sábado, 18 de outubro de 2025

Será que a liberdade religiosa permite que os muçulmanos matem infiéis?

Como sabem, em Portugal vai ser proibido usar roupa que tape a cara.

A razão invocada pelo legislador é a segurança e a liberdade de autodeterminação das mulheres mas vieram logo os esquerdistas a dizer que se tratava de um ataque à inviolável liberdade de consciência, de religião e de culto (CRP, art. 41.º, par. 1.º).

Dizem que cobrir a cara é uma expressão religiosa islâmica. O problema é que no Alcorão não diz nada disso, só diz que digam às mulheres que cubram o peito: 

"E diz às crentes que baixem os seus olhares, conservem a sua castidade e não mostrem os seus encantos, salvo o que é visível, e que coloquem o véu sobre o peito” (Alcorão 24:31) 

E que digam às mulheres para que usem um pano em casos de insegurança ('não sejam molestadas') mas sem cobrir a cara ('para que sejam reconhecidas'): 

"Ó Profeta, diz às tuas esposas, às tuas filhas e às mulheres dos crentes que tragam sobre si os seus jalabib; isso é mais conveniente, para que sejam reconhecidas e não sejam molestadas...” (Alcorão 33:59)

O jalabab é um pano tipo lençol que se usa por cima da roupa e a cabeça mas sem cobrir o rosto.

Não diz "obriguem as mulheres ...", apensa "digam às mulheres ...".


Mas a exegese ...

Se não diz no Alcorão, há quem defenda, por exemplo, as autoridades do Afeganistão, que se retira do texto que é obrigatório as mulheres taparem a cada e, as autoridades do Irão, que as mulheres têm de tapar tudo o que tem cabelo.


Mas diz literalmente no Alcorão que os infiéis devem ser mortos e perseguidos.

"E quando os meses sagrados tiverem expirado, então matai os idolatras onde quer que os encontreis, capturai-os, sitiai-os e preparai-lhes emboscadas em toda parte. Porém, se se arrependerem, observarem a oração e pagarem o zakat (contribuição de caridade), deixai-os ir o seu caminho" (Alcorão, 9:5).

O zakat é uma taxa paga pelos infiéis e que, portanto, não respeita o princípio da liberdade religiosa nem da igualdade.

O 'arrependimento' é a conversão.


Diz 'matai' mas não é isso que quer dizer!

Se, por um lado, basta dizer no Alcorão "coloquem o véu sobre o peito" e "tragam sobre si os seus jalabib" para justificar tapar a cara, já dizer explicitamente "matai os idolatras onde quer que os encontreis" já não quer dizer nada.


Será liberdade religiosa um muçulmano matar um cristão?

Os esquerdistas defendem que sim, que como o artigo 41.º da CRP defende o direito inalienável à liberdade de consciência e de religião, defende este mandamento de Deus por parte de quem acredita nisso.

Bem sei que vão dizer que não é bem assim porque o direito à vida também é inviolável (CRP, Art. 24.º, par. 1.º) mas a captura sitiação (cercar, assediar, coagir, forçar) e a emboscada é permitida  "capturai-os, sitiai-os e preparai-lhes emboscadas".


Dizem que "As mulheres muçulmanas vão-se embora de Portugal".

As mulheres muçulmanas vão abandonar Portugal e, talvez, atrás delas vão os maridos e os filhos o que é um grande prejuízo para Portugal, dizem. 

Só posso concluir os países muçulmanos são pobres porque essas pessoas vieram para enriquecer Portugal!!!!!!

Como essas pessoas vão para o Afeganistão, vamos assistir a uma grande crescimento económico desse país e que tanto o precisa.

E acho de grande solidariedade avisarem que, quando se forem embora, Portugal vai voltar a ser pobre e atrasado como era antes de virem para cá!!!!!!!!

Se os maometanos se forem todos embora, não faltam hindus que queiram vir para cá :-) 


Acham que no Irão, quando obrigam as mulheres a cobrirem-se estão a pensar no bem do povo?

Porque não se preocupam os muçulmanos com o atraso económico que se vive nos países onde as mulheres cobrem a cara?

Vêm com a treta das freiras, das 'irmãs ciganas' e das velhas das aldeias.

Então as freiras e as velhas das aldeias não são 'irmãs', são só as ciganas velhas que usam lenço? 

Como diz o Passos Coelho, dentro de pouco tempo, nós os portugueses vamos ser estrangeiros no nosso país.

O Shik Munir é preconceituoso contra as 'irmãs ciganas' porque não são suas 'irmãs' (são maioritariamente cristãs evangélicas), nunca taparam a cara e o lenço a tapar a cabeça (e não todo o cabelo) só era usado pelas viúvas. 


Vamos supor que é inconstitucional.

Então, terão de ser acrescentados dois parágrafos ao Art. 41.º da CRP (como sabem, o que está explicitamente escrito na Constituição não pode ser considerado inconstitucional): 

Artigo 41.º - Liberdade de consciência, de religião e de culto

6. Excepto por questões de saúde, é proibido usar em locais públicos roupas que tapem a cara e que, por consequência, dificultem a identificação da pessoa. 

7. É proibido usar o parágrafo 1.º deste artigo como argumento para violar a Lei nomeadamente como argumento para matar, ferir, insultar, cercar, assediar, coagir, forçar à conversão, emboscar e cobrar taxas a quem quer que seja.

