Vamos imaginar um futuro onde o PCP vence.
Nesse futuro distópico, não haverá guerra, fome nem sofrimento, as criancinhas brincarão sem perigo, o salário e a pensão mínimos serão de 10000€/mês, não haverá exploração do homem pelo homem nem da mulher pela mulher, acabou-se o cancro e todas as doenças graves e a esperança de vida será de 250 anos com saúde. Nesse mesmo futuro, todas as empresas serão públicas e ao serviço do povo sem olhar ao prejuízo, deixa de haver impostos e que se lixe o défice (tudo será despesa pública financiada por dívida que nunca será paga).
Imaginamos ainda que, nesse futuro, o PCP se reduz ao nível do MDP-CDE, isto é, desaparece.
Será que o PCP, da mesma forma que a abelha-operária se suicida para que a colmeia prospere, está disposto a desaparecer para que o futuro seja "perfeito"?
Ou será que prefere ter 47 deputados como teve em 1979 (juntamente com o MDP-CDE) num futuro neoliberal, comandado pelos interesses estrangeiros e pelo grande capital?
O PCP, em 2015, foi a abelha-operária, pronta a sacrificar-se.
Melhor dizendo, o PCP não sabia que se estava a sacrificar em favor do "socialismo progressista". Estava cego pelo ódio ao "governo neoliberal do Passos Coelho" e o António Costa, qual raposa velha, aproveitou-se desse ódio.
Nos últimos dias, o PCP leu o meu poste (O erro do PCP foi em 2015 não ter apoiado o Passos Coelho, 28/09/2021) e, finalmente, convenceu-se que se estava a auto-condenar ao desaparecimento. Vai dai, saiu fora da geringonça.
Seria impossível subir o salário mínimo para 850€/mês.
O Costa anuncia que queria dar 1000 milhões e às famílias e que não o deixaram.
E esse dinheiro caia do Céu?
Se caia do Céu como caiu o Maná, o melhor era dar 100 000 milhões!
Dizer que "dá" mais 50€/mês a quem ganha o SMN quando quem dá são os empregadores e o Costa ainda ia receber mais 16,88€/mês de TSU é uma total desonestidade. Mas há quem acredite que era o Costa a dar.
Dizer que "dá" 1800 milhões aos comboios quando são os contribuintes a pagar é uma total desonestidade. Mas há quem acredite que era o Costa a dar.
Dizer que "investe" 5000 milhões na TAP quando é dinheiro deitado fora e são os contribuintes a pagar é uma total desonestidade. Mas há quem acredite que era o Costa a dar.
Será que a esquerda pode ser derrotada?
Enquanto a maioria das pessoas acreditar que é o Costa que dá, nunca a direita pode derrotar a esquerda.
O trabalho da direita é educar os eleitores mostrando que:
1) para vivermos melhor no futuro tem que haver crescimento económico,
2) o lucro das empresas é o motor do crescimento económico,
3) as empresas públicas destroem as empresas privadas pela concorrência desleal,
4) o SMN, os impostos e a despesa pública elevados destroem as empresas privadas,
5) os funcionários públicos não podem ter salários superiores nem horários de trabalho reduzidos em comparação com os trabalhadores privados.
Vamos a isso, seja o Rio, o Rangel, o Xicão, o Melo, o Ventura ou o Contrim.
Vou propor um modelo para a aliança da direita.
Na direita existem 5 partidos, CDS, CHEGA, IL, PPM e PSD, cada um com o seu projecto político. O problema é que, apresentando-se separados às eleições, são penalizados pelo método de atribuição dos deputados.
Vamos supor que temos um circulo com 31 deputados e o resultado eleitoral é:
CDS 4% + CHEGA 8% + IL 4% + PPM 1% + PSD 30% // PS 41% + BE 6% + CDU 6%.
A soma dá Direita 47% // Esquerda 53%.
Com listas independentes, teremos 14 deputados na direita (1, 3, 1, 0, 9) e 17 deputados na esquerda (13, 2, 2). O partido com mais deputados é o PS.
Com a direita coligada, os deputados serão 15 para a direita e 16 para a esquerda (13, 2, 1 ou 13, 1, 2). A coligação ainda não tem maioria absoluta mas ficou à frente e ganhou um deputado.
A coligação tem o problema da divisão dos deputados.
Como não se sabe a votação em cada partido, torna-se impossível, a partir dos resultados eleitorais, fazer uma divisão dos deputados que satisfaça todas as pessoas.
A minha proposta é haver uma sondagem à boca das urnas na qual os eleitores explicitam em quem votariam se as listas fossem separadas e, depois, atribuir os deputados em função dos resultados.
Mas ninguém se quer associar com o CHEGA por causa das suas políticas radicais!
Mas o CHEGA é fundamental para haver uma maioria de direita porque consegue entrar no eleitorado da esquerda de protesto!
Pensa, por exemplo, o Rangel que fazer uma coligação pré-eleitoral com o CHEGA vai reduzir a sua votação.
Mas se a coligação for:
A) O CHEGA (e demais partidos) vai ter a cota parte de os deputados a que tiver direito e dai não se conclui que vamos fazer uma coligação de governo.
B) Depois das eleições, e apenas se for necessário, será equacionada uma coligação de governo com o CHEGA, sempre com todas as políticas acordadas por escrito.
Cabecinhas pensadoras da direita.
Pensem nisto para atirarem o Costa borda fora em definitivo.
Lembram-se do Pinto Balsemão dizer que o Presidente Marcelo é inteligente e vingativo?
O Costa não lei o livro mas deveria ter lido.
O Marcelo foi eleito depois da esquerda ter uma maioria sociologia fazendo-se de parvo, um fulano de cabeça vazia que se contenta a mostrar os dentes para as selfies e a tentar segurar a geringonça.
Da mesma forma que Staline na batalha de Leninegrado, o Marcelo estava à espera de uma oportunidade para mandar o Costa ao charco (e o Rui Banana Rio junto).
Em vez da Grandula vila Morena do 25-de-abril, a senha foi o artigo do Professor Cavaco Silva no Expresso que, segundo uma escuta, foi feito a pedido do Marcelo: "Cabeça de Cavalo, daqui é o Parvalhão da Selfie. Estou de ferrão amarrado pelo que tens que me ajudar, manda uma bomba das tuas para iniciarmos a invasão."
Cabeça de Cavalo é o nome de código do Professor Cavaco Silva e Parvalhão da Selfie é o nome de código do Presidente Marcelo.
Fig. 2 - O Costa ainda está para compreender como foi possível cair de um dia para o outro quando já se falava no governo dos 1000 anos do PS.