quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O corredor aéreo inglês vai durar uma semanita

Eu já desconfiava de que era apenas para inglês ver.
Se o número de novos positivos à Covid-19 estava a aumentar em toda a Europa, como poderia em Portugal, um país que amamos mas não é conhecido pela organização, estar a diminuir rapidamente?
Como é possível termos passado em três semana de uma média semanal de 350 casos diários para apenas 175?

Afinal, foi apenas para inglês ver.
é que os ingleses colocaram fora da "lista segura" todos os países com mais de 20 casos positivos por 100 mil habitantes o que traduz que tínhamos que ter menos de 295 novos positivos por dia.
Se estivemos alguns dias abaixo desse limiar, afinal, disse a Sr.a Ministra, foi por atraso nas notificações.
Nos últimos 2 dias os casos positivos já foram 362 e 399 o que traduz que, afinal, não diminuiu nada.
Mais 3 dias assim e saímos dos destinos que os ingleses consideram seguros.
A nossa sorte é que vem aí o fim de semana.

Número médio de novos positivos nos últimos 7 dias (dados, DGS).
Para estarmos no "corredor inglês", temos que ter menos de 295 casos por dia.

Faz-me lembrar a novela Benfica//Cavanni.
Uma novela para inglês ver!
Anuncio aos quatro ventos de que vou comprar um Porche 911 Carrera.
Entro no stand, o carro tem marcado 136 000€ e eu ofereço 68 000€.
Volto lá várias vezes, telefono, envio um emissário e volta-se sempre a repetir que o preço são 136000€ e que eu pretendo pagar 68000€.
Será que posso, passados umas semanas, dizer que desisto da compra porque o stand não foi sério na negociação? Dizer ainda que a gota de água foi o vendedor ter ido de férias sem me dizer nada?
Pois o anunciado negócio do Cavanni foi mesmo assim.
Ele queria 60 milhões e o Benfica estava disponível a pagar 30 milhões.

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Covid-19 = Uma única re-infecção prova que nunca haverá vacina

Já há muito que se desconfiava disto.
Existem 7 Corona-vírus que atacam os humanos sendo que 4 deles são vulgares e causam a constipação/resfriado (outras constipações são causadas por adeno-vírus).
Acontece que as pessoas são repetidamente, ano após ano, infectadas por esses 4 corona-vírus, não sendo assim possível fazer uma vacina.

O Dr. Paulo Paixão (OMS) acaba de dizer na SIC Notícias uma barbaridade.
Disse desvalorizou a re-infectação porque "apenas duas ou três pessoas foram re-infectadas num total de 25 milhões pelo que a probabilidade de uma pessoa ser re-infetada é muito baixa."
Esta afirmação está errada por diversas razões.

Uma só pessoa prova que nenhum humano desenvolve imunidade de longo prazo.
Basta uma só pessoa porque somos todos humanos, todos geneticamente razoavelmente iguais. Se uma re-adoeceu, qualquer humano pode re-adoecer.
E a re-infecção foi ao fim de 4 meses o que traduz que temos que nos re-vacinar, pelo menos 4 vezes por ano.

As pessoas re-infectadas são assintomáticas.
Mas, cada vez mais, se pensa que a maior parte das pessoas são assintomáticas.
Se a pessoa, da primeira vez teve sintomas e da segunda não, nada garante que não tem agora sintomas por ser uma re-infecção.

A probabilidade foi mal calculada.
Imaginemos que, no Mundo (que tem 7800 milhões de pessoas), já foram contaminadas 25 milhões de pessoas. Isto quer dizer, escolhendo uma humano aleatoriamente, a probabilidade de ter sido infectados é de 25/7800 = 0,32%.
Se a probabilidade de uma pessoa ter sido infectada uma vez é de 0,32%, a probabilidade de ser infectada duas vezes é de 0,32% * 0,32% = 0,0010%, uma pessoa em cada 100 mil terráqueos.

Mas a probabilidade é ainda menor.
Temos que pegar nos que estavam infectados há 4 meses atrás (apenas 2,5 milhões) o que dá uma probabilidade de 0,032%. Depois, temos que ver quantas pessoas foram contaminadas nos últimos 30 dias  (potencias já sem imunidade) que foram 15 milhões (0,019%).
A probabilidade de encontrarmos uma pessoa re-infectada será de 0,032%*0,019% = 0,00006% o que traduz que a probabilidade será encontrar 1 pessoa re-infectada em 1,6 milhões de pessoas.

