domingo, 28 de janeiro de 2024

Com 11 sondagens, tudo na mesma (28-jan)

Cada sondagem que sai, os analistas tentam ver coisas novas mas está tudo na mesma.

Como disse o meu companheiro, apenas é notícia se houver alterações substanciais nas intenções de voto. Desta forma, apesar de a comunicação social tentar ver muitas coisas a mudar, estatisticamente está tudo mais ou menos na mesma.


A AD está a cair um poucochinho e o PS está a subir um poucochinho

Mas grau a grau, enche o papo a galinha

Em termos de tendência, logo após a demissão do António Costa, a AD estava ligeiramente à frente do PS, 2 pontos percentuais. Decorridas 11 sondagens, a AD está abaixo de PS cerca de 5 pontos percentuais.

No espaço de apenas 2 meses, a vantagem da AD caiu 7 pontos percentuais, o que é muito, diria que a AD, conduzida com uma gritaria de promessas, se está a fundar.

Vir prometer diminuir o IRS, o IRC e aumentar as pensões, os salários dos polícias, dos médicos, dos professores e não cortar em nada não parece credível.

Os partidos marginais, podem prometer tudo a todos porque nunca liderarão o governo. Já quem ambicionam liderar um governo não podem vender água sem caneco.

Em Portugal só vingam os lambe botas e o Montenegro, como bom português, foi escolher a dedo "sábios economistas lambe botas" que dizem o que ele pensava ser impossível de cumprir mas, se os sábios dizem que sim, então, é possível, "eles fizeram as contas".

Mas o povinho já ouviu essas promessas vezes sem conta e, no fim, não foram possíveis de concretizar por uma razão qualquer, numa dela a frase foi "estamos de tanga".


Fig. 1 - Tendência da distância entre a AD e o PS


E o que diz a estatística?

Para não ficar sujeito ao meu enviesamento, mostro os resultados do estimados (WLS).

A estimativa é uma queda de 0.7125 pp a cada sondagem com t-student de -1.75.

Ainda não podemos rejeitar que a tendência é espúria e resultado das oscilações que acontecem no processo de amostragem (a t-student tem de atingir -1.98)  mas já diz algo o PS estar 5 pontos percentuais acima da AD.


E o que faz a AD em resposta à queda nas intenções de voto?

Promete ainda mais cortes nos impostos e mais subidas na despesa pública, ao mesmo tempo que diminui a dívida pública e não cortam em nada!

Querem fazer do povinho parvo.


"É preciso diminuir o IRC".

Dizem os sábios economistas do PSD que é preciso diminuir a taxa de IRC para captar investimento. Mas logo depois, os mesmos sábios, defendem que as barragens devem passar a pagar milhões de euros de IMI.

Afinal, é o mesmo truque do António Costa que diminuiu i IRS para aumentar o ISP.

Os sábios economistas do PSD diminuem a taxa de IRC e logo aumentam o IMI das empresas de forma, que no fim, ainda ficam a pagar mais impostos.

É que o milagre da multiplicação dos pães é uma coisa tão rara e difícil de acontecer que, decorridos 2000, ainda se fala disse (e nunca mais consta que se repetiu).

Anunciam aumentos na despesa de um lado, omitem cortes da despesa noutro lado.

Anunciam cortes nos impostos de um lado, omitem aumentos nos impostos noutro lado.

É o que temos.


sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

A pancadaria que a PGR está a dar nos que detêm poderes públicos.

 O poder corrompe quando não é escrutinado.

O cidadão entrega parte do poder ao Estado que o transfere para os agentes do estado.

Os agentes do estado (legisladores, governantes, agentes da administração pública, agentes da autoridade pública, juízes, militares) exercem o poder que recebem contra os cidadãos mas, em princípio, com a intenção de melhorar a vida dos cidadão em termos colectivos.

Por exemplo, como para fazer uma estrada é necessário passar por muitos terrenos particulares, os cidadãos atribuem ao Estado o poder de expropriação para obras com grande valia social.

Até aqui tudo bem, o problema é que o poder não escrutinado corrompe a intenção do agente do estado.

“Power tends to corrupt and absolute power corrupts absolutely. Great men are almost always bad men, even when they exercise influence and not authority; still more when you superadd the tendency of the certainty of corruption by authority.”, John Dalberg-Acton(1887).


Todos nós já fomos vítimas de agentes do estado corrompidos nas suas intenções.

Uma multa que nos passaram, uma parcela que nos cobraram, um atraso que nos impuseram e, depois de nos termos queixado, nada aconteceu.

Nada, antes pelo contrário, de vítima, passamos instantaneamente a ser classificados como agressores.

Diz o povo que quando picamos um porco, toda a vara guincha e é exactamente isso que acontece quando dizemos que fomos vítimas de alguém que detém poder público, os outros todos que têm poder público solidarizam-se com o agente desviado.


Eu fui vítima e nada aconteceu.

Tive um processo disciplinar e fui despedida. Até aqui, tudo bem, não quero garantir em tese que não possa haver despedimentos na administração pública.

O problema é que foi nomeado um instrutor sem formação jurídica quando a Lei obriga a que a tivesse. E a universidade tem muitos funcionários com formação jurídica, professores doutorados, associados, catedráticos, na Faculdade de Direito.

 Não é que o reitor atestou em Tribunal Administrativo, sem vergonha nem pudor, que a Faculdade de Direito não tem professores associados nem catedráticos?

O que é que o tribunal disse? Guinchou. Veio dizer que competia a mim provar que tinha.

Mas como é que eu posso provar se é o reitor que tem o poder de passar a certidão e diz que não tinha?


Mas toda a gente mente nas alegações e ninguém liga! 

Sim mas os agentes da administração pública estão obrigados a cumprir o Princípio da Legalidade, isto é, está sempre limitado e vinculado à lei.

“O princípio da legalidade enunciado no artigo 3º do CPA (...) implica que a Administração só pode fazer aquilo que legalmente for permitido e não tudo o que não é proibido”.

E a Lei não permite que o agente da administração pública minta para fazer valer a sua posição pessoal.


O Galamba, o Escária e o Costa só queriam agilizar os processos! 

Não podem, têm de respeitar a Lei. Se a Lei está mal feita, altera-se mas quem tem poder não pode decidir numas situações que a Lei se deve aplicar e noutras situações não.

A TAP não pode na contestação ao despedimento da sua administradora usar um churrilho de mentiras, é crime de abuso de poder, prevaricação, falsificação de documentos.

Não acontecendo nada, voltamos ao tempo do Rei Sol. E, voltando a esse tempo, voltamos rapidamente à ditadura pois o poder corrompe à velocidade da luz.


Vamos ver o Montenegro.

Uma empresa de advogados vive do trabalho dos advogados, os sócios não são patrões, são trabalhadores.

Então como é que o Montenegro recebe mais de 60000€ apenas e tão só por ser sócio, sem nunca lá sequer aparecer?

Não cheira isto a esturro, a tráfico de influências, a "arranjar clientes", a "fazer as coisas andar"?

É pá, nunca tinha pensado nisso!


Será exagerado o que aconteceu com o António Costa e com o Albuquerque?

Até pode ser mas não há outro caminho porque essas pessoas têm poder para influenciar e prejudicar o escrutínio.

Quando há uma pessoas que não faz parte dos que guincham, tem de actuar à bruta.


Vamos supor que uma pessoa tem uma vara na mão e uma granada no bolso.

Se se aproxima um meliante armado com uma faca e com movimentos agressivos, a pessoa vai-se defender com a vara. Pensa a pessoas que, com uma varada aqui e outra varada acolá vai conseguir controlar a situação. No final, até nem aconteceu nada, a pessoa era apenas um talhante que estava a sair do serviço.

Agora, imaginemos que se se aproximam 10 pessoas, aramadas com varas, facas e espadas. Até podem ser um grupo de Carnaval mas a pessoa vai usar a granada, matando-as mesmo que inocentes.

Talvez até todos estejam inocentes mas é preciso dizer aos agentes públicos que estão a ser escrutinados, que há sempre alguém que resiste ao canto do poder.


Qual é o dano de ter o presidente da câmara de Sines preso 5 dias?

Nenhum.

Esteve lá, dormiu, comeu e bebeu por conta do contribuinte e, no fim, voltou a casa.

Este estava inocente mas é um aviso para os outros não desviarem a sua intenção.

Da mesma forma que, andando na estrada podemos ser abalroados por outro, sem termos qualquer culpa, aceitar poder do Estado tem o risco de estar 5 dias preso sem ter cometido qualquer ilícito.

Como estou a ouvir em directo do Presidente Marcelo, "São as regras do jogo, ninguém está acima da Lei".

Quer não quer ser escrutinado, não aceita o poder.

