A nossa sociedade fechou na sexta-feira 13 de Março.
Na altura havia cerca de 50 novos casos por dia, com tendência crescente a uma taxa de 28,5%/dia o que traduzia que o número de infectados duplicava a cada 3 dias.
O vírus Corona-19 é terrivelmente contagioso, tanto como os primos que causam a constipação (resfriado no Brasil), só que as consequências em termos de mortalidade são terríveis.
Dada a perigosidade do vírus, a inexistência de tratamento e o facto certo de que se nos mantivermos todos fechado, sem contactar com mais ninguém, durante 8 semanas, o vírus desaparece da face da Terra, fechou-se tudo prometendo que iria tudo acabar em menos de 3 meses.
Apesar de anunciarem 14 dias, de facto, ainda esta semana surgiu um foco em Câmara de Lobos causado por uma pessoa que só teve sintomas ao fim de 30 dias de ter chegado à Ilha da Madeira.
Esta estratégia é usada com total sucesso pelos criadores de animais (que ficam confinados no curral).
A estratégia de Koch.
A segunda estratégia de combate ao Corona-19 é a proposta por Robert Koch nos anos 1880 para combater a cólera na Índia.
Assim que se detecta uma pessoa com a doença, identificam-se e isolam-se durante 8 semanas todas as pessoas que tiveram contacto com essa pessoa.
Esta mesma estratégia foi usada para, juntamente com a vacina, irradicar a Varíola da face da Terra.
Não são precisos testes é preciso é quarentena.
Nos anos 1880 não havia testes para saber se a pessoa tinha cólera, apenas os sintomas.
Isolava-se a aldeia até que decorressem algumas semanas sem haver qualquer novo caso de cólera.
Esta coisa dos testes ao Corona-19 que custam mais de 100€ cada não serve para grande coisa pois falha muito nas pessoas que não têm sintomas, espalhando falsos negativos na sociedade.
Pura e simplesmente, assim que se identifica que existe uma probabilidade razoável de uma pessoa tevr tido contacto com um contaminado, tem que ficar em quarentena pelo menos 6 semanas e não 14 dias.
O que se verifica é que chegando uma pessoa contaminada a um hospital, vai-se ao lar de idosos ou ao hostel onde ele vive e estão lá mais 30 ou 40 contaminados ainda sem sintomas.
Disse-se que o vírus era tão perigoso que
agora é difícil justificar a reabertura da sociedade.
Disseram e dizem cobras e lagartos de quem defendeu desde a primeira hora que não se pode fechar toda a sociedade que agora não têm forma de desdizerem-se.
Então, agarram-se a pequenas coisas ditas "pelos especialistas" para justificarem o injustificável:
O fecho da sociedade porque o vírus era terrível e, agora, a abertura quando o vírus continua cada vez mais vivinho e com saúde.
Essa coisa é o r, a taxa de transmissão que, usado na engenharia nuclear, traduz quantas pessoas um contaminado vai infectar.
Se o r for maior do que 1, o sistema é super-crítico e é o que acontece numa bomba nuclear.
Se r for 1, o sistema é critico e é o que acontece nos reactores nucleares.
Se f for menor do que 1, o sistema é sub-crítico e é o que acontece nos resíduos radioactivos que, ao longo do tempo, vão "arrefecendo".
Vamos aos dados.
A DGS disse que o r português está em 0,91 o que traduz que 100 infectados que caiam do Céu, antes de ficarem curados, infectam imediatamente 91 "locais". Como estes locais infectam outros 81 que infectam ... o surto só acaba ao fim de 280 dias ( um total de 56 ciclos de infecção) com um total de 100/(1-0,91) = 1111 infectados.
Olhando para os dados e sabendo que medeia aproximadamente 15 dias entre o dia da infecção e o dia em que o teste é positivo, o efeito do confinamento apenas fez efeito a partir do dia 28 de Março. Foi isto que aconteceu na China e na Coreia do Sul.
Olhando para os dados da DGS, lá está o dia 28 de Março como o dia de pico, isto é, o dia em que o confinamento começou a mostrar o seu resultado.
O problema é que na Coreia do Sul, em confinamento, o r é de 0,40 (a queda é de 21%/dia) enquanto nós temos um r de 0,91 (a queda é de apenas 1,93%/dia).