Talvez os privados tenham uma solução diferente.
O progresso acontece fazendo-se coisas mesmo que ligeiramente piores se se usarem muito menos recursos.
Vamos imaginar que o actual teste à Covid-19 tem um taxa de sucesso de 99% (só 1% são falsos negativos) e que que custa 100€ e demora 12 horas a dar resultados.
Comparemos com outro teste à saliva que tem apenas uma taxa de sucesso de 50% (falha em metade das análises) mas custa 1€ e demora apenas 2 minuto a obter o resultado.
O menor preço e a rapidez do teste vão compensar a menor taxa de sucesso dando, globalmente, melhores resultados no controlo da pandemia.
Com o teste rápido, será possível testar todos os dias, todos os alunos à entrada da escola.

Voltemos outra vez à estatística.
Vamos que entram 1000 alunos numa escola e que são todos testados e, passados uns 5 minutos, recebem  o resultado no telemóvel.
Se alguém der positivo, essa pessoa sai e vai para quarentena e todos os mais próximos passam a ter cuidados especiais.
Dando todos negativo, o comportamento pode ser ligeiramente relaxado.
Notar que terá que haver sempre cuidado porque, mesmo com todos negativos, ainda é possível haver contaminados. Por exemplo, com uma taxa de sucesso de 50%, havendo 10 contaminados, a probabilidade  de serem todos erradamente classificados como negativos é de apenas 0,1%.

Parece que estão todos preocupados com os USA porque o número de casos está a diminuir.
Para retirar o efeito do fim de semana e do tamanho da população, a comparação entre países faz-se pelo  número de novos positivos nos últimos 7 dias.
Nos USA, esta estatística atingiu na semana 20/ 27 de Julho um máximo de 141.
Decorrido cerca de um mês, este número caiu na semana 17/24 de Agosto para 89,15.
É uma redução de 37% em 32 dias.
Continuando a cair, lá se vai a ideia dos esquerdistas de que o Trump é um negacionista desmiolado e que não sabe o que está a fazer.

Evolução de novos positivos nos USA nos últimos 3 meses (casos por semana por 100mil habitantes)


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Carlos Guimarães Pinto - economia real, financeira e monetária

O Carlos escreveu um artigo no ECO.
O Carlos é o fundador da Iniciativa Liberal, apesar de não o conhecer pessoalmente, sou professor na escola onde o Carlos estudou e, por isso, responsável pela sua "ignorância" em assuntos de economia.
Apesar de  ser uma pessoa de grande valor tenho que falar do artigo que escreveu (Pinto,C G, 13 Ag 2020, "A grande redistribuição", ECO) e onde mostra muita confusão de conceitos e bastantes erros de análise.
Esses erros não são óbvios, antes pelo contrário, da mesma forma que não é óbvio que a Terra ande à volta do Sol pelo que vai ser difícil explicá-los num texto curto mas vou tentar o meu melhor.


Aviso
O Carlos foi um extraordinário aluno de licenciatura e é um excelente aluno no curso de doutoramento sendo, com total certeza, muito melhor do que eu fui ou poderia ter sido, medido por qualquer parâmetro.
Assim sendo, podem pensar que o que ele escreveu é mais verdade do que eu escrevo aqui mas, nesse caso, continuarão a viver na escuridão da ignorância.
Pensem neste ditado popular (que acabei de inventar): "Se a ovelha manca não dormir a sesta, acabará por comer mais que as outras."
Este ditado é uma paráfrase da história da lebre e da tartaruga e pretende mostrar que, mesmo os mais inteligentes, se não pensarem nos problemas, acabam por apresentar explicações não satisfatórias para a natureza que nos rodeia.
O Golias, sendo o homem mais forte do Mundo, facilitou e acabou derrotado pelo David.

Não vou identificar essa confusão ponto por ponto, vou antes clarificar os conceitos.
Para compreendermos a economia temos que a ver como uma cebola com 4 camadas.
No interior da cebola temos a Economia Real que tem a parte da Produção e a parte da Distribuição.
Uma economia primitiva tem apenas estas duas camadas. A maior-parte das disciplinas (senão na totalidade) de um curso de economia trata apenas destas duas camadas, da "economia sem moeda" em que o "a unidade de valor" é a referência a um dos bens produzidos na economia.
Na parte de fora da cebola temos a Economia Nominal formada por duas outras camadas, a Economia Financeira e a Economia Monetária.

1 = A Economia Real.
Apesar de a Economia real ter duas faces (a produção e a distribuição), primeiro, tem que haver produção e, só depois, é que pode haver distribuição.

