O senso comum diz que a inflação é o aumento dos preços mas não é correcto.
Pede-se às pessoas mais sensíveis que não leiam este texto nem olhem para a fotografia. Se desobecer, assume inteira responsabilidade pelas consequenciais nefastas que lhe possam vir a acontecer. O
Este texto não pretende ofender seja quem for, traduz uma opinião pessoal que não vincula a minha entidade patronal, Portugal, a UE ou quem quer que seja e não pretende ofender ninguém.
Não ler a partir daqui!
Actualmente, por causa da cultura woke esquerdista de cancelamento, todos os textos têm de ter uma bolinha vermelha e a avisar as "pessoas mais sensíveis", isto é, os mentecaptos esquerdistas.
Em tempos leccionei um curso na faculdade de letras da universidade do porto e tentei "rebentar" com o senso comum sem fazer este aviso e o que aconteceu é que acabaram por "rebentar" comigo. Mas, diz o povo, o último a rir é o que ri melhor.
I see trees of green, red roses too; I see them bloom for me and you; And I think to myself what a wonderful world.
Mas vamos à subida dos preços.
Há uma discussão em Portugal em torno da actual subida dos preços e do seu pretendido aumento dos salários e pensões para compensar a perda do poder de compra. Anunciou mesmo o nosso primeiro ministro que, no próximo ano, as pensões e os salários (das empresas privadas) terão um aumento histórico.
O problema económico é que, não sendo o actual aumento dos preços uma verdadeira inflação, caminhamos novamente a passos largos para a bancarrota.
A inflação é tratadana Macroeconomia e é um caso particular de subida de preços.
A inflação é uma subida de preços mas generalizada, isto é, que afecta todos os bens e serviços, salários, pensões e impostos na mesma forma. Se, por exemplo, as batatas aumentam de 10€/saco para 11€/saco (aumento de 10%), também as discotecas aumentam de 15€ para 16,5€ e os cortes de cabelo de 5,00€ para 5,50€ (os mesmos 10%). Também os salários e as pensões "sofrem" o mesmo aumento percentual.
Ao aumentarem os preços de todos os bens, salários e pensões na mesma proporção, o efeito na economia é nulo. Chama-se a isto Neutralidade da Moeda. Não se chama Neutralidade da Inflação porque o que causa inflação é o aumento da quantidade de moeda em circulação.
Taxa de Inflação = Taxa de aumento da quantidade de moeda - Taxa de crescimento da economia.
Se, por exemplo, o BCE aumentar a quantidade de moeda em 10%/ano e o crescimento económico for de 3%/ano, então, a inflação vai ser de 7%/ano.
A subida de preços que não a inflação é tratada pela Microeconomia.
Vamos imaginar que em Portugal, todos os anos, se produzem 1000 toneladas de maçãs e que as empresas portuguesas produzem produzem compota de maçã. A receita da compota é 100kg de maçã (100€), 100kg de açúcar (100€) e trabalho (20€). Assim, produzimos 2000 toneladas de compota com um custo de 1,10€/kg.
Portugal importa o açúcar ao preço de 1€/kg, metade à Rússia e metade ao Brasil (total de 1 milhão €) que paga com a exportação de 909 ton de compota, metade para cada país fornecedor.
Subtraindo as exportações à produção, ficamos com 2000-909 = 1091 ton para consumir.
O "dinheiro" para o consumo vem da produção de maçãs e do salário na fábrica de compotas.
De repente, a Rússia deixou de nos vender açúcar!!!!!
Não podemos continuar a usar as 1000 ton de açúcar pois já só temos o Brasil como fornecedor!
Por um lado, a escassez faz com que o preço do açúcar aumente para 2,00€/kg o que faz o Brasil aumentar a produção e as exportações de 500 ton para 750 ton (custo de 1,5 milhões €).
Por outro lado, o excesso de produção de maçãs faz o seu preço cair de 1,00€/kg para 0,50€/kg. Esta redução de preço faz com que a produção diminua para 750 ton.
