sábado, 30 de janeiro de 2021

Estará o CDS a caminho da extinção?

Eu já fui do CDS.

Lembro-me que quando tinha 9-10 anos, nos anos do PREC, por influência dos meus pais que tinham muito medo do comunismo, eu era do CDS. Não sabia nada do que era ser CDS ou comunista apenas que os nossos vizinhos eram comunistas e as nossas famílias eram inimigas.

Neste últimos 45 anos, o CDS sempre foi um partido parlamentar, uma vez cabendo num táxi e outras num mini-bus mas lá se foi aguentando. Agora, na fase do táxi, as sondagens indicam que nas próximas eleições legislativas vai deixa de ter representação parlamentar.

Se já outros partidos nasceram, foram parlamentares e desapareceram (o exemplo mais recente é o PRD que chegou a ter 45 deputados em 1985), será que estamos a assistir ao último suspiro do CDS?


De onde vêm as ameaças ao CDS?

Em política, a classificação Direita-Esquerda vem do tempo do Imperador Napoleão Bonaparte no final do Sec. XVIII, em que os apoiantes do "Imperador e de Deus" estavam sentados à direita e os que se opunham estavam sentados à esquerda. Desde então, muita coisa mudou.

Na nossa Assembleia da República, o BE, PCP, PS e PAN estão do lado esquerdo enquanto que o PSD, CDS, IL e CHEGA estão do lado direito.

A dicotomia Esquerda-Direita pode já não fazer sentido mas o CHEGA e a IL ao sentarem-se do lado direito, próximo do CDS, foi entendido pelos eleitores que votavam no CDS que estes partidos também defendem os "valores da Direita", seja isso o que for.


As ameaças ao CDS vêm do próprio CDS!

Em termos de missão, todos os partidos defendem o mesmo, o crescimento da economia, empregos com elevados salários, o fim da pobreza, da exploração do homem pelo homem, a igualdade, a felicidade humana, o ambiente, o fim das guerras e do sofrimento mas isso não basta. Vejamos os detergentes para a roupa, todos garantem que tiram até as nódoas mais difíceis, são amigos do ambiente e têm um óptimo preço mas não são iguais! São diferentes na embalagem, líquido/pó/pastilha, na cor, na dosagem, no aroma e no preço. Desta forma, clientes que pensam coisas diferentes quanto à lavagem da roupa têm por onde escolher.

Os partidos são iguais aos detergentes para a roupa. Apesar de serem todos iguais na missão, é preciso que sejam entendidos pelos eleitores como diferentes. Cada eleitor é diferente naquilo que pensa (o que se chama espectro político) e os partidos têm, em termos de "táctica de jogo", de defender políticas concretas capazes de captar eleitores localizados no espectro não ocupado.

Ninguém sabe o que o CDS defende.


O CDS perdeu o seu espaço no espectro político.

O que é que a Cristas defendia?

O que é que o Francisco defende?

Ninguém sabe. Apenas sabem que o CDS é um partido de direita e que é contra o governo de esquerda.

 

O que diz o Adolfo Mesquita Nunes sobre a forma de evitar a extinção do CDS?

Diz aquilo que todos dizem e que até o PCP defende:

O CDS tem que descobrir "como pôr a economia a crescer, criando riqueza para famílias e empresas; e como fazê-lo sem deixar ninguém para trás, apoiando quem precisa" pois "o PS não é bom a resolver problemas (...) É nisso, e só nisso, que o CDS tem de concentrar-se, focar-se. (...) Tudo o mais é distracção, tudo o mais serve o propósito do radicalismo e do populismo"

Mas uma coisa é "descobrir como por uma vaca a voar"  outra coisa é saber como se faz a vaca voar.

Uma coisa é "descobrir como por a economia a crescer" outra coisa é avançar com as políticas concretas que vão fazer a economia crescer.

 

E essas políticas concretas não existem.

 É um detergente da roupa que promete lavar impecavelmente e que é muito melhor que os outros mas, desenrosca-se a rolha e não tem cheiro, não tem cor e parece simples água.

Detergente líquido para a roupa que limpa mais limpo, é amigo do ambiente, não alérgico e que é muito melhor que todos os outros detergentes.








quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Covid-19 / Quando anunciam 300, na verdade são 500 mortos

Vou começar desafiando o PS a "construir um muro sanitário" à volta do CHEGA.
Os esquerdistas anunciaram, há 5 anos, que estavam a quebrar muros mas agora querem que o PSD meta um "muro sanitário" ao CHEGA.
Se isso for verdade, com certeza que vão eles erguer o "muro sanitário" comprometendo-se a apoiar um governo minoritário do PSD sempre que o número de deputados do PSD mais do CHEGA der maioria absoluta.
Desafio também os jornalistas a perguntarem a esses comedores esquerdistas se, na circunstância da maioria absoluta da direita. apoiam um governo minoritário do PSD.
Os esquerdistas apenas querem acantonar o PSD para poderem governar eternamente.

O Governo está a mentir quanto ao número de mortos.

O Governo não autoriza a divulgação de dados detalhados sobre a pandemia do covid-19 porque só desta maneira consegue manipular e enganar as pessoas. Refere a protecção de dados mas se nos condenou contra todas a lei, à prisão domiciliária não poderia também ultrapassar a "protecção de dados"?

