Cristãos que lá ia acreditando ser esse o caminho para o Céu. Agora, nem as Testemunhas de Jeová o praticam.

Custa muito e não traz qualquer benefício.
Agora, é muito mais dispendioso criar um filho do que era no antigamente.
Apesar da pobreza de então, nesse tempo uma criança de 5 anos de idade já quase se auto-sustentava com os pequenos trabalhos agrícolas que realizava. Arrancar umas ervas, apanhar umas couves ou levar umas cabras ao monte já era suficiente para a pobreza com que viviam as crianças. E as que não se conseguiam sustentar em volta dos pais, iam "servir" para casa de um lavrador ou para Lisboa.
Agora, por pressão social e legal e por causa do custo de oportunidade (uma hora de tempo vale mais dinheiro), ter e criar uma criança tornou-se muito dispendioso.
Fazendo umas contas por alto, 25 anos a 350€/mês, criar um filho fica por 100 mil €.

Por outro lado, os pais não tiram benefício dos filhos.
No antigamente, havia os campos para amanhar, os filhos davam "a féria" aos pais enquanto fossem solteiros e ajudavam-nos na velhice, coisas que agora não existem, antes pelo contrário.
Também, haver lares da terceira idade, pensões e, finalmente, a eutanásia, torna totalmente dispensável ter filhos enquanto garante de uma velhice confortável.

Ponderar enfrentar a velhice com 3 filhos ou 300 mil € no banco, é melhor ter os 300 mil €.
Tenha ou não filhos, o destino é o lar da terceira idade onde 300 mil € permitem escolher um local bem mais confortável. 

Qual é a taxa de contracção potencial da população?
Se os filhos nascem, em média, quando a mãe tem 32 anos e cada mãe tem 0,59 filhas, a taxa de contracção da população vem dada por 0,59^(1/32)-1 = -1,64%/ano.
Isto traduz que continuando apenas com a propaganda, no fim do século, seremos 2,6 milhões.

Como se pode resolver o problema?
Vai custar muito dinheiro seja às famílias (que é óbvio que não o vão fazer) seja aos cofres do Estado.
Se nascem 0,59 raparigas por mulher e era preciso que nascessem 1,0 então, terá que haver um aumento na natalidade de 70%. Isto traduz que, se nascem actualmente 86 mil crianças por ano, terão que nascer mais 60 mil crianças por ano o que é um projecto de dimensão inimaginável.
Será preciso que 20% das mulheres terem 6 filhos para se atingir essa meta
O problema deste problema é que vai custar muito dinheiro a ultrapassar, custo de 6 000 000 000 €/ano.
Se o Costa quer resolver o problema tem que, juntamente com a propaganda, meter de lado 6 mil milhões de euros por ano.
Como são as famílias mais pobres que têm mais filhos, terá que ser este grupo social o alvo do "ataque".
Vou agora avançar com 5 pequenas medidas para além da propaganda.

Medida 1 = Bonificação na pensão de reformados dos pais.
Para o caso da mãe, contar como bonificação nos anos para efeito do cálculo da reforma
1.º filho   => +1 ano; 2.º filho   => +2 anos; 3.º filho => +3 anos; 4.º filho e seguintes => +4 anos
e transferir 10% das contribuições dos filhos directamente para a sua pensão.
Para o pai, atribuir metade destas bonificações.

Medida 2 = Licença de maternidade crescente com o número de filhos.
Para a mãe atribuir
1.º filho   => 4 meses; 2.º filho   => 8 meses; 3.º filho => 12 meses; 4.º filho e seguintes => 16 meses.
Para o pai, atribuir 1, 2, 3 e 4 meses, respectivamente.

Medida 3 = Incentivos financeiros e de habitação.
Para as famílias carenciadas, o abono de família ser crescente com o número de filhos e substancial
Também deve ser atribuída habitação de forma prioritária e a preços reduzidos. Relativamente ao preço normal da habitação social, calculada pelas regras actuais, a família com filhos deverá ainda ter um desconto pagando uma percentagem desse preço normal:
1.º filho   => 100%; 2.º filho   => 70%; 3.º filho => 40%; 4.º filho e seguintes => 10%.
Se na localidade não houver habitação social, faz-se.

Medida 4 = Incentivos no emprego.
Os pais de famílias com 4 ou mais filhos devem ter prioridade na contratação por entidades públicas (Estado, empresas pública e autarquias), mediante uma bonificação substancial na classificação.
Se na localidade não houver emprego público, haver um programa de integração que apoie o emprego privado.

Medida 5 = Fim do preconceito contra os pobres.
Se há as famílias pobres que se disponibilizam a ter filhos para poderem viver dos incentivos públicos, tem que acabar a ideia de que são subsídio-dependentes.

