sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Para resolver o problea da habitação é preciso desburocratizar.

Foi aprovado mais um pacote para resolver os preços exorbitantes da habitação.

Não quero dizer que existe um problema de falta de habitação porque isso não é bem verdade (explicarei já) mas apenas que os preços que estão a ser pedidos, para arrendamento e compra, estão muito elevados.


Porque digo que não há falta de habitação?

Porque não existe um limite legal para o número de pessoas que vivem num apartamento. As casas que existem hoje são mais do que havia há 25 anos e a população, mesmo contando os imigrantes não regularizados, não aumentou assim tanto pelo que a aparente falta de habitação se deve a quatro factores:

i) Vivem menos pessoas em cada casa (cada pessoa dispõe de maior área de habitação).

Se há 25 anos viviam 5 pessoas numa casa (pai, mãe e 3 crianças), agora vivem apenas 1 (adulto solteiro), 2 (casal sem filhos) ou 3 (casal com 1 filho).

ii) A desertificação das terras pequenas deixou aí casas desocupadas e sem utilidade.

Há muitas casas vazias no interior desertificado e, por mais que os autarcas falem em políticas de repovoamento, tal situação não é revertível. Custaria ao país milhares de milhões de euros por ano em subsídios e diminuição de eficiência para repovoar o interior. E mesmo esse repovoar seria apenas nas cidades pequenas e nunca nas aldeias (cada concelho transformar-se num Portugal dos Pequenitos em que a cidade capital é a devoradora de recursos).

iii) O Salário Mínimo Nacional aumentou de forma desproporcional ao PIB.

O custo de construção das casas está muito ligado ao custo da mão de obra não qualificada que, regra geral, recebe o salário mínimo. Ao aumentar mais do que proporcionadamente o SMN, o custo de produzir casas também aumenta de forma desproporcional.

Corrigindo da inflação (a preços constantes de 2025), em 2000 o SMN era de 535€/mês e em 2025 é de 870€/mês, um aumento de 63% enquanto o crescimento do PIB foi de apenas 21%.

iv) Aumentou a dificuldade em obter as licenças de construção e de habitabilidade.

É um trinta e um, um calvário, obriga à movimentação de envelopes gordos, a obtenção de uma licença de construção.

Demora anos a obter não sei quantos pareceres das mais diversas entidades que apenas existem para empatar o processo. O cúmulo é a obrigatoriedade de um papel que não serve para nada e que custa centenas de euros que se chama qualquer coisa como "certificado de eficiência energética".

Obter a licença de habitabilidade é outro calvário em que qualquer coisa serve para chumbar a menos que avance um envelopesinho.


Precisamos de, em meio rural e sem impacto visual, desburocratizar.

A minha proposta é que cada pessoa tem direito a 25 m2 de construção sem necessidade de licenciamento. Um casal que antecipa vir a ter 2 filhos tem direito a fazer uma casa liver de licenciamento com uma área até 100 m2.

Não interessa se a casa tem casa de banho completa, água canalizada ou sequer electricidade.

Não interessa se as paredes são simples ou sem reboco nem isolamento.

Não interessa sequer se tem janelas ou se é apenas feita com tábuas e chapas ferrugentas.

Não interessa se é reserva agrícola ou florestal, se existe estrada de acesso ou apenas um caminho por onde passa uma bicicleta.

Não interessa e ninguém tem nada a ver com isso muito menos os burocratas corruptos das autarquias.

O que interessa é que havendo pessoas com necessidade e disponíveis para viver numa construção, logo, tem de nascer o direito a construir um imóvel para habitação.

Não é bom ser pobre senão toda a gente queria ser pobre. E isso traduz-se numa habitação modesta.


Vejam uma proposta de simplificação legislativa:

Liberalização da Habitação em Zona Rural



terça-feira, 23 de setembro de 2025

O problema do Brasil não é o Bolsonaro ser golpista ou não, é a economia não crescer.

Nas notícias de Portugal, Brasil são novelas e o julgamento do Bolsonaro.

