sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Eu tenho a solução para o problema do palco do Papa, usar uma oliveira!

Estou eu aqui deitado no meu sofá e só se fala do palco.

Vem o Papa cá e lembraram-se de fazer um palco no meio do Rio Tejo.

As obras nesse aterro no meio do Tejo, lá para os lados do Rio Trancão, são para fazer fazer um parque onde caibam festas rave, tipo Woodstock, e chamaram o Santo Papa para o lançamento.

Pensaram no Bruno de Carvalho mas não gostaram do voz de bagaço, hrrrrrrrr.

Como sempre, adiou-se, adiou-se, adiou-se mas o contrato com o Santo Padre tem uma data para estar tudo feito. Agora que a inauguração se aproxima e ainda não está nada feito, há que fazer tudo em cima do joelho, às três pancadas e, naturalmente, pagando o que pedirem pois a alternativa é não haver nada no dia da inauguração.


Mas eu estive a pensar, e fazer um palco para quê?

O meu pensamento foi assim: se Nossa Senhora, Virgem Maria, Mãe de Jesus o Cristo veio a Portugal 6 vezes e vociferou do cimo de uma oliveira, sem palanque nem sequer um escadote, para uma assistência de 3 pastorinhos, um cão e meia dúzia de ovelhas, porque é que não se mete o Santo Padre a falar também do cimo de uma oliveira?

Será o Santo Padre mais do que Avé Maria, cheia de graça, Mãe de Deus que subiu ao Céu em corpo e alma?

Não.

Então, se uma oliveira chegou para a Mãe de Deus, um oliveira chega muito bem para o Papa passar uns discos.

O meu projecto é um palanque a meia altura da oliveira com umas escadas laterais, tudo em madeiras recicladas das podas e feito por nepaleses para ficar mais baratuxos.


Fig. 1 - Chamem um nepalês para cortar os ramos que estão a estorvar o Homem de Branco.

E o reumático do joelho?

Arranja-se uma freira forte, de barba rija, que leve o Santo Padre às costas, como tanto gostava de andar o Vice-rei da Índia Afonso de Albuquerque.

Fig.2 - Uma freira forte como esta para levar o Homem de Branco para cima da oliveira!

Para acabar, vou falar um bocadinho do PAV - Partido do André Ventura.

Em Portugal qualquer pessoa pode criar um partido, basta arranjar 7500 assinaturas. E por causa dessa facilidade há registados no Tribunal Constitucional 23 partidos activos e ainda 35 que inactivos. 

O André Ventura ainda pensou fazer-se militante do Partido Comunista ou do Bloco de Esquerda e, depois, mudar os estatutos desses partidos, mas, copiando o Tino de Rãns, optou antes por criar um partido movo. Foi para a rua pedir assinaturas e criou o seu partido como quis, com os estatutos e o programa que bem entendeu. Seja que esse partido, que se chama CHEGA, defenda que somos todos descendentes de extra-terrestre ou que, quando nos vacinam nos enfiam um chip para nos poderem cobrar mais impostos, é a ideia do seu criador, ninguém tem nada com isso.

Tudo foi criado de dentro da cabeça aloucada ou lúcida do André Ventura. É um partido dele, feito à sua imagem e semelhança.

Então, qual é a lógica de pessoas, que podem criar o seu próprio partido,entrarem no partido do André Ventura para o transformar noutro partido? Porque é que não criam um partido com os estatutos e o programa que bem entenderem e lhe chamam o que lhes apetecer?

Ou então, porque não reactivam um dos que estão na prateleira, um partido moribundo, depositado no limbo da história?

Não percebo essas mentes.

Fig.3 - Tantos partidos à espera de um salvador que os retire do limbo e só querem o partido do André.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

O António Costa não vai conseguir resolver o problema dos professores

Sendo eu candidata a Miss Universo, digo que os professores têm de ganhar mais.

Pegando na tabela dos docentes do ensino secundário, um docente do 4.º escalão tem um salário bruto de cerca de 2000€/mês o que, num solteiro sem filhos, se traduz em cerca de 1400€/mês. Se o docente conseguir progredir na carreira, conseguirá um salário ligeiramente maior.

Mas a questão não é se este salário é pequeno, é se o Portugal tem capacidade para cobrar impostos capazes de pagar um salário superior aos docentes da das suas escolas públicas.

