terça-feira, 31 de agosto de 2021

Daqui a um ano, ninguém se vai lembrar do Afeganistão

O Afeganistão é um país muito pobre.

O nível de vida no Afeganistão é muito baixo. Se acham que vivemos mal, o nível de vida de um afegão é 6% do nossos (Medido pelo PIB per capita em paridade do poder de compra). 

70% das pessoas sobrevive com base numa agricultura de subsistência (nada de estufas, como os esquerdistas gostam), da mesma forma que se sobrevivia no nosso interior no tempo do Marquês do Pombal.

Se pegarmos nos dados disponibilizados pelo Banco Mundial, o Afeganistão está no "meio de África". 

Logo abaixo em pobreza, tem 12 países africanos (Burundi, Somália, República Centro Africana, Rep. Dem. do Congo, Níger, Moçambique, Malawi, Libéria, Madagáscar, Chade, Serra Leoa e Guiné-Bissau) e, ligeiramente acima, tem 10 países africanos (Togo, Rwanda, Burkina Faso, Etiópia, Uganda, Gâmbia, Mali, Guiné Conacri, Tanzânia e Lesoto).

Para vermos como nos vamos esquecer do Afeganistão, sendo que nestes países africanos vivem 15 vezes mais pessoas do que no Afeganistão, passam-se semanas em que a TV não lhes faz uma única referência.


Faz-me lembrar o problema dos "200 cães e gatos" que foram repatriados de Cabul.

Quantos cães e gatos passam fome em África?

Quantos cães e gatos são guardados religiosamente na Coreia do Norte para poderemser comidos por  crianças subnutridas?

Alguém se importa com isso?

Eu importo-me muito mas devo ser o único! Nem nunca ouvi a anafada do PAN referir aos animais explorados em África.


Alguém quer saber se estas crianças africanas vão à escola? Então porque se fala tanto do Afeganistão?


Quem quer ajudar tem que ter a superioridade de espírito para não ajudar.

Nos sábados vou dar uma caminhada junto à praia faz anos e desde sempre passou por mim um sem abrigo que tem a mioleira queimada. Conversava com ele um bocadinho e ele dizia sempre qualquer coisa (apesar de a maior parte da conversa ser repetição do que eu digo).

Há cerca de um mês reparei que estava muito sujo, com a roupa encardida.

"Tem a roupa muito suja!" disse eu.

"Tenho a roupa muito suja" disse ele.

"Não tem quem lhe lave a roupa?" perguntei.

"Não tem quem lave a roupa" respondeu.

"Quer que eu lhe leve a roupa e lha traga para a semana lavada? Perguntei.

"Está bem, quero que leve a roupa e a traga para a semana lavada." Disse.

Por caridade, dei-lhe um saco e disse "Vá à sua barraca, meta a roupa neste saco que passo lá daqui a bocado, levo-a e trago-a para a semana lavada."

"Está bem, vou à barraca meter a roupa neste saco." Disse.

Fui lá passadas umas horas e nada.

Estava metido dentro de um tenda como um bicho, com tralha e dois cobertores muito encardidos.

"Quer que lhe lave os cobertores?"

"Está bem. quero que lave os cobertores."

Como não podia ficar sem eles, dei uma volta pelo linho que vai acumulando e encontrei  cobertores cheios de lixo e já a começar a apodrecer. Estive a espalhá-los para os poder tratar na semana seguinte.

Agora, sempre que me vê, foge. 

Pensei eu "Continua que vais no bom caminho, é menos prejuízo e trabalho que tenho, em Moçambique vivem de forma pior e ninguém que saber".


Os afegãos querem os talibã.

Não era possível os talibã tomarem o poder se não tivessem aceitação na comunidade.

Basta ver que as mulheres fogem do Afeganistão com "medo dos radicais talibã" mas, chegadas ao ocidente, não largam os panos a tapar a cabeça.

Agora, vão passar fome mas também se passa muita fome nos 22 países africanos que identifiquei (e, excepto eu e o Guterres, ninguém se preocupa).


Vejamos uma descolonização exemplar.

Descolonizar é retirar os efeitos da colonização.

Quando, em Outubro de 2001, os americanos iniciaram a invasão do Afeganistão, o país tinha 22 milhões de habitantes. Decorridos 20 anos, tem 40 milhões.

Para se "repor a situação inicial" será preciso que se "percam" 18 pessoas em cada 40.

Parece impossível mas não é. Por exemplo, em 10 anos, a Síria que é um governo menos fundamentalista (muito menos que o PAN) "perdeu" 9 pessoas em cada 40. O Afeganistão só tem que "tomar uma dose dupla do medicamento".

Em África há milhões de crianças que vivem pior que os bichos do João Moura e se nem o PAN  se lembra delas, alguém se vai lembrar do Afeganistão?


sábado, 28 de agosto de 2021

O PS fala muito de "mais" emprego mas esqueceu-se da produtividade!!!!!

Lembram-se do discurso do PS quando mandava o Passos Coelho?

Os sloganes eram "Temos que convergir com os nossos parceiros da Zona Euro" e "Temos que aumentar a produtividade".

Já temos governo PS há 5 anos e o que se passou no entretanto?

Não estão com curiosidade já que parece que estes dois sloganes caíram no esquecimento?

Como o rui banana rio não pede contas, vou eu, um desgraçado, mostrar como evoluimos nos últimos anos.


"Deixar as políticas neo-liberais para podermos convergir com os nossos parceiros da ZE".

Peguei no nosso PIB e o PIB da Zona Euro, a preços constantes, no Banco de Portugal, escalei-os a serem 100 no período 1999-2001.

Dividi o nosso PIB pelo PIB da Zona Euro e obtive quanto "convergimos" com os nossos parceiros da Zona Euro desde que a Zona Euro começou.

"Estranhamente", as políticas boas do PS (seja entre 2005-2011 do Eng. Sócrates ou as do Costa entre 2016-2021) não nos conseguiram afastar da tendência de afastamento da média da Zona Euro. ambos conseguiram um bumpezito para logo entrarmos em queda acentuada.

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá a direita, teria pior que o que se vive no Afeganistão mas o facto é que, cada ano, divergimos dos nossos parceiros da ZE. 

Fig. 1 - Evolução da "convergência" da economia portuguesa com a da Zona Euro (dados, BP)


"Criar empregos de qualidade, com elevados salários e elevada produtividade"

O Costa já não fala de produtividade, antes se gaba do emprego e do baixa taxa de desemprego pelo que o "problema" da baixa produtividade com que bombardeava o Passos Coelho já deve estar resolvido.

Peguei no nosso PIB, a preços constantes, do Banco de Portugal, e fui buscar o número de pessoas empregadas do INE e dividi um pelo outro.

Escalei os valores a 100 em 2016.

"Estranhamente", estamos bastante abaixo da produtividade de 2016, quando foram abandonadas "as políticas neo-liberais que destroem o emprego com direitos".

A média dos últimos 4 trimestres, a produtividade está 4,2% abaixo da produtividade no fim do mandato do Passos Coelho!!!!!!!!!

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá a direita, teria pior que o que se vive no Afeganistão mas o facto é que a produtividade diminuiu.


Os esquerdistas são vítimas da conjuntura internacional.

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá a direita, teria pior que o que se vive no Afeganistão. 

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá a direita, teria pior que o que se vive no Afeganistão. 

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá a direita, teria pior que o que se vive no Afeganistão. 

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá a direita, teria pior que o que se vive no Afeganistão. 

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá a direita, teria pior que o que se vive no Afeganistão. 

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá  a direita, teria pior que o que se vive no Afeganistão. 

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá a direita, teria pior que o que se vive no Afeganistão. 

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá a direitas, teria pior que o que se vive no Afeganistão. 

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá a direita, teria pior que o que se vive no Afeganistão. 

Bem sei que não foi culpa deles e que, se estivesse lá a direita, teria pior que o que se vive no Afeganistão. 