1.1 = A produção.
Para haver produção tem que haver Trabalho e Recursos Naturais.
A quantidade de recursos naturais é fixa pelo que, para haver aumento da produção, as pessoas têm que trabalhar mais horas.
Na economia mais simples que existe, a economia caçadora-recolectora, o trabalho são as horas que os caçadores correm atrás dos animais e que os recolectores colhem fruto e plantas. Os recursos naturais são o território com os animais e plantas que nele vivem e crescem.
Se num determinado dia apenas pode haver aumento de produção se as pessoas trabalharem mais, sendo aplicado parte do trabalho na domesticação de animais e plantas e na construção de máquinas, muros, casas,  a produção nos dias futuros vai aumentar sem haver necessidade de aumentar as horas trabalhadas.
Esta actividade de melhoramento da economia no futuro denomina-se por Investimento e a sua acumulação chama-se Capital.
Para haver investimento (que melhora o nível de vida futuro), é necessário piorar o nível de vida no presente (obriga a que haja Poupança de bens de consumo que é usada no investimento em bens de capital).
Para os alunos poderem vir a ganhar um salário maior no futuro, têm que fazer sacrifícios hoje (estudando e indo a aulas aborrecidas) para aumentarem o conhecimento, o capital humano.

A Produção é diferente da Riqueza.
A produção é um fluxo, tal como a água que corre num rio medida em m3 por segundo. Assim, as unidades da produção são unidades físicas por hora, por exemplo, um homem recolhe 10kg de maças por hora.
A produção pode ser de "bens de consumo" (um homem recolhe 10kg de maçãs por hora) mas também pode ser de "bens de investimento", (um homem planta 5 macieiras por hora).
A produção total é a soma do total produzido de "bens de consumo" e "bens de investimento".

A riqueza é um stock, tal como a água de uma barragem que é medida em m3.
As unidades de riqueza são unidades físicas, por exemplo, o Sr. João é dono de 100 macieiras.
Tal como um rio pequeno pode alimentar uma grande barragem (o Rio Guadiana tem um caudal de 80m3/s e a barragem do Alqueva tem uma capacidade de 4 150 milhões m3 correspondente a 1 ano e 8 meses de fluxo), uma pessoa com pouca produção pode ter uma grande riqueza (que foi acumulada ao longo dos séculos).
Não podemos confundir nível de produção com nível de riqueza porque são em unidades diferentes.
Será como dizer que o Rio Guadiana é maior que o Rio Douro porque a Barragem do Alqueva (no guadiana) tem capacidade de 4150 milhões m3 e a barragem de Lever-Crestuma (no Douro) tem capacidade de apenas 110 milhões m3.


Imaginem esta situação.
Dois automóveis cruzam na estrada, um Toyota que circula a 160km/h (unidade fluxo) e um Nissan que já percorreu 300 mil km (unidade de stock).
Será que podemos afirmar que o Nissam é mais rápido que o Toyota?
Não porque kg/h não são comparáveis com km.
O João planta 10kg macieiras por hora (fluxo) e a Ana tem 1000 macieiras (stock).
Será que podemos afirmar que a Ana é mais rica que o João?
Não porque macieiras/h não são comparáveis com macieiras.

A poupança, o investimento e o capital.
O João planta 10kg macieiras por hora (fluxo), colhe 10 kg de maças por hora (fluxo) e tem 100 macieiras (stock).
O João tem disponíveis 50h de trabalho por semana.
Então, pode aplicar todo o seu tempo a colher e comer maças (500 kg de maçãs por semana) mantendo as mesmas macieiras ou dedicar parte do seu tempo a plantar macieiras (10h/semana) diminuindo o consumo  (de 500kg para 400kg por semana) e aumentando o número de macieiras (de 100 para 200 macieiras).
O consumir menos traduz poupança e o plantar árvores traduz investimento o que vai fazer aumentar o capital.

1.2 = A distribuição.
Uma vez havendo produção, é necessário distribui-la pelas pessoas.
Este problema é difícil de resolver porque há pessoas que não produzem (as crianças, os doentes, os mais velhos, os malandros), cada pessoa tem diferente capacidade de produzir (uns são mais fortes, outros mais inteligentes) e os gostos das pessoas são diferentes (uns preferem 5 camisas e 2 calças e outros 3 camisas e 3 calças).
Não existe uma "regra moral" que diga como deve ser feita a distribuição pelo que sociedades diferentes têm entendimentos diferentes quanto a definição de "distribuição justa".
No limite "inferior", a distribuição é igualitária (dividir o total produzido atribuindo a mesma quantidade a cada cabeça) e no limite "superior", cada pessoa apropria-se de tudo o que produz.
Estas "distribuições limite" não são possíveis porque têm problemas que não vou discutir aqui por falta de espaço mas interessa fixar que as "esquerdas" defendem distribuições mais igualitárias (independentes da capacidade de produção de cada pessoa) e as "direitas" defendem distribuições menos igualitárias (o rendimento ser dependente do mérito de cada um).

