O Brasil e a Argentina são as duas maiores economias da América do Sul.
Em 1993 as economias do Brasil e da Argentina começaram a crescer, com uma taxa anual de crescimento do PIB per capita de 2,1% o que fez com que, em duas décadas, o nível de vida tenha aumentado 50%.
Em 2013 esse crescimento parou e as duas economias começaram a contrair e, consequentemente, o nível de vida a piorar.
Isto do crescimento económico é muito complicado porque existem muitas teorias que fazem sentido mas, depois, aplicamos a teoria e não dá resultado.
Haverá alguém no PSD que vai dizer que é por causa dos impostos serem elevados. Mas um rendimento de 3230€/mês (livre de deduções) paga uma taxa média de IRS de 23,1% no Brasil, de 26,1% na Argentina e de 31,4% em Portugal. Não parece ser por ai.
Será que a Crise das Dívidas Soberanas da Zona Euro de 2011 aumentou o risco destas economias e, consequentemente, prejudicam o seu desenvolvimento económico?
O que sei é que a poupança interna é muito importante.
Pegando nos dados do Banco Mundial e calculando as médias para a década 2013-2022, a poupança interna justifica 45% da variação relativamente à média do crescimento económico (WLS, 184 países e 98,2% da população, R2 = 0.206 e R = 0.454). Podemos dizer que a poupança interna é o factor que mais impacta no desenvolvimento económico.
Se no Mundo a média da poupança interna é de 27.2%, no Brasil é 17,1%, na Argentina é 17.8% e em Portugal é 17.4%.
Portugal está 10 pontos percentuais da média mundial, naturalmente, cresce menos
Reparem que usei 148 países onde vive mais de 98% da população mundial, sem escolher ou excluir algum baseado na minha vontade no sentido de favorece a minha tese de que o mais importante no crescimento económico é a poupança.
Mais do que diminuir o IRS, interessava fomentar a poupança.
Alguém apresentou um estudo com 148 países a provar que descer o IRS induz crescimento económico?
Não.
O que há muitos estudos é que provam que aumentar a poupança, aumenta o crescimento económico.
Então, o que os partidos da direita deveriam defender era incentivos que fizessem aumentar a poupança, nomeadamente:
Acabar com o imposto sobre os juros, dividendos e rendas.
Quem tem poupanças, para as ter já pagou IRS. Claro que podem dizer que não pagou IVA mas quando, no futuro, gastar os juros, vai pagar esse IVA.
Zerar a taxa liberatória sobre estes rendimentos antes de pensar em reduzir o IRS ou outro imposto qualquer geral.
Podem dizer que "vai favorecer os mais ricos" mas será que queremos ter um país de pobres?
A economia de um país é como uma bicicleta.
Há pessoas que comparam a economia com um carro, uns países um carro mais potente e outros países um carro menos potente. Mas isso é dizer que há países que, em termos estruturais, são piores do que outros.
Os países são bicicletas que andam mais rápido se o ciclista der mais ao pedal.
Em Portugal não queremos dar ao pedal, é só direitos, garantias, liberdades e quando chega à hora de pedalar, "Amigo, escolhe outro que a vida não foi feita para trabalhar."
Na Polónia ou Roménia pedalam mais do que nós e, porque não queremos pedalar, é que temos um governo de maioria absoluta que procura manter tudo igual.
Se eu fosse candidato a governar Portugal o que diria?
Quando for primeiro ministro vou trabalhar muito, esforçar-me dia e noite para que tudo, mesmo tudo, fique na mesma.
Fiz há dias 40 anos que entrei na Universidade. Interessante que as disciplinas são as mesmas e ensinam-se exactamente as mesmas coisas.
Fui ver e, no entretanto, há licenciaturas que introduziram a disciplina de Informática e que já a retiraram com o argumento de que "Os alunos já sabem mais do que os professores."
É a pasmaceira total e depois eu é que não presto.
1 comentários:
Se a poupança é importante (não digo que não seja) porque o Japão estagnou?
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