PS PS PS PS PS PS PS PS PS PS PS PS PS PS PS PS PS PS 


Repetindo uma mentira muitas vezes, esta torna-se a verdade.


quinta-feira, 26 de agosto de 2021

O Afeganistão tem 40,1 milhões de habitantes e querem sair 40 milhões!

Querem sair se for para a Europa, USA ou Canadá.

Coloco a hipótese de os estimados 100 mil combatentes talibã querem ficar no Afeganistão mas  tenho dúvidas, mesmo esses querem sair.

Querem vir para o ocidente os 40 milhões de afegãos e ainda os 30 milhões do Nepal, 165 milhões do Bangladesh, os 200 milhões da Nigéria, ... e ainda os 30 milhões de Moçambique.

Mas o problema não são os talibã ou seja o que for, o problema é que ninguém quer ser pobre, querer ter onde se abrigar e apenas ter uns paus cobertos com lama, quer comer e nada ter.

Fig. 1 - querer água para beber e ter que caminhar quilómetros com um balde à cabeça


Sabem qual é o salário no Afeganistão?

Se dividirmos por 14 meses, um salário normal é entre 5000 afghanis e 6000 afghanis o que dá qualquer coisa entre 50€/mês e 60€/mês.

Dividindo isto pelas 48 horas semanais (lá a semana inglesa ainda não entrou), dá entre 0,25€/hora e 0,30€/hora.

E os bens básicos, farinha, óleo, feijão, fruta, custam o mesmo que cá (e mais pois a logística não é eficiente).

Na Alemanha, o salário mínimo, 9,60€/h, é 36 vezes o valor do salário afegão.

Na França, sem nada fazerem, recebem 550,93€/mês de Rendimento Mínimo, 10 vezes o que ganha um trabalhador no Afeganistão. Um casal com 6 filhos recebe 2675€/mês.

Fig. 2 - querer um abrigo e o que conseguem são uns paus cobertos com um panopodre

Se Portugal mandasse os 100 aviões da TAP a Kabul...

Mesmo que cobrassem um bilhete de 806€, se lhes fosse garantida residência e o Rendimento Mínimo de 175,52€/mês por cabeça, vinham cheios e ainda com pessoas sentadas no chão.


Até vêm a pé.

Se Portugal ou qualquer outro país europeu der visto de residência, os afegãos até fazem os 7000 km a pé. 

Mas é tudo uma hipocrisia, "Portugal vai receber mais de 300 afegão" mas esse "mais" acaba perto, não chega nem perto dos milhões que querem fugir da pobreza e da miséria.

E ninguém se lembra dos extremamente pobres da Nigéria, Républica Democrática do Congo, Moçambique, Guiné-Bissau, Nepal, São Tomé, ... a lista não acaba mais.

Fig.3 - Isto é um bairro de um país "relativamente rico", Angola.


O que o ocidente tem que fazer relativamente ao Afeganistão?

Ajudar o máximo que puder, sem fazer perguntas nem impor condições que sabem que são impossíveis de cumprir.

Fig. 4 - Fazer como se faz aos grifos de cabeça negra para que não morram à fome, deixam-se lá restos carcaças e não se lhes pergunta se mandam as filhas à escola.




quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Terceira dose da vacina: vejamos o que dizem os dados de Israel

A decisão quanto a duas doses foi arbitrária e teve a ver com a pressa.

O teste de uma vacina demora tempo mas, com os testes às vacinas da Covid-19, não havia tempo.

Num ensaio normal a uma vacina, pega-se em 50000 pessoas e dividem-se em 2 grupos mais ou menos iguais em termos de vivência. Ao grupo A dá-se a vacina e ao grupo B dá-se soro fisiológico (o placebo).

Ao longo dos dias, vai-se vendo quantas pessoas adoecem em cada um dos grupos. Se a vacina for eficaz, vão aparecer menos doentes observar que no grupo vacinado.


Quando se dá a segunda dose?

A partir de determinado dia, o número de doentes no grupo de vacinados deixa, em termos estatísticos, de diminuir (há um teste para isto). No caso da redução não ser aceitável, nessa altura aplica-se a segunda dose.

No exemplo que mostro (uma simulação) ao fim de 30 dias detecta-se que parou de diminuir, com uma eficácia de 80% (acontecem 8 contaminados nos vacinados e 40 nos outros), o que ainda se considera muito.

Depois da segunda dose, espera-se que continue a diminuir o número de doentes no grupo vacinado até que pare novamente de diminuir (acontece por volta do dia 45).

Por exemplo, a segunda dose da BCG só é dada 6 meses depois da primeira dose. 

Fig . 1 - Resultados simulados de um ensaio a uma vacina

E quando vem a terceira dose?

Quando, depois da segunda dose, a diminuição para com um número de doentes nos vacinados ainda elevado.

Mas o mais vulgar é, acompanhando os vacinados ao longo do tempo. Há casos em que o número de doentes vacinados se mantém constante mas, se for detectado esse número começa a aumentar, chegou a hora da terceira dose.

Por exemplo, na BCG, a protecção diminui a partir dos 3 anos.


Não é preciso medir anticorpos nem mostrar a língua.

Não interessa nada saber seja o que for sobre anticorpos ou os mecanismos de funcionamento das vacinas (os pais das vacinas, o Pasteur e o Kock, não sabiam nada disso), interessa é observar o número de casos.


Vamos a Israel.

Israel acreditou desde a primeira hora no poder da vacina e, por isso, pagou caro e vacinou rapidamente a sua população (a primeira dose foi dada no dia 19 de Dezembro de 2020).

Controlou o primeiro grande surto com isolamento (atingiu um máximo de 5370 casos por dia e caiu até 680) mas atacou o segundo grande surto com vacinação.

Vacinou, vacinou, vacinou e o número de casos foi caindo de um máximo de 7600 casos por dia até 21 casos por dia decorridos 5 meses e 11 dias desde a primeira injecção.

Estatisticamente, decorridos esses 5 meses e 11 dias, o número de novos casos recomeçou a aumentar estando hoje próximo dos 8000 casos por dia.

Fig. 2 - Novos casos em Israel
   

Os dados são claros como a água, só não vê quem não quer ver.

E não é vacinar os 100 mil mais vulneráveis, vai ser preciso vacinar TODAS AS PESSOAS ao fim de 6 meses de terem apanhado a segunda dose.

São 50 mil injecções por dia.

E sempre que volte a começar a aumentar, nova injecção.


Até pode acontecer a coisa piorar.

Se entre a primeira e segunda dose, pela urgência, se usaram 28 dias (dizem que deveriam ter sido 60 dias), e agora vai ser dada a terceira dose passados 6 meses, nada indica sobre o futuro, até pode acontecer o caso de passar a ser necessária um injecção todos os meses.

E até pode, mesmo com a actual variante indiana, a eficácia começar a diminuir (como diminui a  protecção da BCG).

Só o futuro o irá revelar!


Fig. 3 - Há 90 anos, quando era uma gaja toda boa, já sabia que, se não morresse nova, ia ficar velha. Quanto à vacina da Covid-19, não se sabe nada.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Afeganistão : 20 anos de "ajuda ao desenvolvimento" e nem uma barragem fizeram.

Fala-se muito que o ocidente foi ajudar o Afeganistão.

Talvez queiramos pensar que fomos ajudar já que gastamos cerca de 100 mil milhões de euros, por ano, durante 20 anos.

Mas decorridos 20 anos, é preciso fazer o balanço do que o ocidente, com a nossa boa vontade, conseguiu em termos de desenvolvimento do Afeganistão.

Quando chegamos lá, o nível de vida estava nos 1200 USD e hoje está em 2000 USD, uma aumento médio de 2,8%/ano. Cresceu um bocadito entre a invasão e 2010 mas, desde então, o nível de vida está estagnado (medido pelo PIB per capita em paridade de poder de compra a preços de 2017, WB).

Se compararmos com o vizinho Tajikistão, sem a nossa ajuda, cresceu 4,8%/ano e a China, uma ditadura feroz, cresceu 7,7%/ano.