A distribuição é separada da produção.
Interessa vincar que primeiro surge a produção e só depois é que é possível haver distribuição.
Será uma decisão colectiva a sociedade estar mais na direcção do "limite inferior" (o caso da Europa Ocidental) ou do "limite superior" (o caso dos USA).
Existem teorias que dizem que as pessoas com maior rendimento poupam mais e que, por isso, nas economias igualitárias, a poupança é menor mas estas teorias não estão confirmadas pela realidade.
O que se sabe é que há bens e serviços que apenas as pessoas com maior rendimento consomem (por exemplo, literatura, teatro, vinho do porto de 10 anos) e que, por isso, a estrutura produtiva de uma economia igualitária é diferente da de uma economia com assimetria de rendimento.
Mas, apesar de a estrutura ser diferente (por exemplo, diferente proporção de bens de investimento//bens de consumo), o nível de produção não sofre alterações por haver diferente assimetria na distribuição da riqueza produzida.
Tanto faz haver mais ou menos ricos, haver mais ou menos assimetria na distribuição da produção porque, no concreto, o nível de produção vai ser o mesmo, vai dar tudo igual ao litro.

2 = A Economia Nominal.
A economia nominal apenas vai existir sobre a economia real e não produz nada nem tem nada que se possa consumir (bens e serviços) mas apenas um registo contabilístico do que existe na economia real.
É perfeitamente possível haver uma economia sem parte nominal mas o contrário é impossível.
A Economia Nominal é uma "titularização" da economia real e existe como uma camada sobre a Economia Real para "diminuir os custos de transacção" e, desta forma, aumentar a eficiência económica, o que leva ao aumento do nível de produção.
A economia nominal começa por denominar todos os bens e serviços da economia real em unidades monetárias, no nosso caso são os euros. Essa denominação chama-se o Preço.
Por exemplo, os telemóveis têm um preço de 120€/unidade e as laranjas um preço de 1,20€/kg.

A produção a preços de mercado.
A produção de uma economia é muito diversificada sendo impossível agrega-la em quantidades.
O preço é uma quantidade nominal e permite a comparação de bens e serviços diferente.
Então, havendo um preço para cada bem ou serviço produzido na economia, podemos calcular o PIB- Produto Interno Bruto como a soma dos preços de todos os bens (multiplicados pelas quantidades).
Se hoje se produziram 100 telemóveis e 1000kg de maçãs e amanhã se produzem 100 telemóveis e 500kg de maçãs, então, a produção aumenta de 13200€, 100x120 + 1000x1,2, para 13800€, 110x120 + 500x1,2.
O total que se produz numa economia é a soma de todos os bens e serviços produzidos durante um ano ao preço a que são transaccionados no mercado (também poderá ser referenciado a um trimestre ou a um mês). Desta forma já é possível somar alhos, bugalhos, cebolas, pepinos, massagens, automóveis, telemóveis, aulas e toda a diversidade que é produzida e transaccionada no mercado (caso contrário, não tem preço, como o tempo que os pais despendem a cuidar dos filhos).
Quando os preços aumentam, o PIB nominal aumenta sem haver aumento da produção pelo que, para se poder comparar a evolução da produção real ao longo dos anos é preciso retirar ao PIB Nominal o efeito da subida dos preços (a famosa Taxa de Inflação).

2.1 = A Riqueza nominal = a Economia Financeira.
A riqueza real é o número de macieiras mas a riqueza nominal tem duas formas de ser calculada.
Por um lado, pode ser o Preço de cada macieira a multiplicar pelo número de macieiras (a óptica do passado, usada pela contabilidade).
Se o preço de cada macieira é 100€, quem tiver 100 macieiras, terá 10 mil € de riqueza contabilística.

Por outro lado, pode ser o que as pessoas pensam que as macieiras vão produzir no futuro (a óptica do futuro, usada pela economia financeira).
Vamos imaginar que cada macieira vai produzir, especula-se, 100kg por ano e que as maçãs vão ser vendidas a 0,05€/kg. Então, em cada um dos anos futuros, a macieira vai produzir 5€.
Expeculando que a macieira durar para todo o sempre e a taxa de juro for de 5%/ano, então, a macieira vai "valer" 100€, calculado dividindo 5€/ano por 5%/ano:
Valor Actual da Macieira = 5/5% = 100€/macieira
A riqueza financeira será de 100€/macieira*100 macieiras = 10 mil €.

A óptica do futuro cria a Economia Financeira.
Na óptica do futuro, havendo alterações nas expectativas (no que as pessoas pensam sobre o futuro quanto à produção de maçãs, o preço das maçãs e a taxa de juro), também haverá alterações na riqueza sem haver qualquer alteração na economia real.
São apenas alterações nas expectativas, no que as pessoas pensam sobre o futuro e nada sobre a realidade.
Se se antecipar que a taxa de juro vai descer para 4%/ano, a riqueza aumenta instantaneamente para 12,5 mil €, 100*5/4%, sem haver qualquer alteração na quantidade de macieiras nem no nível de produção.
Este aumento de riqueza não terá qualquer impacto na economia real.
A Economia Financeira é a titularização dos activos, sejam capital ou bens e serviços futuros ou derivados sobre estes titulos, em que os títulos criados "ganham vida" e passam a ser tratados como se fossem bens.

