Para um banco funcionar tem que ter capitais próprios.
O capital dos bancos é metido pelos accionistas e, grosso modo, serve para proteger os depositantes do risco de falência do banco.
Os bancos regulam-se pelo acordo de Basileia 3 que, grosso modo, obriga a que exista 6% de capital próprio relativamente ao volume de negócios (que se chama O Activo).
Se, por exemplo, a CGD tem um activo de 90 mil milhões de €, terá que ter um mínimo de 5400 milhões de euros de capital próprio (metidos lá pelo proprietário, o António Costa).
Se os negócios do banco derem para o torto, isto é, concederem créditos a Berardo ou ao Vieira, é o capital próprio que vai ser "roubado" e não os depósitos das pessoas.
Porque não pode o Novo Banco conceder crédito ao Novo Banco?
Na essência, é isto que os inteligentes do Bloco de Esquerda querem.
Se consolidarmos os bancos, somando todos os seus balanços, os créditos e participações cruzadas têm que ser anuladas para não haver "capital falso".
Vamos supor, hipoteticamente, os bancos BA e BC, cada um com 100 mil milhões de activo. Então, é preciso haver 6 mil milhões € no capital de cada banco, no sistema um total de 12 mil milhões €.
Agora vamos supor que o BA mete 4 mil milhões € no BC. Neste caso, apesar de em termos contabilísticos 6 mil milhões € em cada banco, em termos consolidados, já só existem 8 mil milhões €.
No limite, se o BA meter 5999 milhões € no BC e o BC meter 5999 milhões € no BA, em termos contabilisticos está tudo bem mas, consolidado, o sistema só tem 2 milhões € de capital.
Se um dos bancos falir, vai todo o sistema falir porque não existe capital em lado nenhum para acomodar as perdas.
O capital de um banco (ou de uma emrpesa) não pode ser crédito de terceiros pois esse capital existe para assumir o risco de perdas e os terceiros não estão avisados de que estão a assumir esse risco. Por semelhança, foi o que aconteceu aos Lesados do BES: carregaram-nos com perdas que eles não estavam à espera. Muito menos, pode ser crédito de outros bancos porque colocaria em risco de falência de todo o sistema bancário (e não respeitaria Basel 3).
Os esquerdistas podem dizer as maiores barbaridades que logo são assumidas por verdade.
Vou dar um exemplo de uma manipulação que a comunicação social tem andado a passar relativamente a hidroxocloroquina, as afirmações do Trump e um estudo publicado no JAMA.
O Trump disse que, como os casos mais graves de Covid-19 resultam de uma reacção inflamatória exagerada por parte do nosso sistema imunitário, um anti-inflamatório irá reduzir a severidade dos sintomas.
Como a hidroxicloroquina é um anti-inflamatório muito potente, as pessoas infectadas tomarem esta droga será positiva.
O estudo do JAMA, usando 125 pessoas divididas em 2 grupos semelhantes, verifica que em ambos os grupos houve um total de 4 contaminados. Daqui concluiu que a hidroxocloroquina não diminui o risco de a pessoa ser contaminada.
São duas coisas diferente.
Uma coisa é a hidroxicloroquina diminuir a severidade dos sintomas nas pessoas contaminadas.
Outra coisa é a hidroxicloroquina diminuir a probabilidade de a pessoa ser contaminada.
Vejamos uma comparação para compreenderem bem a diferença.
Quando temos gripe, tomar benuron diminui os sintomas e as consequências da doença.
Mas tomar benuron todos os dias não diminui a probabilidade de virmos a ter gripe.
Juntar tudo no mesmo saco não se deveria chamar a isto Fake News?
Não porque vem da esquerda contra a direita.
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