Sendo que nós e a Coreia do Sul atingimos ambos um máximo próximo de 1000 casos por dia, ao fim de duas semanas de confinamento a Coreia teve 100 novos casos e nós tivemos 650 novos casos.
Estendendo a previsão para o dia 4 de Maio, dia em que foi anunciada a abertura parcial das escolas secundárias, universidades e lojas, vamos ter 400 novos casos nesse dia, 7 vezes o número de casos que tivemos no dia em que, "atendendo à gravidade do vírus", o governo mandou fechar tudo.
Fig. 1 - Evolução do número de novos casos por dia e r antes e depois do fechamento (Portugal, dados DGS). O dia zero é o dia do fechamento, sexta-feira 13 de Março 2020.
É um erro a Espanha já estar a desmantelar hospitais de campanha.
É o mesmo porreirismo que levou a que a Espanha tenha 200 mil positivos e 21 mil mortos.
E também é errado que o nosso governo se contente com termos 500 novos ventiladores.
Sendo o r antes do fechamento 3,5 e 0,91 com tudo fechado, alguém acredita que se vai manter abaixo de 1 quando a sociedade abrir?
Eu não acredito.
O que vai acontecer é que, abrindo as escolas no dias 4 de Maio, passados 15 dias, no dia 19 de Maio, o número de positivos vai outra vez começar a aumentar (foi o que se verificou na China).
Mesmo que os cuidados das pessoas façam com que tenhamos um r de 1,6 de que resulta uma taxa de re-crescimento de 10%/dia (que é metade da observada na China) e mesmo que tudo volte a fechar no dia 27 de Maio, como as pessoas já foram infectadas nas 3 semanas anteriores, vamos chegar a 11 de Junho com 2500 novos infectados por dia, quase o triplo dos que tivemos no pico de 28 de Março.
Fig. 2 - Com a abertura parcial, prevejo um novo pico no dia 11 de Junho
O que podemos fazer?
Temos que alterar substancialmente a organização da nossa sociedade.
Radicalmente.
Vou dar apenas algumas ideias.
Infantários e ensino básico.
O problema das crianças e jovens é infectarem os pais.
Então, tem que ser como na tropa em que os soldados estão fechados no quartel e são todos novos.
As crianças, funcionários e docentes têm que ficar em internamento e os funcionários e docentes têm que ter menos de 50 anos (de preferência, menos de 40 anos) e ser saudáveis .
Nas escolas será então preciso fazer alojamento para todos, alunos, funcionários e professores.
Uma vez começando o ano escolar, as crianças, funcionários e professores vão para lá e só saem no fim do ano.
No principio do ano até pode haver uma contaminação generalizada mas, como não causa problemas às criancinhas, no fim do ano quando voltarem a casa, nem vai ser preciso quarentena pois na escola já não haverá casos novos há muitos meses.
E se as férias durarem menos de 3 meses, quando voltarem à escola, a maioria das pessoas ainda terá algum grau de imunidade.
Os professores, se começarem a trabalhar aos 18 anos, ainda enquanto estudam, e terminarem aos 50 anos, têm uma reforma de 1/3 do salário médio e, se quiserem mais, arranjam outro emprego.
Não será muito diferente das modelos ou dos futebolistas.
As universidade é um problema muito mais grave!
Os professores são muito velhos, as turmas são muito grandes (eu tenho uma turma com 126 alunos!) e os alunos não param quietos, andam toda a noite como cães danados.
A vantagem é que a maior parte dos alunos não precisa ir às aulas.
Vai ser preciso resolver as disciplinas mais descritivas com apontamentos, vídeos e apoio à distância e fazer turmas práticas pequenas.
E salas com muita ventilação.
Não é só nos hospitais, vai ser preciso acabar com o aquecimento para meter ventiladores à força toda nos espaços comerciais e nas salas de aula de forma a mandar rapidamente todo o ar para o exterior.
Até deve haver nas salas de aula um botão de emergência em que, no caso de alguém espirrar, accionar tal puxança de ar que os perdigotos vão todas sala fora em poucos segundos.