Não o faz porque pretende continuar a mentir.

 Mas vamos às contas sobre as mortes em Janeiro.

Fui à página do Ministério da Saúde que publica o número de mortes ao longo dos dias e saquei os números referentes aos primeiros 24 dias de Janeiro. Retirei os dados para 2021 e para os 12 anos anteriores.

A média nos últimos 12 anos é de 379 mortes por dia por dia enquanto que a média para 2021 é de 616 mortes por dia.

Interessante notar que, apesar de haver um incremento de 237 mortes por dia relativamente à média dos últimos 12 anos, o governo só anunciou 148 mortes por dia devidas ao covid-19. Então, por cada 5 mortes anunciadas há mais 3 mortes que são omitidas.

Poderão essas 3 mortes ser causadas por outras doenças?

Se a causa dessas 3 mortes fosse a deficiente assistência média, não se verificava uma correlação tão grande entre o número de mortes acrescidas e as mortes por covid-19 (coeficiente de correlação de 0,89). Estranhamente, é exactamente nos dias em que são anunciadas mais mortes por covid-19 que há mais mortes de "outras doenças".

Há ainda mais um dado interessante.

Se pegarmos nos mortos de covid-19 anunciados pela China, há uma mortalidade de 5,4%. Não me acredito que os chineses estejam a anunciar mais mortos do que os observados nem, com testagem de cidades inteiras, a detectar uma percentagem menor que a nossa dos contaminados.

No nosso caso e considerando um atraso de 11 dias entre o resultado e a morte, com os dados anunciados pelo governo temos uma mortalidade de 3,2%, muito inferior à Chinesa. Já se considerarmos o acréscimo na mortalidade  obtemos uma mortalidade de 5,2%, já próxima da chinesa.

A nossa mortalidade ainda deverá ser superior à chinesa porque a nossa população é mais envelhecida e os nossos hospitais não estão a conseguir acudir às pessoas.

Quando anunciam 300 mortos, temos 500 mortos!

Mortes em excesso nas primeiras 3 semanas de Janeiro de 2021


A prova de que o nível de assistência é muito fraca infere-se dos números.

Calculemos uns simples rácios, o número médio de dias que as pessoas estão internadas.

O número oficiais anunciam 293 mortes,  6063 internados nos hospitais dos quais 783 internados em cuidados intensivos.

Supondo que 5% dos pacientes internados  morrem  (dados da Espanha), então haveria necessidade de internar 293/5% = 5860 pessoas. Desta forma, em média, cada pessoa que precisa de cuidados hospitalares está internada apenas 1 dia e 1 hora.

Parece-me demasiadamente baixo o que traduz que muitas pessoas doentes não têm acesso a cuidados hospitalares.

Pelos números espanhóis haverá necessidade de 10 dias de internamento o que indica que deveria haver cerca de 60 internados.

 

Finalmente, os computadores para as crianças pobres.

Os pais das crianças mais pobres, sejam ciganos, bêbados, tóxico-dependentes ou apenas pobres, não incentivam os filhos a estudar argumentando que "Eu fiz vida e não estudei". Então, o dar o computador às crianças não pode estar dependente da vontade dos pais.

Obrigar os pais a assinar que pagam o equipamento se este se estragar (que não o fazem) é muito mais prejudicial para as crianças pobres que deixar os colégios fazerem ensino à distância.

Não deveria ser dado um computador mas um tablet.

Pela experiência do "Magalhães", não havendo assistência, os computadores deixam rapidamente de funcionar mais nas famílias pobres, em que os pais têm baixa escolaridade.

Os tablets são muito mais baratos que um computador (este custa 61€), permitem igualmente ter acesso às aulas à distância e ainda a telemóvel. Além disso, são imunes a vírus e a falhas de software.



sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

O ataque de ontem dos ciganos ao Ventura levou hoje à detenção de 8

 Lembram-se do ataque a um restaurante em 25 de Novembro?

Foi executado por 8 ciganos que comeram e beberam e, como não queriam pagar, começaram a bater em toda a gente. Em condições normais, nada lhes teria acontecido.

Ontem vimos na televisão ciganos a atirar pedras ao Ventura.

Hoje, durante a madrugada, esses 8 ciganos que atacaram o restaurante foram detidos, acusados de homicídio na forma tentada e ficaram em prisão preventiva.

É o que eu digo, os ciganos pensam que insultar e atirar pedras a um deputado e candidato à presidência da república é uma brincadeira como vender roupa contra-feita mas não é. Começam com estas brincadeiras e, em menos de pouco tempo, está tudo na cadeia, em preventiva.

E os esquerdistas caviar continuarão nas suas boas vidas.

Os da claque do Sporting estiveram mais de um ano em preventiva, acusados de terrorismo, por muito menos



quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

O problema de fechar o ensino é que em Fevereiro haverá 20000 casos por dia

O Governo fechou as escolas mas não quer ensino à distância.

A lógica parece não ter lógica mas é a lógica esquerdista: 

1 = Os alunos de condição socioeconómica mais desfavorecida estão desfavorecidos se o ensino for à distância. Não têm computador, espaço ou envolvente social de outros alunos.

2 = No futuro, esses alunos vão sofrer de "concorrência desleal" pelos alunos que, no presente, não têm essas dificuldades.