Por exemplo, o dono das 100 macieiras titulariza-as criando 1000 "Acções Macieira".
O detentor de cada Acção Macieira vai receber, todos os anos, a produção das macieiras vendida ao preço de mercado a dividir por mil.
Agora, o dono das 1000 acções macieira (já me esqueci que ele é dono das 100 macieiras) vai vender 499 acções pedindo o preço de 10€/acção. Se houver pessoas que queiram poupar e que especulem que o "valor" das acções é mais do que 10€/acção (pensem que a produção, o preço e a taxa de juro futuros são favoráveis), o proprietário das acções vai conseguir vender os seus títulos a 10€/acção.
Depois, se a expectativas quanto ao futuro induzir que a taxa de juro vai diminuir, a produção ou o preço das maças vão aumentar, o "valor" das acções irá aumentar ficando as pessoas mais ricas.
Mas o número de macieiras é sempre o mesmo não tendo esta riqueza nominal qualquer efeito sobre a economia real.

Existem muitos "produtos" financeiros.
As acções são os mais simples (a titularização e divisão do capital em pequenas partes) mas existem produtos complexos que usam as acções como "substrato", por exemplo, os futuros ou as opções sobre as acções.
Também existem produtos financeiros sobre bens (por exemplo, a venda de bens que ainda não existem e cuja entrega será feita no futuro).
E ainda existem misturas e remisturas de activos financeiros, com seguros e opções de compra e de venda pelo meio.
Mas interessa revincar que estes produtos financeiros não têm impacto directo na economia real, apenas indirecto pela diminuição dos custos de transacção.
Nem tem impacto na economia real uns terem mais riqueza financeira e outros menos.

2.2 = A Economia Monetária.
A moeda é um instrumento financeiro que titulariza os bens e serviços que o seu detentor vendeu no passado e que lhe vai permitir comprar bens e serviços no futuro (onde se incluem activos financeiros e moeda estrangeira).
Se alguém tem no bolso notas e moedas no valor de 10 mil€, isso traduz que, no passado, trabalhou (recebendo salários), vendeu bens e serviços (recebendo o preço) e comprou bens e serviços (pagando o preço) e que a soma dos salários com os preços que recebeu subtraindo os preços que pagou deu 10 mil€ positivos.
Estes 10 mil € permitem que, no futuro, a pessoa compre 10 mil € de bens e serviços.
Uma nota é como uma acção de uma empresa com a diferença de que o "valor" da acção "condensa" todos os rendimentos futuros da empresa (a dividir pelo número de acções) e a nota condensa o "valor" de todos os bens e serviços que podemos comprar com essa nota no futuro.

A super-neutralidade.
A quantidade de moeda ou o seu aumento ao longo do tempo não tem qualquer impacto na economia real  (no nível de produção nem na distribuição) mas apenas influencia os preços e, portanto, a produção nominal.
Portugal tem aproximadamente 25 mil  milhões de Euros e se passasse a ter 50 mil milhões de Euros, as pessoas passariam a ter mais dinheiro no bolso mas o que se produz e consome seria exactamente igual, havendo apenas uma alteração nos preços.
Se hoje uma empregada doméstica tem um salário de 6,00€/h passaria a ter 12,00€/h.
Se hoje o café tem um preço de 0,75€/chávena, passaria a ter 1,50€/chávena.
Se hoje a renda de uma casa é de 500€/mês, passaria a ser de 1000€/mês.
Ficaria, em termos reais, tudo na mesma.

O Banco Central.
A função do Banco Central é APENAS manter a estabilidade dos preços.
Se o Banco Central aumentar a quantidade de moeda na economia, funcionando como um bem qualquer, o valor da moeda diminui o que traduz que haverá aumento proporcional dos preços.
Como o aumento generalizado dos preços prejudica a capacidade de as pessoas compararem os preços dos bens e serviços e, desta forma, aumentam os custos de transacção, o Banco Central deve manter os preços o mais estável possível, isto é, a inflação deve ser o mais baixo possível.
No caso do Banco Central Europeu, a taxa de inflação (que mede o aumento anual dos preços), deve ser próximo de 2%/ano.

Os instrumentos do BCE.
Se os preços estiverem baixos, o banco central tem que aumentar a quantidade de moeda em circulação e, se estiverem altos, terá que diminuir.
O Banco central tem formas de controlar os nível de preço (os instrumentos de política monetária) que podem ser de longo prazo (entrega de notas novas aos governos sob a forma de dividendos, cerca de 0,3% do PIB) e de curto prazo (por exemplo, as operações de open market em que "dá" notas em troca de activos financeiros e vice-versa e a janela de desconto em que concede crédito a uma determinada taxa de juro e vice versa).
Se, por exemplo, o banco central permitisse que as pessoas realizassem pagamentos multibanco com a conta bancária negativa (até -500€), estaria a aumentar a quantidade de moeda em circulação sem emitir notas!!!!

