Os países pobres são governados por negacionistas.
Os negacionistas da ciência de esquerda pensam que os preços é uma decisão administrativa. Pensam eles, no centro da sua cabeça cheia de ar e vento, que descendo os preço (e subindo os salários), logo toda a gente fica a viver melhor.
Mas a ciência económica diz e prova que o preço é apenas o equilíbrio entre os custos de produção e o valor que os consumidores dão ao bem. Assim, se os custos aumentam, o preço tem que aumentar de forma a garantir a viabilidade das empresas.
Claro que temos a TAP, os comboios, ... e a EFACEC.
Estas empresas vendem o bem que produzem abaixo do preço de custo o que, para continuarem em laboração, obriga a que o contribuinte meta lá dinheiro, impostos.
A EFACEC, pensavam os nossos governantes porque são vazios de raciocínio, era uma "empresa muito competitiva" mas apenas porque vendia abaixo do preço de custo, acumulando ao longo dos anos prejuízos e dívida. Se a General Electric produz um transformador por 1000€, apresenta-se aos concursos com o preço mínimo de 1050€. Já a EFACEC, onde esse mesmo transformador custa 1200€, apresenta-se ao concurso com um preço de 1000€ e ganha o concurso. É, aparentemente, mais competitiva que a GE mas, sabe-se agora, quem vai pagar os 200€ de prejuízo é o Zé Contribuinte.
Se as empresas são públicas, o Zé Contribuinte mete lá impostos porque são sempre "o maior exportador" e "estratégicas". Se são privadas, "o capitalismo está podre", é preciso "meter o grande capital na cadeia e avançar com as verdadeiras políticas de esquerda".
Os preços da energia têm aumentado e não é por causa da taxa de CO2.
Nós, portugueses, temos um problema: a generalidade das pessoas que aparecem na comunicação social não entende nada (nem acredita) na ciência económica.
Vamos supor que os preços da energia estavam a aumentar por causa do aumento da taxa de CO2. Neste caso, estávamos perante um "choque adverso na procura" o que levaria obrigatoriamente a que, na origem, isto é, na cotação do carvão, os preços estivessem a diminuir.
Mas o que se observa é que a cotação do carvão está a subir e muito. A tendência de longo prazo do preço do carvão é de 90USD/ton e em Abril passado começou a subir e já está a 240USD/ton, um aumento de 165% em apenas 7 meses.
O preço do carvão é um "sintoma" num mercado interligado.
Falo do carvão porque Portugal já não consome um único quilograma de carvão, em Portugal não há margens de comercialização, lucros do grande capital nem impostos sobre esta mercadoria.
Tudo é energia, isto é, são tudo bens substitutos, pelo que o preço de todas as fontes de energia comporta-se no mesmo sentido. Sobe ao mesmo tempo o carvão, o petróleo, o gás natural, a madeira e a electricidade.
Se alguém usa carvão e este sobe de preço, passa a usar petróleo, electricidade ou madeira. O reforço da procura faz o preço aumentar (porque a oferta é fixa no curto prazo).
Porque será que o preço da energia está a aumentar?
Como se observa o aumento do preço da energia e as quantidades utilizadas, estamos em presença de um reforço da procura, não aqui mas do outro lado do mundo, na Ásia.
Um aumento da procura na Ásia, esgota o mercado de "matérias primas" o que leva a que tenhamos que pagar mais para competirmos com os asiáticos.
Simples mas que ninguém quer interiorizar, pensam que é um problema das margens, dos impostos, do grande capital ou do CHEGA.
O Costa seguiu o exemplo do Líbano.
No Líbano são mais pobres do que nós, têm um poder de compra que é cerca de metade do nosso (15 contra 35, em PIBpc ppc). Sendo mais pobres do que nós, pensa o "costa" de lá que não podem pagar a electricidade ao preço que nós pagamos. Então, por lá, o "costa" obriga a que a "edp" de lá venda a electricidade a 0,015€/kwh (quando nós pagamos 0,16€/kwh).
O resultado? Não há electricidade, as empresas produtoras e distribuidoras foram todas à falência.
Fig. 2 - Quem quiser electricidade que compre um gerador a pedais.
Se os libaneses fossem governados pelo Professor Catedrático Doutor Mestre Loução, a solução seria nacionalizar os produtores e distribuidores de electricidade e, depois, fazer daquilo uma espécie de TAP portuguesa. O problema é que por lá já não há Zé Pagantes que paguem mais e mais impostos para meter nas empresas "estratégicas".
"5.2.2. ENERGIA
O Bloco [de Esquerda] compromete-se com uma política de nacionalização do setor da energia, para impedir a desregulação e a ineficiência, garantindo o controlo público sobre as empresas do setor. Assim, o capital público deve voltar a ser maioritário na Galp, na EDP e na REN. A coordenação dos planos de investimento e desenvolvimento do setor energético deve ser garantida por uma Autoridade Nacional da Energia." (BE, Manifesto para as Legislativas, 2015)
Se não há, temos que consumir menos.
Vamos supor que, nos anos passados, a produção de energia era de 100, o preço de 1 e o consumo na Ásia era de 40 e no resto do mundo, 60.
De repente, o consumo na Ásia aumenta para 80 ficando apenas 20 para o resto do mundo. O preço vai disparar para fazer aumentar o nível de produção (para 110), e diminuir o consumo na Ásia (para 65) e no resto do mundo (para 45).
Vamos supor que o resto do mundo pretende que continuemos a usar 60. Neste caso, o preço vai aumentar ainda mais para garantir que a produção aumenta ainda mais (para 120) e o consumo da Ásia diminui para 60.
Será que a nossa economia, isto é, os impostos que depois vamos pagar para subsidiar o consumo de energia, aguenta?
Não. É preciso deixar o preço aumentar de forma a que as pessoas passem a consumir menos energia.
Mas não é isto que querem os "verdes"?
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