quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Os "humoristas" que confundem humor com bullying

A gente pequena acha que sabe tudo e daí maltratam e humilham os outros.

Esta frase, dita pela Luciana Abreu, responde a uma crónica (que não ouvi porque me recuso a ouvir lixo) da Joana Marques que se auto-intitula como humorista.

Nestas crónicas, a Joana gosta de atacar pessoas de forma suína, pensando que está a fazer humor.

Mas não é só ela, eu próprio já fui atacado por um fulano qualquer numa crónica que fazia na rádio.

Será que estas pessoas não sabem que fazer "humor" atacando os outros é bullying?


Eu sou vítima de bullying.

A minha mãe cultivou em mim a ideia de que tenho direito a ser diferente. Mas no nosso Portugal, decorridos quase 50 anos de alguém ter conquistado para nós o direito de sermos livres, esse direito não existe. Sim, em Portugal vende-se sempre a ideia de que o que temos de bom  foi-nos dado por algum herói da esquerda, mesmo que seja um assassino em série condenado, e o de mau "é culpa do Passos Coelho e das suas políticas neoliberais".

Só somos livres quando tivermos a liberdade de ser diferente, seja essa diferença física, religiosa, política, desportiva ou de qualquer outra espécie sendo tratados, nas outras partes, como se fossemos iguais.

O que quero dizer com isto é que se sou estudante, e insultei o professor, na parte da nota tenho que ser avaliado como se o tratasse bem (como os outros) sendo que o "insulto" tem que ser resolvido noutro local, em sede disciplinar.

Se eu sou um médico, professor, calceteiro ou coveiro competente, não posso ser prejudicado na minha profissão porque  fumo, sou gordo, cigano, testemunha de Jeová, africano, velho, homossexual ou manco.

"The most important kind of freedom is to be what you really are." (Jim Morrison)


Todos nós, onde eu me incluo, somos e fomos vítimas de bullying (e também somos agressores) e, ao rirmos quando alguém goza com a "gorda que parece a Miss Piggy" ou o "baixote que parece o Topo Gigio", estamos a colaborar com a cultura da agressão.

As crianças não têm "travões" à crueldade, sendo preciso que os adultos dêem o exemplo. Quando são os adultos, auto apelidados de "humoristas", que usam o bullying para "fazer humor", a sociedade está perdida.

Quando uma pessoa tem um emprego e não nos atribuem nada para fazer e nos mandam para casa para nos darem "insatisfação", também é uma forma de bullying.


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