segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

A energia nuclear está mesmo morta? E o Marques Mendes e o Tozé Seguro?

 A Alemanha tomou a decisão política de desligar os seus reactores nucleares.

Em 2010, a Alemanha tinha 17 reactores nucleares em funcionamento totalmente seguros, em perfeito estado de funcionamento e com custos correntes de 0.015€/KWh. Como o wokismo estava a ganhar força e acreditando no preço barato do gás natural do "amigo" Putin, decidiram encerrar todos os reactores.

Não foi uma decisão técnica, de segurança e muito menos económica, foi apenas uma decisão política populista com o objectivo de captar votos dos wokistas desmiolados.

Os 17 reactores produziam 20 000 MW de potência eléctrica, 3 vezes a electricidade que Portugal consome,  potência que foi substituída pela importação de gás natural russo bastante mais caro e que apenas serviu para financiar a máquina de guerra expansionista do Putin.


Mas não defendi já eu que a energia nuclear está morta?

Sim, é verdade. Fazer um reactor nuclear a partir do zero não faz sentido económico por causa das inovações nos painéis solares e do risco de um governo populista como o alemão (ou o espanhol que disse que também vai encerrar os reactores nucleares). 

Um reactor nuclear implica uma grande investimento inicial que precisa ser amortizado ao longo de 60 anos. Como 60 anos é muito tempo, não sabendo o investidor o que vai acontecer em tão longo horizonte temporal, deixa de fazer sentido económico fazer reactores nucleares de novo.

Outra questão é a continuação em funcionamento dos reactores que estão em perfeito estado de funcionamento. Neste caso, apenas consomem um pouco de combustível e a manutenção do dia a dia o que torna a produção de electricidade muito barata.


Se damos tiros nos próprios pés, como nos podemos queixar de que não conseguimos caminhar?

Ao fechar as centrais nucleares e com o problema com o amigo Putin, a Alemanha tem de importar gás natural liquefeito que é muito caro. Depois, o custo da energia torna a economia, onde se inclui a industria automóvel, não competitiva à escala global.

Claro que vêm os esquerdistas de caviar, os que vivem em grandes casas, com grandes carros e que gastam enormidades de energia dizer "Mas o ambiente?"

O ambiente está mau com essa gente a condenar a maioria à pobreza.

Alegretes mas pobretes.


A economia não pode ter ideologia nem moral, apenas tem eficiência.

Não há economia de esquerda nem de direita, economia errada ou certa, a economia é apenas a forma de transformar os recursos naturais escassos em bens e serviços com maior valor.

No mundo em que estamos, ao criarmos mais valor, conseguiremos "comprar" segurança, isto é, canalizar mais recursos para a guerra que a Rússia hoje e o China daqui a uns anos estão a fazer ao nível de vida dos europeus.

Viu-se que, nos primeiros meses da invasão russa, a Alemanha actuou com "toda a prudência para não enervar o amigo Putin que nos pode cortar o gás".

Não fora o maluco inglês e em poucos dias a Ucrânia teria soçobrado.


A energia solar está muito barata mas tem um problema.

Só temos energia quando está sol!

Por um lado, como na maior parte do tempo não há sol, serve-nos de pouco tempo. Por outro lado, quando há sol, não há consumo, tendo de ser toda destruída (ver, figura abaixo)o que tem custos.

Por incrível que pareça,  no dia 12 de Janeiro de 2025, se não houvesse energia solar em Portugal, a energia consumida teria um preço mais baixo!!!!! Tudo o que foi produzido, foi para o lixo!!!!!!!

O que nos safa são as barragens reversíveis e de ciclo variável que conseguem fornecer 50% do consumo entre as 16h e as 22h, altura em que Espanha também não nos pode vender electricidade.

Fig. 1 - Produção e consumo de electricidade em Portugal no dia 12 de Janeiro de 2025 (fonte: REN)


Temos de ser inteligentes e adaptar o consumo à produção.

Chama-se a isso, "rede e electrodomésticos inteligentes".

Os nossos electrodomésticos têm de ser capazes de acumular energia o que apenas pode ser feito com água quente (banhos e aquecimento do ambiente) e com água fria (frigoríficos e ar condicionado).

Quando, durante o dia, houver energia em demasia, a rede dá um sinal ao electrodoméstico para que ele comece a consumir

Um kwh são 860 kilo calorias e pode ser acumulado em 20 litros de água a 90 graus centígrados. Se precisarmos de um gasto médio em aquecimento de 1 kw, precisamos de um acumulador com 500 litros. 