Não sei o que os brasileiros pensam no seu dia a dia sobre a situação, se pensam que o Bolsonaro estar ou não na cadeia se lhes melhora a vida. O que penso, estando muito longe, é que não deve ser o maior problema do brasileiro médio.

Penso que o descontentamento, a existir, e que justifica que hoje nas ruas portuguesas só se ouçam brasileiros, é o facto de nos anos 1970-80 o nível de vida se ter aproximado rapidamente da média mundial, em 1980 atingiu 108%, desde então, está lentamente a afastar-se, para baixo, estando já com apenas 80%.

Com Portugal tem acontecido o mesmo mas desde 2001 e até mais rápido mas a vantagem relativamente ao Brasil é que ainda está 80% acima da média.

Fig. 1 - PIB per capita de Portugal e Brasil relativamente à média mundial (dados: WB)



Se estivéssemos em 1980, a grande potência em 2025 seria o Brasil.

Nessa altura o Brasil estava com 108% e a China com apenas 7% da média mundial. Mas em 2025 o Brasil está relativamente pior do que estava em 1980 e a economia chinesa explodiu.

O Brasil foi a potência adormecida que parecia ter acordado em 1965. O problema é que decorridos 15 anos, voltou a adormecer, dando a vez à China.

Portugal também estava bem encaminhado até vir o Euro. No meu intender, a nossa política de rendimentos e preços é incompatível com pertencer a uma zona monetária mas quem sou eu!


Fig. 2 - Evolução do PIB per capita brasileiro em comparação com o chinês (dados: WB)

Mas, Anitta, o que interessa a economia? O Brasil será sempre o Brasil.


sábado, 20 de setembro de 2025

Venha praticar JUDO e DEFESA-PESSOAL em OVAR

 Como prometido, procurei um local para o Judo.

A Fragateiro deixou de ceder o espaço para a prática de judo para adultos e Ovar, uma terriola onde já não há quase nada, não podia ficar sem Judo.
O Judo é uma actividade completa porque desenvolve a coordenação psico-motora, fortalece músculos, tendões e articulações, e está entre as actividades físicas com menor taxa de lesões. 
Também trabalha a mente aumentando a concentração, a auto-disciplina e a confiança pessoal.
E não podemos desvalorizar a sua aplicação na defesa pessoal e por profissional de segurança.


O Local encontrado é o Ginásio Fast-Fit.
Rua Visconde de Ovar, 349 | São Miguel | Ovar
961 947 093
eloavieira65@gmail.com para pedir informações.

Tem uma sala boa.
Vão ser 3 aulas por semana:
Segunda-feira 17:30-18:30
Quarta-feira   17:30-18:30
Sexta-feira      17:30-18:30

O projecto é iniciar as aulas em 1 de Outubro de 2025.

Não é muito barato (pagamento anual de 40€ para a inscrição na federação e o seguro. A mensalidade será de 30€/mês) mas vou-me esforçar por valer a pena. 


O objectivo é fundir Judo com Defesa-Pessoal.
Em termos intelectuais, o Judo é uma "arte" desafiante porque é formada por um conjunto vasto de técnicas que obrigam a estudo e aprofundamento. Tem dezenas de técnicas diferentes executadas de pé, de desequilíbrio e projecção, controlo, de defesa pela movimentação do corpo, de contra-ataque e ainda estrangulamentos e chaves (proibidas em competição).  Tem também dezenas de técnicas de combate no solo que incluem imobilizações/controlo, chaves e estrangulamentos (permitidas em competição).
Em termos pedagógicos, serão favorecidas a partilha e a auto-descoberta socráticas.

Pretende-se que o fraco seja capaz de vencer o forte. 
O Judo é o conhecimento capaz para multiplicar a força de cada um e não a capacidade física em si.
Da mesma forma que, um corredor lento que saiba o caminho consegue vencer outro muito mais rápido que não o saiba, no Judo desenvolve-se  a coordenação psico-motora capaz de todo o bocadinho de força e de energia ser aproveitado com vista à anulação da ameaça.
Desta forma, não é necessário ser forte, jovem ou intensos trabalhos de condicionamento físico, isto é, desenvolver a força física, para que uma pessoa se torne fisicamente capaz de se defender de alguém muito mais forte.
O principal está no conhecimento, no Uchiki, "naquilo que está escondido" (内気). Este conceito traduz que, comparando duas pessoas com a mesma capacidade física, o conhecimento (que não é observável) torna um deles muito mais capaz.