O custo é de (100*2€/kg + 100*0,5€/kg + 20)/200kg = 1,35€/kg.
Apesar de os portugueses não comerem açúcar, notaram que o preço da compota aumentou 35%. Os produtores de maçã também notaram uma quebra no seu rendimento de 1000 (1000*1€/kg) para 375 (750*0,5€/kg).
Será de aumentar o salário dos trabalhadores em 35% e subsidiar os produtores de maçãs?
O problema é que, para pagar o açúcar ao Brasil (1,5 milhões €) temos de lhes vender 1111 ton de compota, ficando para os portugueses apenas 389 toneladas.
Desta forma, não há como compensar usando meios monetários a diminuição da riqueza disponível de 1091 ton para 389 ton.
Vamos a um exemplo ainda mais ilucidativo.
Quando as pessoas entraram no Titanique foi dada uma nota de 1000 Titaneuros a cada passageiro tendo-lhes sido dito "Se o barco for ao fundo, dão esta nota ao bombeiro e ele leva-vos para um salva-vidas".
Havia 5000 pessoas a bordo e 100 salva-vidas com capacidade individual para 50 pessoas.
Quando o Titanique começou a afundar, repararam que um sabotador tinha rebentado com metade dos salva-vidas.
Será que se o capitão tivesse dado outra nota de 1000 Titaneuros a cada passageiro, já haveria salva-vidas para todas as pessoas?
É este o efeito monetário, imprimir notas e dá-las às pessoas não aumenta a produção e, consequentemente, não pode aumentar o consumo.
"Usem-se garrafas de água vazias como flutuadores"
Foi o que gritou o bombeiro mas o capitão logo respondeu "Não, não, as pessoas não podem ficar molhadas, dêem titaneuros com fartura a todos os passageiros".
Onde eu quero chegar com isto?
Portugal poderia utilizar as centrais termoeléctricas a carvão para fazer face à escassez de gás natural e de petróleo mas não, dá-se 60€ a cada família e logo está tudo resolvido.
A Alemanha vai recomeçar a usar carvão mas também podia tornar a ligar as centrais nucleares mas também não quer, vai descer o IVA dos combustíveis.
Mas isto não vai dar em nada porque NÃO HÁ SALVA-VIDAS SUFICIENTES.
Difícil de entender?
Os wokes esquerdistas da faculdade de letras da universidade do porto não perceberam.
É uma guerra.
A Europa está em guerra, muitas pessoas estão a ser mortas, muitos bens estão a ser destruídos, muita produção não está a ser feita ou está a ser desviada para a frente de batalha e nós, mesmo distantes, vamos sofrer uma degradação da nossa qualidade de vida.
Não vale a pena os esquerdistas venderem ilusões.
Quanto mais ilusões venderem menos tempo se vão aguentar no poleiro.
O Costa diz maravilha da sua governação mas reparemos no perigo em estamos de uma nova bancarrota: em 2010 a dívida pública portuguesa era 100,2% do PIB (suficiente para a bancarrota Sócrates+Teixeira dos Santos) e em 2020 está em 120,8% do PIB!!!!!!!
As taxas de juro vão disparar por ai acima e o Costa não tem estaleca para governar em tempos de crise, não é um Cavaco Silva e muito menos um Passos Coelho.
É fácil navegar quando o vento está de feição.
Porque as taxas de juro aumentam.
Se consumíamos 1091 ton e agora só temos 389 ton disponíveis, tem de haver uma redução do poder de compra dos consumidores, isto é, uma redução nos salários.
Se o governo esquerdista popularucho obrigar a haver aumento nos rendimentos, por exemplo, aumentando o salário mínimo, a variável macroeconómica de ajustamento que fica é a taxa de juro.
É que quanto maior a taxa de juro, menor é o consumo e maior é a vontade das pessoas em trabalhar (aumentando a produção).
O Costa até pode pensar que controla os salários mas não tem hipóteses na taxa de juro.