O frio pode ser acumulado em líquido anticongelante. 

Uma tecnologia simples e barata e que funciona para absorver o excesso de produção da energia solar.
Só depois é que devem entrar as baterias e as barragens hidráulicas reversíveis.

Mas quero falar dos micro-reactores nucleares.

Agora fala-se muito da Gronelândia porque o Trump quer aquilo para a América mas o problema coloca-se em todos os países do norte gelado que têm aldeias espalhadas.

É que durante o inverso é um frio de rachar e não há luz solar. Além disso, o que em Portugal se chama morrinha (um nevoeiro denso que molha tolos), nos países mais frios congela em volta dos fios das linhas de alta tensão e deita-os abaixo.

Uma aldeia no Alasca com 2000 habitantes precisa de 1000 litros de gasóleo por hora, 6 milhões de litros para aguentar os 8 meses de inverno.

Existe então a ideia de construir micro-reactores nucleares, semelhantes em dimensão aos usados nos navios e submarinos militares, para fornecer calor e electricidade a essas aldeias remotas.


Um reactor estreito e comprido.

O reactor tem apenas 75 cm de diâmetros e serve apenas para produzir vapor de água a uma temperatura elevada. Entra água "fria", passa por um permutador de calor que recebe a energia do reactor, e sai égua quente a 275C.

O reactor está totalmente fechado dentro de um tubo com cerca de 75cm de diâmetro e 5 metros de comprimento, sendo o total com controlo e permutador de calor na ordem dos 12m.

Depois, o vapor tanto pode ser usado para a geração de electricidade, para aquecimento ou uma mistura de ambos.

A ideia é ter uma potência térmica entre 10 MW e 40 MW, suficiente para abastecer uma comunidade com 2000 habitantes (incluindo as actividades económicas).

Fig. 2 - O micro-reactor nuclear é um tubo com 75 cm de diâmetros

O reactor vai estar a 1600 metros de profundidade.

O reactor é um tubo para poder ser descido por um poço com 1600 metros de profundidade usando um cabo e fica lá uns 10 anos, sem intervenção humana. O cabo também pode ser usado para, na eventualidade de ser preciso alguma manutenção,  trazer o reactor à superfície.

Quando acabar a vida útil ou se houver algum problema, enche-se o poço de betão e o problema está resolvido para todo o sempre.


Mas isto não vai acontecer.

Há muita informação à volta dos micro-reactores nucleares para o abastecimento de data-centres e de modelos de AI mas não penso que alguma vezes esta ideia vá passar a uma solução de engenharia que seja economicamente viável.

São ideias que estão continuamente a surgir e que, algumas, contra toda a probabilidade, se tornam sucessos.

Um exemplo é o "carro de pilhas" que o Musk criou. Nunca achei que fosse viável e, no entanto, há por ai uma imensidão de "carros a pilhas".

E alguém acreditou que o Musk conseguia fazer os foguetões que a NASA não era capaz de fazer?

Eu também nunca acreditei, pensei sempre que era uma maluqueira de um homem louco.


O Musk é um génio.

Fui ver o que é "génio" e é uma palavra de origem grega que traduz a ideia de "origem", hidrogénio dá origem à água.

Mas, talvez todas pessoas que originam coisas nunca antes vistas, tem de um pensamento diferente da maioria e, por isso, é um louco.

Propõe-se sempre fazer o impossível.

Mas de impossibilidade em impossibilidade, lá vai criando mundos novos.

Claro que nunca vai chegar a Marte mas é um objectivo budista (pensa o impossível que assim não ficarás frustrado se não o conseguires).


O Marques Mendes e o Seguro atingiram a genialidade.

Alguém no seu juízo perfeito acredita que o Marques Mendes ou o To-zé Seguro alguma vez vão chegar a presidente da república?

Só eles e depois de fumar daquelas coisas que fazem rir e fumar muito.

Mas o al-Assad também não ia cair, acreditei-me eu no Marchal Agostinho, e não durou uma semana.

Quem sabe se Cristo não volta à Terra, o Mundo acaba e, depois, o Marques Mendes é o presidente da república de Portugal-pós-apocalíptico-twilight-zone-spin-mais e o Tozé é presidente da república de Portugal-pós-apocalíptico-twilight-zone-spin-menos?

Fig.3 - Estes não serão o Tozé Seguro e o Marques Mendes? Pááááááááá, who knows? 



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