terça-feira, 6 de setembro de 2022

O pacote anti-crise do Costa está errado mas o da oposição também está.

Há muitos anos tive uma cadeira que se chamava Estratégia.

Não me lembro grandemente do que lá aprendi mas o pouco que me lembro é importante: 

Tal como o capitão do navio em mar alterado consultar repetidamente o seu destino (não basta garantir que o navio está a andar), os governantes precisam repetidamente recordar quais são as funções do Estado.

Parece que há um pensamento atribuído ao Confúcio que condensa isso da "missão", "Não vale a pena correres se não sabes para onde precisas de ir".

O Costa (e a oposição) vai dar dinheiro às pessoas sem saber o que procura o Estado fazer.


Os recursos do Estado são cobrados de uns e entregues a outros.

O Costa não inventa "dinheiro", retira impostos, taxas e taxinhas a uns e dá subsídios, subvenções e auxílios a outros.

Esta função do Estado diz-se "redistributiva" e, em tese, retira mais aos ricos e entrega mais aos pobres. A função redistributiva existe porque alguém identificou que há uma tendência na Economia de Mercado para que os mais ricos fiquem mais ricos (e mais escolarizados) e os mais pobres (e menos escolarizados) fiquem mais pobres. Se não houver a função redistributiva do Estado, geração após geração, os filhos dos ricos e com mais escolaridade serão mais ricos e com mais escolaridade e vice-versa.

Por questões filosóficas (somos todos humanos) ou práticas (numa sociedade com grandes diferenças socio-económicas há mais violência), todos aceitamos que o Estado deve combater, em maior ou menor grau, a disparidade de rendimento das pessoas.


Será que dar 125€ a todos os português retirados de todos os portugueses vai resolver alguma coisa?

Não percebo a lógica mais que não seja propaganda.

As finanças mandam-me uma carta a dizer "Tem de pagar 1000€ hoje, tecle 123456789 no multibanco" e manda-me outra carta a dizer "O Estado deu-lhe 1000€, tecle 987654321 no multibanco para os receber".

Grande anúncio do Costa a dizer que me deu 1000€ mas, no final, não recebi nada porque fui eu quem paguei os 1000€.


Esses 125€ que vão para os contribuintes vêm dos contribuintes!

Em vez de dar 125€ a todos, o que se traduz em mais 600 milhões€ a pagar em impostos, dava apenas  aos que precisa, aos mais pobres, o que se seria realmente redistribuição.

Esse 125€ e todos os subsídios que vão ser dados sem olhar a quem abranger pessoas que não precisam, gastam isso num jantar, e que vão ser elas a pagar isso nos impostos.

Nada é gratuito, tudo tem de ser pago pelo contribuinte, isto é, pelos portugueses.


Vejamos as contas da CARRIS que diz que as viagens são grátis.

Peguei no relatório e contas de 2020 e concentrei-me em 2019 já que 2020 foi um ano anormal.

Os "Custos das Vendas" foram 104 milhões € e foram percorridos 490 milhões km x passageiro o que dá um custo de 0,214€/km (a viagem média tem 3,51 km e tem um custo de produção 0,75€) 

Uma trotinete custa 300€, dá para fazer uns 7500km o que dá 0,04€/km. Os custos de electricidade anda nos  0,005€/km a que se acrescenta 0,01€/km para manutenção (totaliza 0,55€/km).

Isto traduz que o custo da trotinete é 75% menor que o custo do transporte público.

Pode ser aborrecido quando chove mas é muito melhor andar de trotinete (não tem horário, vai de casa até ao destino e não é preciso esperar nas paragens) do que de autocarro.


Agora vai a pergunta.

Se se perguntar a um jovem "Pagas 0,75€ no autocarro ou 0,20€ de trotinete" que meio de transporte acham que o jovem vai preferir?

Claro que dizendo ao jovem "andas de graça no autocarro" escondendo que tem um custo de 0,22€/km, o jovem tem de andar de autocarro e assim ficar justificado o que não tem justificação.


Nos últimos 5 meses fiz 1800km de trotinete AOVO PRO.

Está como nova, não apresentando qualquer desgaste aparente. Havia quem dissesse "Essa marca branca, ao fim de um mês já não anda" mas não é verdade. Já tive um acidente (por minha má cabeça), deixei-a cair muitas vezes, andei por estradas e caminhos impróprios e mantém-se impecável.

E da minha experiência penso que quem faz as ciclovias por esse portugal fora nunca andou de trotinete.


Como deveriam ser as trotevias.

1 = Devem ser ao mesmo nível da estrada e apenas deve haver um traço contínuo (a linha de guia) a separar a estrada da trotevia (os pinos só servem para derrubar as trotinetes).

2 = O óptimo será ter pelo menos 1,00 metros mas basta ter 0,50 metros para não ser necessário estorvar os automóveis.

3 = Os carros têm de ter cuidado redobrado e facilitar pois cada trotinete na rua é menos um carro a estorvar. E lembrarem-se que quanto mais selvagens forem enquanto automobilistas, mais largas têm de ser as trotevias (e mais estreitas as vias destinadas aos automóveis)!



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