Uma coisa é o André Ventura dizer coisas irrealizáveis.
Isto porque o próprio diz que "é a minha ambição" e remata com "demito-me de primeiro-ministro" e ri-se.
Pensar grande, sonhar Portugal como a super-potência do século XXII, dar asas à imaginação vem da esperança da Bíblia e de ouvir muito John Lennon:
Imagine there's no heaven, it's easy if you try, no hell below us, above us, only sky;
Imagine all the people livin' for today;
Imagine there's no countries, it isn't hard to do, nothing to kill or die for and no religion, too;
Imagine all the people Livin' life in peace.
Outra coisa é os sábios economistas que aconselham o Montenegro como quem guia um cego.
Dar tudo a todos depende de a economia passar a crescer um mínimo de 3.4%/ano.
O primeiro problema é que a economia já não cresce 3.4%/ano DESDE O 25 DE ABRIL DE 1974.
Entre 1974 e 2001, na média de 26 anos, mesmo com farturinha de fundos europeus e os 10 anos do Cavaco Silva, Portugal cresceu 3,1%/ano.
Desde 2001, na média de 22 anos, crescemos 0,8%/ano e, agora, de um momento para o outro, vamos crescer como já não crescemos há mais de 50 anos.
Acham que estas previsõe podem ter sido feitas por quem sabe economia?
O segundo problema é a inflação!
Em 2022-2023, como apareceu inflação não antecipada, os salários não ajustaram o que fez com que a economia tivesse um comportamento mais positivo do que o se antecipava. Este crescimento da inflação fez com que a receita fiscal aumentasse mais do que a despesa fiscal o que fez com que em 2023 há um superavit das contas públicas e que a dívida pública tivesse reduzido (foi equivalente a os credores terem perdoado 15% da dívida pública).
Mas isso acabou e em 2024 e anos seguintes vai acontecer o efeito contrário, os funcionários públicos vão reclamar por subidas de salários superiores à inflação e a receita pública não vai aumentar.
O terceiro problema é que não se diz como as medidas vão impactar o crescimento económico!
Dizem palavras redondas como "custos de contexto", "custos de burocracia", "bloqueios institucionais", "combate à economia não registada" mas nunca é dito quais são estes custos e bloqueios e a evidência que mostra que, reduzindo esses custos que nunca é dito quais são (dispara-se com "quem lida com os problemas, sabe do que eu estou a falar"), a economia cresce mais.
Será que a Nossa Senhora de Fátima vai voltar a Portugal?
O problema é que a Nossa Senhora de Fátima veio a Portugal em 1917 e prometeu que ia acabar com o comunismo na Rússia.
Mas isso só acabou em 1991, decorridos 74 anos, e ainda agora, aquilo é uma democracia muito deficitária.
Se Montenegro chama a NS de Fátima em 2024, vamos ter o crescimento de 3.4%/ano em 2098!!!!
E eu sou insuspeito.
É que eu sou um direitistas das 24 costelas e que os esquerdistas repatriados para a Sibéria.
Mas não é com coisas destas que vamos conseguir fretar o avião.
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