A Economia começa na produção.
Quando falamos em Economia estamos a falar da produção de bens e serviços.
Para haver produção tem que haver, obrigatoriamente, disponibilidade de 3 coisas: recursos naturais (petróleo, água, terra), capital (máquinas, instalações, "patentes") e trabalho.
Por um lado, se não houver recursos naturais, capital ou trabalho, um apenas destes factores de produção, a produção será obrigatoriamente zero.
Por outro lado, a produção aumenta apenas quando aumenta pelo menos um dos factores de produção.
A produção permite o consumo.
Apenas pode haver consumo se, previamente, houver produção. Esta ideia parece intuitiva mas não é aceite pelos esquerdistas, por exemplo, nem pela Isabel Camarinha da CGTP nem pelo professor catedrático de economia Loução!
Os esquerdistas confundem as pessoas (penso que a sua mente, ela própria, está confundida, como a mente do Zé Carlos, meu vizinho, que é esquizofrénico e a quem faço "terapia"). Assim, confundem "rendimento do trabalhador" com a disponibilidade na economia de bens e serviços.
Dizem os esquerdistas que "se os salários aumentarem, a produção aumenta". Apesar de isto ser verdade, apenas acontece em termos nominais, isto é, são os preços que aumentam e não a quantidade de bens e serviços que as pessoas têm disponíveis.
Vamos olhar para a Venezuela, da qual os esquerdistas nunca falam:
Ao produzir 1000 unid/dia vendidas ao preço de 10$/unid, a produção total é de 10000$/dia. Esta produção vai ser repartida entre salários e lucros. Vamos supor que o lucro das empresas é zero. Neste caso, os salários serão 10000$/dia. As pessoas vão pegar nos 10000$/dia e, com esses dinheiro, comprar os 10000$/dia da produção.
De repente, o governo obriga as empresas a duplicar os salários. Não havendo alteração na produtividade (são o mesmo capital, o mesmo recurso natural, o mesmo trabalho), vão continuar a ser produzidas 10000Unid/dia mas o preço tem que aumentar para 20$/unid para o lucro continuar nulo (não pode haver prejuízo pois, neste caso, as empresas fecham). Assim, a produção (em termos monetários) duplicou para 20000$/dia mas a quantidade mantém-se a mesma.
Vamos supor que o aumento dos salários aumentava a produção em quantidade.
Neste caso, não haveria países pobres já que qualquer governo pode, por decreto, obrigar a que os salários aumentem.
Vamos ainda pensar que isso era verdade mas apenas em Portugal. Neste caso, os esquerdistas que nos desgovernam duplicavam todos os anos os salários que controlam, isto é, os dos funcionários públicos. Não seria perfeito mas ajudava a fazer crescer a nossa economia que não sai da cepa torta.
Será que apenas o salário dos privados faz crescer a nossa economia?
É uma pergunta que deixo aos sábios esquerdistas.
O Capital surge de um processo de acumulação.
Para este ano termos capital, foi preciso investir no passado. Assim, o capital que existe hoje é igual ao capital que havia o ano passado mais o investimento (e menos a depreciação).
E para poder haver investimento tem que haver, em exacta quantidade, poupança. Esta igualdade, perfeitamente reconhecida como uma igualdade contabilística a que não se consegue fugir, é negada pelos esquerdistas que pensam que pode haver investimento sem haver poupança.
Esta ideia esquerdistas de que podemos ter investimento sem haver poupança é uma aberração da natureza. E maior aberração é que isto ensina-se nas faculdade de economia do nosso país como verdade sob o nome de "multiplicador keynesiano do investimento autónomo".
Fig. 1 - Na Economia, o capital actual é a soma de todos os investimentos do passado.
Em tempos ensinei economia numa licenciatura em jornalismo.Ensinar ensinei mas sem qualquer resultado, fui saneado por corromper a juventude (bem, alegadamente, por ser racista, xenófobo, misógino, falsificador de documentos, praticar crimes informático, fraude e evasão fiscal e ainda ter empresas em offshores).
Sem qualquer resultado não, como dizia a minha mãezinha que Deus lá a tem, pagaram-me pontualmente.
Para explicar que a poupança tem que ser igual ao investimento é preciso uma economia simples.
Imaginemos um jovem com 18 anos.
A jovem tem duas opções:
1) Vai trabalhar durante 50 anos com um ordenado de 700€/mês.
2) Vai estudar durante 5 anos e, depois, vai trabalhar 45 anos.
Vamos supor que estudar é, em termos de sacrifício e despesa, igual a estar a trabalhar.
Ao estudar, o jovem vai pegar em 5 anos de trabalho e acumulá-los na sua mente. Como é um processo de acumulação e vai durar mais de 1 ano, trata-se de capital (humano).
A jovem vai ter que "poupar" 5 anos de trabalho e "investir" exactamente estes 5 anos em capital humano.