As penas têm por fim evitar que os crimes sejam cometidos e não para castigar.
O enxovalho público do pequeno poder, seres de enorme vaidade, já é um travão aos desvarios de que se tentam.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Acredito mais na ambição do Ventura do que nas previsões dos sábios do Montenegro

Uma coisa é o André Ventura dizer coisas irrealizáveis.

Isto porque o próprio diz que "é a minha ambição" e remata com "demito-me de primeiro-ministro" e ri-se.

Pensar grande, sonhar Portugal como a super-potência do século XXII, dar asas à imaginação vem da  esperança da Bíblia e de ouvir muito John Lennon:

Imagine there's no heaven, it's easy if you try, no hell below us, above us, only sky;

Imagine all the people livin' for today;

Imagine there's no countries, it isn't hard to do, nothing to kill or die for and no religion, too;

Imagine all the people Livin' life in peace.

You may say I'm a dreamer but I'm not the only one, I hope someday you'll join us and the world will be as one.


Outra coisa é os sábios economistas que aconselham o Montenegro como quem guia um cego.

Dar tudo a todos depende de a economia passar a crescer um mínimo de 3.4%/ano. 

O primeiro problema é que a economia já não cresce 3.4%/ano DESDE O 25 DE ABRIL DE 1974.


Fig. 1 - Evolução do PIB português 1960-2023 (dados, BP e WB)

Entre 1974 e 2001, na média de 26 anos, mesmo com farturinha de fundos europeus e os 10 anos do Cavaco Silva,  Portugal cresceu 3,1%/ano.

Desde 2001, na média de 22 anos, crescemos 0,8%/ano e, agora, de um momento para o outro, vamos crescer como já não crescemos há mais de 50 anos.

Acham que estas previsõe podem ter sido feitas por quem sabe economia?


O segundo problema é a inflação!

Em 2022-2023, como apareceu inflação não antecipada, os salários não ajustaram o que fez com que a economia tivesse um comportamento mais positivo do que o se antecipava. Este crescimento da inflação fez com que a receita fiscal aumentasse mais do que a despesa fiscal o que fez com que em 2023 há um superavit das contas públicas e que a dívida pública tivesse reduzido (foi equivalente a os credores terem perdoado 15% da dívida pública).

Mas isso acabou e em 2024 e anos seguintes vai acontecer o efeito contrário, os funcionários públicos vão reclamar por subidas de salários superiores à inflação e a receita pública não vai aumentar.


O terceiro problema é que não se diz como as medidas vão impactar o crescimento económico!

Dizem palavras redondas como "custos de contexto", "custos de burocracia", "bloqueios institucionais", "combate à economia não registada" mas nunca é dito quais são estes custos e bloqueios e a evidência que mostra que, reduzindo esses custos que nunca é dito quais são (dispara-se com "quem lida com os problemas, sabe do que eu estou a falar"), a economia cresce mais.


Será que a Nossa Senhora de Fátima vai voltar a Portugal?

O problema é que a Nossa Senhora de Fátima veio a Portugal em 1917 e prometeu que ia acabar com o comunismo na Rússia.

Mas isso só acabou em 1991, decorridos 74 anos, e ainda agora, aquilo é uma democracia muito deficitária.

Se Montenegro chama a NS de Fátima em 2024, vamos ter o crescimento de 3.4%/ano em 2098!!!!


E eu sou insuspeito.

É que eu sou um direitistas das 24 costelas e que os esquerdistas repatriados para a Sibéria.

Mas não é com coisas destas que vamos conseguir fretar o avião.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Com a décima sondagens, mais o Montenegro se afunda e o Ventura voa.

Hoje saiu a décima sondagem, da Intercampos.

Se olharmos para o gráfico da variação dos resultados ao longo do tempo, a AD está-se a afundar de forma expressiva. De uma tendência de 31% em meados de Novembro, ainda com a demissão do Costa quente, decorridos 2 meses perdeu 2.7 pontos percentuais (9% das intenções de voto). 

Fig. 1 - Evolução das intenções de voto na AD.


Mas o risco associado com as sondagens não permite garantir que a AD está a fundar.

Testando estatisticamente no R com o código seguinte, a tendência é negativa em 0.3pp a cada sondagem mas não é estatisticamente significativa (t value de -0.958).

Em sentido contrário, as intenções de voto no CHEGA estão a aumentar 0.2 pp por sondagem mas também não é uma tendência estatisticamente significativa (t value de 0.748)

     AD=c(26.6,31.6,29.0,35.0,29.7,32.8,28.5,27.4,30.4,24.8)

     CHEGA=c(13.5,16.0,16.2,17.2,15.0,15.2,11.6,16.3,18.0,16.6)

     pesos=c(604,1102,802,575,803,803,611,805,801,637)

     dados=data.frame(x=1:10,AD,CHEGA)

     summary(lm(AD ~ x, data = dados,weights=pesos))$coefficients

     summary(lm(CHEGA ~ x, data = dados,weights=pesos))$coefficients



Nunca uma burrada aconselhada por uma récua ganhou eleições!

Parece-me "de que" no PSD uma récua aconselha uma burrada. 

Os especialistas catedráticos em economia não sabem nada de nada, dizem que vão pegar numa varinha marinha, dar um coice e dois pinotes, publicar duas portarias e três diplomas, e o PIB passa do crescimento de 0.85%/ano verificado nos últimos 20 anos para 3.50%/ano a verificar nos próximos 8 anos.

Se a Nossa Senhora de Fátima permitisse que a economia funcionasse assim, não haveria países pobres.

A AD mais não é do que uma récua a aconselhar uma burrada.

O Buraconegro ao dizer que "o PSD precisa de fazer as pazes com os reformados e pensionistas", pura e simplesmente,deitou para o lixo todo o trabalho patriótico feito pelos Passos Coelho no seu governo de salvação nacional e a dizer que o Costa esteve sempre certo, afinal havia outro caminho que não a austeridade para retirar Portugal da bancarrota. O caminho era dar tudo a todos a toda a hora.

Cambada de chulos.


Voltemos aos resultados

Esta última sondagem ainda não muda os resultados. 

Como mostrei, apesar de parece que a AD se está a afundar, como o processo de amostragem é "especulativo", os resultados mantêm-se estatisticamente iguais.

Posso então agregar as 10 sondagens. 

Fig. 2 - Agregação das 10 sondagens publicadas desde a demissão do António Costa

Comparando com os totais calculados com as primeiras 9 sondagens, as maiores movimentações são a descida da AD em 0.5 pp (de 30.2% para 29.7%) e a subida do CHEGA em 0.2 pp (de 16,8% para 17,0%).


Passo agora ao cálculo dos deputados.

Os resultados em termos de deputados não mostram alterações significativas. 

Fig. 3 - Número de deputados compatível com as sondagens (média e intervalo de confiança de 95%)

A AD fica, em termos médios, com um deputado abaixo do PS quando estava 0.2 acima (mas esta alteração não é estatisticamente significativa). 


Qual a probabilidade de o Buraconegro ser primeiro ministro?

O que é significativo é que o Buraconegro nunca vai chegar a primeiro-ministro.

A condição de só ser primeiro-ministro se a AD tiver mais votos do que o PS (já condescendo pois a afirmação foi "o PSD ganhar") e a Direita sem o CHEGA ter mais votos do que os esquerdistas do PS+PCP+BE+Livre e PAN está em 0.6%.

Uma hipótese em 160 de vir a ser primeiro ministro!!!!!!!

Lá volta ele ao mamarracho de Espinho.


 Qual a probabilidade de o Passos Coelho ser o próximo primeiro ministro?

A probabilidade de o PSD mais o CHEGA ter pelo menos 115 deputados (ter maioria absoluta ou empate) está nos 98%.

Está tudo bem encaminhado para nos vermos livres da récua.

Entre  o neto do sapateiro e o buraconegro, venha o diabo e escolha.


segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

É bonito dar mais aos mais jovens mas isso obriga a dar menos aos mais velhos.

Há 30 anos o Buchanan jr. deu uma palestra na minha faculdade.

Estava eu a começar a minha vida profissional e, para comemorar os 40 anos da fundação da faculdade, convidaram o prémio Nobel da Economia James McGill Buchanan Jr.

Buchanan é um "utilitarista" já que vê a decisão económica como o resultado da agregação das decisões do indivíduo que, de forma racional, procura a maximização do seu nível de vida (a utilidade individual), princípio que já vem do século XIX (são os liberais clássicos Jeremy Bentham; John Stuart Mill; Henry Sigdwick; Condillac; Jean-Baptiste Say e David Hume). 

A inovação de Buchanan é romper com a ideia de que o eleito procura maximizar o bem-estar do eleitor mas antes que temos uma dupla maximização em oposição. Por um lado, o votante escolhe o candidato que, em esperança, lhe vai maximizar o nível de vida e o político faz promessas e escolhe, uma vez eleito, políticas que também vai maximizar o seu nível de vida (e não o nível de vida dos votantes).