A compra de dívida pública.
Quando, no curto prazo, o banco central decide aumentar a quantidade de moeda em circulação, não a pode dar aos governos para gastar porque, quando decidir diminuir a quantidade de moeda em circulação os governos não terão disponibilidade para devolver o dinheiro.
Então, o banco central entrega notas a privados mediante garantias (empréstimos) ou mediante a compra de activos (compras em open market).
Estas operações são apenas de curto prazo pois, no longo prazo, o banco central entrega notas ao governo para que este as gaste (são denominados por dividendos do banco central).

O Banco Central não tem qualquer efeito na economia real.
Haver mais ou menos moeda em circulação não tem qualquer impacto na economia real.
Vamos supor que aumentar a quantidade de moeda em circulação fazia os países serem ricos. Então Moçambique, que pode emitir quantos meticais quiser, seria um país rico.
Todo o país que tem moeda própria seria rico e não são necessariamente.

Conseguiram perceber a confusão no texto do Carlos?
A confusão vem de a Economia Real ser denominada em Euros e de os "activos" financeiros e monetários também serem denominados em euros.
Assim, pensamos que 20€ de batatas é o mesmo que uma nota de 20€ mas as batatas são produção e a nota é apenas uma realidade contabilística.
Não é fácil lendo um pequeno texto como este ficar a compreender que as camadas nominais são importantes para o melhor funcionamento da economia real mas que a ligação é ténue.
Porque o artigo de opinião do Carlos não faz qualquer sentido?
Confunde Riqueza com Produção, o que não é possível por serem realidades diferentes.
Confunde Moeda e activos financeiros com Produção.
Também confunde Riqueza com Consumo.

O Ruanda é a prova de que liberalismo económico permite que a economia funcione melhor.
O Ruanda é um país pobre perdido algures no meio de África.
É um país que ficou famoso porque, em 1994, mataram-se uns aos outros, talvez uns tenham matado 1 milhão de outros, cerca de 15% da população foi assassinada.
Mas o que interessa é que, antes de 1994, as pessoas tinham no seu Bilhete de Identidade qual era a sua etnia e as empresas e o estado tinham que contratar proporcionalmente de cada etnia.
Referindo Portugal, se os ciganos são 0,1% da população portuguesa, nas universidades teriam que entrar 53 ciganos por ano (em 53 mil alunos novos), o Estado teria que contratar 700 ciganos (em 700 mil funcionários públicos) e a mesma proporção teria que ser observada nas fábricas e nas cadeias!!!!
Em 1994, o Ruanda acabou com a referência à etnias no bilhete de identidade e passou a haver liberdade de contratação.
Se entre 1960 e 2013 a economia cresceu (em termos de PIB per capita) 0,9%/ano, depois da liberalização do mercado de trabalho de 2014, a economia passou a crescer 5,0%/ano.
Antes da crise o PIBpc era de 420€/ano/cabeça e em 2019 já era de 905€/ano/cabeça.
Uma coisa tão pequena (a liberalização do mercado de trabalho) teve um impacto enorme na melhoria das condições de vida dos ruandeses.

PIB per capital do Ruanda, 1960:2019 (dados, WB)

O Carlos cometeu mais uma falhazita!
Os textos que escreve devem mostrar as vantagens do liberalismo do Laissez faire laissez passer e essa ideia não está no texto, pelo contrário.
Se, das forças do mercado, resultar que cada vez mais existem mais ricos (e não necessariamente mais pessoas com baixos rendimentos), é preciso vincar que o Bill Gates ou o Mark Zuckelberg serem podres de rico não prejudica ninguém, muito antes pelo contrário, é a motivação para que mais e mais pessoas criem produtos e serviços que melhoram as nossas vidas.
A riqueza de quem cria coisas novas em nada prejudica seja quem for, antes pelo contrário, criam oportunidades.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Beirute e Tancos, duas merdas que não nos interessam.

A comunicação social fala muito da explosão em Beirute.
Mas isso não nos interessa para nada.
Qualquer pessoa minimamente inteligente (como diz o Marcelo), sabe que  nenhum português dá uma casca de caracol para saber o que se passa em Beirute.
Achou interessante a explosão, aqueles vídeos virais mas acabou, terminou, não quer saber o que se passa.
É um povo, ou mistura de povos, que só pensa em problemas, em guerrear, em chatear o vizinho em vez de seguir com a sua vida para a frente.
Deixem-nos lá entretidos uns com os outros e que Deus tome conta deles.
O povinho quer tanto saber disso como do que aconteceu à Joana, a criança que desapareceu em 2004 e cuja mãe foi condenada a 16 anos e 8 meses de cadeira por alegadamente a ter assassinada (ver a notícia da sua libertação, JN).