Nem uma barragem fizemos.

O Afeganistão tem clima desértico, precisando como pão para a boca de água.

Acontece que tem metade do território com montagens do sopé dos Himalaias onde se poderiam fazer barragens para melhorar o regadio.

Também precisam de electricidade e, com enorme potencial para a energia solar, apoiado com barragens, a disponibilidade de energia seria um grande empurrão para o desenvolvimento.

Também poderia ter sido dado tratamento prestigiado aos produtos têxteis, de couro e agrícolas, para poderem entrar no ocidente sem barreiras alfandegárias. 

Acontece que, apesar de gastarmos 100 mil milhões € por ano, nada foi feito para melhorar a produção de energia, o regadio ou as barreiras ao comércio, nada, absolutamente nada.



Eu sou a favor da autodeterminação dos povos.

Não tenho o pensamento primário dos esquerdistas que afirmam que todos os problemas do Afeganistão resultam da política imperialista do ocidente ou que fomos lá para os roubar.

Acredito que fomos lá para os ajudar mas não soubemos ajuda-los.

Colocamos demasiadas condições, apoiamos demasiados projectos que, à partida, não tinham sucesso possível, enterramos o dinheiro em armas que não criam riqueza.


Fig. 1 - Para ajudar o Afeganistão, precisamos acrescentar MÉ


Eu tinha uma colega no judo.

Era a Roxana, uma criança como todas as outras de 13 anos, que tinha vindo da Cabárdia-Balcária. Perdi o contacto porque ambos desistimos do Kung-fu.

Um dia a minha empregada foi de férias e arranjou uma substituta para aqueles dias que, por acaso, era a mãe da Roxana.

Disse-me triste "Perdi-lhe o rasto. Na nossa terra já ninguém usa hijab mas ela, quando fez 18 anos, passou a usá-lo. O problema é que trabalhava num supermercado e não a deixavam trabalhar assim vestida. Partiu para Moscovo e agora, mesmo que queira voltar, não a deixam vir. A minha mãe diz que a culpa é minha mas eu não fiz nada de estranho, nunca usei hijab e, desde que estou em Portugal, nunca fui a nenhuma mesquita."

Esta história passada em Portugal e a imagem que mostro de Paris, serve para dizer que não justifica invadir um país, enterrar lá 100 mil milhões € por ano, causar uns 300 mil mortos e, no fim, a questão é se as mulheres são obrigadas ou não a usar hijab e se vão ou não à escola.

Fig. 2 - Esta jovem está em Paris e, sem talibans, usa hijabe e até faz jeito para o frio.


Quantas raparigas (e rapazes) não vão à escola na República Democrática do Congo?

E na Arábia Saudita?

E alguém se preocupa?


Se queremos ajudar o Afeganistão, devemos permitir o modelo chinês.

É difícil haver inovação sem liberdade de pensamento mas, nas economias pouco desenvolvidas, o motor do desenvolvimento deve ser a imitação e não a inovação.

Se compararmos a evolução do nível de vida na China e na Índia, em 1980, no rescaldo de Tianamen, vivia-se muito pior na China (468 USDpc contra 874 USDpc). No entretanto, nos últimos 41 anos, o nível de vida na ditadura China multiplicou-se por 37 enquanto que na democrata Índia multiplicou-se por 7,4.

Hoje o nível de vida na China é muito melhor do que na Índia (17300 USDpc contra 8450 USDpc).

Fig. 2 - Evolução do PIB per capita, ppp, na China e na Índia (dados WB)

Qual o problema de não termos crescimento?

Por cá, sempre que alguém tem uma boa ideia, arrisca e tem resultados positivos, logo os esquerdistas (ventilados enormemente na comunicação social) vêm dizer que estamos em presença de um explorador.

Se, o empreendedor arriscou e a inovação falhou (como é provável), vêm os mesmo esquerdistas que estamos em presença de um burlão, um capitalista sem capital.

Mas como se pode ser capitalista com capital se os esquerdistas são contra a acumulação de riqueza? 

Em Portugal só é socialmente aceitável ficar rico ganhando a raspadinha ou o euromilhões (ou ser Ronaldo).


Para apoiarmos verdadeiramente o Afeganistão, devemos ...

Apoiar a construção de barragens para desenvolver o regadio e um sistema energético solar/hídrico (painéis solares / barragens reversíveis).

Apoiar a melhoria das redes viárias, a recolha de lixo, o saneamento e o fornecimento de água potável. 

Apoiar a melhoria das telecomunicações e promover o aparecimento de cursos on-line principalmente para as raparigas.

Apoiar a criação de um sistema fiscal e de um corpo de segurança.

Estes projectos têm que ser aceites e apoiados pelos talibans e serem baseados em empresas privadas que promovam a valorização dos recursos humanos locais.

Com 1% do que se gastou com a guerra, poder-se-á fazer muito mais do que se fez para melhorar a vida dos afegãos (e das afegonas).

Mas também podíamos ajudar o Bangladesh, a Indonésia, as filipinas, o Paquistão, ...


Vou acabar com o estado do Covid-19.

Finalmente, parece que a coisa está a ceder. Depois de um máximo semanal, em Janeiro, de 291 mortos por dia e uma "retoma", no princípio de Agosto, para 15,3 mortos por dia, nos últimos dias caiu para cerca de metade.

Esperemos que não venha por ai, como está a acontecer noutros países, a 5.a vaga.

Fig. 3 - Evolução do número de mortos (média semanal, DGS)


Somos os "melhores no mundo" na vacinação porque usamos números errados.

Quando falamos que "temos 71% da população vacinada" falta clarificar que é a população com mais de 12 anos de idade.

Quando os outros países falam dos mesmos 71% estão a considerar todas as pessoas.

Assim, neste momento, com as duas doses temos 5654284 o que, dividindo por 10347892 dá  54,6% e nada parecido com 71%.

E com uma dose temos 75,9% da população.


E vacinar as crianças?

Sem vacinar as crianças com menos de 12 anos, nunca se atingirão os 85%.

A melhor metodologia é, depois de vacinar os com 12 anos, esperar 6 meses e, não havendo problemas de monta, passar a vacinar os com mais de 11 anos mas reduzindo a dose proporcionalmente ao peso.

E repetir o procedimento até aos mais pequeninos.


quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Quando será que os combustíveis fósseis vão deixar de ser usados?

Hoje, existem soluções de engenharia para substituir os combustíveis fósseis.
Como já referi abundantemente, com o estado actual da tecnologia, os painéis fotovoltaicos são capazes de transformar a luz solar em electricidade.
Grosso modo, um painel solar de 5m2 tem uma potência de 1 kw. 
Se os painéis solares estiverem na horizontal, produzem 5kwh/dia enquanto que se estiverem convenientemente inclinadas atingem 10kwh/dia. Então, em termos económicos, o racional é ocupar apenas 1/3 da área (para a sombra de um painel não cobrir os outros painéis). Assim sendo, um painel de 1kw precisa de 15m2 de território.
Como só há luz solar algumas horas por dia, para uma produção média de 1kw, são necessários 5kw de potência instalada, isto é, um total de 75m2 de território.

O problema é que precisamos de ter energia durante a noite.
Existem 4 soluções de engenharia.
= Barragens reversíveis
= Baterias
= Hidrogénio
= Longos cabo eléctrico a ligar fuso horário diferentes.
Como as barragens reversíveis, as baterias e o hidrogénio já foram muito falados, vou-me concentrar nos cabos eléctricos.

Cabos eléctricos a ligar fuso horário diferente.
Se ligarmos Portugal aos confins da Ásia com um cabo de alta tensão com 11 mil km, teremos uma diferença horária de 8h30 minutos. Assim, fica resolvido o problema português (quando os painéis começarem a "morrer" em Portugal, começam a produzir nos confins da Ásia). 
Mas o caso português é especial porque fica no extremo ocidental da massa continental, não se aplicando à generalidade dos países, em particular, a parte atlântica dos USA.
Para "resolver" o problema americano é necessária uma ligação da Europa à América com um cabo submarino de 3560 km sob o oceano Atlântico.
E este cabo terá que ter capacidade para transportar qualquer coisa como 500 000 MW (equivalente a 500 centrais nucleares).
 