O PIB per capita dos países muçulmanos é apenas de 1/4 da média mundial (dados: World Bank). Precisam urgentemente dos imigrantes muçulmanos que estão a enriquecer Portugal.





sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Mithá Ribeiro vai fundar um partido que vai ganhar as próximas legislativas

Já todos ouvimos falar do Mithá Ribeiro mas ainda ninguém o ouviu falar.

Mithá Ribeiro foi eleito deputado mas ninguém votou para que o Mithá fosse eleito, ninguém chegou à mesa de voto e perguntou ao presidente da mesa "Qual é o partido onde está o Mithá?". 

Por muito que custe ao Mithá e que considere o brilhantismo oratório do André Ventura como um traço de narcisismo, quando as pessoas votaram na lista que elegeu Mithá, votaram no André Ventura.

Se o Mithá tem dúvidas nisto, vive na fantasia, sem qualquer contacto com a realidade.


Acusa André Ventura de comportamentos narcísicos, vingativos, de exercer um abuso de poder psicológico e de o ter humilhado.

O Mithá queria pertencer ao governo sombra. Não sei o porquê já que, enquanto deputado, não lhe conheço nenhuma intervenção.

O que pretendia o Mithá dizer e que o André não lhe permitiu? Que os membros do CHEGA são narcisistas, vingativos, racistas, misóginos, racistas e desonestos?

Será que o Mithá se acha o maior do mundo e que apenas não brilha por causa de o André Ventura o ofuscar? 

Se o Mithá se acha tão brilhante e se já existia antes de o CHEGA ter sido fundado pelo André Ventura, porque não foi ele a fundar um partido capaz de conseguir que os portugueses lhe 'dessem' 60 deputados na Assembleia da República (como conseguiu o incapaz André Ventura)?

Será que as suas capacidades e ideias são grandes de mais para que o povo as entenda e aceite?


Os partidos não são democracias porque são ideológicos.

Imaginem que me filiava no PCP e ia a uma reunião onde defendia o 'grande capital' e a 'exploração do trabalhador por parte do capitalista'. Naturalmente, expulsavam-me.

Imaginem que me fazia sócio do Benfica e que, nas assembleias gerais, defendia que os jogadores do Benfica devem jogar vendados porque o Sporting é que deve ganhar. Naturalmente, expulsavam-me.

Imaginem que me fazia sócio de uma empresa e que defendia que os contratos mais lucrativos deveriam ser entregues a uma empresa concorrente. Naturalmente, expulsavam-me.

O Mithá pode defender o que bem entender, até ser uma Joacine Katar Moreira macho, mas para isso terá de ir para outro partido, se ninguém o aceitar (o Livre expulsou a Joacine!), cria um partido novo e faz com ele o que bem entender. 


PdMi - Partido do Mithá

1 - Em termos ideológicos, o PdMi é de esquerda, de direita, do centro, de cima, de baixo, vai à frente e à traseira incorporando e defendendo todas as ideias abstrusas, absurdas, inconsistentes, psicóticas e impossíveis de implementar.

2 - Porque se pretende totalmente independente na defesa das ideias abstrusas, o PdMi luta para não ter votos.


Tenho a certeza que o PdMi vai ganhar as próximas eleições legislativas.

Sendo que um narcisista, vingativo, inconsequente, fascista, racista, xenófobo, misógino, benfiquista e sem ideias como o André Ventura criou um partido que, ao fim de 6 anos, conseguiu que o povo lhe 'desse' 60 deputados, tenho a certeza que alguém que não é narcisista nem tem os demais predicados  vai conseguir formar um partido a quem o povo vai 'dar' pelo menos 156 deputados (maioria qualificada de 2/3).

Então, o Mithá vai poder alterar a Constituição da República Portuguesa de forma a meter lá o que bem entender, defendendo Portugal do vingativo e desmiolado André Ventura.

Gajas narcisistas que, apenas pela sua presença, pretendem humilhar o Mithá

Consideração final.

Como os portugueses apenas são capazes de ler textos simples, aviso que este poste é sarcástico, pretendendo transmitir exactamente o contrário do que está literalmente escrito.

E esses portugueses não se resumem aos menos escolarizados. Mesmo pessoas com licenciatura em letras têm dificuldade em compreender a seguinte afirmação:

Quando está sol, o João vai à tomar um café à beira mar.

A dificuldade está na negação, isto é, será que esta afirmação garante que quando não está sol o João não vai tomar café à beira mar?

Não. E isto vem da 'lógica aristotélica':

Se verificar-se A implicar verificar-se B, se não se verificar A não sabemos se se verifica ou não B.

Not (A => B) = Not(A) => (Not(B) ou B)

Isto é, a negação de A implica B 'expande-se' em que a não verificação de A implica nada sabermos sobre a verificação de B.


Difícil de compreender?

Se acha que sim, então, tenho uma má notícia para lhe dar: faz parte da maioria dos portugueses que apenas entende frases simples.


Vejamos um exemplo do código pena muito difícil de compreender

Vou apresentar um parágrafo do Código Penal para mostrar que mesmo os deputados, legisladores, e os juízes têm muita dificuldade em compreender um texto não simples.