Não é possível investir 1h em "tempo de estudo" sem poupar 1h em "tempo de trabalho".
Em termos monetários, esta poupança e investimento é de 700*14*5 = 49000€.
Este investimento vai ser amortizado em 45 anos pelo que, para o investimento ser "lucrativo", o incremento no salário induzido pelos estudos tem que ser maior que 77,78€/mês.
A rentabilidade do investimento é medido como a taxa de juro que faz o resultado igual ao investimento. Se, por exemplo, a aluna com estudos vai ganhar 900€/mês, a remuneração do investimento em capital humano será de 3,7%/ano.
Imaginemos um agricultor.
Pode trabalhar 10 h/dia a tratar das plantas ou "poupar" 2h/dia e investir esse tempo a melhorar o canal de rega que vai, no futuro, aumentar a produtividade de cada hora aplicada a tratar das plantas.
Se "poupar" 2h/dia, vai este ano consumir menos plantas mas, no futuro, a sua economia vai crescer porque com o sistema de rega, em 10h/dia vai conseguir produzir mais plantas.
O modelo de crescimento económico de Ramsey (ver). Este modelo é já de 1928 pelo que os negacionistas de esquerda não podem dizer que nunca ouviram falar disto. Este modelo está representado na Fig. 1:
(1) Produção(t) ⟽ Função.monotona.crescente(Capital(t), Trabalho(t))
(2) Consumo(t) + Poupança(t) ⟽ Produção(t)
(3) Investimento(t) ⟽ Poupança(t)
(4) Capital (t+1) ⟽ Capital (t) + Investimento (t) - Depreciação (t)
A seta traduz uma igualdade mas que tem causalidade, isto é, a relação não pode ser invertida.
Os esquerdistas confundem a equação (1) que traduz a produção com a equação (2) que traduz a distribuição. Assim, invertem a expressão afirmando que
Produção(t) ⟽ Consumo(t) + Poupança(t).
Logo, concluem os esquerdistas, quanto mais consumirmos, "mantendo a poupança", maior será a produção.
Nem percebo como há países onde se passa fome, era só aumentar o consumo!!!
A economia só cresce se Capital (t+1) > Capital (t), isto é, se houver poupança que dê origem a investimento maior que a depreciação do capital.
Infelizmente, em Portugal, Nos últimos 10 anos, o investimento líquido foi ZERO.
Fala-se muito que "a poupança das famílias está a bater recordes" mas esquecem de dizer que essa poupança vai directamente para a despesa do estado que está a bater recordes. De facto, as pessoas estão a emprestar ao Estado para que este gaste.
Em 2019 a poupança das famílias foi de 7,3% do PIB e o saldo público de +0,2% do PIB o que soma um total famílias+Estado de 7,5%.
Em 2020 a poupança das famílias foi de 13,1% do PIB e o saldo público de -5,7% do PIB o que soma um total famílias+Estado de 7,4%.
Assim, o aumento da poupança das famílias foi TOTALMENTE absorvido pelo défice público e ainda faltou um bocadinho.
No "antigamente", todos os anos a quantidade de capital aumentava 12,3% do PIB por ano. Em 2000 começou a cair de forma significativa e, nos últimos 10 anos, tem sido a estagnação total, um "aumento" de 0,0% do PIB por ano.
Sem poupança não pode haver aumento de capital,
Sem aumento de capital não pode haver crescimento económico!
Fig. 2 - Evolução do investimento líquido da depreciação em Portugal 1970:2020
(Dados: Banco Mundial)
O IRC deveria pura e simplesmente acabar.
Nos últimos 10 anos, o IRC rendeu aos cofres do estado 5300 M€/ano. PArece muito dinheiro mas é apenas 5,3% da despesa pública e 2,5% do PIB.
Imaginando que o fim do IRC ia aumentar o investimento e o crescimento do PIB, recuperava-se esses 2,5% do PIB muito rapidamente no IVA, IRS e demais impostos.
Mas os esquerdistas odeiam as empresas e os lucros!
A Irlanda praticamente 12,5% de IRC e ainda dá desconto ao investimento pelo que fica praticamente em zero.
Até 1990, o nosso PIB per capita era de 65% do Irlandês. NEste momento estamos a pouco mais de 25%.
Deveria dar que pensar mas não dá. Os esquerdistas só falam em "Panamá papers", "Pandora Papers", offshores e em tributar cada vez mais e mais as empresas.
É que não havendo pobres e ignorantes, deixa de haver esquerdistas, deixa de haver quem acredite que é possível dar tudo a quase todos para todo o sempre cobrando impostos aos poucos outros, ao grande capital e aos especuladores.
Fig. 3 - Evolução do PIB per capita português em comparação com o irlandês 1970:2020
(Dados: Banco Mundial)
1 comentários:
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