Fig.1 - Precisamos de um cabo eléctrico sobre o Atlântico.

Um cabo de alumínio de 150 mm transporta 6000 Amperes (dependente da refrigeração). Para uma voltagem de 500 KV, um cabo duplo +500kv/-500KV, estes 2 cabos conseguem transportar 12000 MW, comparável a produção de 12 centrais nucleares.
Um cabo desta dimensão usa 170 mil toneladas de alumínio, com um preço de mercado de 350 milhões€.
O núcleo de alumínio é revestido por uns 10 cm de isolante (polietileno ou papel impregnado em óleo), uma armadura (para poder ser puxado sem rebentar), ficando tudo isolado da água do mar por uma fina camada de chumbo.

Em termos de recursos naturais, o alumínio é barato e abundante (8% da superfície da terra é feita de alumínio) mas o custo do cabo resulta principalmente da execução da obra.

Exemplo de um projecto já implemetado:
NordLink underground power cables - explanatory film
ABB launches world´s most powerful extruded HVDC cable system - explanatory film


Comparando com o projecto chinês.
A China acabou em 2019 uma linha de corrente contínua semelhante, 12000 MW com 3300 km. O custo foi de 1,5 milhões €/km (ver).
Vamos supor que uma linha Europa-América de 12 000 MW sob o mar custa o dobro da linha terrestre chinesa. Então, teremos um investimento de: 
3560 x 2 x 1,5 = 11 mil milhões €.
Será que o Alumínio pondera apenas 3,2% no custo da linha?
Amortizando a linha em 50 anos a uma taxa de juro de 2%/ano, teremos um custo de capital de 350M€ por ano.
Com uma taxa de ocupação de 90%, o custo do transporte será então de 0,004€/kwh.
Fica abaixo das barragens e muito abaixo do que armazenamento em baterias ou o hidrogénio.

Para termos 500 000 MW, precisamos de 40 cabos desses com um investimento de 500 mil milhões €.




Singapura tem um projecto para ficar "neutra" em carbono.
Aviso que ainda é apenas um projecto mas consiste em transportar 3000 MW de energia solar desde a Austrália (Australia–ASEAN Power Link) usando um cabo submarino de 3700 km.


No futuro, prevejo que haverá uma linha a circundar o planeta.
500 000 MW vão circular de Ocidente para Oriente e outros 500 000 MW vão circular em sentido contrário. Durante a noite os USA vão receber 500 000 MW pela Atlântico (produzia no Cazaquistão) e outro tanto pelo Alasca( produzida na Mongólia).
E este futuro não está muito longe, talvez uns 10 anos.

Fig.2 - Vejo um cabo de 27 mil km a dar a volta ao Mundo.


Estamos então capazes de abandonar hoje mesmo o uso dos combustíveis fósseis!
Não é bem assim pois uma coisa é haver solução técnica, outra é haver capacidade de investimento para implementar a solução imediatamente.
Tem que haver capacidade de produção de painéis solares e cabos (bens de investimento) e poupança suficiente para pagar a aquisição desses bens de investimento.
Durante anos, teremos que produzir menos bens de consumo e produzir mais bens de investimento.
Nos últimos anos a potência instalada tem crescido 23%/ano, sendo em 2021 se traduz numa numa potência média de 200 000 MW. Só os USA gastam qualquer coisa como 2 750 000 MW.
Se se produzirem todos os anos painéis solares como em 2021 (40 000 MW), só para ter o consumo americano de energia totalmente com origem solar, serão precisos investimentos por 70 anos e 500 anos para cobrir as necessidades da humanidade.

 
Fig. 3 - Como as gajas boas (e as outras) de hoje vão estar nesse futuro.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

A queda de Cabul: a vitória dos cancelas mouras e dos pedros machados.

Maquiavel, Cap. VII, explica o que aconteceu em Cabul. 

"Aqueles que somente por fortuna se tornam de privados em príncipes, com pouca fadiga assim se transformam, mas só com muito esforço assim se mantêm."

Homens fracos, intriguistas por natureza,  que querem apenas dividir sem nada criar, cobardes que atiram o pau e se escondem sob a sombra dos militares estrangeiros, hienas que lutam para repartir a carne deixada pelos leões.

Interessante é estas pessoas frouxas baterem-se por lugares sendo que sabem serem incapazes de o ganhar e manter.

Podemos pensar que isso acontece por o Afeganistão é um país de primitivos, com 3,8 anos de escolaridade (que se compara com os nossos 9,2 anos) mas também temos muito disso por cá, pessoas marcadas na testa com a palavra DERROTA e que se abalançam a uma candidatura preterindo candidatos muito melhor colocados para conseguir a vitória.


O que será estes intriguistas pensam ganhar?

No tempo do Passos Coelho, o rui banana rio era muito amigo do António Costa contra o Passos Coelho . Pensava ele que, quando em 30/07/2013 criticou na RTP 1 o PSD, o governo, a ministra das Finanças (ver artigo do Expresso de 2013) e o Costa aplaudiu, que tinha ali um amigo para as curvas, para poder ter acesso a um bocadinho de poder frouxo mas o Costa estava a come-lo se cebolada.


Outro intriguista a caminho da "vitória" é o candidato do PSD à Figueira da Foz.
O Santana Lopes queria-se candidatar pelo PSD mas o intriguista maior da Figueira da Foz, um derrotado nato, disse que não, "o candidato aqui sou eu, para uma estrondosa vitória, daquelas que o Álvaro Cunhal teve tantas".


A queda de Cabul também é uma vergonha para os portugueses.
Não é que Portugal treinou o exército afegão?
Não sei qual foi o treino mas deve ter sido ao "toca e foge".
Gritavam eles em pastun "موږ ته د رونالډو په څیر لوبې کول را زده کړئ" (repare que, neste texto, a setinhas andam da esquerda para a direita!



Agora escrevam o que vou dizer!
O Iraque também vai cair e antes do fim do ano.
A "inteligência americana" previu na sexta-feira passada que Cabul só iria aguentar 90 dias e, passado nem 24 horas depois de publicada a previsão, a cidade já estava tomada pelos talibans.
Reparem que as tropas pensadas pelo Biden para fazerem a segurança do aeroporto de Cabul ainda não chegaram lá, se os Talibans quisessem já tinham matado toda a gente.
E nem sei o que lá vão fazer os militares americanos, mais vale a pena ficarem nos Açores a beber umas coisas frescas.
A falta de capacidade do frouxo e demente Biden vai levar à queda do Iraque.

Para quem não sabe (eu não sabia) este é o presidente do Iraque

Sabem o que estão a dizer os esquerdistas?
Que as atrocidades que venham a acontecer são culpa dos americanos, da NATo e das políticas neoliberais do Passos Coelho.
Bem bem é o al-Assad, este tem a marca da vitória, nem que tenham que morrer todos.


Será possível manter uma democracia ...
onde a maioria da população quer viver sob uma ditadura?
Parece (e é) um paradoxo mas é o que se passa em muitos países.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

O aquecimento global condena a economia à estagnação (?)

A maior parte das pessoas não percebe nada de economia.
Mesmo economistas e professores doutores de economia têm um encadeamento de ideias que está completamente errado. Vou começar por apresentar as principais ideias e as que estão erradas e certas.

Ideia 1 = Para o nível de vida melhorar é preciso aumentar a quantidade e qualidade de bens disponíveis para as pessoas (medida pelo PIB per capita). 
Esta ideia está correcta.
 
Mesmo pensando que a meditação melhora a felicidade, para meditar é necessário tempo, e o tempo "parado" é um bem, o lazer, que compete com o tempo de trabalho.


Ideia 2 = Para produzir mais bens e serviços (para aumentar a quantidade per capita e para cobrir as necessidade de uma população mundial crescente), será preciso consumir mais recursos naturais.
Esta ideia está errada.