Artigo 50.º - Suspensão da execução da pena de prisão

1 - O tribunal suspende a execução da pena de prisão aplicada em medida não superior a cinco anos se, atendendo à personalidade do agente, às condições da sua vida, à sua conduta anterior e posterior ao crime e às circunstâncias deste, concluir que a simples censura do facto e a ameaça da prisão realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punição.

Agora a questão difícil: será que este parágrafo proíbe que o tribunal suspenda a execução de uma pena de prisão superior a 5 anos se ...?

NÃO.

A afirmação: Pena <= 5 anos de prisão => A execução é suspensa se ...

A negação da afirmação: Not(Pena <= 5 anos de prisão => A execução é suspensa se ...)

=

Not(Pena <= 5 anos de prisão) => A execução não é suspensa ou é suspensa se ...

=

Pena > 5 anos de prisão => A execução não é suspensa ou é suspensa se ...


Dá que pensar mas o meu processo tem muito destes erros de leitura.

É a famosa afirmação dos maridos "Hoje estás muito bonita" a que as mulheres, porque são portuguesas, atacam logo com "ESTÁS A DIZER QUE NOS OUTROS DIAS EU NÃO ESTAVA BONITA!!!"

O erro é que a afirmação não contém qualquer informação sobre os outros dias.

"Hoje estás muito bonita" e nos outros dias "Tanto podes ter estado bonita como não".


quinta-feira, 16 de outubro de 2025

A propósito do seguro obrigatório para as trotinetes elétricas.

Com o Decreto-Lei n.º 26/2025 passou a ser obrigatório seguro para as trotinetes mais fortes.

O Código da Estrada, no artigo 122.º, diz que uma trotinete eléctrica que atinja apenas 25km/h (e potência até 250W) é tratado como uma bicicleta a pedal.

O mesmo regime aplica-se a uma bicicleta a pedal com motor eléctrico que funcione apenas enquanto o 'burro' pedalar e a velocidade for menor do que 25km/h (e potência até 1000W).

Não existe limitação na velocidade destes veículos desde que a atinjam usando apenas o esforço do 'burro' ou a descer.


Saiu o decreto lei 26/2025 que cobre as trotinetes mais potentes.

Neste decreto lei fica explícito que as trotinetes que atinjam uma velocidade, accionada por motor, superior a 25km/h ou que pesem mais de 25 kg precisam de seguro.

O problema é que, fiz uma pesquisa, e não há seguradoras a fazer este tipo de seguro.

Anunciam seguros mas, lendo as letras miudinhas, o seguro apenas se aplicam às trotinetes e bicicletas que não precisam de seguro (até 25km/h).


A solução?

Não é suficiente uma trotinete com 250W para um adulto circular numa cidade que tenha subidas. Por exemplo, a Xiami Pro 2 tem 300W e a Xiami Pro 5 tem 400 W.

Apesar de o Código da Estrada falar no limite de 250 W, vamos esquecer isso pois ninguém vai medir a potência. O importante é a velocidade máxima do motor porque é fácil de medir pela polícia e a característica mais 'perigosa'.

A minha solução prática é que limitem a velocidade a 25km/h.

Com esta velocidade já podem circular nas ciclovias.

Também podem circular nas estrada se assim o quiserem.


Cada vez vejo mais pessoas a circular com trotinetes.

Para distâncias até 15 km em locais com dificuldade de estacionamento, a trotinete eléctrica é o melhor veículo jamais inventado.

Vejo muitos imigrantes a circular do emprego para casa (ou para o comboio) porque é um veículo barato, que pode ser comprado por 'imigrantes irregulares', pode ser transportado no comboio e em alguns autocarros e que pode ser estacionado quase em qualquer lado (com um cadeado).


Fazem falta locais de estacionamentos cobertos e pontos de carga para trotinete.

Um dia fui à Reitoria da UP e pedi para me deixarem guardar a trotinete presa à grade. Não foi preciso porque, num dos 'jardinas' interiores tem um espaço para bicicletas e trotinetes.

Mas penso que deveria ser um espaço coberto já que a chuva não é amiga deste tipo de veículos.

Também se pensarmos principalmente nos pobres, de forma gritante nos sem abrigo e, de forma mais suave, nas pessoas que não têm condições para ter a trotinete no quarto partilhado, era importante que esses estacionamentos tivessem pontos de carregamento.

Em vez de darem subsídios para a compra a pessoas que não precisam, seria mais útil para a mobilidade se houvesse estacionamentos cobertor e postos de carregamento que aceitassem uma moeda de 0,10€ em troca da energia. Sim, a carga de uma trotinete precisa de uma potência de apenas 70W (enquanto que um carro precisa de pelo menos 7000W) e menos de 0,10€ de electricidade.

Não compreendo a proibição de andarem duas pessoas numa trotinete.


Agradecimento ao Presidente da Câmara de Ovar.

Nas nossas cidades há a doença de meter empedrado nas ruas 'turísticas' o que é muito mau não só para as trotinetes e bicicletas como também para as cadeiras de rodas e os carrinhos dos bebés.

Enviei um email ao presidente que disse 'No futuro vamos ter isso em consideração'.

Claro que pensei que era apenas uma resposta retórica mas não. Nas vias em que estão a fazer intervenções têm tido o cuidado de meter, no meio, uma parte em pedra lisa.