Será ensinado JUDO enquanto desporto olímpico. 
O Judo é um desporto olímpico com regras 

Serão ensinadas aplicações do Judo para segurança e defesa pessoal.
Quem exerce profissões relacionadas com a segurança tem de ser capaz de usar ferramentas físicas de controlo de uma pessoa agressiva sem lhe causar dano físico.

Fig.1 - Esquema da Hiza-Guruma e da Sasae-Tsurikomi-Ashi

Venha experimentar sem compromisso.

Apareça um dia qualquer, traga uma roupa confortável e que não rasgue com facilidade (para se poder puxar um bocadinho).
Venha mesmo que seja apenas para ver ou mostrar às suas crianças ou jovens.

O judo é indicado para todas as pessoas.

O judo é adaptado às capacidade físicas e intelectuais de cada pessoa pelo que pode ser praticado desde os 4 anos de idade (ao mesmo tempo que começa a pré-escola) até ao dia da morte. Assim, qualquer pessoas, homem ou mulher, alto ou baixo, magro ou gordo, novo ou velho, com boa preparação física ou sedentário, melhora a sua vida pela prática de judo.

Também é um desporto adaptado para pessoas com cegueira, baixa visão, obesas e com dificuldade cognitivas.

Nas crianças, além de desenvolver a capacidade motora e ajudar a controlar o peso, o judo torna-as mais resistentes ao Bulling. Em termos físicos, desenvolvem a força, a agilidade e a resistência e, em termos psicológicos, desenvolvem a capacidade de resolver conflitos e de desvalorizar interacção/confronto físico.

O Judo é perfeito para jovens ou velhos com excesso de peso e que têm dificuldade em arranjar uma modalidade desportiva. 


É importante para quem anda de trotineta eléctrica.

No judo aprendem-se formas de diminuir o perigo das quedas, risco muito presente em quem anda de trotineta eléctrica onde as velocidades induzem risco de lesão grave.

Aprendendo a cair para a frente com rotação do corpo é fundamental no judo e adaptável às normais quedas do dia-a-dia e na prática de actividades e desportos com maior risco.


Pergunte coisas, apareça que vai gostar.

Um vídeo para jovens imaginativos que gostam de acção, mostro um trailler com as técnicas de judo aplicadas por Keanu Reeves no filme John Wick (ver John Wick, https://www.youtube.com/watch?v=Lwqrf-kfo_k).




sábado, 13 de setembro de 2025

Porque o Qatar não corta com Israel?

A razão está no que aconteceu ao Kuwait.

Já ninguém se lembra mas em 2 de Agosto de 1990 o Iraque invadiu o Kuwait.

Podemos pensar que foi uma invasão como qualquer outra mas não porque neste país vigora verdadeiramente um regime de apartamento já que pela Lei da Nacionalidade de 1959 (Emiri Decree No. 15 de 1959) os nacionais do Kuwait são apenas as pessoas que descendem por linha directa paterna (mesmo que tenham nascido no estrangeiro de mãe estrangeira) de homens que já viviam no Kuwait em 1920 e que mantiveram residência normal até 1959, data da publicação da lei. 

Apenas em casos muito especiais a criança pode obter a nacionalidade pela linha maternal se o pai  for desconhecido (não declaradamente estrangeiro) ou em caso de morte ou divórcio de pai estrangeiro se a criança viveu no Kuwait desde que nasceu até que atingir a maioridade.

O decreto considera nacionais originais os clãs que estavam estabelecidas no território antes da descoberta do petróleo.

Devido a esta Decreto do Emir, a grande maioria da população é formada por estrangeiros, na altura, principalmente de origem palestiniana.

Assim que o Kuwait foi invadido, foi dada nacionalidade a todas as pessoas que nasceram no território e, de um dia para o outro, a democracia na perspectiva europeia, decidiu pela passagem a república e a instauração de um governo democrático palestiniano.