Em Moçambique é pior e ninguém quer saber.
Morre em Moçambique uma criança a cada 6 minutos, 220 por dia, mais crianças do que o total que nasce em Portugal, e ninguém liga.
Morrem 200 no Líbano, um dia e depois não morre mais ninguém e são notícias atrás de notícias.

Faz-me lembrar Tancos.
Perder tempo, tempo, o Marcelo sempre a comentar, sim, diziam que iríamos perder um comentador para termos um presidente mas perdemos um presidente para termos um comentador.
Portugal não tem Presidente da República, tem o Marcelo.

Porque não te calas?

O que se passou em Beirute tem tudo a ver com o que se passou em Tancos.
São coisas iguais mas que foram tratadas de forma diferente mas iguais!

Em Tancos.
O problema era que tinham sido roubadas armas de guerra que poderiam ser usadas em actos de terrorismo. Umas pessoas, autênticos heróis, resolveram rapidamente o problema usando do princípio da subsidiaridade: quem está com o problema nas mãos é que observa as oportunidades e toma a melhor decisão para resolver o problema.
Essas pessoas que resolveram o problema que poderia ter consequências terríveis, foram presas, perseguidas, enxovalhadas, acusadas de crimes vários quando apenas resolveram um problema de forma rápida e eficaz.

Se tivéssemos Presidente da República ...
Tinha que intervir da mesma forma que o Trump interviu quando, na sua óptica, foi cometida uma injustiça contra um seu colaborador.
Também o Mário Soares enquanto Presidente da República perdoou ao Otelo Saraiva de Carvalho este ter matado pessoas.
O Presidente diria "calma que não nos podemos agarrar à letra da Lei e temos que ver que o problema foi resolvido."

Em Beirute.
Havia pessoa que sabiam que aquelas 2750 toneladas não poderiam ficar armazenadas ali, que aquilo era muito perigoso, mas não fizeram nada.
Aprenderam que "temos que seguir a burocracia"
As 2750 toneladas de nitrato de amónio valiam para a agricultura cerca de 1,25 milhões €.
Imaginemos que a pessoa que, no local, detectou o perigo vendia o produto e metia o dinheiro ao bolso.
Se calhar era preso, acusado de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude fiscal, blá, blá, blá (pelo menos se fosse como em Tancos, seria o que lhe ia acontecer).
Tinha evitado mais de 200 mortos e a destruição de parte da cidade.

Voltemos a Moçambique e aos Taliprés.
Em Cabo delgado tem havido uns ataques de uns alegados fundamentalistas islâmicos.
Cabo Delgado dista 2600 km de Maputo, tanto como de Lisboa a Berlim e por estradas manhosas.
A solução é deixar a RENAMO actuar no norte, carta branca.
Desde que não se afastem mais de 100 km a contar da fronteira norte, deixar a RENAMO ter os seus homens armados, financiados pelos impostos locais.
Fica muito mais barato do que mandar tropas a partir de Maputo.
Se o governo de Maputo não encontra solução para o problema, que passe o problema para outros.

Chama-se a isto subsidiaridade.
É o princípio segundo o qual o governo central apenas deve intervir a título subsidiário em relação aos problemas locais.
É um princípio que se aplica na União Europeia e que deveria ser muito mais aplicado nos problemas que nos vão surgindo no dia a dia.

Não quero mesmo saber!
O Líbano é um ninho de vespas.



sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Uma pergunta para a DGS - Porque caiu tanto a taxa de mortalidade do Covid-19?

Estive a ver os dados da Covid-19 e tenho muitas dúvidas.
Na China a taxa de mortalidade com Covid-19 é de 5,5% dos detectados positivos.
Em Portugal e Espanha, no princípio de de Junho, as mortalidades estavam nesta ordem de grandeza, cerca de 6%, mas aconteceu nessa altura alguma coisa fez a taxa de mortalidade cair abruptamente.
No caso português caiu para 1,3% e no caso espanhol a queda foi mais dramática, para apenas 0,3%.
Acontecido algo que a DGS não comunicou.

Deixo então duas perguntas para a DGS.
Será que descobriram um tratamento?
Será que estão a martelar os dados?
Será que antes usavam o critério do Reino Unido (mortos Covid-19 são todos os que tiveram um teste positivo nos 14 dias anteriores à sua morte) ou o critério da Bielorrússia (mortos Covid-19 são todos os que tiveram um teste positivo nos 14 dias anteriores à sua morte E QUE ERAM TOTALMENTE SAUDÁVEIS).
Recordo que a Bielorrússia tem taxa de mortalidade por Covid-19 de 0%.