3 = A solução esquerdista é ninguém ter aulas à distância. 

Se, por exemplo, se eu quiser ver um vídeo no Youtube que me ensine uma merda qualquer, não posso pois o governo proibiu o ensino à distância, seja público ou privado.

Isto, para mim, parece-me um absurdo total mas não sou eu que governo o país.

 

Os positivos de daqui a 15 dias foram contaminados hoje!

Quando os países promovem o confinamento, o número de positivos continua a crescer com a mesma dinâmica durante 15 dias o que traduz que demora cerca de 15 dias entre a contaminação e vir o resultado do teste. Então, se hoje temos 12750 positivos com uma taxa de crescimento de 3,6%/dia, no dia em que está previsto a reabertura das escolas, o dia 8 de Fevereiro, vai haver 20000 novos positivos e acima de 500 mortos.

Quantos são os mortos por Covid-19?

No dia 20 de Janeiro foram anunciadas 219 mortes por covid-19.

Olhando para as mortes totais do dia, 721 pessoas, e subtraindo a média dos últimos 12 anos (ver, dados), 382 pessoas, temos 339 mortos a mais o que traduz que houve 120 mortes "escondidas" pela DGS.

Se hoje foram anunciadas 221 mortes por covid-19, o número correcto andará ligeiramente acima do 400.


Fig. 1 Evolução do número de positivos e previsão para o dia 7 de Fevereiro (o dia 0 é 2 de Março)


Ainda vou falar um bocadinho do ataque dos ciganos ao André Ventura.

Os esquerdistas estão a manipular os ciganos dando-lhes a ideia de que, sem André Ventura, a miséria nos acampamentos vai acabar, as cadeias vão-se esvaziar e o rendimento mínimo vai ser melhorado mas estão totalmente enganados.

No final, os únicos prejudicados vão ser os ciganos. 

Será semelhante aos portugueses negros que, na guerra colonial, lutaram a par dos portugueses brancos. No final, os portugueses brancos vieram-se embora para a Europa e os portugueses negros deixaram de ser portugueses pelo Decreto-Lei nº 308-A/75 feito pelos esquerdistas!

Os portugueses negros tiveram que ficar por lá porque, de um dia para o outro, deixaram de ser portugueses porque os esquerdistas (que diziam que os defendiam) apenas reconheceram a cidadania portuguesa a quem tinha pelo menos um avô que tivesse nascido na Europa (uma forma elegante de dizer que não eram brancos). Ficaram por lá e foram chacinados.

No final, os ciganos vão ficar ainda mais pobres e mais desintegrados não por causa do André Ventura mas por diversos estudos mostrarem que a grande maioria dos portugueses brancos odeia os ciganos.

O meu conselho para os ciganos é para se absterem destas guerras que não é a vossa guerra. 

 

Onde pára o ministro guerreiro que ia meter as pernas da Merkel a tremer? 

O Pedro Nuno Santos anda desaparecido.

Tão guerreiro e, de repente, desaparece! Será que ainda é ministro?


quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Qual é então a alternativa ao confinamento compulsivo?

O confinamento não é eficaz por causa da evolução do vírus.

Claro que todos os estimados leitores estão a pensar que o bloggista "demagogo, direita-populista, racista, xenófobo" diz mal de tudo mas não tem ideias para nada. Em termos rigorosos, estes epítetos são repetidos pelos esquerdistas relativamente ao candidato André Ventura que terminam afirmando que "O ventura nos insulta falando do batom". 

O que, de facto, o Ventura quis referir foi a maquilhagem que as jovens meninas usam no Japão, Harajuku On'nanoko, em que tentam se assemelhar a figuras da banda desenhada, como se fossem bonecas de brincar e nada de pejorativo.  Acontece que, por acaso, a Marisa Matias já não é uma menina e está mesmo toda rebentada. 

O problema é que os esquerdistas usam as técnicas dos manipuladores. Pegam numa palavra ou afirmação sem qualquer importância, isolam-na, torcem-na e transformam-na num slogan. Quem já teve relações amorosas problemáticas sabe ao que me estou a referir.

-Hoje estás muito bonita!

-Queres dizer que nos outros dias estou feia?

-Não foi isso que eu quis dizer.

-Mas foi o que disseste.

-O que é que eu disse?

-Que sou feia.

-Não disse nada disso!!!!

-Além de teres dito que sou feia ainda és um mentiroso, bem me avisou a Joana.

- Quem é a Joana?

-Não te faças se sonso, sabes bem quem é, estás sempre a olhar-lhe para as mamas.

- Mamas? Nem sabia que ela tinha mamas.

-Afinal sempre lhe olhaste para as mamas!

Blá blá blá...

Fig. 1 - A cultura rígida do Japão pré WWII deu origem a uma sociedade muito exagerada. E estas meninas não estão a cometer qualquer atentado contra as mulheres.


Voltemos aos vírus.

Motivado por recombinações e mutações genéticas aleatórias, ao longo do tempo vão aparecendo novas variedades do vírus. E, no processo de evolução da espécie, as variedades que têm mais "filhos" (que se propagam mais facilmente) vão substituindo as que têm menos "filhos" (o número de "filhos" é o R).