Sim, porque os salários dos docentes vêm apenas e tão só dos impostos cobrados ao Sr. Zé Contribui Ou Levas Com Uma Penhora em Cima Que Nem Sabes Onde Vais Cair Morto.


O salário médio líquido em Portugal é de 1000€/mês.

Se juntarmos todas as profissões, desde os que ganham o Salário Mínimo até à Jamila, os assalariados levam uma média de 1000€/mês para casa.

Os docentes ganham mais 40% do que um assalariado médio, e este incremento acontece não só durante os 44 anos de trabalho como ainda nos 16 anos da reforma. 

Será este incremento no salário suficiente e justo?


Vamos fazer umas contas.

Em média, os portugueses têm 9 anos de escolaridade pelo que os docentes, acrescem 3 anos de secundário mais 4 anos de universidade.

Vamos supor que estudar tem custos e despesas pessoas equivalentes a trabalhar. Então, nestes 7 anos, os docentes perdem 1000€/mês*14 meses/ano*7 anos =  98000€.

Podemos então afirmar que um professor acabadinho de sair da universidade tem dentro de si 100 mil € de capital humano que é preciso amortizar.


Em termos económicos, valerá a pena ser professor se ganhar +200€/mês. 

Se amortizarmos os 100 mil€ nos 60 anos em que o professor vai trabalhar e estar aposentado, para uma taxa de juro de 2%/ano acima da inflação, dá 200€/mês.

Os professores do 4.º escalão levam mais 400€/mês que o assalariado médio.

Pensando que um professor do 4.º escalão tem inteligência semelhante ao assalariado médio, que o esforço de ser professor é semelhante ao esforço do emprego médio, só posso concluir que actualmente estão bem remunerados.


Não é politicamente correto afirmar isto!

Pois não é, o próprio António Costa está sempre a anunciar (para os outros) que os salários têm de subir. O problema é que o Sr. Zé Contribui Ou Levas Com Uma Penhora em Cima Que Nem Sabes Onde Vais Cair Morto não pode pagar mais impostos.


O problema está em a economia crescer apenas um nadinha!

O António Costa está sempre a anunciar que crescemos mais do que toda a gente mas a verdade é que o nosso PIB per capita tem crescido, nos últimos vinte e tal anos, a uma média de 0,8%/ano, o que é poucochinho para tanta bazófia esquerdista.

Fig. 1 - O crescimento do PIB português (dados, Banco Mundial), diz o António Costa "nhéc-nhéc-nhéc estamos a crescer muito" mas temos de nos habituar à realidade, crescemos poucochinho.


O que a carreira docente precisa.

1 = Horários completos.

Quando a escola contra um docente tem de ser a 100%. Depois, tem de lhe arranjar serviço compatível capaz de preencher o seu horário de trabalho. As pessoas são inteligentes e, por exemplo, um professor de física também pode dar matemática ou biologia e um professor de português também pode dar história. Custa um bocadinho mais preparar as aulas mas não é nada do outro mundo.

2 = Vinculação imediata mas prevendo a "extinção do posto de trabalho".

Um docente entra na escola e, se não for em substituição, fica logo vinculado. Esta vinculação terá de prever a eventualidade de deixar de haver alunos. Neste caso, terá de haver um esforço por parte do docente e da escola para adaptar o docente às necessidades.

3 = Facilitada a transferência entre escolas.

Abrindo um lugar numa escola, os docentes vinculados noutras escolas têm de ter prioridade na colocação. Uma vez colocados, se não for em substituição, ficam logo vinculados na nova escola.

4 = Acabar com os directores.

Há pessoas que defendem que os directores devem ter ainda mais poderes mas cada director é um pequeno ditador que apenas quer infernizar a vida de parte dos colegas. O poder corrompe e como não há controlo sobre os directores (toda a gente tem medo e assina de cruz), cada escola tem o seu pequeno hitler ou estaline, conforme as preferências.

Eu sei do que estou a falar porque nos últimos anos tenho sido vítima desses estalines.

O que é que faz o director além de infernizar a vida de uns e beneficiar a vida dos amigos? Nada.

Contrata-se um não docente para "gestor da escola" e ele trata do funcionamento e dos horários. 