Interessante que fui no outro dia ao Continente da minha terra e verifiquei que os ventiladores estão no máximo.
Pessoas inteligentes.
Contador de pessoas.
Os espaços comerciais têm câmaras para controlar os roubos.
Essas câmaras têm que passar a contar as pessoas que estão dentro da loja de forma a controlar a densidade de pessoas. Não é nada que já não se faça nos parques de estacionamento.
Em vez de máscaras, caixotes para espirrar.
Quando uma pessoa tem uma máscara e espirra, sai uma enormidade de perdigotos.
Tem que haver caixas para onde a pessoa possa tossir ou espirrar e que garanta que não sai nem um perdigoto.
No último dia que houve aulas, uma aluna chegou atrasada e eu, para ter graça, perguntei se o metro tinha tido um furo. Ela disse "Pior do que isso, uma pessoa espirrou, ficamos todos sem respirar e, quando o comboio parou na estação seguinte, saímos todos e ficamos à espera do comboio seguinte.
É preciso o caixote e uma ventilação que tire o ar de dentro do comboio em menos de 5 segundos.
Já pensaram qual vai ser o futuro da Ilha da Madeira?
Reparem bem.
A Madeira recebia cerca de 4800 turistas por dia, dormindo lá diariamente cerca de 30 mil turistas.
O que irá acontecer à economia da Madeira sem estes turistas?
Vamos acreditar no "milagre português" do presidente Marcelo de que isto vai tudo acabar não demora muito?
Eu não acredito nisso nem um bocadinho.
A Europa já tem mais de 100 mil mortos e os USA 40 mil.
Eu já estou a pensar como o Trump!
Alguém acredita mesmo que a China tem 4632 mortos?
Alguém acredita mesmo que o Irão tem 5118 mortos?
Alguém acredita mesmo que a Rússia tem 361 mortos, a Bielorrússia 47 e a Ucrânia 141?
Alguém acredita mesmo que a Índia tem 519 mortos, o Bangladeshe 91 e o Afeganistão 32?
Alguém acredita mesmo que a África do Sul tem 52 mortos e a Nigéria 19?
Alguém acredita mesmo que Angola tem 2 mortos e Moçambique zero?
Alguém acredita mesmo que a Coreia do Norte e o Vietname não têm nenhum morto?
Alguém acredita mesmo que em Maio vamo-nos ver livres do Corona-19 para sempre?
Alguém acredita mesmo que não vem ai austeridade da pesada?
Eu acredito porque o Costa há-de-lhe arranjar um nome bonito.
Como a bazófia do Centêno malhava no Passos Coelho por falhar as metas e ter necessidade de fazer Orçamentos Retificativos, agora não é falhar as metas é "re-centrar os objectivos estratégicos" nem é fazer orçamentos retificativos é fazer "orçamentos suplementares".
A Austeridade no Sócrates chamava-se PECs, tendo terminado no PEC4. O Costa chama-lhe cativações.
E agora, logo lhe achará outro nome qualquer.
É triste dizer-se em 2011 que nunca mais bancarrotaríamos, e cá estamos novamente.
Finalmente, a comemoração do 25 de Abril.
Eu penso que não só deve haver comemoração na Assembleia da República, como deve ser obrigatória, com a velhada toda comunista, com o Otelo à cabeça e Sampaio, 1000 pessoas reunidas naquela sala, fechados, com velhinhos contaminados a espirrar e a tossir.
E também deve haver manifs com milhares de esquerdistas, com o Loução à cabeça e demais esquerdistas populistas demagógicos, todos encostadinhos e a cuspirem-se e babarem-se uns aos outros.
E no 1.º de Maio, mais ainda, mais esquerdistas populistas demagógicos, tudo com ranho, baba e catarro e antigos sindicalistas.
Isso sim, é que eram comemorações.
Força camarada.
Agora é que é finalmente.
Fiquei muito triste com o PAN.
Não é que atacou o coitadinho do vírus Corona-19?
Então o bichino não tem direito à vida como os outros?
Tanta retórica na defesa da Natureza e dos animais e não há nada para este bichinho que não faz mal nenhum às criancinhas e que acaba com o sofrimento dos velhinhos?
Então, não faz o Corona-19 parte da Natureza que é preciso preservar?