Imaginemos uma situação em que existem 1000 contaminados com a variação "lenta" e que o confinamento conseguiu reduzir o R para 0,85 (é a situação vivida em meados de Março de 2020). Isto que dizer que, daqui a 5 dias, o número de contaminados diminui de 1000 para 850 e passados 10 dias para 723 (5 dias é o "tempo de gestação" do vírus).

Se surgir uma recombinação "rápida" numa pessoa (que representará apenas 0,1% do total) com transmissibilidade 50% superior à variedade "lenta", apesar de o nível de confinamento conseguir reduzir o R dos 1000 contaminados para 0,85, a "pessoa" com a versão "rápida" vai-se começar a propagar porque tem, mesmo com confinamento, um R superior a 1, de 0,85*1,5 = 1,2835.

Inicialmente, o confinamento parece dar resultado pois o número de novos infectados vai diminuindo mas, ao fim 3 meses, mesmo com confinamento, o número de contaminados começa a aumentar ultrapassando o máximo anterior (ver Fig. 2). Depois, aperta-se o confinamento que recomeça a "onda" (os casos recomeçam a diminuir até que nova variedade toma conta da situação).

Fig. 2 - Simulação do efeito do aparecimento de uma variedade 50% mais contagiante


Se olharmos para a evolução do número de contaminados em Portugal, observamos esse fenómeno repetidamente (Fig.3). 

Fig. 3 - Evolução do número de novos positivo ao Covid-19 em Portugal (dados, DGS)

Mas afinal o que se pode fazer? Qual é a alternativa?

Será chamar  "orçamento suplementar" ao "orçamento rectificativo"?

Será chamar "cativações" à "austeridade"?

Será chamar "isolamento" ao "confinamento"?

Não.

 

Primeiro - Tirar as janelas e as montras dos estabelecimentos e dos transportes colectivos.

Toda a gente sabe que os ambientes fechados, sejam restaurantes, cafés, comboios, autocarros, ginásios ou salas de aula, aumentam a transmissibilidade do vírus. 

Se estão 50 pessoas num autocarro e alguém contaminado tosse ou espirra, é necessário expulsar para o exterior os perdigotos o mais rapidamente possível.

O problema é que, mal as televisões mostraram salas de aula em que os alunos estavam com frio, hospitais em que os pacientes estavam tapados com cobertores, pais a queixarem-se de os filhos estavam de anoraque na sala de aula, logo o governo mandou fechar as janelas.

Na semana passada fui vigiar um exame onde estiveram mais de 300 alunos durante 2 horas e não havia uma única janela aberta. Eu levei roupa com fartura a pensar que estariam os 3 graus que diziam estar no exterior (levei 3 pares de calças, duas camisolas e um anoraque de penas que comprei no Rui Cigano a 6 peças por 5€) mas tive que a tirar quase toda pois o calor era impossível de tolerar.

Para não haver a tendência de fechar as janelas, deve o aquecimento ser desligado e as janelas retiradas e guardadas na arrecadação.

É melhor apanhar algum frio do que ter que encerrar as escolas.

 Nos restaurantes, cafés, lojas, centros comerciais é preciso mandar retirar as janelas e as montras e, havendo necessidade disso por questões de segurança contra intrusões dos amigos do alheio, substitui-las por grades. Tenho a certeza que se disserem a um restaurante, loja ou centro comercial "pode ficar aberto se retirar as janelas e a montra", todos o aceitam.

Também é necessário retirar as janelas dos comboios e dos autocarros. Ficam apenas as janelas nos aviões :-)

Quem não quiser apanhar com o vento, fica em casa em confinamento voluntário.

Retirar as janelas é muito mais fácil de controlar pela polícia que o simples abrir pois não pode haver um polícia a tomar conta de cada janela. Já se sabe que, mal vem um corrente de ar, logo uma alma caridosa vai fechar a janela.


Segundo - Fazer hospitais de campanha com o nível de serviço possível.

Na vida há sempre que comparar alternativas. O que será melhor, ter um local com cama, oxigénio, cuidados de higiene, alimentação propiciado por pessoas com pouca formação ou deixa-las a morrer nos lares, dentro das ambulâncias ou nos corredores dos hospitais super lotados?
 
Como eu disse, a solução vem das fábricas de automóveis.
Quando, em 1900, o Ford se propôs fazer automóveis baratos, havia o problema de um trabalhador para ser capaz de fazer um automóvel precisava 7 anos, 84 meses de aprendizagem. Digamos que se passava algo parecido com o que acontece com os médicos e os enfermeiros que precisam longos anos de formação.
Mas o Ford, juntamente com os seus engenheiros, teve a ideia de dividir a manufactura de um carro em 84 partes e em que cada trabalhador só precisava de aprender a fazer uma parte. 
Se antes a fábrica precisavam 1000 trabalhadores que tinham passado 7 anos a aprender a fazer um carro, agora tinham 10 engenheiros (que sabiam fazer um carro) e 1000 trabalhador que sabiam apenas fazer uma operação. Juntando na linha de montagem trabalhadores com conhecimentos diferentes, supervisionados pelos 10 engenheiros, tornou-se possível construir um carro com trabalhadores que, apenas um mês antes, não sabiam fazer nada.

