terça-feira, 29 de novembro de 2022

Como convencer os cidadãos a deixar o carro em casa?

Vi uma notícia no JN sobre uma campanha de sensibilização (ver).

Pensa a Assembleia Municipal do Porto que uma campanha de sensibilização vai resolver os problemas de congestionamento na cidade do Porto.

Noutro sentido o PSD pensa que essa vontade apenas se vai conseguir com mais transportes públicos (o PSD a querer mais intervenção pública!!!!!!!).

O CHEGA também votou contra mas não diz na notícia as razões invocadas.


Mais transportes colectivos públicos não são a solução.

Os nossos  políticos não vêem o que se passa por esse mundo fora pois, nas cidades onde as pessoas menos andam de automóvel próprio, andam de bicicleta e não de transportes públicos!

Os transportes colectivos têm vários problemas:

1) Não apanharem a pessoa à porta de casa nem a deixarem à porta do destino.

2) Não têm o horário exacto que a pessoa necessita o que obriga a um contante "fazer-contas" e a preocupações.

3) São muito caros, só tendo passageiros porque as entidades públicas subsidiam o sistema de forma massiva.


Vamo-nos concentrar nas contas dos STCP de 2019 (ver).

Durante o ano houve 76,7 milhões de validações (o relatório refere que são passageiros mas não corresponde à verdade pois as pessoas são sempre as mesmas), 210 mil validações por dia o que, fazendo uma média de 1,5 validações por viagem, ida e volta, dá 70 mil viajantes por dia.

Tendo os concelhos servidos (Maia, Valongo, Matosinhos, Porto, Gondomar e Gaia) 900 mil habitantes, cerca de 8% das pessoas viaja diariamente, ida e volta, nos STCP.

   Percurso da viagem: 3,74 km.

   Preço da validação pago pelo passageiro: 0,53€.

   Subsídio + Prejuízo da viagem: 0,15€.

   Taxa de ocupação dos veículos: 14,3%.

   Velocidade média: 15,5 km/h.

Marquei que a taxa de ocupação já é muito baixa e que, aumentando a oferta de linhas e de horários, essa taxa vai diminuir ainda mais.

Marquei também que cada viagem recebe um subsídio de 0,15€ e que a velocidade média é muito baixa, cerca de 15km/h, o que é menor do que a velocidade de uma trotinete!


Para diminuir os automóveis, é necessário facilitar a vida aos micro-veículos.

Temos as trotinetes eléctricas e as bicicletas eléctricas que têm diferentes necessidades.

Locais de estacionamento.

As bicicletas eléctricas são mais pesadas, sendo difícil leva-las para casa. São então precisos lugares de parqueamento seguros e abrigados para as pessoas, durante a noite, poderem deixar o veículo no espaço público. Cada bicicleta precisa de 0,5m x 1,2m o que, comparando com automóveis, um estacionamento dá para 15 bicicletas. 

Como as trotinetes são leves, podem ser levadas para casa, havendo apenas necessidade de estacionamento no destino. Cada trotinete precisa de 0,33m x 1,5m o que, comparando com automóveis, um estacionamento dá para 25 trotinetes. 

É preciso criar estacionamento nas escolas, hospitais, cafés, restaurantes, discotecas, praias, parques, etc. para os utilizadores. 

O estacionamento precisa de amarração. Actualmente, uma pessoa que precise ir à Baixa do Porto fazer qualquer coisa ou tomar um simples café, está limitada aos sinais de trânsito para amarrar o seu micro-veículo.


Locais de carregamento.

É necessário haver locais públicos de carregamento.

Mais para as bicicletas que são difíceis de carregar mas as trotinetes, com locais de carregamento, permitem viagens de comutação mais longas.

Está indicado que uma viagem em cidade deve demorar um máximo de 40 minutos o que corresponde a cerca de 10km de autocarro ou de trotinete elétrica.

Acresce que o autocarro, contrariamente à trotinete, não segue o caminho mais curto entre a origem e o destino.

Fig. 1 - 10km é a distância entre Baguim do Monte e o Hospital de Santo António.

Vamos aos incentivos.