Quando pensamos em bens que não mudam ao longo do tempo (trigo, milho, soja, ...), a inovação tecnológica acontece do lado da produção e da distribuição.
Por exemplo, a soja é um grão muito importante para a humanidade porque tem muito óleo e muita proteína que são fundamentais na alimentação humana (500m2 são suficientes para a alimentação de um ser humano). Assim, o combate da fome obriga a mais produção de soja. Neste caso, como a população está a aumentar rapidamente, o aumento tecnológico (+1,25%/ano de produção por m2) não é suficiente para não haver mais consumo de recursos naturais (+2,9% de superfície cultivada por ano).
Mas no caso de bens com elevada tecnologia (computadores, filmes, electrodomésticos, automóveis, ...) o progresso tecnológico tem permitido o aumento da produção sem haver aumento dos recursos naturais utilizados.
Por exemplo, um disco rígido exactamente igual em termos físico, no espaço de 25 anos passou de 0,5GB para 8000GB (um aumento de 16000 vezes), um aumento de capacidade de próximo de 50% por cada ano. Também um processador de hoje, idêntico fisicamente a um de há 25 anos, tem uma capacidade de cálculo 5000 vezes maior (duplica a cada 2 anos).
Pegando nos dados do Banco mundial e calculando a energia necessária para produzir um USD de riqueza, comparando 1995 com 2015, nestes em 20 anos a necessidade de energia diminuiu de 0,53 para 0,33, uma redução de 2,4% por ano.
(As unidades são kg de petróleo equivalente por dólar americano constante de 2010).

Ideia 3 = Como os recursos naturais são finitos e a população está a crescer, tem que se concluir  que, no futuro, vamos ter menor qualidade de vida, isto é, menor acesso a bens e serviços.
Esta ideia está errada porque não inclui o desenvolvimento tecnológico (parte da Ideia 2 que está errada). 


O mais estranho é que o previsto futuro degradar do nosso nível de vida acontece se a população aumentar ("haverá menos recursos naturais por pessoa") mas também se diminuir ("haverá menos pessoas a trabalhar"). E também acontece se houver inovação tecnológica ("os robots vão acabar com os  nossos empregos") como se não houver ("não vai ser possível produzir mais com os mesmo recursos naturais").

Concluindo = Não acreditem nos pessimistas (que se chama malthusianos porque Malthus previu em 1798 que a humanidade se encaminhava rapidamente para a pobreza extrema) porque a inovação tecnológica vai permitir que economia continue a crescer (e a humanidade terá no futuro melhor qualidade de vida) mesmo com recursos naturais limitados.


O problema da energia já está resolvido.
Actualmente, gastam-se cerca de 0,3kg de energia por cada USD produzido. Isto traduz que uma pessoa de um país rico gasta mais energia que uma pessoa de um país pobre.
Sendo previsível que os pobres querem ficar ricos, por este efeito, é necessário aumentar a disponibilidade energética mas esse crescimento será menor que o crescimento da economia porque a necessidade de energia por unidade produzida diminui 2,4%/ano.
Em 1995 cada pessoa da Terra consumia 1,93 KW e em 2015 consumia 2,30KW, um aumento de 0,9%/ano.

A energia solar.
Para ter disponível 1 KW de energia eléctrica é necessário ter 5KW de potência nominal que, com a actual tecnologia foto-voltaica, precisa de 50 m2 de terreno (cobertos a 60%).
A energia foto-voltaica só está disponível quando há luz solar pelo que é preciso incluir no sistema barragens reversíveis que, no caso europeu, podem ficar nos Alpes e nos Pirenéus. Puxam água para cima durante o dia e turbinam para baixo durante a noite). 

Cada habitante da União Europeia gasta 4 KW, precisando de 200m2 para substituir toda a energia que gasta. Então, para os seus 446 milhões, serão precisos 89200 km2, uma área idêntica à de Portugal.
A UE precisa de cobrir 2% da sua área para não precisar de usar qualquer energia com origem que não solar!
E quantos km2 semi-desérticos, sem qualquer valia, existem em Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Roménia? 


Para suprir todas as actuais necessidade energéticas da União Europeia será suficiente uma estreita faixa com painéis solares de Portugal à Ucrânia (aproveitando 3 horas de diferença de fuso horário), com barragens reversíveis nos Pirenéus e nos Alpes.

Greta, como hás-de resolver os problemas da humanidade?
É com tecnologia, não é com medo e catastrofismos à moda do Apocalipse.
Ai, como é que eu hei-de, 
como é que eu hei-de
Como é que eu hei-de me ir embora?
Com as perninhas todas à mostra
E os marmelinhos quase de fora…


terça-feira, 10 de agosto de 2021

Aquecimento da Terra = mais deserto?

Nos últimos 600 anos aumentou muito o conhecimento da meteorologia mas ...

Esse conhecimento não passou para as pessoas "comuns".

E muito menos passou para a comunicação social e para os "cientistas" do aquecimento global.

Até ao dia de hoje ainda não vi um único "especialista" que percebesse o mínimo sobre o funcionamento dos climas na Terra.

Porque será que há o deserto do Saara e, em latitudes semelhantes, na Mongólia ou, em latitude simétrica, o deserto australiano, do  Namibe e ou de Atacama e Sertão Nordestino?


O que pensavam os europeus nos anos de 1400?

Na Europa, se caminharmos para Norte, fica cada vez fica mais frio e húmido e, se caminharmos para Sul, fica cada vez mais quente e seco. No ano de 1400, o limite conhecido a Sul era o deserto do Saara e a norte era o mar congelado.

Estendendo esta tendência, caminhando mais e mais para Sul, ficaria cada vez mais calor até que a água do mar entrava em ebulição, dando origem às nuvens. Ainda mais para sul, a temperatura seria de tal ordem elevada que tudo estaria fundido, tudo transformado num enorme mar de lava.

Naturalmente que nada disto era verdade. Depois do Saara vinham as zona equatoriais, quentes mas com muita chuva, e passando o Equador, invertia-se a tendência e repetia-se o clima temperado do Hemisfério Norte. 


O que pensam hoje os "cientistas do aquecimento global"?

Continuam a pensar que o calor está associado com o deserto. Então, se a Terra aumentar de temperatura, passará a haver menos chuva.

Dizem isto porque não se lembram que na Floresta Amazónica ou na Bacia do Congo, o calor é imenso e chove como em mais nenhum outro lugar da Terra.

Digamos que não compreendem como funciona o clima, porque razão há floresta tropical no equador, deserto nos trópicos e clima temperado na Europa.

Vamos ver se consigo explicar o funcionamento do clima à escala planetária!


1 = A temperatura da Terra.

A luz do Sol atinge o topo da atmosfera terrestre com uma intensidade que varia entre 1322 W/m2 (no Periélio - quando está mais longe do Sol) e 1413W/m2 (no Afélio - quando está mais próximo do Sol). Cerca de 25% dessa energia é absorvida pela atmosfera antes de atingir a superfície. 

Porque a Terra é uma esfera e a luz do Sol atinge, aproximadamente, o equador de forma perpendicular, no equador (ponto B), a intensidade de energia por m2 de superfície é maior do que nas zonas mais próximas dos polos (ponto A).

Sendo a intensidade da luz solar em Manaus de 1000W/m2 (latitude próxima de 0º N), em Londres (latitude 51,5º N) já só é de 350W/m2.

Londres tem um clima muito mais frio (temperatura média de 10,8ºC) do que Manaus (temperatura média de 26,4ºC) porque recebe muito menos energia solar. Não é por mais causa que não seja a inclinação da superfície (a latitude) relativamente aos raios solares.


Fig. 1 - Efeito da latitude na intensidade da luz solar (no ponto A é menor porque a mesma energia é espalhada por maior superfície)


2 = A "fuga" para o Espaço da energia solar e a dinâmica vertical da atmosfera.

