A AD e o PS continuam estatisticamente empatados mas agora com vantagem para a AD.
Em termos descritivos, nas primeiras 10 primeiras sondagens o PS mostrou mais intenções de voto (30,6% contra 29,7%) e nas últimas 10 sondagens, o PS passou a estar atrás da AD (30,3% contra 32,2%). A inversão ocorreu porque a AD aumentou nas intenções de voto (+2.5pp) e nem tanto pela descida do PS (-0.3pp).
Fazendo o teste estatístico da tendência da recta da figura anterior, ainda estamos longe de termos um valor estatisticamente significativo.
Estimate Std. Error t value Pr(>|t|)
(Intercept) -1.8582 2.1733 -0.855 0.404
x 0.2277 0.1736 1.312 0.206
Agora, posso prever o número de deputados com as 10 últimas sondagens.
O bloco PS+BE+PCP+Livre estão a lutar para ter mais deputados que o bloco AD+IL. As últimas 10 sondagens indicam, em termos descritivos, que estes dois blocos estão empatados em torno dos 92 deputados com vantagem para a direita.
Em termos probabilísticos, a AD+IL tem uma probabilidade de 86% de ganhar este combate.
Se há 2 meses as sondagens indicavam uma probabilidade muito remota de o Montenegro formar governo, agora, as coisas estão totalmente diferentes.
O Partido Comunista arrisca-se a eleger apenas um deputado.
O problema do bloco AD+IL é assumir que o CHEGA se vai abster.
Se o Montenegro formar governo, será errado excluir o CHEGA porque terá uma oposição muito forte, com promessas que são impossíveis de realizar como, por exemplo, a convergência das pensões mínimas ao salário mínimo.
É impossível em termos de despesa pública mas também é injusto porque quem trabalha tem custos (deslocações, alimentação fora de casa e roupa) e faz um esforço que não existem nos reformados.
Para avaliar as campanhas eleitorais vou comparar com as 10 primeiras sondagens.
Comparando as primeiras 10 sondagens com as últimas 10 sondagens, o perdedor é o BE (com -6 deputados) e há dois ganhadores, a AD (+6 deputados) e o CHEGA (+5 deputados).
A IL, está-lhe a correr mal a campanha eleitoral, talvez por se concentrar apenas na descida do IRS e do IRC. Talvez estejam com medo ou incapacidade de explicar as vantagens (e custos) do liberalismo.
Em termos relativos, quem perdeu mais nestes últimos 2 meses foi o PCP (perdeu 2/3 dos potenciais deputados) e o PAN que desaparece.
O CHEGA é o único partido com tendência de subida estatisticamente significativa
Os comentadores querem dizer que o CHEGA está a "esvaziar" mas não é verdade. As sondagens têm oscilações mas, corrigindo essas oscilações, há uma evolução positiva ao longo da campanha eleitoral.
Quando na primeira sondagem em Novembro o CHEGA aparece com 13.5% das intenções de voto, já se tratava de um aumento extraordinário relativamente aos 7,2% de 2022 (e 12 deputados). A média de hoje anda nos 18% e 46 deputados potenciais.
Claro que o CHEGA não vai conseguir ser o segundo partido mais votado mas nunca ninguém acreditou de que isso seria possível. Mas se se concretizar o aumento de 12 para 46 deputados com voto útil à direita, será um resultado extraordinariamente extraordinário.
A estatística tem destas coisas.
As sondagens não permitem garantir que que a AD está a melhorar relativamente ao PS mas permitem afirmar que há 2 meses era mais provável o PS ganhar e que hoje é mais provável a AD ganhar.
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