Eu sou contra os subsídios desnecessários mas, no caso da introdução de novas tecnologias, é preciso um incentivo para que a tecnologia seja adoptada mais rapidamente. 

1) Experimentação.

Fazer uma campanha nas escolas e universidades de test drive. Bem sei que há trotinetes partilhadas mas não é suficiente, é necessário ir a uma escola com 100 trotinetes e os alunos poderem fazer 15 minutos de test drive.

2) Locais de carregamento serem gratuitos.

O carregamento total de uma bateria de 7,6Ax36V gasta c0,32KWh o que traduz um custo de cerca de 0,07€.

Dar este pequeno subsídio, que é metade do atribuído aos passageiros dos STCP por cada viagem, durante um ano não se traduziria em grande encargo para a autarquia. Se 1000 pessoas carregassem totalmente a trotinete todos os dias, no fim do ano seria um gasto de 25000€.



domingo, 27 de novembro de 2022

E falso que Portugal nos últimos 7 anos convergiu com a média da União Europeia

O António Costa não se cansa de dizer que estamos a convergir rapidamente com a UE.

Mas é apenas mais uma das sua mentiras que têm conseguido anestesiar o Zé Povinho.

Fui ao Banco Mundial buscar os dados dos 27 países que fazem hoje parte da União Europeia, descarreguei os dados do PIB em USD de 2005 e da população e calculei o PIB per capita da UE e português.

Dividi o PIBpc português pelo da UE e o que obtive?


Nos últimos 23 anos divergimos 9 pontos percentuais.

Em 1985, tínhamos 48% do PIB europeu. Fomos convergimos rapidamente no cavaquismo e mais lentamente no tempo do Guterres de forma que atingimos 72% em 1999, quando entramos no Euro.

Desde então, o nosso PIB per capita caiu para 63% do PIB Europeu.

Divergimos, não convergimos.

Fig. 1 - Evolução do PIB pc português em comparação com o da UE

Mas vamos ao tempos do Costa.

Em 2015, último ano do governo do Passos Coelho, o nosso PIB per capita era 63,15% do PIB da UE e em 2021 foi 63,29%, uma convergência de 0,14pp que traduz que crescemos apenas mais 0,02%/ano do que a UE, não é merecedor de tanto foguetório. 


Estamos sem perspectivas de melhoria dos actuais 63% do nível de vida da União Europeia e estamos contentes com isso.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

A Iniciativa Liberal perdeu-se na espuma do orçamento

O que deve o governo fazer quando vem uma crise?

Em Portugal só há socialistas, sejam do PS ou do PSD, e comunistas, sejam do PCP ou da BE. Se a pergunta for deita aos socialistas e comunistas, a resposta será "mais intervenção do estado, mais subsídios, mais serviços públicos gratuitos e menos impostos".

Mas a IL - Iniciativa Liberal diz que é liberal no sentido de Hayek. Digo que diz porque, no fundo, no fundo, também são socialistas!!!!!! 

Se a IL fosse mesmo liberal teria de responder que, havendo uma crise, o governo deve fazer coisa alguma, nadar, nicles, pevide, batata, ou como disse Jesus o não Cristo, bola.

Mas a IL passou ao discurso do governo ter de dar mais 3% disto e tirar menos 2% daquilo e esqueceram-se da liberdade individual, de deitar fora o governo e cada um passar a governar-se como puder.

A Iniciativa Liberal é mais um bando de socialistas com roupagens jovens.

O que vem a IL dizer da "Crise da Habitação"?

Deveria dizer "liberalize-se toda a fileira da construção" mas vem falar de impostos. Propõe que 250€/mês do ordenado, 3000€/ano, fiquem isentos de IRS. 

Primeiro, isso só vai favorecer os mais ricos pois os 25% dos trabalhadores que ganham o salário mínimo não pagam IRS e é impossível as empresas pagarem 250€/mês além do SMN.

Segundo, isso é socialismo, estar o governo a preocupar-se com a vida das pessoas no curto prazo em que as taxas de juro estão a subir, não é liberalismo, liberalismo é dar liberdade às pessoas para poderem decidir as suas vidinhas. 