Evolução da taxa de mortalidade de positivos Covid-19 (dados: wiki).


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Covid-19 USA - Terá razão o Trump ou a Comunicação Social?

O Trump diz que a Covid-19 está controlado.
Mas a comunicação social, incluindo a nossa, diz que nos USA a situação está totalmente descontrolada com o Trump a ser diariamente desmentido pelos "especialistas".
Vou então apresentar umas estatísticas para que cada um possa "votar" a favor ou contra o que diz o Trump.
Para a análise vou calcular o número de novos positivos nos últimos 14 dias por 100 mil habitantes (que os ingleses dizem que tem que ser menor de 40 para o país ser "seguro"), a taxa de aumento diário dos novos positivos e a taxa de mortalidade medida como o número de mortos na última semana pelo o número de novos positivos na penúltima semana (os contaminados demoram uns 7 dias a morrer).

Primeiro, temos que definir o conceito de "controlado".
Controlado traduz que existem camas suficientes para internar os casos piores, que ninguém morre por impossibilidade de lhe serem prestados cuidados médicos, que o aparecimento de novos casos não é explosivo e que a mortalidade é relativamente baixa.

Digamos que é como um carro controlado.
Não quer dizer que está a andar devagar e muito menos parado mas traduz que conseguimos mantê-lo na estrada e com velocidade compatível com a visibilidade e as condições da via de circulação.
A SIDA está controlada, a tuberculose está controlada, a criminalidade está controlada, mas não traduz que não existe ou que não morre ninguém.
Todos os dias morrem pessoas em acidentes automóveis mas não é por isso que vamos deixar de andar de carro.

 Para a comunicação social e seus apoiados esquerdista, o Trump é o palhaço mau.

Número de novos positivos nos últimos 14 dias por 100 mil habitantes.


Os dados indicam que o confinamento conseguiu controlar o "primeiro surto" mas que, com a abertura pedida pelo Trump, em meados de Junho os positivos voltaram a crescer.
Mas os dados também dizem que, apesar de o número de novos positivos dos últimos 14 dias estar elevado (270 nas últimas 3 semanas), o número de novos positivos está estável ou a diminuir mesmo sem haver confinamento.
Se compararmos com o nosso vizinho Espanha, depois de o confinamento ter permitido, em meados de Junho, atingir 10 novos positivos os últimos 14 dias por 100 mil habitantes, com o fim do confinamento, este número aumentou em menos de 2 meses para 100. Apesar de este número ainda ser menor que os 270 dos USA, o número de novos positivos está a aumentar rapidamente.
Talvez não se fale da culpa do governo espanhol por serem esquerdistas.

Crescimentos no número de positivos.


Os dados indicam que o confinamento diminuiu a taxa de crescimento de novos positivos de quase 20%/dia para 1%/dia e que, com o fim do confinamento de meados de Junho, essa taxa aumentou mas está estável em torno dos 1,4%/dia e com tendência para reduzir.

Taxa de mortalidade nos positivos.


Os dados indicam que a taxa de mortalidade diminuiu de cerca de 6,5% para cerca de 1,5% dos casos positivos.
Estes dados indicam que o "saber fazer" dos médicos aumentou com a experiência e que alguns medicamentos e terapêuticas , mesmo sem validação científica, estão a reduzir a mortalidade.
Também pode apenas indicar que estão a ser detectados cada vez mais positivos que não têm sintomas (os casos menos graves).

Mortos nos últimos 14 dias.


Os dados indicam que a mortalidade dos últimos 14 dias por 100 mil habitantes diminuiu de 8 para cerca de 2 para, no último mês, aumentar para 4.
Com o fim do confinamento, os número de novos positivos quadriplicou (aumentou de 90 para 270) enquanto que o número de novos mortos apenas duplicou (de 2 para 4) o que traduz que a taxa de mortalidade diminuiu para metade.
Este número 4 compara com a taxa de mortalidade relativamente a todas as causas de 33 pessoas por 100 mil habitantes.
Como as pessoas que morrem com Covid-19 são maioritariamente velhas já em risco de vida, a Covid-19 estará a reduzir a esperança de vida dos americanos em apenas alguns dias (estatística que apenas será possível calcular no fim do ano).

Concluindo.
A Covid-19 é uma doença infecciosa perigosa e mortal mas que, apesar de atacar tanto países governados por esquerdistas como governados pelo Trump ou Bolsonaro, a comunicação social apenas fala dos USA e do Brasil esquecendo-se de outros como a Espanha.
Os números para os USA estão elevados em termos de novos positivos e de mortalidade mas a situação está controlada, isto é, o número de novos positivos está estável ou a diminuir (mesmo sem confinamento) e não há notícias de que alguém esteja a morrer por falta de capacidade hospitalar.
Dou razão ao Trump.

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