Precisamos criar socorristas Covid.
Vamos supor que um médico  mais 5 enfermeiros conseguem dar apoio a 10 doentes Covid-19. Se precisamos de acudir a 1000 doentes, não há onde ir buscar novos médicos e enfermeiros porque a formação dos médicos e dos enfermeiros demora muitos anos a aprender coisas sobre muitas doenças mas que não são necessárias para dar apoio a um paciente covid-19.
Inicialmente, médicos e enfermeiros identificar as operações mais simples de apoio aos pacientes covid-19 e ensinam rapidamente a uma pessoa indiferenciada, digamos que durante 1 mês. 
Depois, um médico e 5 enfermeiros mais 100 socorristas já poderão dar apoio a 100 doentes covid-19.
Não será o mesmo que ter 10 médicos e 50 enfermeiros mas é melhor do que ter os pacientes a morrer dentro das ambulâncias.
Será semelhante à formação que têm os socorristas que acodem aos doentes nas ambulância.

Terceiro - É preciso dar informação às pessoas.

Uma aplicação do tipo Stayaway covid é importantíssima para transmitir informação às pessoas mas, a assumir os portugueses como desonestos (se a introdução dos dados fosse livre, toda a gente ia enganar) e a preocupação bacoca em garantir a privacidade das pessoas, tornou o projecto um fracasso.
É preciso adaptar a aplicação para que
 
1= Seja o utilizador a introduzir os dados, sem qualquer código, pois isso não está a funcionar.
Além dos casos positivos, o utilizador deve poder introduzir, quando lhe apetecer, sintomas como tosse, febre, espirros, dores de cabeça, etc.
O utilizador deve ainda poder inserir a informação quanto a estar com máscara, o recinto ser aberto e mesmo se está num comboio, escola ou restaurante.

2 = A aplicação deve dar, em cada momento, a probabilidade de a pessoa estar infectada e não apenas que "esteve a menos de 2 metros e por mais de 30 minutos de uma pessoa que testou positivo".
É diferente se essa permanência foi feita com máscara e local aberto ou dentro de um autocarro, sem máscara e com as janelas fechadas.

3 = Se a pessoa autorizar, deve ser possível indicar o nome da pessoa que testou positivo.
Por exemplo, no meu judo houve o anúncio de que alguém testou positivo. Claro que eu sabendo quem foi, que eu não tinha feito com ele e que ambos estivemos com máscara retirou-me preocupação.
 
De qualquer forma, já tive covid-19.
No dia 1 de Dezembro comecei a ter dores de garganta diferentes do que alguma vez tinha tido, como se tivesse bebido ácido, tosse um bocadinho produtiva, principalmente enquanto estava deitado, e ranho com pus. De vez em quando tinha um bocadinho de falta de ar, tipo um pequenino ataque de asma mas, concentrando-me, voltava a respirar normalmente.
Comecei a tomar desloratadina e paracetamol e a dor de garganta durou uma semana e a tosse forte começou a diminuir ao fim de 2 semanas.Hoje, ao fim de 8 semanas, estou quase completamente sem tosse.
Bem, já antes eu tinha um pouco de tosse porque tenho um pouco de refluxo.
 
Bem sei que morrem muitas pessoas.
Mas temos que ver o lado positivo, é que, felizmente, a maioria dos infectados não sofre nada ou quase nada.
Tentarem meter medo aos jovens com notícias falsas é a melhor forma de desacreditarem a informação.
Deveria ser dada informação correcta, a lista em excel com todas as pessoas infectadas, a sua idade, se foram hospitalizadas e se, no entretanto, foram dadas como coradas ou morreram, para que cada qual possa decidir de forma correcta.
Se os esquerdistas querem tornar legal a eutanásia, não faz sentido obrigarem as pessoas a estar fechadas em casa.

Finalmente, a vacina e a imunidade.
Não deixa de ser uma tábua de salvação mas ainda é cedo para tirar conclusões.
Só quando o número de novos infectados começar a diminuir é que posso passar a confiar na eficácia das vacinas.
Na Índia, sem vacina, o número de novos positivos na última semana (13-20 de Janeiro de 2021) é apenas 15,4% do máximo observado em meados de Setembro de 2020 (ver, Fig. 4).
Enquanto o número de novos positivos estiver alto, vou-me mantendo atento e cívico (não me aproximo de ninguém sem ter a máscara). 

Fig. 4 - Evolução do número de casos na Índia relativamente ao máximo de meados de Setembro 2020

sábado, 16 de janeiro de 2021

Não era o Costa contra o "Não há alternativa"?

Quando Portugal Bancarrotou, a Troika obrigou-nos à austeridade.

O coitado do Passos Coelho fez o melhor que sabia para cumprir o Memorando de Entendimento ao mesmo tempo que apregoava aos sete ventos que não havia alternativa.

Nesse tempo, diziam os esquerdistas encabeçados pelo actual primeiro ministro António Costa, "Existe sempre alternativa".

Decorridos apenas meia dúzia de anos, voltamos ao discurso do "Não há alternativa" com a diferença de, agora, a oposição ser o PSD e estar conformada com os ditames ditatoriais do Costa (a multa já vai em 1000€ e, daqui a nada, não usar máscara dá uma pena de trabalhos forçados no Tarrafal).

Quem está no poder tem sempre tendência a pensar que a sua proposta é a única possível. Aconteceu no passado, está a acontecer agora e voltará a acontecer no futuro. É uma falta de ginástica intelectual.