Vejamos as políticas que a IL deveria defender mas que não defende.


1) Acabar com o PDM e com todas as limitações da densidade e a altura dos edifícios habitacionais.

Acham que Nova York tem PDM?

Acham que Nova York limita a altura ou a densidade das construções privadas?

Acham que Nova York impõe cores, arquitecturas ou aspectos aos edifícios privados?

Acham que Nova York regula as fachadas dos edifícios privados, se tem neóns, ecrãs ou luzes a piscar?

Nadam.

Em Nova York cada um faz o que quiser com o seu terreno.

Serão as cidades portuguesas mais bonitas do que Nova York?

Será que haver um PDM restritivo faz as cidade de Esmoriz, Valongo, Gondomar, Oeiras, amadora, Porcalhota, Setúbal, Xabregas mais bonitas do que Nova York (que não tem PDM)?

Se não faz, então para que serve o PDM das nossas terriolas, das mais feias do mundo?

Sim, só temos terriolas, mesmo Lisboa são meia dúzia de gatos pingados a armar ó finesse.

A Madona anda está em Lisboa? Hahahahahaha.

O PDM serve para a corrupção, para o amiguismo, para as influências de poder, para os da câmara pensarem que são uns senhores, para dar a mão aos "amigos do PS".

O PDM faz com que Portugal esteja cheio de terras lindas, que vêm pessoas de longe fotografar!

2) Acabar com a RAN - Reserva agrícola Nacional.

O milho, trigo, óleo de girassol, açúcar, arroz, batatas são importantes mas não pode competir com as pessoas que precisam de construir a sua casinha porque as áreas de construção necessárias são muito pequenas.

Imaginemos um prédio Cv, RC + 3 pisos. Em 1500 m2 de terreno metemos 32 apartamentos de 3 quartos e ainda 32 lugares de estacionamento à superfície.  Esse mesmo terreno cultivado a milho produz 250kg/ano que a preços de mercado valem 78€.

Cada apartamento irá prejudicar uma produção no valor de 2,50€/ano.

Como é possível reservar um terreno onde poderia haver 32 apartamentos para uma produção anual de 78€?

Será que ninguém vê quão aberrante é termos uma enormidade de áreas urbanas espartilhadas por bocaditos de Reserva Agrícola Nacional?

Mais uma vez, a REN só serve para o amiguismo, para os camaristas terem poder, os fiscaisecos dizerem "já havia aqui uma construção" e poderem receber umas maquias.

Acabar com isso.


3) Os empreiteiros poderem contratar estrangeiros para a construção civil.

Fazer como a Suíça que é um país mais civilizado do que nós somos. Dar os vistos aos empreiteiros, eles vão por esse mundo e contratam pedreiro, cofragistas, trolhas, electricistas, carpinteiros e picheleiros, e quando a obra acabar, voltam às suas terras de origem.


Não ser socialista custa muito.

Sofremos perseguições, ataques, enxovalho, destroem-nos.

Eu fui acusado de ter cometido as maiores atrocidades, fascista, racista, vigarista, xenófobo, misógino, homicídio em massa na forma tentada. Passei à clandestinidade (reparem que este blog não tem autor) e, mesmo assim, fui despedido sem apelo nem agravo.

Vemos as cidades, das mais socialistas às ditas liberais, com transportes colectivos de passageiros municipais! Quando o Passos Coelho, um verdadeiro liberal, falou na privatização dos STCP e da CARRIS, caíram-lhe os autarcas todos em cima, mesmo os que se dizem liberais. 

O homem até perdeu o cabelinho todo, ficou carequinha como um melão, depenado à hollywood.


A aberração dos transportes colectivos gratuitos para o utilizador.

Como podem os privados propor inovação nos transportes, seja andar de e-trotinetes, e-bicicletas, e-patins ou a pé, se as autarquias disponibilizam transportes públicos caríssimos e altamente ineficientes a preço zero?

Mas não ouvi a Iniciativa Liberal falar desta aberração, desta concorrência desleal mesmo dizendo a Lei da Concorrência que ninguém pode vender bens abaixo do preço de custo.

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