quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

É exagerado afirmar que estamos a convergir com a média da Zona Euro.

O primeiro ministro António Costa gosta de se gabar que estamos a convergir com a ZE.

Esta afirmação é baseada olhando apenas para meia dúzia de anos quando se verifica o que esse mesmo António Costa afirmava para os anos 2013, 2014 e 2015 do governo de Passos Coelho "Caímos tão baixo que só um governo totalmente inapto não conseguiria que crescêssemos" (de memória). Hoje estamos ao nível de 2007!

Começando, em 1975 estávamos com  48,9% e chegamos a 1985 com 48,1%, a década revolucionário foi de redução ligeira.

Veio o Cavaquismo em 10 anos aumentamos de 48,1% para 57,8%, uma convergência de 1 ponto percentual por ano.

Com Guterres ainda conseguimos convergir (até 1999, altura em que entramos no Euro) até 60,9% mas, desde então, a tendência é de divergência.

Interessante estarmos hoje exactamente como o Cavaco Silva nos deixou, com 58% da média da Zona Euro!!!!!!!!!!

Desde então, durante 21 anos de políticas de direitos, nada foi conseguido.


Fig. 1 - Evolução do PIB per capita português em relação à Zona Euro (Banco Mundial)

Se não convergimos, então, crescemos tanto como a média.

Pois é verdade mas o problema é que a Zona Euro tem crescido muito poucochinho.

Mais uma vez, querendo-se afirmar como o continente dos direitos dos trabalhadores, do combate às diferenças sociais, dos comboios e do combate ao CO2, não há incentivos para que o empreendedorismo possa surgir de forma a fazer a economia crescer.

Foi alguma vacina contra o Corona desenvolvida na ZE? Não.

Há alguma fundição de fabrico de processadores na ZE? Não.

Há alguma empresas de design de processadores na ZE? Não.

Será alguma empresa da ZE que está a meter cabos submarinos de comunicações? Não.

Será alguma empresa da ZE que está a meter satélites? Não.

Mesmo com subsídios monstruosos às empresas públicas, nada sai dali que não seja prejuízo.

Estão a ver o problema? Somos a luz do mundo mas não somos luz LED.

Fig. 2 - PIB per capita português (Banco Mundial)

Nos 10 anos de Cavaquismo, o nosso nível de vida aumentou 43%, uma média de 3,7%/ano. Nos 25 anos seguintes, aumentou 26%, 0,9%/ano. E se descontarmos os primeiros 4 anos da continuação do Cavaquismo, nos últimos 21 anos crescemos quase nada, 0,4%/ano.

No Cavaquismo a nossa economia cresceu 8,5 vezes mais do que nos últimos 21 anos nos quais a grande maioria tivemos governos socialistas/esquerdistas.


O problema é que apenas o "neoliberalismo" nos pode fazer crescer.

Quando eu ouço os "grandes economistas" a falar que Portugal precisa de reformas, dizem umas generalidades mas nunca falam no que de facto influencia o crescimento: o desmantelamento do Estado (a começar pelo fim das empresas públicas) e a desregulamentação do mercado de trabalho.

Bem sei que custa não ter garantia de emprego, mais eu que até sou funcionário público daqueles que não fazem nada (sim, confesso-me). Mas sem dar liberdade à entidade empregadora para pagar o salário que quiser (e o empregado aceitar) e de despedir quem e quando quiser, a economia não cresce.


Gastam-se rios de dinheiro na escolarização mas a economia não cresce.

Reparem bem como os nossos decisores políticos são mentecaptos.

Falam que a escolaridade é o principal motor do crescimento económico.

A população portuguesa tem mais e mais escolaridade.

No entanto, a economia não cresce.

Algo está errado e, no entanto, não perguntam, nada investigam, nada muda.

Temos que reverter as políticas neoliberais, consolidar as conquistas sociais, combater os neoliberais e continuar em frente.


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