Ao atravessar a atmosfera, a energia perdida vai aquecer o ar. 

A energia que atinge a superfície vai aquecer o chão que também volta para a atmosfera na forma de calor e de vapor de água.

Se a energia não escapasse da atmosfera, esta iria aquecer até ao infinito. O que acontece é que o ar em "contacto" com o Espaço vai arrefecer pela emissão da energia na forma de luz infravermelha (que é proporcional ao cubo da temperatura, E = K*T^3).

A quantidade de energia emitida é exactamente igual à energia recebida.

Como o ar quente (e húmido) é menos denso que o ar frio (e seco), haverá um movimento ascendente de ar quente e húmido (vento ascendente) até à "fronteira do espaço" (onde vai perder a energia) e um movimento descendente de chuva e de ar frio. 


2 = A dinâmica vertical e em altitude  (no hemisfério Sul, o movimento é simétrico).

O ar sobe nos locais que recebem mais energia, no equador, mas o ar frio não pode descer no mesmo sítio onde está a subir.

A chuva pode cair no Equador porque não prejudica que o ar quente e húmido continue a subir (as gotas são uma ínfima percentagem do "caminho") mas o ar não.

 

Fig. 2 - Tal como o ar, não é possível o povo entrar e sair do autocarro pela mesma porta.
 

Como o ar não pode descer no Equador, vai caminhando para Norte em altitude, onde vai arrefecendo para a Espaço e ficando mais seco pela queda da chuva. A dada altura, nos trópicos, está em condições de descer, frio e seco.

Ao descer seco, vai gerar o deserto do Saara. Apesar de o ar descer frio, a luz do sol ainda tem muita intensidade (mas menor do que em Manaus) pelo que a superfície vai ser quente.


Fig. 3 - O ar (quente e húmido) sob no Equador e desce (frio e seco) nos trópicos.

Mas porque o ar não desce no Polo Norte?

Porque a perda de temperatura e de humidade em altitude não permite que o ar tenha energia suficiente para chegar ao Polo Norte.

O ar no chão é mais quente do que em altitude (porque recebe a luz directa do Sol e o calor indirecto do chão). Como o ar quente e húmido do equador vai perdendo capacidade de flutuar, acaba por ficar mais frio e seco que o da superfície, caindo a "meio caminho".

A ar ao descer nos trópicos cria o deserto do Saara (e os outros desertos quentes) e, vai arrastar o ar do norte para baixo, iniciando a "célula temperada".

Fig. 4 - A atmosfera tem 3 células Equador-Polo com duas zonas de chuva e duas zonas de deserto

Apesar de não estar representado nas figuras 3 e 4, o ar chegando ao chão, vai movimentar-se em sentido contrário ao movimento em altitude (para que a atmosfera não "esvazie" nos locais onde o ar sobe). 

3 = A dinâmica local.

Com na superfície terrestre não é homogénea, existe terra e mar, montanhas e planícies, a dinâmica geral da atmosfera sofre, localmente, alterações.

Acresce que o eixo da Terra não é vertical (faz um ângulo de 23°) o que faz com que o "equador solar" oscile ao longo do ano, estando no Verão mais para Norte e no Inverno mais para Sul, criando as estações do ano.


O que é o "aquecimento global"?

Vimos que a energia escapa da atmosfera para o Espaço segundo a proporção E = K*T^3.

A "teoria do aquecimento global" diz que a constante K diminui se a quantidade de CO2 na atmosfera for maior.

Ao diminuir K, para emitir para o Espaço os mesmos 1367 W/m2 que, em média, chegam do Sol, a temperatura da atmosfera tem que ser maior.

Se, por exemplo, K diminuir 1%, a temperatura irá aumentar 0,33%.


Qual o impacto no clima da atmosfera aquecer?

Vamos supor que a temperatura média da Terra aumenta drasticamente, não 1,5ºC mas 20ºC.

Em termos de "pensamento directo", a temperatura média de Manaus ficará nos 46,4ºC e a de Londres ficará em 30,8.ºC.

Talvez Manaus ficasse menos habitável mas o Canadá e a Sibéria ficariam habitáveis, compensando.

Mas estas temperaturas não vão ser observadas por causa da evaporação da água aumentar com a temperatura! Se a temperatura aumentar de 1ºC, a evaporação da água aumenta 6,3%. Ao aumentar 20.ºC, nos oceanos a evaporação aumentaria 126%.

Haver mais humidade no ar torna o ar menos denso o que, juntando a temperatura mais elevada, vai aumentar a dinâmica do ar, havendo mais chuva (nos locais onde actualmente há chuva) e mais vento.

Se hoje chovem 3000mm/ano em Manaus, passariam a chover 6780mm/ano. 


Será que em Portugal a chuva iria diminuir?

Antes pelo contrário. Mais temperatura leva a maior evaporação que leva a mais chuva. O previsivel seria a mais do que duplicação da pluviosidade.

Mesmo com um aumento médio de 20.C, a maioria do planeta continuaria habitável e, por causa do aumento da dinâmica da atmosfera, nunca será possíveis esse aumento de temperatura.


Mas os especialistas dizem que o Deserto do Saara se vai expandir para Portugal!

Voltemos à Fig. 4. A atmosfera da Terra tem 3 células com descida de ar aos 33º (o Deserto do Saara) e aos 90º (Deserto gelado).

Se a atmosfera tiver apenas duas células, o deserto passa para 45º mas essa "solução" não é possível porque obrigaria a que o ar subisse nos pólos.

É obrigatório que o ar suba no Equador e desça nos pólos pelo que apenas por haver um número ímpar de células (uma geral, três como existem ou cinco).

Nenhum modelo consegue "estabilizar" uma atmosfera com uma célula  (a Terra é grande de mais) ou cinco células  (a Terra é pequena de mais) pelo que, mesmo que a temperatura aumente 20ºC, nunca o Deserto do Saara se pode expandir para Norte. 


Plantar a "muralha verde" para combater o deserto é uma perda de tempo e de dinheiro.

O Deserto do Sara não é um deserto por não ter árvores mas, pelo contrário, não tem árvores porque é um deserto (não chove por, como já vimos, o ar descer seco).

Pensar que plantar milhões de árvores ou fazer seja o que for (não deixar arrancar as azinheiras que não servem para nada) vai travar a desertificação é uma banhada porque nem o deserto vai aumentar nem é possível diminuir pela acção humana.

Bem sei que o Homem sempre tentou ser o centro do Universo mas, pelo menos relativamente às células atmosféricas (e consequente clima), nada pode fazer de bom nem de mau.

Bons banhos que a água do Algarve, dizem, está gelada (é bom para as gordas que aguentam mais).


sexta-feira, 6 de agosto de 2021

As medalhas dos naturalizados escondem o fracasso das políticas desportivas

Ter medalhas olímpicas é muito difícil.

Ganhar uma medalha implica o atleta estar muito próximo de ser o melhor do mundo e com tanta gente a tentar, a dificuldade é extraordinariamente grande.

Em cada olimpíada há cerca de 960 medalhas para distribuir. Tendo nós 10/7300 = 0,14% da população mundial, temos "direito" a 1,3 medalhas/olimpíada. Se reduzirmos a nossa participação ao pós-25-abril-1974, tivemos 21 medalhas em 12 campanhas, 21/12 = 1,75 medalhas/olimpíada, o que está um bocadinho acima da "média".


Mas, como lembrou o presidente, algumas dessas medalhas são de naturalizados.

Vindo as medalhas dos naturalizados, parece que está tudo bem, acima da média, mas não está.

Se tirarmos as 6 medalhas dos referidos pelo presidente, temos  15/12 = 1,25 que está na média.


Mas o nosso rendimento per capita implica que deveríamos ter mais.

Tirando ainda as 7 medalhas dos 4 atletas de grande distância (Carlos Lopes, Rosa Mota, Armando Leitão e Fernanda Ribeiro) porque são medalhas próprias dos países africanos pobres e que traduzem esforço individual, ficamos muito fraquinhos.