Digamos que é a "política circular", quem sobe ao poder repete o que antes, na oposição, dizia ser inaceitável.

 

Primeira questão - Será que o confinamento dá resultado?

Estivemos confinados entre meados de Março e princípios de Junho (com abertura parcial em Maio). Nessa altura, dizia o Costa, que era obrigatório confinar porque o SNS não aguentava centenas de novos casos por dia. Acabou o confinamento e, rapidamente passamos a milhares de casos por dia e o SNS aguentou!!!!

Isto quer dizer que o confinamento imposto pelo estado de emergência de Março-Junho foi totalmente ineficaz. 

Na altura, o milagre foi tão grande que até desmantelaram os hospitais de campanha e cancelaram as encomendas de ventiladores.

Lembram-se do recolher obrigatório no principio de Dezembro? Serviu para quê? Quais foram os resultados?

Zero, não deu qualquer resultado.


Segunda questão - Porque estará a aumentar o número de novos infectados?

Já sabemos que isso iria acontecer e ainda vai piorar desde 1859!!!! Sim, não me enganei no ano, sabemos isso desde 1859, quando Charles Darwin publicou o livro "A Origem das Espécies".

Não tem nada a ver com o Natal nem com o comportamento dos portugueses mas antes com a natural evolução do vírus. Isto porque, com o tempo, as estirpes que têm maior poder de contágio tornam-se "sobreviventes", aumentando assim a infecciosidade, a duração dos sintomas e diminui a mortalidade (para se propagar durante mais tempo).

 

Vejamos como funciona um ataque do vírus.

Uma célula tem muitas portas em que cada porta tem uma chave. Vamos supor 5 portas em que a chave é caracterizada por 4 números. Então, do ponto de vista do vírus, a célula são 20 digitos, por exemplo,

3542.5468.7932.5463.8925

 Cada vírus tem um conjunto de números, por exemplo, 10 números. Se uma sequência de 4 números coincidir com a chave de uma porta, este consegue infectar, por exemplo, os vírus 2546843523 e 5765468349 conseguem entrar pela porta 2.

Os anticorpos que o nosso organismo produz, induzidos pela infecção ou pela vacinação, vão bloquear a chave do vírus, alterando pelo menos um dígito (por exemplo, o anticorpo soma 1 ao quarto dígito, passando os vírus para 2547843523 e 5766468349, respectivamente).

 

As mutações e recombinações.

Os vírus "cruzam-se" mudando os números em posições homólogas ou acontecem mutações. A maior das alterações acontecem fora da chave mas, por "azar" pode acontecer uma alteração que abra outra porta.

Por exemplo, o vírus 2546843523 passa a ser 2546892523. Agora, o vírus passa a ter duas chaves, a chave 5468 para a porta 2 e a chave 8925 para a porta 5. Se for mais fácil o vírus entrar pela porta 5, este vírus mudado vai-se começar a propagar mais rapidamente que os "irmãos" da variedade antiga.

Acontece ainda que o anti-corpo não consegue bloquear a infecção já que 2547892523 continua a ter a chave da porta 5. Desta forma, as pessoas vacinadas tornam-se novamente vulneráveis à infecção.

 

Vamos analisar o que se passa no Brasil.

Motivado por limitações financeiras e materiais, não houve confinamento imposto pelas autoridades pelo que, apesar de ter havido alguma alteração voluntária do comportamento individual, a infecção seguiu o seu normal percurso. Desta forma, as alterações que se observa derivam da "guerra", por um lado, de mais e mais pessoas terem adquirido imunidade natural por terem sido infectadas e, por outro lado, de eventuais alterações na "chave" do vírus.

O Brasil tem claramente duas ondas o que indica o aparecimento de uma nova chave em finais de Julho. A primeira tem a crista no dia 150 (finais de Julho) desde o início da pandemia e uma segunda crista está a acontecer agora (esperemos).

Evolução do número de novos positivos relativamente ao primeiro pico (dados, wiki).


Estimando que, inicialmente, o R era de 1,6, isso traduz que, para se atingir o R igual a 0,9 de finais de Julho foi preciso ter cerca de 40% da população imunizada. Isto traduz que, em finais de Julho, já cerca de 90 milhões de brasileiros tinham sido infectadas (por cada teste positivo, houve 35 infectados que não foram detectados).

A partir de então, a nova variante, a Covid-19-B, começou a ganhar terreno na população levando ao aparecimento da segunda onda.

Evolução do R no Brasil (dados, wiki).A variante Covid-19-B tanto pode ser 50% mais contagiante como estar a reinfectar as pessoas.


Pergunta 3 - Será que o Covid-19-B é 50% mais contagiante ou está a reinfectar?

Olhando para os números, parece-me que no Brasil as pessoas (as tais 35 não detectadas) estão a ser re-infectar. Isto implica que as pessoas vacinadas não ficam imunes à nova variante variante brasileira!

E ainda existem as variantes da África do Sul, do Reino Unido e sabe-se lá quantas ainda vão aparecer.

 

Pergunta 4 - Durante quantos anos podemos estar em confinamentos?

Um dia alguém vai concluir que o confinamento não é a solução sendo que, então, será preciso adoptar a alternativa que, agora, dizem não existir.

