sexta-feira, 15 de julho de 2011

Poderá a energia nuclear resolver algum dos problemas de Portugal?

A PERE é um fardo herdado do guterrismo-socratismo.

Sob o enquadramento da Produção Eléctrica em Regime Especial, principalmente durante os 6 anos do socratismo, foram assinados contratos de longo-prazo que penalizam os consumidores de electricidade em cerca de 1350 milhões de € por ano.
A co-geração calor/electricidade será responsável por um encargo de 350milhões€/ano e a energia eólica por um encargo de 1000milhões€/ano.
Este encargo de 11€/mês por cada português torna as empresas menos competitivas e as famílias mais pobres.

Fig. 1 - Carrega e não bufes.

Os custos das principais tecnologias de produção de electricidade.
A electricidade, em termos económicos,  não é um bem homogéneo.
Sendo que a procura varia ao longo do tempo, existem tecnologias que respondem à variação e outras não. Digamos que umas tecnologias têm uma "entrada na rede" que é totalmente controlável pela vontade humana (o gás natural) e outras não dependem em nada dessa vontade (a eólica).
Esta é uma das principais razões para não se dizer que a tecnologia com custos de produção mais baixos é a melhor.
Fig. 2 - Comparação das diversas tecnologias de produção de electricidade

Os custos da Fig. 2 foram obtidos com os seguintes pressupostos:

Fig. 3 - Cálculo dos custos de produção (exemplo com um taxa de juro real de 5%/ano)

A taxa de juro real é obtida retirando a taxa de inflação da taxa de juro efectiva.

Comparação entre o nuclear e o carvão.
Custo total e taxa de juro.
Para taxas de juro reais menores que 5%/ano, o carvão e o nuclear são as tecnologia que têm menores custos de produção. Quanto mais baixa for a taxa de juro mais vantagem tem o nuclear (por exemplo, nos USA ou na Alemanha o Estado paga taxas reais na ordem do 1%/ano).
No caso de Portugal, com taxa de juro reais muito acima dos 10%, não existe qualquer viabilidade económica para o nuclear.

Custo efectivo e factor de carga.
Como o nuclear tem um custo fixo muito elevado (2/3 do total), o seu custo efectivo aumenta muito se o factor de carga, a procura, diminuir. Então, a potência nuclear instalada só pode responder à procura eléctrica de Vazio descontando em termos probabilisticos a produção hidro e eólica (que têm custos de muito curto prazo quase nulos).
No caso de Portugal, a procura de Vazio é cerca de 4000MW e a mas a produção hidro + eólica, em mais de 25% do tempo, é superior a este valor.
Também por esta razão,  não existe qualquer viabilidade económica para o nuclear em Portugal.

Fig. 3 - Belezura, eu sou o carvão para deitar. Jorge Nuno me mandou para aquecer o quarto seu. Desentope aqui meus bicos do gás.

O que se pode concluir? Vamos rasgar os contratos da PERE.
Portugal não aguenta os encargos da PERE pelo que o caminho apontado será a "renegociação" dos contratos assinados pelo guterrismo-socratismo em nome do Estado Português e procurar novas condições que partilhem as perdas entre os consumidores e os agentes que assinaram esses contratos porque eles já sabiam que eram muito pesados para Portugal.

Fig. 4 - Precisam rasgar contratos? Não se esqueçam do especialista.

E se alguém nos quiser vender um relógio de ouro por 10€?
Claro que é roubado. E a nossa lei diz que "quem recepta coisa roubada, fica sem ela".
Esses contratos são autênticos roubos.
Podemos dizer que são tecnologias que custam muito dinheiro e se que não fossem estas empresas seriam outras. Que criaram muito postos de trabalho, que foi um desafio que o Estado lhes lançou, blá, blá, blá, ...
O do relógio alegou que teve que correr quilómetros para fugir ao antigo dono, que o relogio tinha gravado "para a minha amada lady Betty" e teve que pagar a um relojoeiro para alterar isso, blá, blá, blá, ...

Fig. 5 - Tens que ter paciência pá. Olha o equilíbrio Zen pá ...