8 medalhas em 12 jogos!


Nem no futebol, onde somos os melhores do mundo.

Consta que somos os melhores do mundo, com escolas de futebol em todas as terriolas mas nem sequer fomos seleccionados para aparecer, nem para o último lugar fomos capazes. 

Bem sei que se tivéssemos sido seleccionados "teríamos trazido a medalha de ouro" (é sempre esta cantilena) mas o facto é que nem lá sentamos o cu.


Para sermos melhores é preciso investir no desporto escolar.

Muitas das coisas que se "ensinam" na escola é pura perda de tempo, serve apenas para entreter e gastar o tempo dos alunos. Sem qualquer dúvida que matemática, física, química, biologia, geografia ou filosofia são importantes para trazer o aluno do senso comum para o saber científico. 

Mas os programas, em vez de se perderem em conhecimento enciclopédico deverão concentrar-se apenas no suficiente para desenvolver o saber científico, deixando tempo ao aluno para o desporto.

É que para o desporto escolar dar frutos precisa de 90 minutos todos os dias e, nos alunos com mais potenciais, esses tempo tem que ser ainda maior.

Por exemplo, para um judoca evoluir e poder apresentar resultados já aos 16 anos (a Daria Bilodid foi campeã europeia com 16 anos e do mundo com 17 anos), tem que começar aos 10 anos e correr 45 minutos, fazer 15 minutos de alongamentos e treinar técnicas e combate durante uma hora, todos os dias.


Como ouvi atentamente de um professor que me odiava (e vice-versa).

O professor Carlos Madureira é um comunista inveterado pelo que, naturalmente, só poderia haver choque entre nós. Mas deixemos as coisas pessoais pois aprendi coisas com ele. 

Eu estava sempre atento ao que o bicho dizia e um dia atirou "O ensino deve ser em ping pong". Pus as mãos nas orelhas para ouvir ainda melhor.

"Divido a disciplina em 10 capítulos em que são precisas 8 aulas para dar cada capítulo. Como o semestre só tem 24 aulas, utilizo as primeiras 8 aulas para leccionar aprofundadamente o primeiro capítulo. Nos outros capítulos uso apenas uma aula, 'ensinando pela rama' e outras 8 aulas meto noutro capítulo que escolho aleatoriamente. "

 O bicho disse ainda "É obrigatório escrever uns apontamentos que cubram os 10 capítulos de forma aprofundada, dá para nos prepararmos e possibilita o aluno mais interessado ficar a saber como se tivesse tido as 80 aulas". 


Estava eu a falar do ensino.

Deveria haver menos carga de conteúdo e as notas serem apenas na escala 1-5 mesmo na universidade (como no Reino Unida A, B, C, D e F).

Andam os alunos a dar cabo da juventude, com explicações e injecções de exercícios a tentar tirar um 19 apenas para entrar num concurso qualquer quando 15 já demonstra toda a sua capacidade.

Haver menos conteúdo e menos notas iria libertar as 2 horas diárias (sem explicações) para que os alunos pudessem praticar desporto escolar.

Sem isto, será verdade a previsão do grande Obikwelu e os governantes poderão continuar a dizer que  "as nossas políticas do desporto são a mais correctas, olhem para as medalhas".


"Para Portugal ter mais medalhas precisa mandar vir mais Obikwelu's da Nigéria"


Quase me ia esquecendo da questão financeira.

Uma medalha de ouro deveria dar um prémio de 1 milhão €.

Uma medalha de ouro deveria dar um prémio de 500 mil €.

Uma medalha de ouro deveria dar um prémio de 250 mil €.

Diz a "ciência dos incentivos" que um prémio elevado ao vencedor é a melhor política para incentivar em actividades cujo resultado final é muito incerto (a probabilidade de sucesso é muito pequena) e exige muito esforço.

Concluindo, está tudo errado.

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Foram as políticas esquerdistas que nos deram o ouro olímpico!

 Os esquerdistas defendem políticas que levam à pobreza e à tirania.

Tudo começa com as políticas económicas erradas. 

A pressão para que os salários subam acima da produtividade e a subsidiação das empresas públicas levam à falências e desaparecimento das empresas privadas.

Sem empresas privadas, vem a pobreza.

Como as pessoas não gostam de ser pobres, deixa de ser possível haver eleições.

Este processo acontece em todos os países que abraçaram o esquerdismo, fosse por eleições (como a Venezuela ou a Nicarágua) ou por golpe militar (como Cuba).

Olhemos como o esquerdista e anti-democrático Moçambique não sai da pobreza estrema, mesmo sem "o homem branco racista" a explora-los.

O que têm os nossos esquerdistas a dizer sobre Moçambique decorridos 50 anos da independência. Será que a pobreza deles também é culpa do Passos Coelho?

Fig. 1 - O Pedro Pichardo durante o salto e no filme Academia de Polícias


Vejam como o nosso governo levou a Groundforce à falência.

Uma empresa que em 2018 teve um volume de negócios de quase 150 milhões € e 2650 trabalhadores (ver) vai à falência porque o Estado, maquinado pelo Pedro Nuno Santos, impossibilitou um empréstimo de emergência de 30 milhões € para fazer face à pandemia.

O Estado mete 4000 milhões na TAP (400 mil€ por trabalhador), empresa totalmente inviável, mas não permite que a Groundforce tenha acesso a 30 milhões (11 mil € por trabalhador).


Os esquerdistas vão apontar ao André Ventura.

E nestes esquerdistas está incluído o presidente Marcelo que foi o primeiro  a dizer que a maioria das nossas medalhas são de "africanos". Se são portugueses como todos os outros, nenhum deles recordou, na hora da comemoração, o tal país de "origem étnica", para quê recordar o que só passa despercebido aos cegos?

Faz-me lembrar o Salazar que usava o Coluna, o Eusébio e o Eduardo Nascimento para dizer que não éramos colonialistas como os outros.

Mas os esquerdistas devem responder à pergunta: 

"Porque razão alguém que nasceu e viveu em Cuba, o paraíso na terra porque os irmãos Castro implementaram plenamente as políticas esquerdistas, incluindo os fuzilamentos em massa que o Otelo defendia serem feitos no Campo Pequeno, teve que fugir de lá, está proibido a lá voltar e nem lhe falem em voltar mais a Cuba?"

E até parece que o único que levantou problemas à naturalização do Pichardo foi o Nelson Évora!!!!!!!! para não perder o seu recorde nacional (?).

Em vez de perguntarem ao André Ventura, perguntem ao Pichardo o que acha das políticas cubanas, da democracia verdadeira que lá se vive.

Já sei, é culpa do embargo.

E a pobreza de Moçambique e da Guiné-Bissau que não sofrem com o embargo? 

É culpa do Passos Coelho e das suas política neo-liberais e da corrupção no mundo do futebol.


Agora, umas perguntas para os esquerdistas especialistas da Covid-19 (que aparecem na TV).

Como já ouviram falar, países importantes (Israel, Reino Unido, França, Alemanha) já decidiram dar uma terceira dose de vacina decorridos 6 meses desde a última.

Os nossos especialistas, avançam com estudos de 2020, onde isso já lá vai, a dizer não ser necessário porque blá blá blá blá.

São negacionistas (são contra as vacinas nas crianças usando os mesmos argumentos do Trump!!!) mas está tudo bem porque são esquerdistas.

Aqui vai a primeira pergunta.

Porque razão existe um surto que já contaminou 127 pessoas totalmente vacinadas no lar da misericórdia de Proença-a-Nova?

Já sei que a resposta vai ser "A vacinação não evita os contágios, evita a gravidade da doença."

Agora a segunda pergunta.

Porque razão não existiu nenhum surto em lares em Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho e Julho e começam agora a aparecer 6 meses decorridos desde a vacinação?

Lembram-se que as máscaras eram contra producente e passaram a obrigatórias?

Vai-se passar o mesmo e com a mesma cara de pau, os mesmo que disseram "Não faz sentido a 3.a dose" vão dizer "Sempre dissemos que deve ser obrigatória."