O que fez a Europa e os restantes países árabes?

Protestou, disseram a frase "protestamos com as palavras mais duras que existem" mas, em concreto, na acção, não fizeram nada. Para os europeus, a maioria da população que nasceu no território tinha decidido de forma democrática pelo que, o melhor para os negócios e para a opinião pública europeia, era aceitar que o Kuwait passaria a ser um estado palestiniano dependente do Iraque.

A Turquia ficou mesmo muito contente, proibindo o trânsito de tropas pelo seu território.


O que fez os USA?

Retalhou tudo o que mexia, milhares e milhares de pessoas, retalhou na "estrada da morte" o exército do Iraque e reestabeleceu o regime monárquico minoritário dos Emires.


No Qatar a situação é ainda pior.

No Qatar não existe uma data concreta definida na Lei mas, em termos práticos, a nacionalidade está ligada em linha paternal aos clãs que já viviam no pequeno território em 1916, quando foi estabelecido o protectorado britânico sobre o território. 

Esse reconhecimento consolidou-se durante a vigência do protectorado (1916-1971) e, após a independência, são apenas nacionais qatarianos os descendentes desses clãs e apenas pela linha paternal. A Lei n.º 38 de 2005 apenas formalizou essa situação, mantendo a transmissão da nacionalidade quase exclusivamente pela via paterna, ao passo que a mãe qatariana só pode transmiti-la em circunstâncias muito restritas.


90% da população do Qatar é não nacional.

O número de nacionais qatarianos é cerca de 350 mil pessoas de entre as quais menos de 8 mil têm capacidade física para serem mobilizados para um exército e, com as fraldas que usam, será uma exército tipo geleia. Estas pessoas estão "misturadas" com 2,75 milhões estrangeiros bravos, quase 9 estrangeiros para cada nacional.

Agora, imaginem que os iranianos, palestinianos, iémenitas ou outro qualquer país muçulmano republicano faz uma intervenção militar do tipo que a Rússia fez quando invadiu a Crimeia. A contar com o "direito internacional" e a ajuda europeia, estão fodidos, pura e simplesmente a minoria qatariana que vive na opulência à custa do petróleo e do gás natural deixa de existir.

É que à luz da "moral europeia", esses estrangeiros têm direito a ser nacionais do Qatar porque nasceram no território de pais que já nasceram no território. Como são a maioria, as "democracias europeias" não podem ir socorrer um regime que é altamente minoritário e que apenas sobrevive sobre um regime de apartamento pela exploração da maioria (não têm direito aos lucros da exploração dos combustíveis).


Quem se opuser a Israel, arrisca-se a sofrer retaliações dos USA.

Os espanhóis estão muito bravos, vão fazer um bloqueio a Israel mas imaginem que o Trump se zanga e diz "Ceuta e as demais praças ocupadas pela Espanha são historicamente território marroquino".
O que é que a Espanha vai poder fazer?

Imaginem ainda que o Trump um dia se zanga e diz "Israel é o nosso mais amado aliado e, como os países europeus têm política agressiva para com este nosso aliado, retiramos o nosso apoio à Ucrânia."

O que é que a França vai fazer com o seu reconhecimento da Palestina?


Lembram-se de a Europa ter reconhecido o Juan Guaidó como presidente da Venezuela? O que aconteceu?

Zero vírgula zero, batata, bola, nada.


Allāhu akbar! iá Alláh! uáu! má xá Alláh! iá salám! iá nahár abiad! 
(Três mulheres qatarianas quase nuas)


A vergonha que se passou na Polónia.

A Rússia mandou uma dúzia e meia de drones lentos pela Bielorrússia que avisou imediatamente a Polónia.
Mesmo assim, os drones percorreram mais de 100 km dentro da Polónia que apenas conseguiu abater alguns (os outros caíram por falta de combustível).
É esta a prontidão e capacidade militar da NATO.