Depois, os docentes de cada área científica, em conselho, gerem as suas turmas dando prioridade aos mais antigos na escola. 


Não precisei de falar de aumentos salariais.

OS salários estão bem mas é preciso estabilidade no emprego, facilidade nas transferências, justiça na governação e as pessoas serem bem tratadas.

Cumprido isto, não será preciso aumentar os salários para tornar a profissão de docente apelativa e enriquecedora.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

O futuro será solar + baterias e nada de hidrogénio.

A humanidade precisa de energia.

Um ser humano sobrevive apenas se consumir alimentos que lhe forneçam energia. A DGS indica que um adulto precisa de ingerir alimentos que se traduzam numa potência média de 100W (cerca de 2100 kcal/dia). Como a produção de alimentos gasta energia, um agricultor vegetariano auto-suficiente precisará de muita actividade física o que atira as suas necessidades alimentares para o dobro.

O nosso conforto vem de, além dos alimentos, consumirmos bens e servimos que usam energia na sua produção. Pegando nos dados do Banco Mundial, o consumo energético de uma pessoa da OCDE é de 5500W, um acrescento de 55 vezes à energia consumida sob a forma de alimentos.

O progresso ao longo do tempo tem estado associado ao aumento do consumo de energia pelo que não será necessário ter grande capacidade de previsão para afirmar que, no futuro, a humanidade vai precisar de mais energia seja porque os povos mais pobres querem atingir os actuais níveis de vida dos povos mais ricos (o consumo  per capita médio mundial é de 2500W que compara com os 5500W da OCDE) quer porque a população mundial está a aumentar.

O problema é saber onde ir buscar essa energia consumindo poucos recursos naturais, isto é, reduzindo o impacte ambiental ao mínimo possível.



Aqui, vem a tecnologia solar mas não chega.

Os painéis solares começam em 1939 quando Becquerel descobre que a luz é capaz de "arrancar" electrões aos materiais.  Em 1905 Einstein propõe uma explicação para o efeito, a razão de ter recebido  o Prémio Nobel.

As células foto-voltaicas foram evoluindo como curiosidades científicas até que surgiu a hipótese tecnológica de ter satélites de comunicações, obrigatoriamente alimentados por painéis foto-voltaicos.

Em 1956, o custo de um painel solar era de 300USD/W, em 1975 caiu para 100USD/W e actualmente está em cerca de 0,5USD/W.

Um painel solar de 1kW apenas produz electricidade enquanto há luz solar, em média, cerca de 170W ao longo do dia. Considerando que transformar a energia intermitente em energia de acordo com as necessidades tem um rendimento de 2/3, cada cidadão da OCDE precisará de um painel solar com 50 m2. 

TNo caso português, considerando 50m2 por pessoa, para os 10 milhões de portugueses, serão precisos 500 km2 que corresponde a 0,6% do território nacional, 8% do Baixo Alentejo.


A área necessária é pequena, o problema é quando não há luz solar.

Ocupar 0,6% do território nacional com painéis solares não é significativo, há muito maior percentagem do nosso território que está completamente degradado em termos económicos e ambientais. O problema é que a energia produzida é electricidade (os processos de fabrico dos metais e do cimento têm de ser adaptados) mas, principalmente, não está disponível sempre.

Teremos que adaptar a nossa vida a consumir mais energia durante o dia (por exemplo, carregar a nossa trotinete) mas não será suficiente, vai ser necessário acumular energia durante o dia e durante o verão para utilizar durante a noite e durante o inverno. 

Em termos tradicionais, a forma mais eficiente de armazenar energia eléctrica para o dia/noite é em centrais hidroeléctricas revertíveis (quando há electricidade a mais, a água é bombeada de baixo para cima e, quando há falta de electricidade, a água é turbinada de cima para baixo). Esta tecnologia tem o problema de "destruir" os rios e de ser um recurso natural pouco disponível (há poucos lugares bons para construir barragens). Para a transferência inverno/verão, apenas existe solução técnica para o calor.


A energia química.

As baterias usam uma reacções química que consome energia durante a "carga" e depois, reverte essa reacção quando é necessário libertar a energia.