Cada candidato procura, com promessas, induzir o eleitor a votar nele sendo que não existe forma de obrigar o candidato, uma vez eleito, a cumprir as promessas. Haverá então um "mercado de promessas" em que as promessas têm de garantir "tudo a todos" mas mantendo-se razoavelmente credíveis porque tal não é possível.

Quando se corta um bife maior para um, tem de ser cortar um bife menor para outro

As promessas convencem porque o eleitor pensar "de forma parcial".

Há uma "public choice" em que o governo (indirectamente, a sociedade que elege o governo) faz a distribuição do PIB de acordo com uma "ética". Como a distribuição não tem impacto significativo no nível do PIB (a distribuição é um jogo de soma nula), para haver mais para uns, obrigatoriamente,  haverá menos para os outros.

Desta forma, quando o governo aumenta os salários dos polícias, os polícias melhoram mas isso tem um impacto negativo em todas as pessoas que não são polícias.

Quando se aumentam os médicos, os não médicos pioram; quando se melhoram os professores, os não professores pioram; quando se melhoram os jovens, os não jovens pioram.


Claro que os políticos tentam convencer o eleitor que é possível dar tudo a todos.

Para isso, vão  buscar "aos outros" os recursos para dar tudo a todos (menos aos "outros" a quem vão tirar tudo mas esse "outro" é de tal forma vago que ninguém se identifica como prejudicado).

Dizem que o "outro" é  "a grande finança controlada pelos judeus", os "corruptos que desviam milhares de milhões", a "economia não registada que foge aos impostos". É a linguagem dos esquerdistas (e cada vez mais dos direitistas) de que o "outro" á a corrupção, o grande capital, os bancos, as instituições europeias e os estrangeiros.

Como as pessoas não sabem nada de economia, também existe a promessa de que o "outro" é o "crescimento económico". Prometem um caminho "lógico" sem qualquer evidência ou lógica económica que leva cada política a mais crescimento económico e, dai, a mais receita fiscal e melhores condições de vida para todos.

Salários dos polícias maiores => Menos crimes => Mais crescimento económico 

Salários dos professores maiores => Melhor ensino => Mais crescimento económico 

Salários dos médicos maiores => Menos doença => Menos baixas => Mais crescimento económico 

Mais investimento público => Mais empresas capitalizadas => Mais crescimento económico 

Com mais crescimento económico, haverá mais salários e pensões para todos


O que disse o Buchanan jr. em 1993.

Comparando com os USA em que os estados do interior estão cada vez mais despovoados, a liberdade de movimentação dos trabalhadores no espaço económico europeu irá levar, inevitavelmente, ao despovoamento dos países periféricos de que Portugal faz parte.

E é isso que está a acontecer, qualquer pessoa no seu perfeito juízo, vai trabalhar onde tiver melhores salários. Os meus primos trabalham indiferenciado, na construção civil como "ajudantes", e uma carrinha pega neles no domingo à noite, leva-os para o centro da Europa, França, Alemanha, Áustria, Holanda, Bélgica ou Luxemburgo, trabalham 12 horas por dia, todos os dias, durante três semanas e voltam na carrinha para descansar uma semana.

Todas as semanas, a carrinha leva uma equipa e trás outra equipa, o que permite que as mulheres e as mães enviem semanalmente a roupa lavada e uma comidinha mais especial. Cada carrinha apoia 36 pessoas.  


Reparemos um exemplo dramático = a Irlanda. 

Em 1840 a população da Irlanda era de 8 milhões de pessoas. Nessa altura, os USA "abriram o West para lá do Mississipi" e permitiram que os irlandeses entrassem livremente no país. Quando chegamos ao fim do século XIX, em 1900, a população irlandesa estava reduzida a metade e nunca mais recuperou. Hoje, apesar de ser um dos países mais ricos do mundo, a população da Irlanda não passa dos 5 milhões de pessoas.

Também dentro da Irlanda, houve o despovoamento dos concelhos rurais, concentrando-se 26% da população na capital e 60% da população na 4 maiores cidade.~

E isto tudo acontece porque as pessoas de forma individual procuram o melhor para elas, dadas as restrições, e o melhor é irem trabalhar no país onde têm melhores condições de vida.


Não é dando mais aos jovens que os fixamos cá mas dando menos!

Em 1988, quando terminei a minha licenciatura fui trabalhar para a África do Sul. 

Nada mais fiz do que procurar o meu interesse individual mas não é sobre isso que quero falar.

Lá, num encontro de engenheiros, conheci um alemão da Namíbia. Como na Namíbia não havia universidades, tinha tirado o curso na Alemanha. Até aqui tudo bem mas parece que esta conversa não faz sentido para o assunto da saída dos jovens. Mas a conversa foi para o que ele iria fazer no futuro, "Para o ano tenho de ir trabalhar para a Alemanha porque o salário que tenho aqui não é suficiente para pagar ao estado alemão a dívida que contrai para estudar".

Pelo que percebi, o fulano não pagou propinas, alojamento nas residências, livros nem alimentação mas ficou a dever todo esse dinheiro ao estado alemão. 


A politica alemã para fixar os jovens em Portugal.

Vamos supor que uma licenciatura + mestrado custa 25 mil € em propinas e o aluno ainda recebe 20000€ para ajudar nas despesas (330€/mês durante 5 anos). 

O aluno não paga nada mas fica a dever 45 mil € ao Estado que vai amortizar num prazo máximo de 40 anos com uma dada taxa de juro. Por exemplo, para uma taxa de juro de 2%/ano, terá uma mensalidade de 120€/mês (incluindo subsídios) ou seja, cerca de 10% do salário.

Em termos contabilísticos, o financiamento das universidades e da Acção Social sai do Orçamento de Estado e passa a ser contabilizado no "Fundo para a promoção do ensino superior".

Eu até metia no fundo o custo com todos os níveis de ensino de forma a haver incentivo para o desenvolvimento das escolas privadas (o aluno não ficará com dívida).

Vamos supor que o aluno decide ir trabalhar para o estrangeiro. Neste caso, vai ter na mesma de amortizar a dívida pelo que Portugal deixa de ter "prejuízo" com a saída do jovem.


E quem não conseguir pagar?

Aplica-se o princípio de que são perdoadas as dívidas às pessoas que não têm rendimentos.


Se não se pode dar tudo a todos, também não se pode tirar tudo a todos.

O eleitor que pensa que "dar aos polícias" não "retira aos não polícias" também pensa que cobrar aos alunos (que saem do país) o custo do ensino prejudica essas pessoas mas não beneficia ninguém.

De facto, beneficia quem fica a trabalhar cá. Ao retirar a despesa em ensino do Orçamento do Estado, a despesa pública será menor e, consequentemente, os impostos serão menos para todas as pessoas.

Digamos que quem emigra vai ter de continuar a pagar um impostos (o "imposto de formação") o que vai permitir baixar os impostos aos jovens que ficam em Portugal sem necessidade de cortar nos mais velhos.


Estive a ouvir um fulano do PSD a falar dos problemas dos jovens = a habitação.

Um professor universitário de economia, fulano magrito, com uma voz fininha, mas que gritava muito. Eu, por acaso, até já falei com ele um minuto, foi-me apresentado e chama-se Hugo Vilares.

Durante 14 minutos, gritou, gritou, contou umas anedotas com cara séria, o Buraconegro riu-se, uma galhofa mas não  referiu como a economia diz que o problema da habitação pode ser resolvido.

Hoje há 10 milhões e portugueses, a mesma população que havia há 20 anos. Como o número de casas não diminuiu, pelo contrário, não parece lógico haver falta de casas.

Mas há.


Primeiro =  Porque as pessoas têm habitações com área maior.

As pessoas querem casas cada vez maiores. 

Por exemplo, quando eu era criança vivia com a minha família de 8 pessoas numa habitação improvisada. Quando jovem, a minha família passou a viver num apartamento "a custos controlados" com 110 m2 (14m2/pessoa). Agora, vivo sozinho num apartamento com 216 m2.

Ocupo hoje 16 vezes mais área de construção do que ocupava quando era jovem.

Apesar de haver o mesmo número de casas, não há casas suficientes porque as pessoas gastam mais área (cada casa tem menos habitantes).


Segundo = As pessoas não podem viver todas no mesmo sítio.

Em criança vivia numa aldeia e agora vivo no centro de uma cidadezinha.

As pessoas ao quererem mudar para os centros urbanos, as casas na aldeia ficam desocupadas. A casa dos meus sogros (Deus os tenha em paz nos seus braços), algures numa aldeia perdida de Viseu, está desocupada há vários anos e, na aldeia, a grande maioria das casas está sem habitantes. Apenas vivem uns velhos cujos filhos estão na França, Suíça, Luxemburgo, Lisboa e Porto.