Querem saber qual é a alternativa ao confinamento?

Isso vai ficar para o próximo poste :-)  mas tem a ver com a linha de montagem de automóveis!


segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Também vou votar no Ventura

Ser politicamente correcto é ser morno.

Os esquerdista dizem que o Ventura é racista porque afirma que os ciganos são um problema mas nada fazem para acabar com a pobreza, habitação degradada, baixa competência profissional e grande incidência de encarceramento desta comunidade de portugueses.

Os esquerdistas dizem que o Ventura é contra os imigrantes mas matam-nos no SEF, prendem pessoas que arriscam a sua vida ao atravessar o mar e que apenas querem vir ganhar a vida de forma honesta, dão-lhes sedativos, amarram-nos a carrinhos de bagagem e mandão-os embora sem lhes darem qualquer hipóteses de mostrarem o seu valor.

 

Mas o problema é a nossa estagnação económica.

Quando o Cavaco Silva se candidatou, em 2006, a Presidente da República, perguntou "Porque será que a Espanha cresce e nós não?".

Decorridos 14 anos, Portugal continua divergir da média da Zona Euro.

Em 1999, o nosso PIB per capita era 62% da média dos países da Zona Euro. Decorridos 21 anos, estamos com 58%. Tanta bazuca e bazófia esquerdista a anunciar reposição de direitos e estamos cada vez mais pobres.

Apesar de os esquerdistas dizerem que, no 25 de Abril de 1974 éramos um país pobre o atrasado e que, no entretanto, nos desenvolvemos, isso é falso pois o desenvolvimento aconteceu principalmente entre 1959 (quando entramos na EFTA) e 1974 (passamos de 40% para 56%).

Considerando os 46 anos entre 1974 e 2020, 17 anos foram governos de Direita e 29 anos foram governos de Esquerda (6 em cada 10 anos).

Nos 17 anos dos governos de direita a economia cresceu 6 pp (no Cavaquismo, entre 1985 e 1995) enquanto que nos 29 anos dos governos esquerdistas, a economia contraiu 4 pp. 

Evolução do PIB per capita português relativamente à média dos 27 países da Zona Euro, 1960:2020 onde podemos ver que estamos a cair desde 1999.

(Dados do Banco mundial, cálculo da média e grafismo do autor)

Revelação 3:15-17
“Conheço a tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca. Porquanto dizes: 'Rico sou, e estou enriquecendo, e de nada tenho falta' e não sabes que és um coitado, miserável, pobre, cego e nu.”


Será que tudo o que o Ventura diz está correcto?

Claro que não, nem que o homem fosse Deus.

Mas agrada-me que diga no programa do seu partido que "(...) as nossas teoria e prática políticas fundam-se nas reflexões de autores como Adam Smith (...) Ludwig von Mises (...) ou Friedrich von Hayek (...)".

Como eu próprio já fui enredado na máquina destrutiva esquerdistas, onde deturpam totalmente o que a pessoa diz, mudo de canal quando os comentadores, esquerdistas transvestidos de direitistas, dizem que o Ventura diz coisas terríveis que não diz. Por exemplo, eu vi os debates com o Ventura e é totalmente alucinado dizer que o moço foi derrotado em todos os debates e por muito :-)

Um abraço


sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Contra o Covid-19, vestir roupa com fartura

As doenças respiratórias transmitem-se pelos perdigotos.

Os vírus respiratórios, para terem sucesso, têm que "obrigar" as vítimas a emitir perdigotos e para isso, "obrigam" as vítimas a tossir e espirrar (e, por isso, é que os assintomáticos, que não tossem, propagam menos).

Ao tossir ou espirrar, a vítima lança no ar milhões de pequenas partículas de muco carregadas de vírus. Se algumas destas partículas forem respiradas por outra pessoa, o vírus passa a ter a oportunidade de a contaminar.

Então, quanto maior a densidade de partículas de muco no ar, maior a probabilidade de outra pessoa as inspirar e maior é a probabilidade de haver novos contaminados.

Um mecanismo por demais conhecido, simples de compreender e que ninguém pode-o negar. Não são as mãos, as moedas, os alimentos que transmitem o vírus mas as gotículas que estão no ar.

 

Então, porque há mais doenças respiratórias no Inverno?

Porque as pessoas têm as janelas fechadas, não deixando diluir as gotículas de muco.

Se uma pessoa contaminada espirra numa sala de aula, estando as janelas fechadas, as gotículas de muco não saem mais dali. Passa-se um minuto, dois, uma hora, duas, e as gotículas continuam a voar.

No Verão, com tudo aberto, a corrente de ar leva as gotículas para o exterior, diluindo as gotículas e tornando improvável que encontrem alguém.


Tudo aberto, implica frio ambiental.

E por isso é que as pessoas, sejam alunos numa sala de aula, pacientes num hospital, passageiros num autocarro ou comedores num restaurante, pedem para que fechem as janelas.

O problema é que isso vai expandir o vírus.

Sendo que as janelas e portas estão abertas, não vai ser possível nem desejável por questões económicas e ambientais aquecer os espaços.


Temos que usar meios individuais de protecção.

A minha falecida mãe, mesmo acamada, gostava de ir ao café. Prevendo eu que o interior potenciava doenças respiratórias, ficávamos sempre na esplanada, fizesse calor ou frio de rachar.