Peguemos no exemplo do sal existente na água do mar (NaCl - cloreto de sódio) e que usamos na cozinha. É possível separa o sódio (-2,71V) para um lado e o cloro (+1,36V) para outro lado aplicando uma corrente eléctrica de 1,36+2,71 = 4,07V (qualquer coisa mais por causa das perdas) em sal fundido a 801ºC. 

A célula Na+Cl tem o problema de o cloro ser gasoso (foge) e o sódio ser líquido mas vamos supor que são ambos sólidos e condutores eléctricos. Durante a carga, vai-se acumulando sódio de um lado e cloro do outro lado e, quando precisamos de electricidade, o sódio e o cloro vão "refazer" o NaCl para produzir 4,07V de corrente (qualquer coisa menos por causa das perdas).

Para um rendimento de 80%, vai ser consumido uma corrente de carga de 4,55V e a célula irá produzir uma corrente de descarga de 3,64V.

    Carga da célula: NaCl + 4,55V = Na + Cl

   Descarga da célula: Na + Cl = NaCl + 3,64V

Vamos supor que cada célula tem 100g de NaCl. Teoricamente, vai precisar de 210W durante uma hora para carregar (quando estiver totalmente carregada, vai ter 40g de sódio e 60g de cloro) e vai produzir 167W durante uma hora até voltar a conter apenas cloreto de sódio. 


O cloreto de sódio é baratíssimo!!!!!

Um carro com uma bateria de 60kWh precisa apenas de 36kg de sal das cozinhas que custa 5€ no supermercado. 

Como o sal é muito barato, deve estar a pensar, "esta conta não pode estar certa".

A conta está certa, o que não está certo é conseguirmos ter uma bateria que funcione com as reacções químicas NaCL + 4,55V = Na + Cl //  Na + Cl = NaCl + 3,64V.


O hidrogénio é apenas um tipo especial de bateria.

Cada bateria tem uma química diferente. No caso do hidrogénio, a química é:

    Carga da célula: H2O + 1,38V = H2 + O2

    Descarga da célula: H2 + O2 = H2O + 1,10V

Se tiver 100g de água, vamos precisar de 410W durante uma hora para carregar a bateria (transformar a água em hidrogénio e oxigénio) e vamos ter de volta 325W durante uma hora (trasnformar o hidrogénio e o oxigénio de volta em água). Para termos uma bateria de 60kWh precisamos apenas de 18 litros de água.

Agora, fazendo as contas ao custo da água, 4 garrafões de água ficam por 2€ e ainda sobra. Ainda é mais barato do que o sal da cozinha.


Agora, como são os esquerdistas a dizer, a conta já está certa!!!!

Quando o mentecapto esquerdista dos comboios vendeu a ideia de que o hidrogénio é o futuro porque o hidrogénio faz-se com água e a água é muito barata , ninguém questionou a conta.

Mas, da mesma forma que a conta da bateria Na+Cl está errada (não é tecnicamente possível), esta conta da água também está completamente errada. Não é possível fazer uma bateria barata com a química H2O + 1,38V = H2 + O2 // H2 + O2 = H2O + 1,10V.


Baterias fechadas e baterias de fluxo.

A bateria tem duas partes. Tem o reactor, o local onde as reacções químicas acontecem e tem os reagentes químicos.

Se a bateria for fechada, os reagentes estão no mesmo local (ou muito próximo) do local das reacções. As baterias da trotinete, telemóvel ou teslas são fechadas.

Se a bateria for de fluxo, os reagentes estão fora do local da reacção e entram num estado  e saem por outro lado. Na carga entra água por um lado e sai oxigénio e hidrogénio pelo outro, na descarga entra oxigénio e hidrogénio por um lado e sai água pelo outro lado.

Existe a ideia de que apenas as baterias de fluxo podem guardar energia do verão para o inverno. Neste caso, guardar-se hidrogénio no verão que se usa no inverno.


Porque não uma bateria de fluxo Sódio+Enxofre?

Se usarmos uma célula com 26g de sódio e 74 g de enxofre, coisas muito baratas, teoricamente, precisamos de 330W para carregar e teremos de volta 265W. O sódio e o enxofre têm a vantagem de serem líquidos para temperaturas entre 120.ºC e 440.ºC.

Durante o verão podemos guardar sódio e  enxofre (fundido) em tanques que, usamos durante o inverno.