Não faz sentido ter uma linha de caminho de ferro e várias autoestradas que, a menos de 20 km do centro do Porto, servem milhares de hectares de terrenos classificados como  "área non aedificandi / não edificável".

É preciso dar direitos de construção aos terrenos.


Terceiro = São precisos "trabalhadores deslocados".

Para termos mais habitação a custos controlados é preciso diminuir os custos de produção e, para isso, são precisos trabalhadores com salários mais baixos. 

Um trabalhador deslocado trabalha num país (em Portugal) mas tem contrato de trabalho noutro país (em Marrocos, no Nepal ou no Bangladesh), aplicando-se os descontos e a legislação laboral do país de origem (a TSU vai para o país de origem).

Por exemplo, a UAE tem um total de 9,8 milhões de habitantes dos quais 1.2 milhões são nacionais e 8.6 milhões de "trabalhadores deslocados"; o Kuwait tem 4,3 milhões de habitantes dos quais 1.3 milhões são nacionais 3,0 milhões são "trabalhadores deslocados"; Na Arábia Saudita, 80% dos empregos do sector privado são ocupados por "trabalhadores deslocados" (um total de 14 milhões).

Ouço os esquerdistas dizerem que Israel explora os "trabalhadores deslocados" palestinianos mas não falam dos "deslocados" nos países árabes pelo que a critica também não se deve aplica a Portugal (é um caso específico de Israel).


Vejamos um exemplo.

O trabalhador do Bangladesh tem o salário mínimo é de 105€/mês, horário de 48h/semana e 12 meses de salário por ano. Enviando 23.75% de contribuição para a Segurança Social do Bangladesh, fica num mínimo de 1.15€/h.

O empregador, além do salário e das contribuições, teria de providenciar a viagem de vinda e volta, o alojamento em contentores de obra, a alimentação e a assistência médica e medicamentosa (através de um seguro de saúde).

Todos os países limitam a duração da estadia a um máximo de 36 meses seguidos, com ausência entre contratos de 12 meses.


Direita, isto não é verdadeiramente imigração.

Bem sei que a Direita é contra a imigração porque têm medo de Portugal perder a sua matriz cultural.

Penso pessoalmente que isso nunca irá acontecer por causa da "força das instituições". Por exemplo, o grupo cultural que imigrou em maioria para os USA foi o dos falantes de alemão e hoje quase ninguém fala alemão nos USA. Aconteceu o mesmo no Brasil onde o maior grupo cultural foi o dos falantes de italiano e hoje quase ninguém fala italiano no Brasil.

Mas ao termos "trabalhadores deslocados" com contrato de trabalho no país de origem e com uma permanência máxima de 36 meses, não se coloca esse problema (mesmo que imaginário). 

No caso dos países árabes, nunca é concedida a cidadania mas poderia haver critérios que o justificasse, por exemplo, ao fim de 4 contratos de trabalho sem problemas (15 anos).


sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Já vamos na nona sondagem e o Montenegro continua longe da vitória

Saiu hoje a nona sondagem sobre as legislativas de 10 de Março 2024.

Saiu mais uma sondagem da Euronew-Sol, o que faz com que a minha "macro-sondagem" que agrega as 9 sondagens depois da demissão do António Costa já tenha um total de 6900 respostas válidas. 
Em termos de tendências, represento os resultados sem abstenção na forma de gráfico para ser mais fácil ao leitor chegar à conclusão de que está tudo na mesma. 
A única tendência que podemos, com esforço, ver  é o CHEGA estar a aumentar à custa do BE e da IL mas tudo muito ligeiramente. São precisas mais sondagens para poder concluir.

Fig. 1 - Tendência das intenções de voto, 9 sondagens entre 17Nov23 e 19Jan24 


Não havendo tendência visível, posso agregar as 9 sondagens disponíveis de que resultam 6906 respostas válidas (consegui a ficha técnica).

Fig. 2 - Intenções de votos nas 9 sondagens depois da demissão do António Costa. O Total percentual dos partidos exclui a abstenção (as não respostas) e faz a soma ser 100%.

O efeito da AD foi linear.

Isto é, a fusão dos três partidos apenas juntou as intenções de voto no PSD, CDS e PPM (0.0% de intenções de voto). Desta forma e como anteriormente previ, a AD terá um ganho positivo de 3.5 deputados, 2 para o CDS e 1.5 deputados para o PSD.

Neste momento, a AD está verdadeiramente empatada com o PS, ambos com cerca de 78 deputados o que traduz que o PSD terá o mesmo resultado que teve em 2022. 

O CHEGA mantém-se nos 41 deputados, o BE nos 15 deputados e a Iniciativa Liberal está nos 13 deputados.

Nos partidos pequenos 
O PCP vai perder metade da já pequena bancada afundando para os 3 deputados (entre 2 e 4), o Livre vai perder o seu deputado com grande probabilidade (70% de probabilidade). 
Afinal, o deputado do Livre sempre se devia à Joacine Elysees Katar Tavares Moreira.
Gagueja, gaguejava, cuspia, dizia mal do "homem branco" mas era dinâmica e representava ideias novas e polémicas. O que lá está é mais do mesmo, sempre a falar dos consensos, da paz no mundo, do fim da fome e do sofrimento das criancinhas.
O PAN mantém a sua deputada, é um partido vivo mas que não sai dos cuidados intensivos.
O CDS ressuscitou por via do acordo com o PSD mas não vai salvar o Montenegro. Vai mesmo fazer parte da oposição ao governo PSD+CHEGA encabeçado pelo Passos Coelho.


A probabilidade do Montenegro formar governo está em 1.1%.

Se cumprir a promessa de só querer ser primeiro ministro se o PSD tiver mais votos que o PS e o PSD+CDS+IL ter mais deputados do que o PS+BE+PCP+Livre+PAN (contando com a abstenção do CHEGA), então, apenas tem a hipótese um em cem de o conseguir.

Se considerar que a vitória da AD face ao PS é suficiente, a hipótese aumenta para um em 20.


A probabilidade do PSD+CHEGA ter maioria absoluta está em 95%.

Engraçado que o Montenegro tem 1 hipótese em 20 de ser primeiro ministro mas o PSD+CHEGA tem 1 hipótese em 20 de não ter maioria absoluta.

Nunca, jamais o PSD vai deixar o Montenegro apoiar um governo esquerdista com esta maioria absoluta.

Lá teremos o Pedro Passos Coelho a encaminhar Portugal para o sucesso.


O Pedro Passos Coelho não tem aparecido e faz bem.

A campanha eleitoral está-se a transformar numa licitações de promessas totalmente irrealistas, cortar impostos e dar tudo a todos, a polícias, professores, médicos, jovens, velhos, activos, reformados, homens, mulheres e outros.

Quem faz tamanhas promessas não pode ser governo porque não vai poder cumprir o que promete.

O Passos Coelho sabe que as promessas do PSD são irrealistas pelo que, aparecendo, tinha de malhar no Montenegro e nos "economistas" que apoiam o programa de governo da AD.

Como o Passos Coelho não aparece, não precisa de malhar no Montenegro nem de prometer nada, faca de mãos livres para governar de forma racional. E o André Ventura, como vice primeiro ministro, tem a desculpa "Não sou eu o primeiro-ministro, se fosse, ..." 


Vamos crescer 3.5%/ano como?

Os "economistas sábios" do PSD dizem que vamos crescer 3.5%/ano mas como será isso possível se nos últimos 20 anos crescemos 0.86%/ano?

Seria bom mas o que propõem o "economistas sábios" do PSD para fazerem Portugal mais do que quadruplicar a taxa de crescimento dos últimos 20 anos?

Porque não prometem que vamos crescer 5%/ano? É um número como outro qualquer.

E toda a política de "dar tudo a todos e diminuir impostos" assenta neste crescimento económico totalmente irrealista.

Fig. 3 - Evolução do crescimento do PIB português está há 20 anos abaixo de 1%/ano (dados: Banco de Portugal)


Como resolver o problema do suplemento de 548,85€/mês da PJ na PSP+GNR?

De forma politicamente honesta, se tem de ser igual para todos, tem de se cortar o suplemento da PJ.

A PJ tem cerca de 950 assalariados enquanto que a PSP+GNR tem 45000 assalariado.

Dar mais 548,85€/mês a cada agente da PJ traduz-se numa despesa anual de 9,0 milhões de euros.

Dar este suplemento a todos os da PSP e GNR já é uma despesa anual de 426 milhões de euros.

Não é bem o mesmo dar 458,85€/mês a 1000 pessoas ou a 46000 pessoas.

Se tiver de ser igual para todos, a única solução financeiramente viável é cortar na PJ.


terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Ninguém liga ao que os candidatos prometem.

Os partidos políticos são "clubes de futebol" e os votantes são "hooligans".

