quinta-feira, 1 de outubro de 2020

A dinâmica da bomba atómica e da covid-19

Aparentemente, covid-19 não tem nada a ver com a bomba atómica.

Haverá quem pense "a bomba atómica mata muita gente e a covid-19 também" mas a ligação entre estes dois fenómenos é diferente pois tem a ver com a dinâmica, tem a ver com o r.

Em ambas, por um lado, quando existe maior proximidade, o r é maior e, por outro lado, quando o nível de actividade é maior, a proximidade torna-se menor e, consequentemente, o r.


Como funciona uma bomba atómica.

Os átomos de Urânio 235 "explodem" naturalmente mas muito lentamente. Assim, se tivermos 1400 milhões de átomos, em média, um átomo explodirá a cada ano. Nessa explosão, será libertada energia e 3 neutrões.

A bomba atómica precisa de velocidades de explosão muito mais elevadas o que pode acontecer porque, quando um átomo de Urânio 235 adormecido é atingido por um neutrão, este explode quase imediatamente (ao fim de 10^-14 segundos) libertando energia e 3 novos neutrões.

Quando algum desses novos neutrões atingir algum novo átomo de Urânio 235, haverá uma nova "micro-explosão".

A probabilidade de um neutrão atingir um novo átomo será tanto maior quanto mais átomos houver e mais juntos estiverem.

Na figura seguinte representamos cada átomo por um ponto. Podemos ver de forma gráfica que, quando a densidade é menor (parte de cima), a probabilidade de um neutrão colidir com um átomo é menor do que quando a densidade é maior (parte de baixo).


Vamos então ao R da explosão nuclear.

Se tivermos R=0,99, quer dizer que se 100 neutrões atingirem um átomo cada um, estes explodem libertando 300 neutrões que vão conseguir atingir 99 novos átomos. Desta forma, a radioactividade natural vai ser ampliada 100 vezes, 1/(1-0,99), mas não há explosão.

Se tivermos R=1,01 a bomba vai explodir. Em menos de 1 segundo, sendo possível manter este R, os átomos explodem em cadeia. Esta grande velocidade de ampliação da radioactividade natural porque o ciclo de vida da reacção é muito curto (em apenas 1s, acontecem 100000000000000 ciclos).

 

 A dificuldade da explosão nuclear é manter os átomos juntos.

 Primeiro, o R tem que ser muito maior que 1 (o máximo teórico é 3) para a reacção continuar mesmo quando parte do combustível já explodiu. No máximo haverá reacção enquanto houver uma percentagem X de combustível que garantam que R.X > 1. Por exemplo, se R = 1,5, teremos X > 67%.

Depois, uma vez iniciada a explosão, o material da bomba vai expandir o que leva a que a reacção pare.

Assim, além de ser necessário ter, inicialmente, um R elevado, é preciso incluir a bomba numa esfera de aço com 20cm de espessura que seja capaz de conter a expansão da bomba.

Mesmo com 20 cm do aço mais resistente do mundo, apenas é possível manter a expansão durante uns milissegundos e, por isso, apenas uma percentagem muito pequena do combustível acaba por ser utilizado na explosão.


Vamos agora ao Covid-19.

Pegando nos dados iniciais (quando não se sabia que existia a doença), fiz umas contas obtive que a taxa de reprodução, o R, é 10 e o ciclo de vida é de 5 dias.

Quer isto dizer que, se hoje houvesse 10 contaminados, amanhã já haveria 16 contaminados e, ao fim de apenas 5 dias, 100 contaminados.

Mas a dinâmica  é muito semelhante à bomba atómica. Quando há muitos novos casos (e a severidade é elevada), as pessoas afastam-se e tomam precauções o que leva a que o R diminua. Pelo contrário, quando o número de novos casos diminui (ou existe pouca severidade), as pessoas aproximam-se e relaxam as precauções.

Desta forma, a dinâmica terá oscilações. Quando baixa o número de novos casos, há aceleração na propagação e quando aumenta o número de casos, há desaceleração na propagação.

 

Novos positivos diários de Covid-19 e linha de tendência a vermelho onde vemos as ondas (dados, DGS)

 

Estou cada vez menos preocupado.

O número de positivos está em máximos de sempre mas, se no início pouco me preocupava, agora estou mesmo no nada.

Eu ando no judo que é uma actividade classificada como de alto risco de contágio.

Andamos ali ali agarrados uns aos outros e, um dia, recebi um email a dizer "Urgente". Telefonei e um deles, um gordo barrigudo, tinha dado positivo. Foi visitar a mulher ao hospital, fizeram-lhe o teste e deu positivo.

Pensei eu, vamos ficar todos contaminados mas não. Não aconteceu nada.

E o gordo voltou, decorridos 14 dias, e diz que não lhe aconteceu nada. Que se não tivesse ido ao hospital não tinha sabido que estava contaminado.

Ficou contaminado e novamente descontaminado sem ter sequer uma pequena constipação, nada, absolutamente, nada, nem um peido deu, nada.

 


As normas das DGS para as escolas estão erradas.

Diz a DGS que os jovens na escola têm que manter distanciamento entre eles e usar máscara enquanto que em casa ou quando estão com quem vive com elas não precisam dessas cautelas.

Mas deveria ser exactamente ao contrário, segmentando a população por idades e não por agregados familiares.

Assim, junto com outros jovens, fosse na escola, no desporto ou nas discotecas, não deveriam usar máscara mas em casa, quando estivesse com pessoas com outras idades, deveriam manter distanciamento social e usar máscara.

O covid-19 não tem qualquer efeito negativo nos jovens pelo que, o mais inteligente, é deixar que se contaminem todos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Concordo consigo: os jovens quando estão uns com os outros não deviam usar máscara. Quanto mais depressa se contaminarem melhor. Contaminarem e ganharem anticorpos, no pressuposto de que nessa condição deixam de contaminarem os outros. E separá-los por algum tempo dos mais idosos, com conta, peso e medida, não é mantê-los em prisão. É admissível que um ou outro jovem possa desenvolver a doença com alguma gravidade, mas esse preço é bem menor do que o que temos hoje, que é deixar tudo em lume brando e estar a infectar os mais vulneráveis durante semanas e semanas, sem fim à vista.

ADM disse...

eheheh tanta informação na internet e vc ainda acha que o covid é real, ehehe, grande economista, grande engnheiro e mas sheeple...

Anónimo disse...

Sobre o conceito de "bomba virica", parece adequado e tb
está a ser usado na Galiza, por ex:
https://www.lavozdegalicia.es/noticia/sociedad/2020/10/07/comite-clinico-vimos-bomba-virica-centro-ourense-barbadas/00031602054357896963697.htm

Já em Portugal, mesmo na raia, Valença, nao há bombas e como
diz a DGS, nao há concelho, com mais de 20 casos/100.000 habitantes... Valença tem 15.000 habitantes, é só fazer as contas, como dizia o Engenheiro. Who cares?
https://www.altominho.tv/site/2020/10/06/sobe-para-286-o-numero-de-casos-ativos-no-alto-minho/

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