O Domingos foi meu colega de escola, estávamos na mesma carteira, mas por razões que teve a ver com o problema que tive em casa (apareci na escola com a cara muito inchada e toda arranhada e disse que foi uma alergia quando tinha sido uma agressão por parte do meu pai), como que fiquei envergonhado e nunca mais fui capaz de encarar os meus colegas.


Como eu compreendo quando ouço dizer que 'A vítima ganha vergonha de ser vítima.'

Quando fui despedido fruto de um processo de saneamento que apenas pensava ser possível num país ditatorial, fiquei cheio de vergonha.

O que me auxiliou foi ouvir a minha mãe dizer "Os homens têm muita vergonha de serem vítimas de injustiça. É preciso combater isso e contar em casa pois só assim serás capaz de o ultrapassar."

É que as pessoas procuram em nós a culpa de sermos vítimas.

É norma justificar uma mulher ser batida porque telefonou a um amigo ou andou vestida de uma maneira aberta (como se não tivesse direito a fazer o que lhe apetecer, quem gosta gosta, quem não gosta, vai à sua vida).

É norma justificar um despedimento porque "Fizeste alguma."

No fundo, as pessoas não querem aceitar, que o mundo está cheio de filhos da puta. Querem acreditar que "Se atravessar na passadeira, nunca serei atropelada."


segunda-feira, 13 de outubro de 2025

A coragem de dizer a verdade: ler Comunidade à luz da miséria e do silêncio

Em 2025, celebra-se o centenário do nascimento de Luíz Pacheco

figura singular da literatura portuguesa, cujo percurso de vida reflectiu de forma radical o que ele próprio chamava de “viver de verdade”. Pacheco perdeu tudo o que era material — bens, segurança e reconhecimento social — para manteve a liberdade de pensar e a integridade intelectual e moral que se traduzem na sua escrita: incisiva, crítica e profundamente honesta. 

A obra Comunidade surge nesse contexto de liberdade que condena o homem livre e autêntico à miséria, ao cancelamento, e à indiferença da sociedade dos que não pensam, que se conformam em repetir o que ouvem dos 'mestres', e que se auto-assumem como estando do lado correcto da história e tendo a moralidade verdadeira. 

Em Comunidade, Pacheco desafia o leitor a confrontar verdades incómodas sobre a miséria que as pessoas de bem preferiam ignorar e sobre a qual teciam julgamentos morais. 


O mais impressionante é que, hoje, a situação não é diferente. 

Dizemos que no tempo em que Pacheco escrevia, antes da libertação do 25-de-Abril, pensar livremente era quase impossível; qualquer desvio do consenso social levava à perseguição, à censura e à marginalização. 

Dizemos hoje de boca cheia que os membros do movimento Surrealismo em Portugal que surgiu oficialmente em 1947 com a publicação do manifesto surrealista português, e que incluía escritores e artistas como Mário Cesariny, João Vieira, José-Augusto França, António Pedro e Fernando Azevedo, entre outros pagaram um preço muito elevado imposto pela ditadura apenas por defenderem a liberdade total da imaginação, o inconsciente, o absurdo e a subversão das normas sociais e estéticas. 

Sofreram expulsões, assédio, isolamento social e censura, mostrando que a coragem de pensar e agir fora do conformismo tinha um custo, atingindo não só o indivíduo mas também aqueles que se atreviam a apoiá-lo.

Mas essa realidade não é do passado. 

Quando entrei na Universidade do Porto, pensei que encontraria um alfobre de novas ideias, um lugar onde se discutisse livremente — até de madrugada — sobre os problemas mais escondidos da sociedade. Imaginei debates sobre marginalidade, desigualdades, sexualidade, imigração, ou qualquer questão que desafiasse o pensamento dominante. O que encontrei, porém, foi um ambiente focado apenas em atingir metas, rankings, mudar de escalões e conformar-se às sebentas e ao que já se fazia há muitas gerações. A liberdade de pensar é tão reprimida quanto nos tempos de Pacheco, substituída por um conformismo silencioso que afasta qualquer inovação ou questionamento profundo.

Já nem se pode dizer que ser gordo faz mal à saúde, que há pessoas feias nem que as mulheres são fisicamente menos fortes do que os homens. 


Acabei despedido. 

Apesar de não viver em mim a genialidade, como Pacheco, permaneço fiel à ideia de que apenas vale a pena viver se for a vida verdadeira o que, concluo, se mantém um ato de coragem pelo qual se paga um preço muito elevado. Esse preço faz com que a grande maioria das pessoas se conforme a viver a vida  segundo o que pensam os outros ser o certo e que se transformem mesmo nos algozes que perseguem sem quartel quem pensa de forma livre.

Como pode a sociedade evoluir, a economia crescer e as pessoas serem mais felizes se se tem de pensar e fazer apenas o que sempre foi feito, repetindo aos alunos o que as sebentas dizem há décadas, os exercícios que não mais fazem sentido, escondendo o que existe hoje e o que há-de vir?

Se queres ter casa, carro, cão e vida confortável, Chiiiiiiiiiiiiiu, boca calada.


quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Clube de Judo de Ovar

Cuida do corpo, fortalece o espírito!