Não há nada que motive mais guerras do que a religião e esta é um conjunto de promessas que nunca serão cumpridas, nomeadamente, de que quem fizer o bem, seja isso o que cada um entender, vai para o Céu e, no fim do mundo, ressuscitará.

Os muçulmanos ainda prometem que, quem morrer em combate contra os infiéis, irá imediatamente para o Céu onde lhe esperam 72 virgens de beleza indescritível (fica à imaginação de cada um). Também se deve aplicar às mulheres (terem 72 homens castos à sua espera) pois não ouço os movimentos pela igualdade a reclamar.

Os presidentes dos clubes de futebol prometem mundos e fundos, e, quando não têm mais para escala para as promessas, gritam  "Até os comemos", momento em que as hordas  gritam até ficarem sem voz, tal qual, consta, faziam há milhares de anos no Coliseu Romano.


Não é possível baixar os impostos.

Mas todos o prometem.

Pode o IRS ou o IRC descer um bocadinho, um pontinho, mas vai ter de aumentar outro imposto qualquer. Na campanha eleitoral, esse imposto que vai aumentar é identificado como "Combate à fuga e evasão fiscal" ou "Receita fiscal induzida pelo crescimento económico".

Tudo falso porque a "fuga e evasão fiscal" são pequenas transacções, uma lavradeira vender na feira umas couves sem IVA, uma empregada a dias não passar factura, um arrendamento sem recibo, um biscato com pagamento em dinheiro.

Estas fugas, mais do que tudo, resolvem aos pequenos negócios dificuldades burocráticas como organizar a contabilidade, fazer a declaração trimestral do IVA ou relacionar-se com a segurança social por causa da mulher a dias. Nas maior parte dos "pequenos empresários" não são médicos, advogados, engenheiros nem professores, são pessoas que mal sabem ler e escrever e que, por isso, não conseguem lidar com a burocracia.


Há uns anos comprei um HDD em segunda mão.

Fui a uma loja na cave do Centro Comercial de Cedofeita e comprei um disco não me lembro por quanto a um fulano muito simpático. O vendedor mandou-me por email o recebi onde constava o IVA do valor total quando a isso não era obrigado (os bens em segunda mão pagam IVA da diferença entre o preço de aquisição e o preço de venda).

Disse-me ele "Eu não sei nada disso, faço da forma mais conservadora".


Outro dia, comprei umas couves a uma velhota.

Reparei que a Sr.a tinha uma ferida no lábio. Aproximei-me e disse, a "Sr.a tem ai uma ferida muito feia, tem de ir ao médico o mais rapidamente possível que isso pode ser um problema grave."

A velhota assumiu logo que eu era médico "Agradeço-lhe muito sr. dr., tenho desmazelado, tenho metido vaselina mas agora que o sr. dr. diz que pode ser grave, vou então ao centro de saúde ver isto. Leve umas couves que não lhe levo nada."


Isto vem a propósito das promessas do CHEGA.

Se o PCP e o BE prometem coisas totalmente mirabolantes como, por exemplo, que o congelamento das rendas vai permitir que todas as pessoas tenham casa digna pagando pouco ou que o fim dos privados vai fazer com que todas as pessoas tenham acesso a melhores escolas públicas, e ninguém diz que são demagógicos, também o André Ventura pode prometer o que sabe que nunca se irá concretizar.

Digamos que resulta da formação religiosa, prometer "Deus vai recompensá-la" e "Tem um lugar certo no Céu" a quem nos faz o bem mesmo que Deus são seja nosso funcionário nem o Céu seja nossa propriedade.


Alguém acredita que, com o Trump, as guerras da Ucrânia e de Gaza nunca teriam acontecido?

Ninguém acredita mas, mesmo assim, as pessoas gritam nos seus comícios.


O CHEGA está a fazer o seu caminho.

Quando os do PS, PSD, BE, PCP, LIVRE, PAN ou CDS vêm dizer que as promessas do André Ventura não são realizáveis, já todos sabemos, tal como sabemos que as promessas do PS, PSD, BE, PCP, LIVRE, PAN e CDS não são realizáveis.


Sobre os imigrantes terem de saber falar português.

Estava marido e mulher a ver televisão e a mulher disse, "Tenho reparado e a nossa vizinha recebe sempre um beijo do marido quando este sai e quando chega a casa, porque é que tu não fazes o mesmo?"

"Mas eu mal conheço a senhora, se tentar dar-lhe um beijo, ela vai chamar a polícia!"

Também o André Ventura disse "Os imigrantes têm de saber falar português" e os esquerdistas logo responderam "Mas os portugueses que foram para a França não sabiam falar francês e os que vão apra a Holanda não sabem falar holandês!"

Mas sabiam falar português que é isso que o André Ventura exige! Não disse "Têm de falar a língua do país para onde vão", disse "têm de saber falar português".


A promessa da convergência das pensões com o salário mínimo.

O André Ventura disse que, na condição de ser primeiro-ministro, demiti-se se não conseguir, ao fim de 6 anos, aumentar as pensões até ao salário mínimo.

Mas alguém imagina que o André Ventura vai ser o próximo primeiro-ministro de Portugal?

E, mesmo que o fosse, só ao fim de 6 anos é que consegue avaliar se o conseguiu.

É como eu prometer "Se eu, quando fizer 120 anos, não tiver conseguido acabar com a fome e a guerra no Mundo, vou a Paris a pé, subo pelas escadas ao cimo da Torre Eiffel e atiro-me dali abaixo".


Esta música é bonita: Promessas levas o vento.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Com tantos massacres em África, porque é que a África so Sul só se preocupa com Israel?

África é o continente das guerras e dos massacres.

Esta afirmação seria logo interpretada pelos mentecaptos de letras como racismo mas não tem nada de racismo, é a realidade. 

Não estou com isto a dizer que não houve problemas na Europa, Bósnia, Arménia ou Ucrânia, estou apenas a dizer que em África houve guerras e massacres muito maiores do que o que está a acontecer em Israel.


Os massacres da Somália.

Em 1991 começa uma guerra civil na Somália que ainda não acabou. Além de já ter causado mais de um milhão de mortos diretos, tem condenado à fome e à miséria milhoes de pessoas.

O que fez a África do Sul? Nada.

A África do Sul queixou-se a alguém por causa da mortandade na Somália? Não.


Os massacres do Ruanda.

Em 1994, no espaço de 100 dias grupos armados de Hútus mataram 800 mil de Tútsis numa população total de 1.1 milhões de pessoas.

Mataram 73% da população de Hútus, uma percentagem mjaior do que no Holocausto, 8 mil mortos por dia.

Nessa altura, o que fez a África do Sul? Nada.

A África do Sul queixou-se a alguém por causa da mortandade no Ruanda? Não.


A segunda grande mortandade do Congo.

Na primeira guerra do Zaire (1996-1997) morrera 250 mil pessoas no espaço de 6 meses, mas isso foi apenas o ensaio para o que viria a acontecer apenas um anos depois.

Em Agosto de 1998 começou a segunda grande guerra do Zaire (actual República Democrática do Congo) que só acabou em Julho de 2003.

Nesta guerra morreram 5,4 milhões de pessoas, uma média de 3000 pessoas por dia, todos os dias durante 5 anos.

Nessa altura, o que fez a África do Sul? Nada.

A África do Sul queixou-se a alguém por causa da mortandade no Zaire? Não.


Os massacres da Eritreia-Etiópia.

Em 1998 começa uma guerra civil que levou à independência da Eritreia e que causou um milhão de mortos.

O que fez a África do Sul? Nada.

A África do Sul queixou-se a alguém por causa da mortandade na Somália? Não.


Na África do Sul são assassinadas 30 mil pessoas por ano.

Todos os dias são assassinadas 80 pessoas na África do Sul.

E isto num pais que se diz pacifista e que não está em guerra contra ninguém.

O que faz a África do Sul? Nada.

A África do Sul queixou-se a alguém por causa da mortandade violente que vive? Não.


A razão está na Economia estagnada.

Depois de iniciada a democratização da África do Sul e o fim das sanções ocidentais de 1991, a economia cresceu 2.2%/ano até que, em 1998 apareceu a crise do sub-prime.

Desde então, com governos cada vez mais à esquerda, a economia está totalmente estagnada. Se em 2008 o PIB per capita foi de 6075 USD/capita, decorridos 25 anos, está exactamente no mesmo valor.

Já para não dizer que em meados da década de 1970 o PIB per capita da África do Sul era igual à média mundial e, decorridos 50 anos, está em metade. 


Se meter a China na equação!!!!!!

Em 1992, o PIB per capita chinês era um quarto do sul-africano e, neste momento, é o dobro. Multiplicou 8 vezes enquanto a economia sul-africana ficou na mesma. 


Fig. 1 - PIB per capita da África do Sul, China e Mundo, 1973-2021 (dados, WB)


Como a pobreza e a violência são cada vez maiores, arranjam-se inimigos externos.