Armazenar sódio tem problemas mas armazenar hidrogénio tem muito mais problemas (um metro cúbico de sódio tem 980kg enquanto que o mesmo volume de hidrogénio a 250 atmosferas, que é uma enormidade, tem 20kg).



Existem duas químicas com muito potencial futuro.

Vou esquecer o armazenamento da energia do inverno para o verão e vou pensar no armazenamento do dia para a noite. Existem duas químicas alternativas ao lítio que têm potencial, a química do sódio (bateria de iões de sódio) e a química do alumínio (bateria de iões de alumínio).

O seu funcionamento é em tudo semelhante às baterias de iões de lítio mas em que o lítio é substituído por outro elemento menos raro.

As baterias de iões de sódio vão aparecer em meados de 2023 pela CATL, prometem preços mais baixos mas também menor densidade energética (bom para trotinetes e bicicletas).

 As baterias de iões de alumínio ainda estão atrasadas e podem ter maior densidade energética que as actuais baterias de iões de lítio.

Aguardemos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

A economia do Brasil está com perspectivas sombrias e os BRICS morreram.

Há dias o Brasil mudou de governo mas não mudou de políticas.

Esta afirmação parece não fazer sentido, mas digo-o porque ser Lula ou Bolsonaro não tem influência nas políticas económicas .

Podemos pensar que revogar a "lei das armas", condicionar a "desflorestação da Amazónia" ou uma nova "politica de ajuda aos pobres" é uma diferença radical face ao anterior governo que vai ter um impacto significativo na vida das pessoas mas não vai porque o governo brasileiro não tem mão na economia.

A economia do Brasil, teve um período de estagnação prolongada entre 1975 e 2005, no seguimento do "choque petrolífero de 1973" (o PIB per capita cresceu 0,9%/ano o que é muito pouco para um país com um PIB que é apenas 13% do PIB per capita dos USA).

Entre 2005 e 2012 veio a esperança do "gigante adormecido", com crescimento razoável, 2,9%/ano (mesmo que a China tenha crescido 10%/ano) mas, desde então, todo esse crescimento se esfumou e a economia voltou à tendência de longo prazo dos da estagnação. São já quase 50 anos de crescimento débil. 

Fig. 1 - PIB per capita brasileiro, 1970-2021 (dados: World Bank Indicators) 


Porque afirmo que não haverá alteração das políticas.

Todos sabemos que o principal determinante da riqueza de um país são o capital (físico e humano).

 Podem descobrir petróleo, ouro ou diamantes mas, tirando nos países pequenos, a evolução da economia vai estar dependente apenas do capital.

O investimento está dependente da poupança e a poupança é uma decisão que está na mão das famílias  e não na mão dos governos (que apenas gastam).

As pessoas até podem dizer "queremos um governo que implemente políticas que levem ao crescimento da economia"  mas se não pouparem, não vai haver investimento, a economia só vai produzir bens de consumo, e a economia continua estagnada.

O que vemos nos números é que o investimento líquido (a diferença enttre o investimento e a depreciação de capital) está a cair há 50 anos. Se nos anos 1970 foi na ordem dos 13% do PIB, ultimamente tem estado nos 5% do PIB.

Fig. 2 - Investimento líquido brasileiro, 1970-2021, sempre a cair (dados: World Bank Indicators) 


E o que é feito dos BRICS.

A Rússia. Brasil e África do Sul sofreram um choque enorme com a "crise do sub-prime de 2008". Pode achar estranho eu estar a falar disso pois já lá vão 15 anos mas podemos ver na série do PIB per capita que estes 3 países caíram na estagnação e nunca mais de lá saíram.

Fig. 3 - Crescimento acumulado do PIBpc dos BRICS, 1998-2021 (dados: World Bank Indicators) 

Fazendo a média da RUS, BRA e ZAF, o crescimento do PIB per capita desde 2008 foi de 0,4%/ano que compara com 6,9%/ano da China e 4,5% da Índia.

Digamos que os BRICS se reduziram a IC!!!!

E ainda estamos para ver como a aventureira invasão da Ucrânia pela Rússia vai impactar a economia russa.

Boa sorte Lula que bem vais precisar dela.


Eloah Abdelrahman

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