O Judo é muito mais do que um desporto — é uma forma completa de cuidar da saúde física e mental. Além de reduzir a sensação de insegurança e o risco de lesões graves em caso de queda acidental, entre os muitos benefícios destaca-se a prevenção da osteoporose, especialmente importante para as mulheres, graças ao fortalecimento ósseo e muscular promovido pelos treinos regulares.


As dificuldades devem sempre ser vistas como oportunidades.

As pessoas, na sua grande maioria, pensam que sabem e, por isso, ficam muito irritadas quando alguém apresenta dúvidas e novas ideias. Talvez por usar o princípio da Dúvida Metódica de Descartes, rapidamente crio inimizades.

Em particular, nas artes marciais, o 'mestre' guia-se pelo princípio do Posso, Quero e Mando e,  por isso, não aceitam quando eu digo "Isso não funciona".


Em vez de pensarem, expulsam-me (ou expulso-me).

A última foi no Botelho onde só aguentei uma hora e 15 minutos. A primeira hora foi treino de pontapés e murros que, alegavam, são mortais. Depois, começou um exercício em que o atacante dava um murro à padeiro com a mão direita, muito devagarinho, e deixava ficar o braço.  O atacado bloqueava com o braço esquerdo e fazia uma chave com a mão direita.

O interessante é que o rapazinho que foi fazer comigo perguntou ao mestre "Mando-o ao chão?" com um sorriso como a dizer "Eu dou cabo deste velhote em três tempos".

Claro que, quanto dei o murro, tirei o braço de forma que, quando o rapazinho foi fazer a chave, já o meu braço estava longe.

O mestre estava a ver pelo canto do olho, um brasileiro, e perguntou "Que se está passando?".

Eu disse "Nada, estamos apenas a dialogar."

Depois, deixei lá o braço mas, com a mão esquerda, bloqueei o avanço do braço direito do rapazinho que, mais uma vez não conseguiu fazer chave nenhuma. O rapazinho, numa situação de auto-defesa, quanto usar o braço direito para tentar fazer a chave, vai abrir a guarda e apanhar um milho com a mão esquerda do atacante que só acorda daí a 10 minutos.

O 'mestre' veio então falar comigo "Isto é para fazer."

Como me vieram à memória passagens traumáticas especialmente de ouvir ao longe alguém a gritar "ISSO ESTÁ MAL", imediatamente, disse "Não é isto que eu quero, o melhor é ir-me embora."

Virei costas, e abre que já se faz tarde.

Ia a sair e ouvi Oss. Nunca mais olhei para trás não fosse transformar-me numa estátua de sal.


Fundei então o Clube de Judo de Ovar

Procurei sítio mas não encontrei. Então, decidi que as aulas vão ser no Parque da Cidade.

Local: Parque da Cidade de Ovar, Trav. dos Pelames, atrás das bombas de gasolina da Galp.

Horário: Segunda a sexta feira das 18h às 19h30

Idades: dos 8 aos 80 anos

Mensalidade: Zero Euros por mês.

Seguro: Da responsabilidade do praticante, contactar, por exemplo, a Alfa Seguros  (2.50€/mês).

Contacto: clube.de.judo.de.ovar@gmail.com


Metodologia de Treino

O treino é livre e flexível, adaptado à capacidade física da pessoa e ao seu interesse se é mais nas técnicas de judo ou na autodefesa. Será mais um espaço de partilha horizontal de experiências do que uma transmissão vertical mestre-discípulo.

Mais do que uma aula, é um espaço de partilha: aqui aprendemos uns com os outros, exploramos dúvidas e novas ideias, num ambiente horizontal e acolhedor ficando garantido que nunca vais ouvir “Isso está mal”. 


As sessões incluem também vídeos e desafios para casa, para quem quiser aprofundar o conhecimento e continuar a aprender fora do dojo.

Quer sejas atleta, iniciante ou apenas alguém que quer mexer-se e sentir-se melhor, o Judo é para ti.

Vem experimentar — vais ver que o corpo agradece e o espírito também!


Venha praticar em qualquer dia mas terá de confirmar que vai aparecer.

Como ainda não há pessoas, vou passar pelo local por volta das 18:00 mas será melhor confirmar.

Se precisar de outro horário, também é possível.




Mapa com o local


No Brasil a assistência às parturientes deve ser muito melhor do que em Portugal

É notícia que nasceu uma criança na sala de espera de um hospital.

Passou-se tudo no Hospital do Santos Silva de Vila Nova de Gaia (no Norte gostamos do 'd').

Isto não tem direito a ser notícia porque eu, há 60 anos, também nasci enquanto a minha mãe estava no elevador da Maternidade do Terço e, sem consequências, fui logo de cabeça para o chão. Se soubesse judo :-) teria controlado a queda mas foi como foi.

Mas a notícia não está no próprio facto mas no facto de os pais serem brasileiros e a terem ficado indignados.

Daqui, só posso concluir que no Brasil, onde tiveram os outros filhos, a assistência médica foi muito superior!


Os nossos governantes têm de ir ao Brasil aprender.

Não é passar férias, é mesmo aprender como eles fazem. É que Portugal gasta cerca de 2400€/ano em despesas com a saúde enquanto que o Brasil gasta cerca de 730€/ano (Global Health Expenditure database, WHO) e, pela amostra, tem pior nível de assistência que o Brasil.