A culpa dos problemas da África do Sul não está nas políticas erradas, está em Israel que não dá liberdade aos palestinianos.

Quer o governo esquerdista da AF convencer os seus mal governados cidadãos que, se houvesse um país chamado Palestina, todos os seus problemas ficariam resolvidos.


Em Portugal acreditamos do mesmo.

É o lançamento do TGV e a esmola dos 750 milhões que vamos receber dos nossos parceiros europeus.

É o IMI que as barragens vão pagar.

É a diminuição do IRS

Prometem, uns e outros, que estas coisas vão resolver todos os nossos problemas.

E há quem acredite.

Fig. 2 - Tem um cabelo lido mas o padrão do bikini não a favorece, se fosse de uma só cor ... ficava tudo resolvido.


quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

O que era preciso fazer para Portugal crescer?

Vou aceitar este desafio e dizer como fazer um país crescer.

Para poder explicar este difícil problema vou ter que explicar qualquer coisa de economia.


1) O que cada pessoa produz é crescente com as suas competências.

Os trabalhadores são diferentes nas suas competências (os mentecaptos de letras acusaram-me de ser racista por afirmar que as pessoas são diferentes), então, a pessoa i com competências Ci vai produzir yi:

     yi = F(Ci), com F crescente com Ci

A competência não é a mesma coisa que escolaridade porque isso faz parte do capital (é capital humano). 

Competências tem a ver com as características do indivíduo (por mais que eu corresse e treinasse nunca jogaria como o Cristiano Ronaldo) e com questões culturais (passar de forma informal para o indivíduo formas mais eficientes de produzir).


2) O que cada pessoa produz é crescente com o capital na economia.

Dividindo todo o capital que existe na economia pelo número de trabalhadores, obtemos a intensidade em capital da economia, k.

Para um mesmo nível de competência, a produção do trabalhador será maior se houver mais capital na economia. Posso então dizer que

      yi = F(Ci,k), com F crescente com Ci e com k

Para aumentar a intensidade em capital é preciso haver investimento maior do que a depreciação do capital.

Capital não é apenas máquinas, é tudo que obriga a fazer um sacrifício no presente (por exemplo, o aluno estudar em vez de ir para a borga) em favor de um antecipado benefício no futuro (o aluno, quando trabalhador, vir a ter um salário mais elevado).


Aumentar o investimento não implica que os trabalhadores podem ter salários maiores.

Se a produção aumenta por causa do aumento no capital, como este tem de ser remunerado (amortização e juros), apenas haverá aumentos nos salários se o aumento na produção for maior do que o necessário para remunerar o capital.

Em particular, se o investimento for financiado com capital estrangeiro, como a remuneração do capital vai para o estrangeiro, até pode acontecer os nacionais verem os seus salários diminuídos.


3) O "nível tecnológico" aumenta ao longo do tempo.

Aqui surge um problema difícil de compreender que é saber o que é o "nível tecnológico".

Prova de que o problema é difícil de compreender é os comentadores e os políticos falarem em "investimento em tecnologia" porque investimento é capital.

O "nível tecnológico" aumenta quando se amortiza o capital (em termos contabilísticos, deixa de existir) e esse capital ainda não depreciou completamente.

O "nível tecnológico" é capital, físico ou humano, amortizado, isto é, que já não existe na contabilidade nacional.


Vejamos dois exemplos.

1 = Um trabalhador produz 1000€/mês e com uma máquina que custa 12000€, passa a produção a ser de 1200€/mês. A produção aumentou mas apenas por causa da máquina.

A máquina, como é normal na contabilidade, vai ser amortizada em 5 anos, 200€/mês. 

Se, decorridos os 5 anos da amortização, a máquina continuar a trabalhar bem, os 200€/ano do incremento da produção deixam de ser responsabilidade da máquina e passam a ser o "aumento no nível tecnológico".

2 = Um estudante tira um curso de medicina que, desde que entra na pré-primária, é um investimento de 480 mil € (o sacrifício do aluno a estudar afincadamente, o salário dos professores e o custo das instalações).

Quando médico, o vai produzir mais do que um analfabeto mas, como é preciso amortizar o capital humano em 40 anos, 1000€/mês são da responsabilidade do "capital humano".

Se decorridos os 40 anos da amortização, o médico continuar a trabalhar, o incremento na produção face ao analfabeto é por causa do "aumento no nível tecnológico".


O investimento directo estrangeiro.

Quando empresas de países mais ricos investem em países mais pobres, como nos países de origem o "nível tecnológico" é mais elevado (existe mais capital que já foi amortizado, não precisando de ser remunerado), o país pobre fica favorecido (vai aproveita "nível tecnológico" superior).

Por exemplo, em Portugal não sabíamos fazer automóveis. Então, quando, em 1971, a Toyota veio para Portugal, transferiu capital do Japão para Portugal que não teve se ser pago por nós porque no Japão já estava amortizado (o saber fazer é capital humano).


Por aqui, pouco pode ser feito.

Para produzir mais, os trabalhadores têm de se esforçar mais o que custa.

Mais capital não aumenta os salários porque é necessário remunerar o capital.

Investimento directo estrangeiro não é fácil de captar. Por exemplo, a Intel vai fazer uma fábrica de processadores na Irlanda e ou outra em Israel e nós andamos entretidos com comboios, aeroportos e outras merdas que não nos aumentam o "nível tecnológico" (temos de pagar isso tudo com juros e alcavalas).


A economia cresce pelo "apanhar das oportunidades".

Os trabalhadores eficientes são capazes de melhorar o processo produtivo que existe, por exemplo, os trabalhadores da Toyota são capazes de melhorar a eficiência dos motores a gasolina.

Os empreendedores são capazes de fazer coisas radicalmente novas, por exemplo, o Musk não melhorou os motores a gasolina que existiam, fez algo radicalmente diferente.


O JN está falido.

Os trabalhadores do JN são capazes de melhorar a forma como se faz o jornal, melhorar o texto das notícias, diminuir o custo de impressão e de distribuição do jornal mas o Zuckerberg não melhorou a forma de fazer os jornais que existiam, criou o  Facebook que é algo radicalmente diferente.

O JN está falido porque a tecnologia da impressão em papel e da distribuição é muito cara em comparação com impressão/distribuição digital.

Eu escrevo este poste e quem o quiser ler pode-o ler. Tanto pode ser lido por uma pessoa como por mil milhões, em Portugal, na América ou na China que não tem qualquer custo de distribuição para mim e para quem o lê (bem, gasta um bocadinho de electricidade).

Alem disso, trabalho à borliex para o leitor.

Então, profissionais a escrever notícias que, depois, vão ser impressas e distribuídas não pode competir com a informação digital gratuita.


Mas, dizem que "a informação sem jornalistas é informação falsa".

Com toda a certeza que não ouvem a Aljazira (eu gosto de ver aqueles jornalistas a destilar ódio a Israel e aos USA :-).

E também não lêem o jornal o Pravda do PCP (Pravda quer dizer Verdade em Russo !!!!!!). Este não leio, prefiro ler o jornal das Testemunhas de Jeová que está ao mesmo nível de verdade (cuidado que os sinais mostram que o Mundo está para acabar). 

As notícias são todas falsas, o que é preciso é fazer a média.


E como pode Portugal crescer?

Vejamos o que diz a ciência económica.


A =  Aplicar o "princípio do utilizador-pagador".

Quando uma pessoa apanha um transporte público colectivos tem de pagar o custo verdadeiro. Não pode o Estado cobrar impostos para financiar os transportes públicos colectivos porque isso evita que sejam adoptados as soluções tecnológicas mais eficientes que vão surgindo.

É mais eficiente um jovem usar uma trotinete ou uma bicicleta eléctrica do que um autocarro. Adivinhando isso, os políticos tornaram os transportes públicos colectivos gratuitos para os mais jovens (de gratuito não tem nada mas quem paga é o contribuinte).

É preciso haver custo para os utilizadores na Saúde, Ensino, Transportes e tudo que o estado oferece de graça mas que tem custo elevado. 

Porque é que acabou a taxa moderadora de 20€ nas urgências?

Porque é que acabou a taxa moderadora de 5€ nas consultas dos centros de saúde?

Haverá alguém em portugal que não possa pagar 5€ por uma consulta médica?

Só assim pode aumentar a eficiência. 


Digam quanto vai custar o TGV ao contribuinte todos os anos.

Deveria ser assim: Os governantes que vão implementar o TGV dizem quanto vai custar e, se o custo for maior, têm de pagar do bolso deles.

No novo aeroporto dizia-se à dona dos aeroportos "É preciso aumentar a capacidade aeroportuária em Lisboa em 50% e as taxas não podem subir, resolva o melhor que souber e puder".