Fig. 2 - "Foi aprovada a sua candidatura ao programa Vida Plus, com financiamento máximo de 12 filhos".

terça-feira, 22 de maio de 2018

Porque será que Jesus chorou?

Na final da Taça, quando a derrota era irreversível, Jesus chorou.
Claro que todos pensaram "Jesus queria muito ganhar a Taça porque ama o Sporting" mas não foi nada disto.
Jesus chorou porque, no último mandato no Benfica, quando queria que o Sr. Califa dos Pneus lhe pagasse 500mil€/mês, não se cansou de repetir "Eu sei o meu valor, não é a estrutura que ganha, não é a estrutura que valoriza jogadores, sou eu, Jorge Fernando Pereira de Jesus e não o Califa ou qualquer outro".
Agora, chorou porque ficou provado que quem ganha não é o treinador nem os jogadores, mesmo que ganhem milhões.
Claro que tendo Jesus a capacidade de ressuscitar, ao terceiro dia veio virar o bico ao prego, culpando agora a estrutura directiva do Sporting pelas derrotas.

Fig. 1 - Sr. Jornalista, a culpa é do Bruno de Carvalho por ter dito que os meninos são mimados.

Porque chorou Rui Patrício?
Porque, com o papo cheio de cagança, enfiou um frango no Marítimo e 2 no final da taça.
Dói, para quem se julga o melhor guardar redes do Mundo, deixar um jogador sozinho na frente meter de cabeça um golo ao segundo e, depois, ainda deixar a bola passar por baixo, um jogador que se pensava o melhor guardar redes do mundo

Fig. 2 - O que faz o Rui Patrício encostado ao 1.º poste quando está um jogador solto no 2.º poste?
O que faz o Battaglia na terra de ninguém?

Fig. 3 - Quando a bola chegou à cabeça do avançado, o Rui Patrício estava a meio da baliza e o Battaglia a ver jogar.

Fig. 4 - A esta grande distância, deixa a bola passar por baixo do corpo.


quarta-feira, 9 de maio de 2018

Terá sido boa ideia rasgar o acordo com o Irão?

O acordo não faz qualquer sentido!
Olhemos para Portugal.
Nunca assinamos nenhum acordo com os USA ou com quem quer que seja a garantir que não vamos desenvolver a bomba nuclear.
Não assinamos nós nem mais nenhum país do mundo além do Irão e há perto de 200 países.
E nós somos mais capazes de fazer uma bomba atómica do que o Irão.

Os países têm que manter convivência pacífica.
E o Irão não é um país pacífico.
O Obama deu-lhe a oportunidade de ouro de tomar conta do Iraque e, a partir dai, tomaram-lhe o gosto e querem tomar conta do Médio Oriente o que coloca em perigo a Arábia Saudita e Israel.
O Irão tem 80 milhões de habitantes, capacidade para ter 8 milhões de soldados, enquanto que a Arábia Saudita tem apenas 32 milhões, a maior parte estrangeiros.

Os perigos do Irão à ordem mundial.
Vamos supor que o Irão se torna uma potencia nuclear como pretende, sempre pretendeu e sempre pretenderá, tornar-se o novo Saladino que conquistou Jerusalém em 1187 aos cruzados.
Poderá dar a ideia ao Irão que podem entrar pela Arábia Saudita dentro para "socorrer" os shiitas do Iemen, tal como está a fazer já no Iraque e na Síria e que ninguém vai fazer nada.
Depois, ainda podem ter a ideia de que podem financiar uma guerra de desgaste sobre Israel que nada irá acontecer.

Mais dia, menos dia, haverá uma guerra entre Israel e o Irão.
Israel tem, alegadamente, bombardeado posições iranianas na Síria matando algumas desenas de militares iranianos.
Os Russos, para manterem a ideia de que são capazes de proteger o Assad e o Irão, ameaçaram que vão meter mísseis anti-aéreos na Síria para travar as incursões israelitas (e americanas) mas não passam de ameaças porque, na verdade, não querem que esses misseis sejam testados (que se veja que não valem um caracol).
Estas incursões israelitas nunca poderiam acontecer sem o apoio do Trump porque os aviões, mísseis e bombas são americanos. E isto não passa de treinos para avaliar a capacidade militar dos iranianos, e saber até que ponto os russos estão dispostos a enterrarem-se na lama. 

Agora, o Trump apenas empurrou mais um bocadinho.
Faz-me lembrar a resposta do Trump ao maluco da Coreia do Norte:
"Will someone from his depleted and food starved regime please inform him that I too have a Nuclear Button, but it is a much bigger & more powerful one than his, and my Button works!"

