Na campanha eleitoral, a oposição promete tudo mas nunca cumpre.
Em particular, os professores doutores catedráticos em economia do PSD prometeram que iriam reduzir substancialmente o IRS e o IRC, o choque fiscal, e com isso, aumentar do crescimento da economia que, levaria a um aumento da receita fiscal.
Faz-me lembrar uma anedota dos malucos do Riso (só que contada por professores doutores catedráticos em economia).
Um cliente entra numa loja de electrodomésticos para comprar um frigorífico.
- Tenho este frigorífico por 299€ mas o melhor para si é este. Apesar de ter um preço de 1999€, tem a vantagem de se pagar a si próprio em 3 anos.
Gosto desse - disse o comprador- Guarde-o que venho buscá-lo daqui a 3 anos, quando já se tiver pago.
Se soubessem alguma coisa de economia, sabiam que o excedente do ano passado foi uma excepção à regra.
O ano de 2023 foi excepcional porque a inflação não antecipada fez aumentar de forma automática a receita pública, mais porque os escalões do IRS não foram actualizados, e a despesa pública, principalmente os salários dos funcionários públicos e as pensões, cresceu abaixo da inflação.
Em 2024 vai acontecer exactamente o contrário, os funcionários públicos querem que o poder de compra dos seus salários seja reposta e a receita pública não vai crescer como vão crescer os salários da função pública.
Por isso é que, ainda durante a campanha eleitoral, referi que não havia margem para diminuir os impostos.
Em 2019/2023, as contas públicas estavam equilibradas.
Se olharmos para a evolução do défice (dos saldo das contas pública) desde a bancarrota de 2010, vemos que há uma tendência de controlo do défice que nos levou do défice de 10% de 2010-11 para praticamente zero em 2019-2023 (com a excepção da "pandemia do Covid-19). Sim, é verdade, em 2020/2021 houve uma pandemia com grande impacto nas contas públicas (um total de 8.3% do PIB).
Mas também vemos que o défice oscila em torno da tendência, em termos anuais, de +-0.9 pontos percentuais. Quer isto dizer que, de ano para ano, há ao longo do tempo oscilação no défice (uns anos mais receita, outros menos receita, uns anos mais despesa, outros menos despesa) de 2500 milhões €.
Esta oscilação traduz que 2023 houve um superavit mas tratou-se apenas de um oscilação favorável relativamente à tendência e que nunca se poderia prometer "usar o superavit" acidental para dar tudo a todos e ainda a mais alguns.
O "anterior governo" é sempre o culpado mas não tem culpa nenhuma.
Não gostava nem gosto do António Costa, é desonesto, porque estava sempre a repetir que "a culpa é do Passos Coelho" quando não era verdade.
Mas agora o Montenegro vai pelo mesmo caminho da mentira.
Atira os problemas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para a provedora Ana Jorge, apelidando-a de incompetente quando a senhora não tem culpa alguma. Foram negociatas com o "Dr. Nuno meu filho" e, principalmente, a diminuição do vício do jogo (a raspadinha deveria ser proibida porque só serve para sugar os pobres).
Atira os problemas da Saúde para o director executivo do SNS Fernando Araújo que não tem culpa alguma.
Atira os problemas de não poder dar tudo a todos ao Fernando Medina que não tem culpa alguma, foi um ministro das finanças exemplares (bem sei que escrevi postes a dizer cobras e lagartos do moço, no inicio, mas tenho de dar a mão à palmatória, esteve muito bem).
Não estou a gostar nada do Montenegro.
Estamos entregues à bicharada.
É um governo de rapazolas, não há ninguém com gravidade, que diga a verdade aos portugueses, são só subterfúgios, meias mentiras, interpretações semânticas, promessas vazias.
Está só em campanha para as europeias, parece o bloco de esquerda, atira contra tudo e contra todos, sem razão.
Também não votei nele, demagogo por demagogo, prefiro o André Ventura.
O que irá acontecer depois das eleições Europeias?
Excluindo a CHEGA, a esquerda tem mais deputados do que a direita mas o Pedro Nuno Santos disse logo "não tenho condições políticas para formar governo" porque sabia que o CHEGA se iria coligar com a direita para derrubar o seu governo.
E o que esperava o Montenegro quando disse "Tenho condições"? Que o CHEGA ou o PS iriam viabilizar o seu governo?
Só prova que não tem o mínimo conhecimento sobre a dinâmica parlamentar.
Claro que, de mansinho, o PS e o CHEGA vão procurar convergências para virem a ter futuras vantagens eleitorais.
Para os sábios professores doutores catedráticos do PSD.
Não há lugar no nosso sistema eleitoral para 3 partidos grandes. O PS penso estar firme pelo que um dos dois (PSD ou CHEGA) vai desaparecer da mesma forma que desapareceram o PCP (teve 47 deputados), o PRD (teve 45 deputados), o CDS (teve 24 deputados) e o BE(teve 19 deputados).
A questão que se coloca é quem vai desaparecer, o PSD ou o CHEGA.
O futuro ainda não está escrito mas os sábios do PSD têm de tomar consciência que o CHEGA pretende substituir o PSD.
Se o PSD pode alterar o passado, o PS e o CHEGA e o PS também o podem fazer.
Se na campanha eleitoral o PSD prometeu tudo a todos e agora mudou de opinião, o PS foi contra muita coisa enquanto era governo mas agora é a favor como, por exemplo, acabar com as portagens.
Se o PSD diz que descer o IRS faz crescer a economia, acabar com as portagens tem um efeito mais directo já que facilita a movimentação de recursos escassos e pessoas.
Se vale tudo, está na hora de tirar olhos.
Vou só falar um bocadinho dos movimentos universitários a favor dos palestinianos.
Onde estavam estas pessoas quando palestinianos entraram por Israel a dentro e mataram todas as pessoas que encontraram?
Onde estavam estas pessoas quando palestinianos arrastaram israelitas pelas ruas de Gaza, rebocados por furgonetas e com os palestinianos a dar gritos de alegria?
Onde estavam estas pessoas quando os iranianos enforcaram as mulheres que lutavam pela liberdade de destapar a cabeça (e continuam a enforcar)?
Onde estavam estas pessoas quando os árabes mataram milhares de pessoas no Sudão (e continuam a matar)?
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