Será possível? Não estarei a imaginar? Será que o contribuinte ainda lhes vai pagar uma indemnização?


sábado, 4 de outubro de 2025

Nunca haverá paz na Terra Santa entre os israelitas e os palestinianos

O Trump anunciou um plano de "paz".

E o Hamas anunciou que aceitava NEGOCIAR o Trumplano.

Não disse que aceitava o plano, apenas disse que o aceitava se sofresse alterações.

«Hamas said that the group “affirms its readiness to immediately enter into negotiations through the mediators to discuss the details of this agreement.”» (NBCnews)

Ora bolas, isso é o mesmo que não aceitar!!!!

Se o plano são 20 pontos é porque todos os pontos são fundamentais. Logo, aceitar apenas alguns (todos aceitam que a guerra deve acabar!) é o mesmo que não aceitar nenhum ponto.


Vejamos um exemplo.

O Vendedor propõe como negócio um imóvel pelo preço de 500000€ com o pagamento imediato de um sinal de 50000€ e os restantes 450000€ do preço a ser pago no momento da escritura a ser realizada no prazo máximo de 60 dias."

O Comprador aceita todos os termos do negócio MAS o preço não pode ser superior a 100000€.

Será que o Comprador aceitou os termos do negócio?

Não.


Nunca haverá paz entre israelitas e palestinianos.

E a razão é simples, ambos os povos se acham com direito absoluto ao mesmo território.

Uma percentagem substancial de pessoas de ambos esses grupos acham que Deus entregou aquele território aos seus antepassados e que, por essa razão divina, têm direito sem condições a todo o território.

Muitos israelitas não querem sequer um árabe entre o rio e o mar e muitos palestinianos não querem um único judeu entre o rio e o mar.

Zero, tal como a "reconquista" do D. Afonso Henriques liquidou ou expulsou todos os árabes dos territórios "reconquistados", e os árabes assim que podiam matavam todos os cristãos, no pensar de muitos israelitas não pode haver nenhum árabe a partilhar o território e vice-versa.


O problema não são os palestinianos de hoje nem os israelitas de hoje.

É os que hão-de vir quererem respeitar a memória dos que houve.

No tempo em que Jesus o Cristo passeou por lá, haveria 1,25 milhões de judeus a viver na Palestina Romana. Motivado pelas campanhas de extermínio e deportação levadas a cabo pelos romanos, no dia da invasão árabe (que começou no ano 629), haveria 100 mil judeus na Palestina Bizantina (o impe´rio romano do ocidente já tinha acabado fazia 200 anos) o que formava a grande maioria população (o resto eram cristãos). Aí, começou o genocídio árabe, sim, então é que foi um verdadeiro genocídio já que os árabes fizeram com que no Sec. XVI houvesse  menos de 2000 judeus vivos na Terra Santa.

Vamos supor que, hoje, todos os árabes e judeus decidiam viver em paz, daqui a 100 anos virão outros que vão voltar a pensar que aquela terra pertence apenas a eles e a guerra recomeçará.

Acham que os marroquinos pensam que Ceuta é território espanhol?

Acham que os espanhóis pensam que Gibraltar é território britânico?

Não há portugueses que pensam que Olivença é território português?


Em 2015 escrevi um poste.

Tentava explicar porque existem povos, porque do lado de cá da fronteira se fala português e do lado de lá espanhol.

Claro que o disse antes do tempo, nessa altura o esquerdismo reinava e o "venham a nós" era o politicamente correcto.

Eu perguntei mesmo "Quando em vastas zonas das nossas cidades se falar uma língua estrangeira, será que os nossos brandes costumes vão continuar a ser a regra?"

Este meu pensamento filosófico levou a uma campanha sem quartel dos esquerdistas que acabaram com o meu despedimento.

O problema é que o problema não era meu nem o que dizia e vemos hoje partidos "racistas, xenófobos e fascistas" a aproximarem-se do poder pelo voto popular.

Em Outubro de 2023 avisei que Dresden ia voltar a Gaza e ninguém acreditou.
Quem mandou arrasar Dresden foi considerado criminoso de guerra? Não.


Vamos supor que havia um referendo na Terra Santa.

A Europa aceita a democracia, baseada no princípio de Um Homem um Voto, como a única forma de legitimar o poder.
Vamos então imaginar um referendo onde votariam todas as pessoas maiores de 18 anos que vivem nos actuais territórios de Israel, Cisjordânia e Montes Golan..
Nesse referendo a pergunta seria:

É a favor da expulsão de todos os árabes muçulmanos do território compreendido entre entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrânico?

Qual pensam que seria a resposta da maioria?
Será que os europeus aceitavam o resultado como democrático?
Não, usariam o argumento de que o referendo tem de ser feito numa área mais pequena (onde os palestinianos estão em maioria).


E se 500 portugueses chineses fossem para a Ilha do Corvo e fizessem um referendo?

Há bem mais de 500 chineses de origem que são cidadãos portugueses e que têm a china no coração.
Tendo liberdade de circulação, vão para a Ilha do Corvo (de 263 eleitores, em 2025 votaram 242), ocupam a câmara municipal e organizam um referendo com a seguinte pergunta:

É a favor de que a Ilha do Corvo se torne parte integrante do território da China?