Imaginem que era um ataque com 1000 drones!!!!!!!
Uma vergonha, um fracasso.
E querem os europeus falar grosso.




terça-feira, 9 de setembro de 2025

Não faz qualquer sentido haver nota mínima de acesso ao ensino superior

Pedro Teixeira nada fez enquanto secretário de estado do ensino superior.

Nada, zero, bola, batata.

Pelos vistos, agora que tem de aparecer porque se candidata a reitor da Universidade do Porto e reduziu drasticamente o número de candidatos ao Ensino Superior, veio dizer que foi ele quem instituiu a nota mínima no acesso às universidades e politécnicos rematando como argumento:

"Pedir duas notas de 9,5 em dois exames não é muito exigente".

O problema é que não avança nenhuma razão para essa exigência e, contrariamente ao que afirma, afirmou-se como demasiadamente exigente já que fez com que o número de candidatos diminuísse em milhares.


Qual a lógica para haver notas mínimas nos exames?

Todos pensamos que um fulano que é professor catedrático numa universidade, que foi secretário de estado e que avança como candidato a reitor da Universidade do Porto diz mais do que generalidades.

Mas afirmar que as notas têm de ser de pelo menos 9.5 valores é uma generalidade.

Quem definiu esse limite?

Quais os estudos que levaram a concluir que tem de haver pelo menos 9.5 valores nos exames?

Porque não outro valor qualquer?

Qual o ganho para a sociedade de haver esta nota mínima?

Quando uma pessoa vai à missa quer saber se o padre teve 9.5 valores nos exames ou concentra-se no que ele diz?


Vamos supor dois alunos médios fisicamente idênticos.

O João é pobre e vive numa aldeia do interior, ajuda os pais na agricultura, demora uma hora na carreira para chegar à escola, não tem acesso a colégios, explicações, livros e sofre de desmotivação familiar. 

O Alberto é totalmente o contrário.

Quando ambos concluem o ensino secundário, alguém pensa que se o Alberto teve 9.5 valores no exame o João conseguiu também ter 9.5 valores?


O Alberto entra na universidade e o João não.

O Alberto vai receber ensino superior altamente subsidiado enquanto que o João se tem de ficar pelo ensino secundário.


Se o João tivesse entrado num politécnico, ficaria melhor?

Vamos supor que o João apenas teve 8 valores nos exames. A questão que coloco é se será melhor ficar-se pelo secundário (como diziam os da união soviéticas, "não tem capacidade para doutor, vai para ferreiro") ou frequentar um curso num politécnico?

A nota de 9.5 valores mede uma performance quando o aluno tem 18 anos não conseguindo dizer o seu desempenho quando tiver 30, 40, 50 ou 60 anos de idade.


Avanço com um exemplo familiar.

O meu irmão mais novo reprovou já na escola primária e, quando foi para a tropa obrigatória, tinha concluído o 9.o ano porque a minha mãe fez uma vergonha na escola e prometeu que ele não ia estudar mais.

Depois da tropa, fez o ensino recorrente e conseguiu uma média de candidatura de 7.6 valores, sim, 76/200.

Entrou no politécnico e fez engenharia mecânica aos 29 anos.

Foi fazer um estágio de inserção numa grande empresa automóvel que lhe disse "Entram 10 estagiários por ano mas não ficamos com ninguém, não estamos a meter ninguém, ouça bem, não crie expectativas pois não metemos ninguém, no fim do estágio o sr. engenheiro vai-se embora".

Pois nunca mais saiu dessa empresa, já lá vão 23 anos. Hoje, com 52 anos, é um engenheiro competente e acarinhado no seu emprego.

Pelo contrário, eu sempre fui um aluno brilhante e, no entanto, sempre tive problemas no emprego, acabando no desemprego, acusado das maiores barbaridades :-).


Deveríamos viver num mundo científico.

A Ciência obriga à evidência mas vivemos num mundo em que o que vale é a autoridade e os certificados.

Esse "sábio" professor catedrático usa a sua autoridade, aquela que lhe é dada pelo cargo, para dizer o que lhe apetece sem o cuidado de fundamentar as suas acções, é a velha máxima de "Posso, quero e mando."