Mas é ilegal
Nada é ilegal para o Estado. Altera-se a lei. Altera-se a Constituição. Já não digo que façam como o Chaves: um telefonema para que alterem "voluntariamente" os termos do contrato, senão mete os fulanos na cadeia por Atentado à Segurança do Estado.
Lá terá que ser: chamamos o Vale Tudo.

ALTERNATIVA - UMA CANTADA À ESPANHA
A Espanha produz 7000 MW eléctricos em centrais nucleares que quer fechar.
Tem aumentado muito o uso de carvão para responder ao aumento da procura.
Mas quer reduzir as emissões de CO2 para a atmosfera.
E aumentar a produção de energias renováveis.
Está aqui uma oportunidade de negócio para nós.

Fig. 6 - Só tenho pena que não sejas feia e gorda para veres como eu verdadeiramente te amo. Tira, tira que eu estou prisioneiro da tua inteligência, ah ah ah ah ah .... Rezamos depois ah ah ah ah ah ... Isto é asma.

Vamos convencer os espanhois.
A Espanha, apesar de estar em crise, consegue taxas de juro muito mais favoráveis que Portugal. E as centrais nucleares são produzidas pela Alemanha e França que terão interesse no seu financiamento.
Nestas condições, será possível arranjar financiamento com uma taxa de juro real abaixo dos 5%/ano.
Os espanhois podíam "comprar" (o mais correcto é dizer pagar) a energia da nossa PERE e contabilizá-la como produção deles em "tecnologias limpas".
Nós, como contrapartida, deslocamos as centrais nucleares deles para Portugal.
Neste negócio, não se diz à Espanha que ia pagar as loucuras do nosso PERE mas contabilizamos cada tonelada de CO2 não emitida a 20€/tonelada o que dá 2 c.€/kwh. Para 8000Mw dá os 1350milhões€ por ano que precisamos.

O nuclear terá mais vantagens para Portugal?
Os 8000Mw eléctricos efectivos correspondem a uma potência instalada de 10000Mw que se traduz num investimento de 2 mil milhões€ por ano, durante 20 anos. Desse total, pelo menos metade fica em Portugal.
Cria durante os 20 anos da construção mais de 25000 empregos directos na construção civil.
Cria 10000 empregos bem remunerados durante o funcionamento, 5 mil engenheiros.
Como a Espanha tem um consumo eléctrico de Vazio na ordem do 20000Mw e com tendência crescente, a potência nuclear instalada poderia ser ainda maior, ir até aos 15000Mw para uma produção efectiva de 12000Mw eléctricos.

Terá inconvenientes?
Claro que sim. Senão, os espanhois queiram-nas lá. Eles não são burros de todo.
Tem o perigo de perda radioactiva por acidente como aconteceu em Chernobyl ou Fukushima.
E temos que aceitar que vamos ficar com os resíduos radioactivos para sempre.
Mas Portugal tem baixo risco de terramoto, é um país seguro, estável, com um nível de desenvolvimento tecnológico razoável. Com bons locais para o armazenamento dos resíduos.
Mas se queremos continuar a viver bem, temos que aceitar riscos.

Um acidente pode ser muito grave mas o risco é muito baixo.
O risco de morrermos num acidente de viação é milhões de vezes maior.
O risco de morrermos de cancro da pele por irmos à praia é milhões de vezes maior.
O risco de morrermos engasgados a comer é milhares de vezes maior.

Fig. 7 - Eu quero a mulher radioactiva. Zzzz ...

Onde instalar a coisa?
A localização de uma potência tão elevada tem que ser feita junto ao mar, para ter uma boa Fonte Fria o que diminui o investimento e aumenta o rendimento, e para ter acesso ao transporte pelo marítimo.
Tem que ficar o mais próximo possível de Espanha, ser numa zona de baixo risco sísmico e ficar a mais de 20km  das cidades e infra-estruturas importantes.
Mas também tem que estar próximo de populações que possam fornecer 25000 trabalhadores.
E, ser numa zona economicamente deprimida, com taxas de desemprego elevadas.
Este local existe entre Aveiro e a Figueira da Foz. Vai captar mão de obra de toda a Região Norte.

Fig. 8 - O local óptimo para a central nuclear.

Pedro Cosme Costa Vieira

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