Será que os portugueses aceitavam o resultado como democrático?

Aplica-se o mesmo à Ilha das Flores que tem poucos mais habitantes.

E quantos iriam na flotilha libertar a ilha do corvo?

Dá que pensar como pensamentos simples se tornam rapidamente complexos.


Os chineses ficavam com 360 mil km2 de Zona Económica Exclusiva no meio do Atlântico.






sexta-feira, 3 de outubro de 2025

A candidatura à presidência da república do André Ventura é constitucional e oportuna.

O reconhecimento socrático da própria ignorância ainda não foi interiorizado pelos 'sábios' portugueses.

A consciência da ignorância, o aceitarmos que não sabemos e que ninguém sabe tudo, foi fundamental para o desenvolvimento do pensamento crítico. Se antes se procurava o saber ouvindo os 'sábios', a partir dai passou-se a procurar descobrir a verdade na própria verdade, isto é, usando a evidência.

O problema é que, apesar de já lá irem mais de 2400 anos que este princípio filosófico faz parte do quadro mental do Ocidente, ainda a maioria dos 'sábios' não o aceita. Eles é que sabem, são os sabichões more e os outros têm de se vergar à sua luz intelectual.

Um exemplo claro é o ex-sábio do PSD que escreve sobre o que não sabe assumindo que basta ouvir o que dizem na comunicação social para dizer o que lhe vem à cabeça. 

Isto vem a propósito da candidatura à presidência da república do André Ventura, apelidado de campeão das candidaturas. 

Mas há algum sítio na Constituição da República Portuguesa que diga que um português não se pode candidatar à junta de freguesia, câmara  ou assembleia municipais, deputado e presidente da república ao mesmo tempo?


Vejamos o que diz a CRP relativamente às restrições aplicadas ao Presidente da República.

Podem-se candidatar todos os eleitores que sejam portugueses pelo nascimento, com mais de 35 anos e não se esteja a candidatar a um terceiro mandato consecutivo.

Artigo 122.º (Elegibilidade)

São elegíveis os cidadãos eleitores, portugueses de origem, maiores de 35 anos.

Artigo 123.º (Reelegibilidade)

1. Não é admitida a reeleição para um terceiro mandato consecutivo, nem durante o quinquénio imediatamente subsequente ao termo do segundo mandato consecutivo.

2. Se o Presidente da República renunciar ao cargo, não poderá candidatar-se nas eleições imediatas nem nas que se realizem no quinquénio imediatamente subsequente à renúncia.


Onde fala na independência do Presidente da República?

Uma vez eleito, o Presidente apenas tem afirmar na tomada de posse: 

Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa (par.2.º,127.º, CRP).

E a Constituição não fala na independência.


Mais importante, o Presidente Ventura pode continuar a ser presidente do CHEGA!!!!!

Nada diz que o Presidente da República Portuguesa não pode ser presidente de um partido.

Onde é que diz isso?

Qual o artigo da CRP ou de qualquer Lei que fala disto?

Também nada diz que o Presidente da República tem de ser árbitro e moderador, pode ser um dos jogadores e até ser incendiário político.

Não existe nada na Lei que obrigue o Presidente a assumir o papel de fiel da balança.


Não é impossível o André Ventura ganhar as presidenciais.

Quando o André fundou no dia 9 de Abril de 2019 o partido CHEGA, apelidado por todos como vácuo de ideias e de propostas, um "partido de um homem só", ninguém pensava que tivesse melhor desempenho eleitoral que a Iniciativa Liberal, fundada no dia 13 de Dezembro de 2017, cheio de "grandes ideias e de mentes brilhantes".

Acontece que em 2025 a Iniciativa Liberal tem 9 deputados e o André Ventura tem 60 deputados na assembleia da República.

Desta forma, não ponho fora de hipótese que tenhamos uma segunda volta Marechal Seringas vs. André Ventura e que o André ganhe.

Calma, calma que o Presidente André Ventura vai continuar presidente do CHEGA


Voltemos à importância do desacordo e da ignorância.

Vamos supor que havia apenas um ser pensante no Universo ou, de forma equivalente, os seres pensantes não comunicavam entre si desde o nascimento até à morte.

Posso até pensar que esse ser era extraordinariamente inteligente, sendo lá isso o que for.

 Nesse caso, nunca haveria ninguém a contraria o que 'sabemos'.

Já pensaram o que aconteceria ao cérebro desse ser? Será que se desenvolviam pensamentos sofisticados e complexos?

Não aprenderia a língua, a escrita, álgebra, física nem biologia, nada, ficaria no vácuo. Tenho dúvida que passasse além de uma capacidade elementar de reacção a estímulos directos.

Há mesmo quem afirme que esse ser acabaria por enlouquecer (por comparação com o que acontece aos prisioneiros confinados à solitária).


É importante ouvir quem discorda de nós.

Se tomarmos consciência de que não sabemos tudo, estamos abertos a ouvir a argumentação dos outros sem, à priori, assumir que estão errados pelo simples facto de discordarem de nós.

Ouvir, pensar, contra-argumentar, ir estudar e, só depois, concluir sobre quem está mais próximo da verdade.

