terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Está na hora de acabar com a TAP

Na comunicação social publicitam muitos argumentos a favor da TAP.

Dizem que é o maior exportador português, que dá emprego a 10000 pessoas, que tem milhares e milhares de fornecedores e, ainda, que é importantíssimo para o nosso turismo.

Claro que se esquecem de dizer que o valor, em euros, das exportações não interessam porque o relevante é o Valor Acrescentado porque  a maior parte da produção da TAP são importações (os combustíveis e os aviões). 

Também se esquecem de dizer que, se essas pessoas não trabalhassem na TAP, trabalhariam noutro sítio qualquer. Se Portugal tem 5 milhões de trabalhadores, dizer que 10 mil trabalham na TAP parece-me ser, relativamente pouco. Finalmente, os milhares de fornecedores também me parecem uma percentagem pequena do total de fornecedores que existem em Portugal


Será a TAP eficiente?

Vamos supor que a TAP era competitiva e eficiente como os demais operadores de aviação. Neste caso, não teria prejuizos anos após anos (e não apenas desde Março de 2020).

Se a TAP dá prejuízo para fazer o mesmo que as low-cost fazem sem ter prejuízo, então, não é competitiva e está apenas a causar dano no mercado de transportes aéreos de passageiros.

 

 O que acontecerá quando a TAP desaparecer?

Se as rotas forem rentáveis, outras companhias transportarão os passageiros.

Se os trabalhadores forem competentes outras companhias os contratarão.

Se os fornecedores tiverem qualidade e bom preço como a concorrência, não verão aparecer novos clientes no lugar da TAP.


O problema das empresas públicas é que, uma vez criadas, nunca mais desaparecem.

Quando, em Março de 1945, o Salazar decidiu fundar a TAP, talvez até se justificasse que o Estado assumisse o protagonismo nos transportes aéreos porque estes ainda estavam embrionários. Isso talvez também tivesse justificado o Estado ter-se "apropriado", nos finais do Séc. XIX, do Porto de Leixões. O problema é que, no entretanto, tudo mudou e as empresas públicas continuam como monopólios.

Qual a justificação para as empresas de transportes colectivo de passageiros serem públicas em Lisboa e Porto e monopólios?

Qual a justificação para a CP, a RTP e tantas outras coisas que só dão prejuízo serem públicas?

NENHUMA.

 

 No ano 1945, os aviões eram barcos com asas.

 Quando surgem os prejuízos ...

Claro que os esquerdistas podem dizer que não há mal nenhum em ter empresas públicas e que estas são aida melhor geridas que as empresas privadas.

O problema é que as empresas privadas, quando apresentam prejuízos, vão à falência e dão lugar a outras. As empresas públicas quando dão prejuízo, tornam-se monopolista, destruindo por Lei a concorrência de eventuais empresas privadas mais eficientes.

Mais uma vez os esquerdistas vão dizer "és um vigarista, cobarde e troca tintas" em vez de apresentarem uma razão lógica para as empresas públicas absorverem milhares de milhões de euros em subsídios do Estado e, mesmo assim, ser proibido que os privados façam esses serviços sem nada receberem do contribuinte.

 

Eu penso que o André Ventura leu um poste meu.

Eu defendi em variados postes que os funcionários públicos não podem ser competentes, antes pelo contrário. Defendi e defendo que as pessoas competentes têm que ser deixadas livres para poderem trabalhar nas empresas privadas e, desta forma, poderem gerar riqueza.

Eu penso isto e todos os que não são funcionários públicos também o pensam. Quantas vezes me lembro da minha mãezinha que, era eu pequenino, e não se cansava de me dizer "És tão preguiçoso que só te safas na vida se fores funcionário público." Eu ainda tentei fugir para o sul de África para fugir a esse karma mas a minha mãe encontrou-me e lá eu tive que vir. Nessa altura disse-me pelo telefone "Vem que arranjei-te um lugar como professor no público, estás de férias metade do ano e a outra metade não precisas fazer nada. Além disso, estamos à rasca e precisamos que nos compres uma casinha."


O que disse eu e o André Ventura retomou?

Contratar como funcionários públicos todas as pessoas que são razoavelmente capazes de trabalhar e estão a receber Rendimento Mínimo.

Vamos supor que uma família de 10 pessoas (2 pais, duas avós e 6 filhos) recebem 1157€/mês de RSI. Em vez deste dinheiro, arranja-se um emprego público para 2 adultos a ganhar o Salário mínimo.

Mesmo que não façam nada, entretêm-se e vão-se valorizando como pessoas pois o emprego não é só rendimento mas também aumenta o amor-próprio da pessoa. 

Ouvimos os esquerdistas dizerem que o André Ventura é o Diabo na Terra mas ainda não ouvimos ninguém dizer que esta ideia não é uma boa ideia.

 


 




2 comentários:

Vítor Pereia disse...

Exmo. Professor, é possível partilhar a sua opinião sobre a cripto moedas, se tiver alguma?

Silva disse...

Encerrar a TAP seria uma "reforma estrutural", mas o dinheiro ainda continua a vir lá de fora, logo, a TAP apenas deverá sofrer um ""cernelhada"" intensamente suave.

O idiota do contribuinte irá continuar a pagar essa TAP ""cernelhada"".

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