quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

O problema da imigração não é a imigração mas o esquerdismo pseudo-protetor dos imigrantes

Na economia produzem-se "bens transaccinável" e "bens não-transaccinável".

Um bem transaccionável pode ser produzidos num local e consumido noutro local distante. Por exemplo, um processador pode ser desenhado na Califórnia, produzido em Taiwan com wafers produzidas na China e equipamento produzido na Holanda e na Alemanha, o computador montado em Portugal e, finalmente, usado em Angola.

Um bem não-transaccionável tem de ser produzido no local ou próximo do local onde vai ser consumido. Por exemplo, para uma pessoa dormir em Paris, o alojamento tem de ser produzido em Paris.

Os bens transaccionáveis podem ser importados, por exemplo, apesar de todos termos necessidade de consumir arroz, milho, batatas, carne, peixe, frutas, legumes, um país não precisa de os produzir, podendo importá-los. Por exemplo, Singapura não  produz este tipo de bens e, mesmo assim, os singapuranos não passam fome. 

Os bens não-transaccionáveis não podem ser importados, por exemplo, todas as pessoas precisam de abrigo (de uma casa para morar) e este bem não pode ser importado, tem de ser produzido  no local em que vai se utilizado.


Há operações que têm maior valor acrescentado.

A produção de um bem obriga à execução de muitas operações sendo que umas são simples (e com baixo valor acrescentado) e outras são complexas (e com alto valor acrescentado). Por exemplo, um restaurante produz um bem não transaccioável (uma refeição em Paris) usando operações simples (limpeza, segurança, serviço de mesa) e operações complexas (cozinhar, receber os clientes, decoração). 


Para que servem os imigrantes?

Vamos supor que um "país" que tem 10 nativos. Nesse país existe um restaurante que paga 100€/dia de renda e tem 1 "chefe" que ganha 300€/dia e 9 "indiferenciado" que ganham 100€/dia cada. Com as instalações e os 10 empregados, o restaurante consegue servir 100 refeições por dia a turistas o que dá um custo de 22€/refeição para o serviço (há ainda os ingredientes das refeições que são importados).

Neste "país", cada nativo cria (300+9*100)/10 = 120€/dia de valor e ainda 100€/dia como remuneração do capital.


Vamos supor que os nativos são todos muito instruídos em culinária e há muitos turistas.

É importante assumir que todos os nativos são capazes de executar operações complexas e que há, potencialmente, mais turistas.

O restaurante vai continuar a ter o "chefe" (que ganha 300€/dia) e vai promover os 9 nativos "indiferenciados" a "sub-chefes" que passam a ganhar 200€/dia. 

Esta transformação apenas é possível se forem contratador 23 imigrantes (pagos a 100€/dia) para executar as "operações pouco complexas".

Agora, com um total de 33 trabalhadores, o restaurante passa a conseguir servir 200 refeições por dia (mantém-se o custo do serviço de 22€/refeição).


Qual a vantagem para os nativos?

Se antes, em média, os nativos produziam 120€/dia de valor, com a ajuda dos imigrantes, passam a produzir (300+9*200)/10 = 210€/dia.


Qual a vantagem para os imigrantes?

Como vêm executar operações simples, podem vir de países onde a produtividade é muito baixa, isto é, de países mais pobres.

Ao chegarem ao novo país, aproveitando-se do capital que existe nessa economia, serão mais produtivos e, desta forma, poderão ter um rendimento superior.

Se, por exemplo, no Nepal um trabalhador indiferenciado consegue ganhar 10€/dia, em Paris consegue ganhar 100€/dia e, mesmo assim, contribuir para a melhoria de vida dos nativos.


Os nativos especializam-se nas operações com maior valor acrescentado.

Os esquerdistas dizem que os imigrantes têm de ter os mesmos direitos dos nativos mas isso faz com que deixe de haver ganho para os nativos. Em consequência, ao mais pequeno dos incidentes, aparece nos nativos o ressentimento e a aversão aos imigrantes.

Apenas deixa de haver reservas à entrada de imigrantes se tal induzir um incremento no nível de vida de todos e cada um dos nativos.


O problema é que os nativos "indiferenciados" vão ter perda no nível de vida.

Se não forem desenhadas políticas de compensação, os trabalhadores menos escolarizados vão-se sentir prejudicados. Por isso é que a imigração tem maior nível de rejeição entre os nativos menos escolarizados e com menos rendimentos.


O problema dos imigrantes no Alentejo foi o "combate às máfias de tráfico de pessoas".

Os imigrantes, do Nepal, Bangladesh, Marrocos ou Timor, precisam de alguém que os ajude a arranjar alojamento, alimentação, transporte, segurança e trabalho. 

Os produtores agrícolas precisam de trabalhadores, os senhorios precisam arrendar as casas, os taxistas precisam de fazer transportes e os restaurantes precisam de vender refeições.

O problema é que a combinação das vontades de todos os agentes económicos é difícil, precisa de ser oleada, porque os imigrantes não dominam a língua nem conseguem relacionar-se com os nativos.

A vantagem da economia de mercado é que, sempre que há uma oportunidade de negócio, surgem agentes económicos disponíveis, mediante um pagamento, de fornecer o serviço. Neste caso, surgiram pessoas que ligavam as peças soltas.

Os esquerdistas lembraram-se de chamar a estas pessoas "máfia traficante de pessoas" o que levou ao desmantelamento das ligações económicas. 

Como os esquerdistas não substituíram os "traficantes de pessoas" na prestação dos serviços de ligação, no final, os imigrantes ficaram prejudicados (sem transportes e trabalho e, consequentemente, sem alojamento nem alimentação, a viver na rua como pedintes). Também ficaram prejudicados os produtores agrícolas e os consumidores (estranham o azeite e os produtos agrícolas terem aumentado de preço?).

As crianças nepalesas têm escola e podem estudar enquanto os pais tiverem trabalho nas estufas de Odemira.

O esquerdismo causou prejuízo em todas as pessoas.

Primeiro, causou prejuízo nas "máfias de tráfico de pessoas" que mais não são do que portugueses que forneciam serviços de coordenação económica.

Segundo, ficaram prejudicados os imigrantes porque ficaram sem trabalho e, consequentemente, sem rendimento.

Terceiro, ficaram prejudicados os produtores agrícolas que não têm quem trabalhe nas operações de menor valor acrescentado.

Quarto, ficaram prejudicadas as pessoas que arrendavam as casas e realizavam os transportes.

Finalmente, ficaram prejudicados os consumidores que viram os preços aumentar.


No final , quem ganhou foi o CHEGA.


No poste seguinte vou avançar com políticas capazes de tornar os imigrantes queridos por todos.


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