quinta-feira, 8 de abril de 2021

O problema da AstroZeneca pode ser resolvido dando apenas meia dose

 A AstraZeneca decidiu, sem base científica, que a dose normal da vacina deveria ser de 0,5 ml.

Acontece que, durante o ensaio da perigosidade e eficácia (a fase 3),  foi aplicada por engano a um grupo de pessoas apenas meia dose, 0,25 ml e, por estranho que pareça, essas pessoas mostraram ainda maior resistência à doença do que as pessoas que tomaram a dose toda (ver a notícia).

Se a dose toda pode causar uma morte em cada milhão de pessoas, a solução, em vez de "proibir" o seu uso, será experimentar dar apenas 0,25 ml.

Desta forma, cada frasco, em vez de dar para vacinar 10 pessoas, dará para vacinar 20 pessoas!

Acabam-se as mortes e vacinam-se mais pessoas, duplo ganho.

 

Na Coreia do Norte até podem usar uma dose para 100 pessoas.

A vantagem da vacina da AstraZeneca é que é formada por vírus vivos!

Sim, é um vírus transgénico, pegaram num vírus que normalmente causa constipação ou resfriado, um adenovírus, e acrescentaram-lhe um gene do Covid-19.

A vantagem disto é que, uma vez injectado no nosso corpo, o vírus reproduz-se enquanto o sistema imunitário não tiver anticorpos.

 Nos países muito pobres, onde não há vacinas, à falta de melhor, acrescenta-se soro fisiológico ao frasco e divide-se cada dose por 100 pessoas.

Fazer uma fila de povo, pegar num injector sem seringa, "injector a ar", e pumba, pumba, pumba, pumba. E a eficácia será pouco diferente.

Como diz o Costa, o poucochinho é melhor do que nada.


É o medo de inovar e falhar!

Deveria ser administrada meia dose da vacina a todas as pessoas e, só quando todos os portugueses tivessem a primeira meia dose é que deveria ser dada a segunda dose.

Mas os decisores políticos têm medo! 

É que se acertarem, ninguém lhes dá crédito mas, se errarem, a comunicação social e as redes sociais dão cabo deles.

Este problema coloca-se de forma grave nas empresas pois a inovação, apesar de ser o motor do aparecimento de novos produtos com maior valor, tem risco de fracassar. 

Será que os satélites da StarLink vão mesmo ter sucesso? Apesar de haver centenas de milhões de pessoas que vivem longe das cidades e, por isso, sem acesso à internet, tenho muitas dúvidas (direi mesmo que tenho a certeza que vai falhar mas já tinha essa certeza relativamente à Tesla). É que essas pessoas são pobres, não podendo pagar "tecnologia espacial" e a inovação tecnológica vai fazer aparecer novas soluções terrestres, muito mais baratas como, por exemplo, as redes wi-fi ponto a ponto entre telemóveis.

E, pelo menos em Portugal, o fracasso tem muito maior impacto que o sucesso (a quem ninguém dá crédito).


Vejamos um exemplo.

Há muitas empresas farmacêuticas e dezenas delas investiram milhões de euros no desenvolvimento da vacina para o Covid-19.

Muitas dessas empresas não conseguiram nada, foi fracasso total. O prejuízo que tiveram terá que ser suportado pelos seus donos sem ninguém dizer "esse fracasso foi importante porque permitiu eliminar caminhos sem futuro".

Algumas poucas conseguiram ter sucesso.

O que dizem as "grandes individualidades" do nosso pequeno país?

Que são uns exploradores sanguinários, retire-se-lhes as patentes.

Essas as "grandes individualidades" criaram alguma vez alguma coisa?

Nada, são apenas "grandes individualidades".

 

Parece que o Sócrates está acusado de fazer o que eu disse, há 6 anos, que tinha feito.

Foi à Venezuela (como primeiro ministro) e fez negócios com o Chaves (como presidente) que beneficiou empresas portuguesas e a ele próprio e foram ruinosos para a Venezuela (que não se queixou).

E isso é algum crime em Portugal? 

Tivéssemos nós, como os espanhóis, franceses, ingleses, americanos, suecos, ... têm, mais primeiros ministros a roubar por esse mundo fora em benefício de empresas portuguesas.

O bicho deveria era receber uma medalha.

3 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Professor, recomendo que estude um pouco mais acerca do que escreve.
1) um virus não se reproduz, replica-se.
2) o ChAdOx1, o "adenoviral vector" utilizado na Vaxzevria (AstraZeneca), é non-replicating.

"The ChAdOx1 nCoV-19 vaccine (AZD1222) consists of the replication-deficient simian adenovirus vector ChAdOx1 [...]"

https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(20)31604-4/fulltext

https://www.ema.europa.eu/en/documents/product-information/vaxzevria-previously-covid-19-vaccine-astrazeneca-epar-product-information_pt.pdf

Non-replicating quer dizer que não se replica. "Non-replicating vector vaccines are unable to make new viral particles; they only produce the vaccine antigen."

Caso tenha interesse em aprender mais sobre o assunto:

Aqui fica um poster normalmente mostrado a alunos de secundário de Biologia
https://www.immunology.org/public-information/bitesized-immunology/pathogens-and-disease/virus-replication

E aqui alguma info acerca de vectores virais
https://www.gavi.org/vaccineswork/what-are-viral-vector-based-vaccines-and-how-could-they-be-used-against-covid-19

Camões disse...

Ui, professor anda a induzir os seus leitores em erro?

Estou desapontado

Helena Tomé disse...

Informar e corrigir aumenta o valor da interação. É vulgar, em Portugal, ver o diálogo como uma derrota. O Professor diz-nos o que os outros calam. E muitos calam-se porque não sabem nada e, assim sendo, nem começam a falar. O próprio Camões, o verdadeiro, foi vilipendiado, mas, no fundo, sem ele ninguém teria começado a cantar os feitos gloriosos dos portugueses.
O Professor Cosme é uma pessoa de grande saber e de coragem. Li-o muitas vezes e fez gerar grandes conversas. Eu estou à parte, que só sou de História, mas ainda me restaram algumas células cinzentas.
Obrigada, ó tu que não tem nome!

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