No mundo cientifico tudo tem de ser justificado e tem de funcionar.


Vejamos as minhas artes marciais.

O objectivo das artes marciais é a eficácia. Uma técnica apenas faz sentido e está a ser bem executada se conseguir o objectivo de "derrotar" o adversário.

Naturalmente, nas escolas não se pensa assim, o argumento é "Eu sou o mestre, eu é que sei, aprendi assim, já se faz assim há centenas de anos, não és tu que vais dizer como se faz."

Eu, inocentemente, dizia, "Mas não funciona, não podemos ter uma técnica que precisa da colaboração do atacante para ter sucesso, ninguém deixa ai o braço para ser agarrado."

Expulso.

É assim a verdade porque eu sou o presidente da junta


Vamos ao acidente do Elevador da Glória.

A causa do acidente está em haver uma curva. Quando foi construído, deveria vir em linha recta desde o cimo até à baixa mas, por interesses de alguns proprietários, tem uma curva o que coloca problemas no cabo que liga a duas carruagens. 

A causa do dano elevado está no sistema de travagem nunca ter sido testado. Nos elevadores existe uma mola que, quando o cabo parte, empurra dois braços contra a parede (ou prende na guia) o que trava o elevador. Esse sistema também existe no Elevador da Glória mas subterrâneo. O problema é que a guia onde os braços encostaram não aguentou e a energia arrancou a guia do chão.

Deveria haver um sistema "explosivo" de segurança que permiti-se que, em estado de emergência, o guarda freios fizesse a carruagem tombar. Ao tombar iria causar danos nos passageiros mas a carruagem já não ganharia velocidade até descarrilar na curva.


Vamos a Gaza e à Transjordânia.

Os comentadores das nossas TVs são unânimes em dizer que a guerra cria mais ódio e que não é nos próximos 100 que os palestinianos vão aceitar os israelitas.

Sendo assim, há uma de duas hipóteses:

H1: Os judeus saem dali.

H2: Os árabes saem dali.

Sem autoridade se sem saber o que acontecerá no dia de amanhã mas penso que mais depressa saem dali os árabes do que os judeus.


Vejamos o que diz a Sofia (e que traduz um consenso dos documentos publicados):

Essa é uma questão delicada e envolve factores históricos, sociais e políticos muito complexos. Vou tentar analisar de forma clara e equilibrada.

1. História e presença histórica

Os judeus têm uma presença contínua em Israel/Palestina há milhares de anos, com interrupções, mas sempre com ligação histórica e religiosa muito forte.

Os palestinianos (árabes) têm vivido naquela região há séculos, e muitos descendem de populações locais antigas.

2. Demografia e poder político

Israel, como Estado, tem uma estrutura militar, económica e política consolidada, capaz de se defender e manter a população judaica no território.

Os palestinianos vivem em territórios fragmentados (Faixa de Gaza e Cisjordânia) e não têm um Estado soberano completamente funcional.

3. Movimentos populacionais passados

Guerras e conflitos anteriores levaram a fluxos migratórios significativos, mas de maneira assimétrica: muitos árabes saíram de áreas que passaram a estar sob controlo israelita (1948, 1967), enquanto a população judaica voltou ou permaneceu no território com apoio estatal.

4. Ódio e ressentimento

Como tu disseste, conflitos prolongados geram ódio. Mas o ódio não se traduz automaticamente em êxodo: populações podem resistir, buscar segurança, ou manter-se pela ligação à terra.

5. Hipóteses H1 e H2

H1 (judeus saem): historicamente improvável. Israel tem capacidade militar, económica e institucional para manter a população.

H2 (árabes saem): mais provável em termos relativos, por causa de pressão militar, económica ou deslocações forçadas, mas isso não significa que a maioria vá sair — muitos resistem ou permanecem, mesmo em condições difíceis.

Conclusão: se tivermos de comparar probabilidades, é mais provável, infelizmente, que pressões sobre os palestinianos levem a deslocações do que os judeus abandonarem o território. Mas isso não é inevitável nem automático; a realidade é muito complexa e depende de decisões políticas, internacionais e locais.

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