É que, apesar de a vacinação estar a aumentar mais de 50 mil por dia, o número de mortes está em mais de 13 por dia e não parece não querer parar de crescer.

Fig.2 - Evolução do número de mortos por Covid-19, média semanal (dados, DGS)


quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Aquecimento global, fenómenos climáticos extremos, energia nuclear

Pode ser que exista aquecimento global.

Existem pessoas que dizem que, nos últimos 100 anos, a Terra está a aquecer. Como nesse período também aumentou o nível de CO2 na atmosfera, essas pessoas dizem que a causa do hipotético aumento da temperatura global é o aumento do CO2.

Não estou a negar nem a afirmar, apenas a tornar claro que se trata de uma hipótese científica (que também se chama de teoria), como todo o conhecimento científico.


O conhecimento científico não dá certezas.

Será que vacinar as crianças de tenra idade contra a Covid-19 lhes causa prejuízos no longo-prazo?

Talvez sim, talvez não, não se sabe porque o "longo prazo" ainda não aconteceu. Com o passar dos anos, será recolhida informação que vai confirmar (ou não) que não causa prejuízo, num processo estatístico de "aprendizagem".

Vacinamos hoje 1000 crianças e deixamos 1000 por vacinar. Depois, ano após ano, vamos comparando os problemas dos dois grupos a ver se existem "diferenças estatisticamente significativas". 

Mas nunca teremos a certeza a 100%.


Fig. 1  - O Apocalípse segundo João de Patmos (retomado por Greta Tundeberg) 


Será que a temperatura média está a aumentar?

O clima é uma média no tempo dos valores meteorológicos. Por exemplo, a temperatura altera-se ao longo do dia, ao logo do ano e de ano para ano. 

O clima mostra a temperatura média de muitos anos.

Para vermos se o clima está a mudar, temos que pegar em muitos dados de forma a obtermos um resultado estatisticamente significativo.

Havendo dados, o teste é fácil de fazer, razão pelo que vou testar se a temperatura em Portugal está a aumentar.

Foi à PorData buscar dados da temperatura média de Viana do Castelo, Bragança, Porto, Castelo Branco, Lisboa, Beja, Faro, Funchal e Angra do Heroísmo (os dados vêm do  IPMA).

Calculei a diferença de um ano para o outro e, como não há dados para todos os anos, obtive 501 observações (uma média de 55,6 por local).

Calculei a média do aumento anual e obtive 0,027ºC.

Este valor traduz que a temperatura aumentou na amostra considerada mas, para ver se este aumento não é apenas "ruído", vou ter que calcular o desvio padrão da média que é de 0,025.ºC.

Agora, o teste passa por dividir 0,027 por 0,25 (obtenho t  = 1,09) e ver na tabela se este valor é significativamente diferente de zero com uma probabilidade de 95% e não é.

Este teste falhar implica que não podemos excluir que este aumento é apenas resultado adverso de uma normal flutuação das variáveis meteorológicas.


Mas nas notícias aparecem cada vez mais fenómenos extremos.

Mais uma vez, são dados sem significado porque resultam de as notícias cobrirem cada vez mais área geográficas.

Em termos climáticos, falamos em eventos de 10 anos,  de 100 anos e de 1000 anos. Por exemplo, um evento de 100 anos acontece uma vez em cada 100 anos.

Por exemplo, em Bragança a temperatura média anual é de 12,53ºC com desvio padrão de 0,26.ºC. Isso traduz que, a cada 1000 anos, há um ano em que a temperatura média é 14,55ºC ou superior.


Agora, vem a estatística.

Se as notícias cobrirem uma aldeia, a probabilidade de acontecer a catástrofe de 1000 anos no presente ano é de 0,1% mas se as notícias cobrirem 1000 aldeias, essa probabilidade  aumenta para 63% (que resulta de 1- 0,999^1000). Se as notícias cobrirem, como fazem agora, milhares de aldeias, é quase certo que vamos ter catástrofes todos os dias (mas em locais diferentes).

Desta forma, haver mais tragédias relatadas nas notícias nada diz sobre o aumento da frequência das desgraças mas apenas que a cobertura é maior.

Alguém sabe quantas crianças morrem de fome em África? Pelas notícias, não morre nenhuma.


Vamos agora ao nuclear.

Há um ecologista, James Lovelock, que acredita no aquecimento global, que este resulta do aumento do CO2 na atmosfera e que garante que a única forma de evitar a catástrofe futura é apostarmos na energia nuclear para evitar a emissão de CO2 para a atmosfera.

Em tempo, há uns 20 anos, eu defendia a 100% a energia nuclear, mas agora já não, antes pelo contrário, por causa dos desenvolvimento nos painéis solares fotovoltaicos.

 

De que são feitos os painéis solares fotovoltaicos?

As células solares são uma fatia de silício, actualmente com 0,1mm de espessura (são necessário 1,0kg de silício por kw de potência) com uma camada muito fina "dopada" com fosforo ou boro (menos de 0,1g/kw). Tudo materiais abundantes (o silício compõe 25% da superfície da Terra) e nada perigosos ou poluentes.

Como se trata de um aparelho electrónico, a evolução dos processadores mostram que no futuro será possível diminuir esta espessura 10, 100 ou mesmo 1000 vezes (ser preciso apenas 1g de silício por kw).

O preço do silício com 99,9999% de pureza, em 2010 era de 80€/kg. Neste momento está abaixo dos 20€/kg.

Além do silício, utiliza um vidro (que é óxido de silício!).

Quando os apineis solares chegarem ao fim da sua vida, não vão causar qualquer poluição (como diz Lovelock) porque são totalmente feitos por materiais não poluentes. O vidro pode ser reaproveitado e o resto aterrado.

Por exemplo, uma instalação solar de 4000MW vai produzir durante 25 anos tanta energia como uma central nuclear de 1000 MWe.  Vai ocupar um quadrado com 7 km de lado e, reciclando o vidro, vão resultar 4 mil m3 de entulho (um aterro pequeno aterro com 30m x 30m x 5m) nada perigoso nem contaminante de recursos hidrocos.


Nos últimos 20 anos aconteceram muitas coisas ...

Considerando processadores na mesma gama de preço, em Abril de 2000 foi lançado o poderoso Pentium 4 com uma performance de 50 pontos. Em 2021 temos o AMD Ryzen 9 3900X com uma performance de 33000 pontos, um aumento anual de 38%.

Com o preço dos painéis solares não aconteceu exatamente o mesmo mas também se verificou uma grande diminuição no preço. Se há 20 anos uma célula fotosolar tinha um preço na ordem dos 7000€/kw, agora tem um preço na ordem dos 200€/kw, uma redução de 16% por ano.

Um pinel solar de 1kw produz cerca de 200kwh de electricidade por ano, com um custo na ordem dos 0,02€/kwh, a tecnologia mais barata que existe para produzir electricidade.

Por comparação, um barril de petróleo tem 1700 kwh de energia e um preço de 60€ o que dá 0,035€kwh. Se pensarmos que a transformação para energia motriz é cerca de 30%, temos um custo de 0,10€/kwh (sem impostos :-).


Agora, imaginem que a queda no preço do solar continua mais 10 a 20 anos.

O custo da energia eléctrica vai ficar irrisório, abaixo de 0,001€/kwh.

Já imaginaram o que vai acontecer aos países produtores de petróleo?

Estão a ver o que vai acontecer à Rússia sem o dinheiro do petróleo e do gás natural?

E o médio oriente?

Adivinho que vem ai uma guerra.

Estão a perceber porque a Total desistiu do gás natural em Moçambique? No sector das petrolífero já é difícil arranjar financiamento para investimentos de longo prazo.


Esqueci-me de dizer o que é óbvio.

A luz solar só existe durante o dia e quando há sol que é entre 20% e 25% do tempo.

Para termos electricidade nas outras horas é preciso guardar energia em que, neste momento, a melhor tecnologia são as barragens reversíveis (ver poste).

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