O Irão disse que "vai castigar" Israel e é disso que o Trump está à espera.
Israel garantiu que vai bombardear Teerão "com toda a força que tem".
A Arábia Saudita dá total liberdade de acção aos israelitas.
E se as coisas ficarem feias, com ataques massivos a partir do Líbano e da Síria, o Trump "fechar os olhos" a um ataque nuclear por parte dos israelitas ao Teerão.

Se Teerão ficar como Homs, será que alguém se vai importar?

O que o Irão tem que, agora, fazer?
Comportar-se como os outros países.
Deixar de dizer que vai destruir Israel.
Deixar essas toleiras das bombas atómicas.
Tornar-se um país confiável e ordeiro como os outros 200 países que existem por aí.

domingo, 6 de maio de 2018

O Eng. José Sócrates está inocente

O bicho está rico mas está inocente.
Toda a gente sabe que o Sócrates tem muito dinheiro, que esse dinheiro andou por aí a voar e que ele, na sua vaidade, precisou que algum viesse para Portugal.
Eu sei de fonte fidedigna (que não posso revelar) como o Sócrates arranjou o dinheiro e, depois de a explicar, vão ver que o homem não cometeu nenhum crime de corrupção nem fraude fiscal.


De onde veio o dinheiro do Sócrates?
Lembram-se do problema do Pernil de Porco que o Sócrates vendeu ao Chaves?
O Sócrates conseguiu, negócio dele, vender 14 milhões de quilos por ano de carne de porco ao preço de 4,54€/kg sem IVA (ver).
Depois, telefonou a potenciais fornecedores e fechou o negócio com a Agrovarius que é apenas uma consultora na área da alimentação (não tem produção, apenas faz intermediação).
O preço da perna de porco está, em vários talhos, nos 1,88€/kg (sem IVA).
Este negócio fechado pelo Sócrates, da sua total responsabilidade, tem uma margem de lucro na ordem dos 2,66€/kg, um total de 37 milhões de euros por ano.

O Sócrates fez uma empresa.
SAC - Sócrates e Agrovárius Caimão localizada nas Ilhas Caimão.
A carne de porco é comprada em Espanha (a 1,50€/kg) pela SAC e metida num barco. Pelo caminho, a SAC vende a carne à Agrovárius por 4,00€/kg.
O barco segue viagem até à República Boliveriana da Venezuela.
A Agrovárius tem uma margem em Portugal de 0,54€/kg que paga o frete e demais despesas.
A margem de lucro de (4,00-1,50)*14000000 = 35 milhões de euros por ano fica na SAC.

Mas ele era primeiro ministro!
OK, podemos pensar que o primeiro ministro está obrigado a exclusividade mas onde diz isso?
Há alguma lei, decreto-lei, portaria ou regulamento que diga "as funções de primeiro ministro são exercidas em exclusividade, não podendo ser realizados quaisquer negócios privados enquanto exercer a função"?
Se não diz, a isso não pode estar obrigado.
E mesmo que fosse obrigado a exclusividade, o não o ter sido seria um problema disciplinar e nunca um crime (procurem no Código Penal Português).

Cometeu o Sócrates fraude fiscal?
O Sócrates, enquanto residente em Portugal, está obrigado a declarar os seus rendimentos, mesmo que surjam nas Ilhas Caimão.
Acontece que os rendimentos são da SAC que é tributada em sede de IRC (nas Ilhas Caimão) e a SAC nunca distribuiu dividendos pelo que o Eng. Sócrates, enquanto accionista, nunca teve rendimentos.
A SAC teve uma liberalidade com o amigo do Sócrates no valor de 23 milhões e, enquanto empresa, é livre de o fazer e responde perante as autoridades fiscais das Ilhas Caimão.
O Amigo do Sócrates era obrigado a declarar essa doação mas ficou amnistiado "Regime Excepcional de Regularização Tributária".
Notar que os 23 milhões do amigo do sócrates foram uma gota de água nos 4600 milhões transferidos entre 2006 e 2012 (ver)e, tanto quanto me consta, não há processos contra os donos dos outros 4577 milhões.
O amigo do Sócrates tem a liberalidade de lhe emprestar algum dinheiro e pagar algumas contas.
Apesar de a AdSAC ter um lucro de 35 milhões€/ano, enquanto o Sócrates não receber dividendos, não é devedor que qualquer imposto em Portugal.

E há mais negócios com o Chaves.
As casas pré-fabricadas fornecidas, depois, pelo Grupo Lena que lucrou 146 milhões (ver).
Por isso, eu penso que o Sócrates tem 200 milhões € mas isso não faz dele um criminoso.
É o mundo dos negócios, também o Amorim meteu 500 milhões de euros na Galp e ninguém perguntou de onde essa massa veio.

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