Não é um governante totalmente incapaz ou uma "comissão técnica" que vive num gabinete a olhar para uma parede cinzenta sem janela (como eu vivi 33 anos da minha vida) a dizer onde se deve fazer o aeroporto ou se devemos ter um TGV. Quem tem de dizer são os investidores que vão lá meter o dinheiro deles e, se não der, ficam sem ele.


B =  Não pode ser o Estado a decidir os "sectores estratégicos".

O do PS tem a promessa de que vai decidir os sectores estratégicos em que Portugal tem de investir e, depois, remata que "a aposta do PS nas energias renováveis foi uma aposta ganha".

Mas isso é totalmente falso. Nos últimos 20 anos houve um enorme investimento em energias renováveis e o PIB per capita cresceu 0,7%/ano. Isto é nada, e muito se deve à liberalização do mercado de arrendamento do Passos Coelho e, o consequente, aumento do alojamento local.

Meter dinheiro no "hidrogénio verde" é condenar-nos à pobreza, é deitar o dinheiro dos contribuintes ao lixo porque isso não vai dar em nada. É por demais evidente que o futuro está nas baterias de sódio e nunca houve ninguém falar em estudar este assunto.

É tudo maluqueiras.


C =  É preciso deixar que as pessoas "apanhem as oportunidades" e ganhem com isso.

Os esquerdistas odeiam o lucro. Dizem eles que o lucro está a ser roubado aos trabalhadores.

Mas quando dá prejuízo já é incompetência do patrão.

Se um empreendedor apanha uma "oportunidade", uma nova tecnologia, uma nova forma de fazer dinheiro e fica rico, deve-se dar-lhe uma medalha não é carrega-lo com inspecções das finanças e da ASAE,  impostos e taxas extraordinárias e campanhas a chamar-lhe "explorador e corrupto".


O exemplo das "cadeiras de rodas" em segunda mão.

Havia um velhote  de 65 anos de nome Carlos Quaresma que descobriu que nos países nórdicos deitavam cadeiras de rodas, camas articulas e outras coisas ao lixo que, em Portugal, custavam muito dinheiro. A minha mãe recebeu uma dessas cadeiras de rodas, totalmente de borla.

O velhote esforçava-se e pensou pedir uma contribuição de 6000€ por cada camião TIR carregado com material no valor de 300 mil euros.

Uma cama articulada custa mais de 3500€ e ele cobrava 70€. Uma cadeira de rodas custa 300€ e ele cobrava 10€.

Acontece que o velhote conseguiu, com o esforço dele, arranjar que um fundação sueca pagasse o transporte pelo que os 6000€ iam para o seu bolsinho.

Os esquerdistas descobriram que ele metia os 6000€ ao bolso e arrasaram o velhote.

Houve 35 câmaras que receberam material pagando quase nada, 2% do preço de mercado, e que atacaram o velhote.

Meteram-lhe um processo crime (dado como inocente), foi enxovalhado, ficou arrasado e os esquerdistas foram buscar o tal material de graça?

Não, nem pensar nisso, a missão deles é dar cabo de quem encontra formas de criar valor. Coisas que iam para o lixo, tinham muito valor em Portugal.

Agora, se os lares da terceira idade precisam de cadeiras de rodas ou de camas articuladas, têm de pagar balurdios, em vez dos 6000€ têm de pagar os 300 mil €.

E o Zé Povinho aplaude estes esquerdistas.


O exemplo do "alojamento local".

O alojamento local causou uma explosão no turismo nas cidades portuguesas.  O que fazem os esquerdistas do governo? Taxas, impostos, proibições, problemas, ASAE, inspecções das finanças, campanhas de desinformação de que as cidades estão a perder residentes por causa disso.

Querem destruir porque alguém tem lucro.


C =  O mercado de trabalho.

Aqui está o pior problema porque parece que o governo ao aumentar o salário mínimo está a dar alguma coisa a alguém quando, de facto, está a destruir as empresas e as oportunidades de trabalho para as pessoas mais pobres (e menos capacitadas).

O salário mínimo deveria pura e simplesmente acabar.


Comparemos com o futebol.

O Benfica paga aos futebolistas um salário médio de 193665€/mês, mais do dobro do que pagam o Porto e o Sporting. O estrela da amadora para 8413€/mês, 23 vezes menos.

Exactamente com a mesma profissão, todos treinam, esforçam-se, correm 90 minutos como malucos e dão pontapés na bola mas as diferenças de salário são enormes, entre o Di Maria que recebe 687143€/mês e o Jerome Osei Opoku (e outros) que recebe 1230€/mês é uma diferença de 481 vezes.

Exactamente com a mesma profissão, todos correm 90 minutos e dão pontapés na bola e as diferenças nos salários são enormes.

As diferenças no mérito não acontecem apenas no futebol mas os esquerdistas querem fazer crer que, como todos trabalham as mesmas horas, têm todos o direito ao mesmo salário.


Trabalho igual, salário igual.

Compare a fotografia final com a inicial. Qual contratava? 

A de azul água marinha parece bem mais simpática (que se foda a simpatia).



D =  Imigração.

Aqui vou apresentar algo polémico mas que também está tratado pela ciência económica.

Um trabalhador nepalês no Nepal produz pouco (só produz 0.50€/hora).

Porque em Portugal temos mais intensidade de capital e "nível tecnológico" do que têm no Nepal, se esse trabalhador vier para Portugal, consegue nos nossos sectores menos produtivos (a agricultura) produzir muito mais do que 0.50€/hora, vamos supor que produz 5.00€/hora.

Mas o aumento na produção não resulta do mérito do nepalês mas antes de em Portugal termos mais capital. Então, o incremento de 0.50€/h para 5.00€/h tem de ser dividido entre o trabalhador e os portugueses (porque somos os donos do "nível tecnológico" e do capital).

Sempre que entre em Portugal um trabalhador do Nepal que ganhe 3.00€/mês, a economia cresce e os portugueses ficam a viver melhor. 

Se tivéssemos 1 milhão de nepaleses a ganhar 3.00€/hora, os nepaleses ficariam melhor, os portugueses ficariam melhor e os consumidores de produtos agrícolas (do norte da Europa) também´me ficariam melhor.

Se o nepalês for proibido de trabalhar, vai ficar pior, sobrecarrega a segurança social e os portugueses ficam a viver pior.


segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

As promessas dos partidos: se fosse fácil crescer, não haveria países pobres.

Todos os partidos prometem mais e mais e mais e mais.

Prometem mais salários, mais pensões, mais saúde, mais ensino, mais, mais, mais e mais tudo acompanhado com menos impostos.

Quando lhes perguntam "E como vai ser isso possível" atacam com mais crescimento económico.

E o crescimento económico consegue-se, parece das promessas, com meia dúzia de merdas sem mostrarem qualquer prova de que dessas merdas vai resultar crescimento económico.


Eu tentei ensinar economia aos alunos de Comunicação e Jornalismo.

E a minha ideia era dotar os jornalistas de um quadro de raciocínio económico que lhes permitisse desmontar as promessas irrealistas dos políticos:

"Mas se essa medida tão simples faz mesma a economia crescer, porque é que o sr. dr. ainda não é Prémio Nobel da Economia?"

"Há tantos países pobres, onde as pessoas passam fome, frio, vivem em barracas, onde não há escolas nem hospitais, porque é que esses países não implementaram essa ideia do sr. dr.?"

Fui despedida.

Talvez os jornalistas não queiram fazer perguntas difíceis, antes querem fazer parte da farsa de que vão fazer alguma coisa.


Fazer um novo hiper-aeroporto e o TGV.

Não há ninguém do povo, manifestações ou greves, a pedir comboios rapidíssimos entre o Porto e Lisboa.

Também não há ninguém do povo a pedir um novo aeroporto em Lisboa.

Pura e simplesmente, ninguém quer saber disso porque o povo sabe que essas obras vão ser apenas buracos para o contribuinte pagar no futuro e os promotores, políticos, encherem os bolsos.


Querem viagens rápidas? Acabem com o limite de velocidade nas autoestradas.

Se bem se lembra, o limite de velocidade nas autoestradas surgiu para poupar combustível. Isso é altamente ineficiente quando o Estado cobra pipas de massa de imposto sobre os combustíveis.

O eficiente é ter portagens crescentes com a velocidade média, por exemplo, por cada km/h acima dos 120km/h, o utilizador paga mais 3% de portagem.

Se o utilizador vai a 160km/h, paga uma sobre-portagem de 40*3% = 120%.

Essa portagem a mais iria moderar as velocidades (só andaria a velocidade elevada quem precisasse mesmo) e ajudar a pagar as estradas.

Como as autoestradas já estão feitas e o carro é do utilizador, não tem custos para o contribuinte.

Não éfaz qualquer sentido dizer que o TGV vai ser um grande sucesso, que vai ser um factor de promoção do crescimento económico quando os comboios que existem dão todos os meses milhões de euros de prejuízo para o contribuinte pagar.


