O Corona e o porreirismo português.

A velhota Graça faz-me lembrar o velhote Marta Soares mas ao contrário.

Se para o Marta Soares, tudo o que o Bruno de Carvalho fazia era gravíssimo, para a Graça Freitas está tudo bem, o Corona não passa de uma espécie de gripe que mata quase ninguém, só velhinhos que já pediram 7 vezes para serem eutanasiados.

Está tudo bem, são apenas falsas notícias alarmistas.

O Corona é apenas a maior ameaça à humanidade desde a 2.a Guerra Mundial.

Esta minha afirmação é, por um lado, exagerada porque não se esperam bombardeamentos de cidades,  torpedos contra navios carregados de pessoas nem a explosão de bombas atómicas mas, por outro lado, não o é porque o número de vítimas mortais pode ultrapassar largamente o observado durante a 2.a Guerra Mundial.

Parece que nada pode igualar a máquina de matar dos alemães, com fábricas de extermínio e incineração dos cadáveres mas um vírus é superior porque cada vítima transforma-se numa bomba biológica capaz de matar dezenas de pessoas inocentes.

Os vírus são como os vampiros, assim que a vítima é mordida, transforma-se num vampiro.

Qual o mortalidade do Corona-2019?

Temos que calcular alguns números, probabilidades, e multiplica-los para termos uma estimativa para o número de mortos.

A primeira fase da estimativa do perigo de um novo vírus é saber a capacidade de se propagar.

Já sabemos que o Corona se propaga como fogo em ceara seca, umas 100 vezes mais do que a Gripe. Por exemplo, uma pessoa entrou num hospital no Norte de Itália e, mesmo com máscara, contaminou logo 120 pessoas. Assim, podemos assumir que, se nada for feito de muito radical, todas as pessoas vão estar expostas ao vírus.

A segunda fase é saber a susceptibilidade das pessoas.

Nem todas as pessoas são susceptíveis ao vírus.

Sabe-seque as crianças não são susceptíveis, o que também acontece, por exemplo, com a mixomatose que mata apenas os coelhos adultos. Esta característica do vírus faz com que seja mais perigoso nos países desenvolvidos do que nos países mais pobres.Por exemplo, Angola tem 47% da população com menos de 15 anos enquanto que o Japão só tem 13%.

De entre os adultos, seja porque têm anticorpos ou porque são geneticamente incompatíveis, existem sempre pessoas que têm resistência à infecção.  

Tenho que estimar a susceptibilidade e, para isso, vou usar o Princess Diamond.

Neste navio há 5 portugueses e 2 estão contaminados o que indica uma taxa de 40%. 

Pegando nos dados até a evacuação (que são poucos!), os 40% parecem razoáveis.

O último dia parece mostrar uma queda mas temos que recordar que nesse dia as pessoas estavam com pressa de sair.

Ajustamento da função logística aos dados do Princess Diamond

Quantos precisas de cuidados intensivos e quanto morrem?

Cerca de 20% precisam de internamento hospitalar e, de entre estas pessoas hospitalizada, morrem cerca de 40%.

Bem sei que a Graça diz que a mortalidade está na ordem dos 2% mas esse número está muito desvalorizado pois, na China, dividindo o número de mortos pelo total de contaminados dá 3,5% mas dividindo pelo número de contaminados, dá 8%.

Se houver milhões de pessoas, não vai ser possível acudi-las pelo que a mortalidade irá subir muito, lá para os 15%.

Vamos agora multiplicar as probabilidades.

100% da exposição

40% da susceptibilidade

15% de mortalidade (sem assistência médica)

Dá uma mortalidade de 6% da humanidade.

A 2.ª Guerra Mundial matou 2,3% da humanidade.

Estaremos preparados para ter 800 mil pessoas doentes?

Se o vírus ficar descontrolado, vamos ter 800 mil pessoas a precisar de hospitalização.

Como podem os nossos governantes dizer que estamos preparados se, quando há uma gripesita, os hospitais ficam entupidos?

Já imaginaram termos 600 mil mortos até ao fim do ano? É possível acontecer.

Mas também há coisas positivas.

Os lares da terceira idade vão ficar vazios.

Os pensionistas vão cair a pique.

Os doentes crónicos e os que pedem eutanásia vão desaparecer. 

Nem tudo são más notícias.

Um senhor foi ao médico.

- Tenho uma notícia má e uma notícia boa, por qual quer que comece?

- Bem Sr. Doutor, comece pela má.

- A má é que a sua doença obriga a tomar todos os dias até morrer dois comprimidos de Zixolaciciona e cada comprimido custa 100€.

- Bem Sr. Doutor, é realmente uma má notícia, vou ter que vender a casita e, mesmo assim, os meus filhos vão ter que me ajudar.

- Ah não, não seja pessimista, é que ainda não ouviu a boa notícia! Só vai precisar de 20 comprimidos.