O mais certo é estarmos ambos errados e a discussão servir para que ambos nos aproximemos um pouco da verdade.


Quero acabar com o Nuno Melo.

Esta semana o Ministro da Defesa fez duas coisas que mostram ser um homem de convicções e não apenas um verbo de encher.

Em primeiro lugar, autorizou o nosso maior aliado, os Estados Unidos da América, a usar território nacional para movimentar equipamento militar para Israel, o maior aliado do nosso aliado no Médio-Oriente. E fez muito bem.

Em segundo lugar disse que os da flotilha são aliados do Hamas. E é a mais pura das verdades.

Porque não vão estas pessoas libertar os cercados no Darfur onde morrem centenas de pessoas por semana de fome?

Sim, ai há mesmo fome à moda antiga mas como as vítimas são africanos (são p...) e quem ataca são árabes, não há nada a dizer, para os esquerdistas está justificado.


Se tivermos algum problema, será que os palestinianos nos vêm ajudar?

Se umas centenas de homens vestidos de verde desembarcarem na Ilha do Corvo (onde há apenas 384 pessoas), fazem lá um referendo e pedem a junção com a Federação Russa, será que os palestinianos vêm ajudar Portugal a ver-se livre desses homens de verde?

Isso nunca vai acontecer porque têm medo de os palestinianos expulsarem de lá os homens de verde?

Não vai acontecer porque todos sabemos que o Trump liquidava-os no mesmo dia.

Não interessa ter amigos que são muito agradáveis mas que, na hora de aflição, assobiam para o lado e eu falo de experiência própria pois, vim a saber da pior forma, de que quase só tinha desses amigos.

Dirão os palestinianos, para que querem a Ilha do Corvo seus colonialistas?


quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Reconhecemos a existência ou o direito a existir do Estado da Palestina?

Estive a ler o discurso do Marcelo na ONU.

O Marcelo começa por dizer que :

Portugal reconheceu formalmente o Estado da Palestina como um Estado soberano com plenos direitos.

Mas não disse onde esse Estado está. Mais à frente, noutro parágrafo, diz:

Sempre defendemos a solução de dois Estados, em conformidade com as resoluções das Nações Unidas e as fronteiras de 1967.

Mas não afirma que o Estado da Palestina existe dentro das fronteiras de 1967 até porque, nessa altura, não havia fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egipto (essa faixa fazia parte do Egipto) nem entre a Cisjordânia e o Reino da Jordânia (este território fazia parte do Estado da Jordânia).

Além disso, as "fronteiras de 1967" é um conceito muito vago porque, nessa altura, havia muitas fronteiras entre muitos países que, no entretanto, se alteraram. Teria de especificar "as fronteiras de 1967 entre Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza".

Também estive a ler o discurso do Macron na ONU.

Este discurso é semelhante ao de todos os outros

Depois de um introdução, o presidente francês declara:

Chegou a hora. É por isso que, fiel ao compromisso histórico do meu país no Oriente Médio, pela paz entre o povo israelita e o povo palestino, declaro que a França reconhece hoje o Estado da Palestina.

Este reconhecimento tem como objectivo:

(...) preservar até mesmo a possibilidade de uma solução de dois Estados, com Israel e Palestina a viver lado a lado, em paz e segurança.


Mas está a reconhecer o que existe ou o que tem direito a existir?

Penso que se o reconhecimento é do Estado da Palestina, então, esse Estado já está estabelecido. O problema é que o Macron, a páginas tantas, afirma:

Apelo também aos nossos parceiros árabes e muçulmanos que ainda não o fizeram para que mantenham seu compromisso de reconhecer o Estado de Israel e normalizar as relações com ele assim que o Estado da Palestina for estabelecido. Dessa forma, demonstraremos reconhecimento mútuo, o que promoverá a paz e a segurança de todos no Oriente Médio.

Estabelecer é dar princípio a coisa que se torna firme e estável; organizar, instituir, fundar; criar.

Se o Estado da Palestina ainda tem de ser estabelecido então, o Macron não está a reconhecer que o Estado da Palestina Existe mas que tem o direito a existir.

E isso não é nada de novo, já tinha sido declarado em 1947 pela ONU.


E onde vai o Estado da Palestina ser estabelecido?

A única referência é "viver lado a lado" mas isto não especifica onde vai ficar por que "lado a lado" não implica uma interpretação geográfica mas antes significa "conviver em estreita colaboração e companheirismo, compartilhando a vida e os desafios, o que implica apoio mútuo, confiança, entendimento e a capacidade de trilhar um caminho juntos, superando obstáculos em união. O termo vai além da simples proximidade física, focando na presença activa e no compromisso de fortalecer o outro na jornada da vida."

Será um território a destacar do Egipto, Síria, Jordânia, Arábia Saudita, Sudão do Sul ou Indonésia? 

Nada é dito.


A Palestina é a situação diametralmente oposta a Taiwan.

Muitos países reconhecem que o Estado da Palestina existe enquanto que quase nenhum reconhece que o Estado de Taiwan existe.

No entanto, Taiwan é um país totalmente estabelecido, com instituições sólidas, exército poderoso, economia altamente avançada enquanto que a Palestina não existe de todo.

Daqui a nada há mais países a reconhecer o Estado da Palestina do que o Estado de Israel.

Dá que pensar.


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