Os países da Europa de Leste têm crescido mais do que nós. 

Será que andam por lá a fazer aeroportos e TGVs?

Não. Não estão a fazer nada disso.


Vejamos às promessas do PS.

Aumentar o salário mínimo para 1000€/mês.

Aumentar as rendas na mesma proporção que o salário médio (será acima da inflação).

Mais impostos para a Segurança Social

Dentistas no SNS.

Aumentar os salários dos professores.


Alguém é capaz de ver nestas promessas alguma coisa que tenha impacto?

Eu não consigo ver como pode a economia crescer a partir destas promessas.

Aumentar o salário mínimo, aumentar as rendas e pagar mais impostos são coisas a serem feitas pelos privados.

As únicas duas promessas que são acções do governo são 1) meter dentistas no SNS (mas sem dizer quantos) e 2) aumentar os salários dos professores (sem clarificar se o aumento é o mesmo que se aplica aos restantes funcionários públicos).

Fig. 1 - O Pedro Nuno mostra escamas e o povinho pensa que vai comer robalo.


Vejamos às promessas do PSD.

Promete baixar impostos mas, ao mesmo tempo, defende que as barragens paguem mais impostos.

Dizem os sábios do PSD, tal como já dizia o Durão Barroso, que baixar impostos faz a economia crescer e, consequentemente, aumentar a receita de impostos.

Não é logicamente possível.


Vejamos as pessoas que querem emagrecer.

Uma pessoa no seu dia a dia gasta mais energias se for mais pesada. Como temos que nos mover de um lado para o outro, se formos mais pesadas, temos de movimentar mais peso e, assim, gastamos mais energia. Isto é uma verdade da natureza!.

Agora vamos ver o que dizem os sábios do PSD.

Se a pessoa comer menos, vai diminuir de peso e, por causa disso, vai gastar menos energia. Então, como gasta menos energia, vai engordar!!!!!!!!

Os sábios concluem que, se a pessoa comer menor, engorda!!!!!! 

Que boa receita para os países pobres!!!!!!!!!!! Não é mandar-lhes comida, é convencê-los a comer ainda menos.

Para emagrecer, a pessoa tem de comer mais porque, assim, vai aumentar de peso e, por causa disso, vai gastar mais energia. Então, como gasta mais energia, vai emagrecer!!!!!!!!


Porque a proposta é louca?

Porque na mesma frase tem "aumentar" e "diminuir".

Não pode a pessoa diminuir de peso e, em consequência disso, aumentar de peso.

Não pode o governo diminuir os impostos e, em consequência disso, aumentar os impostos.

Não pode, são duas coisas contrárias, é como dizer que quando um morto cai ao mar, como não precisa de respirar, continua vivo. Ele estava morto, nunca pode continuar vivo.


O CHEGA não é um partido da economia.

O André Ventura sabe que não sabe nada de economia e, por causa disso, não aborda esse tema.

Achei interessante quando afirmou "A minha ambição é que as pensões aumentem para o valor do salário mínimo e que o CHEGA seja o partido mais votado".

São ambições mas que não se vão materializar.

É quase como o meu colega de praia que afirma "Gostava de ser muito rico para dar tudo aos pobres."


Se fosse fácil crescer não haveria países pobre!

Vou apenas apresentar um gráfico que relaciona a riqueza do país (medida pelo PIB per capita) com o crescimento económico (do PIB per capita).

Será de pensar que os países mais pobres crescem muito mais que os países ricos por causa da difusão tecnológica mas a evidência não mostra isso, os países pobres crescem, em média, quase tanto como os países ricos.

O crescimento económico (média de 3.8%/ano comparando as duas últimas décadas) resulta de múltiplos factores em que a convergência é responsável por apenas 0.1%/ano. Os restantes 3.7%/ano implicam sacrifícios, haver pessoas que perdem direitos no presente em favor de benefícios no futuro.

E nós portugueses não queremos fazer sacrifícios.

Fig. 2 - Relação em a riqueza e o crescimento económico dos países (dados: WB, 2002-22).

 

Bangladesh, um país que os esquerdistas dizem ser muito mal governado.

O Reino Unido partiu o sub continente indiano em 3 entidades, a Índia, o Paquistão e o Bangladesh sendo que o Bangladesh fico "colónia" do Paquistão até finais de 1971.

Em 1970, o PIB per capita da Índia e do Bangladesh era pouco mais de 50% do PIBpc do Paquistão mas, desde então, cresceu rapidamente ao ponto de hoje o Bangladesh já ter um nível de riqueza 25% acima do Paquistão. 


Os esquerdistas dizem que os trabalhadores do Bangladesh são explorados.

O problema é que os trabalhadores (e os seus direitos) não são um factor de crescimento económico. 

Os esquerdistas falam muito na importância da escolaridade e da competência dos trabalhadores mas a verdade é que não é isso que faz as economias crescer.

Isto não se pode dizer porque foram estas verdades que levaram ao meu despedimento.

Os esquerdistas vão arranjar milhares de justificações para mostrar que o crescimento económico só acontece com trabalhadores motivados, bem remunerados mas a verdade é que quem ganha as maratonas são os dos países mais pobres!

Bons ginásios, bom equipamento, bons treinadores, alimentação equilibrada e estudada por nutricionistas altamente reputados leva a resultados fracos.

O que leva a bons resultados é a pobreza, isso é que faz a criança sair da cama todos os dias e treinar horas e horas.

Os Ronaldos filhos de ricos faltam aos treinos e são doutores de coisas que há muitos, são mais um.

Nos últimos 20 anos, o PIB pc da Índia e do Bangladesh cresceu 5%/ano enquanto que o do paquistão cresceu 2.4%/ano. Porque não sei, não é por terem TGV e hiper-aeroportos, a ciência económica diz que resulta de no Paquistão haver mais direitos para os trabalhadores e menos para os empreendedores!

Fig. 3 - PIBpc do Bangladesh e da Índia em comparação com o do Paquistão (dados: WB, 1970-2022)


O que aconteceu em 1990 no Bangladesh e na Índia?

Deitaram ao lixo a mantra socialista dos direitos dos trabalhadores e das empresas pública.

O crescimento acontece onde os empreendedores são acarinhados, onde o lucro é visto como um resultado merecido do esforço e da sagacidade e não de promessas de que se vai tributar mais as empresas que têm mais lucros.

Se as empresas com mais lucros vão ser mais tributadas, apenas as empresas menos eficientes vão sobreviver e, com isso, continuaremos pobres.

Não vejo político nenhum nos países que crescem mais a dizer que vão tributar mais as empresas mais lucrativas para, com isso, cobrir o buraco da segurança social.

Pobres mas alegres pois é isso que, em quanto povo socialista, queremos.


Agora, um bocadinho sobre o problema dos hospitais.

Há um problema grave nos hospitais de "falta de seguro". Vejamos o que é isso.

O ministro da saúde diz às pessoas através da televisão "Se não têm falta de ar nem febre acima de 40.C, fiquem em casa, tomem um benurão, um cházinho morno, deitem-se na caminha e nada de ir ao hospital."

Querer isto dizer que, quando uma pessoa chega à triagem do hospital, não tendo falta de ar nem febre acima de 40.C, lhe dão o benurão, o cházinho morno e a deitam numa caminha.

Nada disso, deixam-na horas e horas à espera, depois fazem uma multiplicidade de testes para, no fim, a mandarem para o centro de saúde.

Reparem bem, a pessoa que não sabe nada de medicina pode decidir não ir ao hospital mas o médico da triagem não. Claro que a pessoa pode morrer em casa mas a responsabilidade não é de ninguém. Dirão "foi decisão dele não ter ido ao hospital" mas se entrou no hospital, já é responsabilidade do médico.

 

Eu a mandar, criava um "alojamento local privado" nos hospitais.

O mais caro dos hospitais são os médicos, os enfermeiros e os exames (os equipamentos).

Eu fazia enfermarias não "artilhada" para meter os doentes não urgentes. Cedia o terreno encostado ao  hospital para que privamos construíssem e gerissem essas enfermarias.

A pessoa chegava ao hospital, ia imediatamente à triagem e, nos casos menos urgentes, em vez de ir para a sala de espera horas e horas, ia para a "enfermaria" tomar um benurão, um cházinho morno e dormir uma soneca.

O paciente do "alojamento local" podiam levar um acompanhante para tratar dele.

Cobrava uma taxa moderadora de 20€/dia a entregar ao promotor privado.

Não haveria custos para o SNS (excepto nas pessoas que não pudessem pagar) e resolviam-se todos os problemas dos hospitais.

Fig. 4 - Menina Arrudinha, com este frio e tão pouca roupinha, ainda acaba com uma gripe. 



Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Best Hostgator Coupon Code