Quando estava frio de rachar, além de roupinha com fartura, metia-lhe uma botija de água quente na barriga, entre o casaco e a camisola. E ainda levava uma manta para meter nas perninhas dela e minhas.

Claro que havia pessoas que insistiam para que entrássemos dizendo "Com este frio, a sua mãe ainda vai apanhar pneumonia" porque, na sua ignorância, não sabiam que a pneumonia vem do frio mas de bichos que andam no ar. O certo é que a minha mãe nunca teve qualquer problema pulmonar.

 

Eu não tenho aquecimento em casa e nunca tive frio.

Fui ao Rui, o Ciganos do Lamarão, e comprei-lhe um enorme saco com "kispos" e outro enorme saco com calças e camisolas, a 5€. Só "kispos" tenho 50 e camisolas umas 100.

Se está frio, visto 4 pares de calças, e dois "kispos".

Se está calor, ando nú.

A dormir, uso 3 ou 4 calças de pijama, dois "kispos", um colchão de espuma com 20cm de espessura que arranjei no lixo e 4 edredons. Quando está pior, ainda meto uma garrafa de 2 litros cheinha de água quente.

Não há frio que me ataque e não gasto um cêntimo em aquecimento.

Se estamos no Inverno, com temperaturas negativas, não podemos pensar que estamos no Brasil.

Frio? Vai de retro Satanás! Vou ter que abrir o casaco porque estou mesmo cheio de calor.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Será a Iniciativa Liberal mesmo liberal e de direita?

Esta questão foi levantada por André Ventura no debate para as presidenciais.

Para decidirmos se a Iniciativa Liberal é de direita, temos que ver o que é ser de direita.

Em termos genéricos, a Direita defende a liberdade individual (o bem colectivo surge da decisão do indivíduo na sua procura pela felicidade própria), enquanto que a Esquerda defende ser necessário o Estado comandar a vida individual das pessoas porque o interesse individual, na maior-parte das vezes, prejudica o colectivo.

O Estado "controla" a economia usando 4 vectores principais: i) Produtor de bens e serviços, ii) Proibição de certas actividades privadas, iii) Transferência entre uns (que pagam impostos) e outros (que recebem subsídios), iv) Determinação administrativa de preços, salários, taxas de juro e de câmbio.

Então, a Direita defende "menos Estado", o que está condensado no Consenso de Washington (ver).

Reduzir o peso do Estado na Economia:

    Equilíbrio das contas públicas e redução da dívida pública.

    Redução dos gastos públicos.

    Privatização das empresas públicas.

    Redução das limitações às actividades privadas. 

Não haver controle administrativo de preços:

    Taxa de Juros, Taxas de Câmbios, Preços e Salários devem ser determinados pelo mercado.

Abertura da Economia ao exterior:

    Não deve haver tarifas nem barreiras ao comércio internacional.

    Não deve haver barreiras ao Investimento Directo Estrangeiro.

 

Será que existe algum partido que defenda estes "valores" da Direita?

É difícil porque a propaganda esquerdista conseguiu introduzir na mente das pessoas que ninguém precisa pagar o que o Estado dá.

O Estado mete milhares de milhões na TAP e o único problema é que "a União Europeia não permite meter todos os anos dinheiro que cai do céu para salvar uma empresa estratégica para Portugal".

O Estado mete subsídios nos restaurantes, dinheiro que, mais uma vez, cai do céu, aos trambolhões.

O Estado aumenta o salário mínimo em 30€/mês para 665€/mês e ficamos todos contentes porque isso "vai melhorar a economia por ser um reforço do poder de compra dos portugueses" o que tem implícito que quem vai pagar esse aumento são os espanhóis.

Como na mente ignorante existe a separação entre nós que recebemos e o outro, o grande capital, que paga, torna-se muito difícil defender os valores da Direita que sofrem imediato ataque serrado da comunicação social esquerdista.


Vejamos a "grande reportagem" sobre o André Ventura.

O único objectivo é a destruição de caráter e não a discussão das ideias de Direita.

Primeiro, é total ilegalidade, apresentar um programa, seja a denegrir ou elogiar, sobre um candidato à presidência da república a dias das eleições.

Segundo, não falam dos valores da Direita mas procuram apenas a destruição do carácter de quem defende essas ideias. Nem o Salazar usou a televisão para fazer campanha contra o Humberto Delgado. 


Perdem uns, ganham outros.

Implementar os valores de Direita têm impacto na vida das pessoas, positivo em alguns mas negativo em muitos.


A Direita defende o fim do salário mínimo e dos subsídios.

O fim da intervenção no mercado de trabalho "obriga" a dar liberdade contratual às partes. Isso passa por acabar com o Salário Mínimo (ou a reduzir-lhe o impacto, fazendo-o igual ao IAS que, actualmente, é de 438,81€/mês) e com a Negociação Colectiva de Trabalho. Obriga ainda ao fim do princípio de que duas pessoas com a mesma categoria profissional têm que ganhar o mesmo salário.

Obriga ainda a reduzir as "transferências sociais", passando o sistema de reformas a ter menos pesado (pensões e contribuições menores).

Deve ser reduzida a carga fiscal sobre as empresas (fim do IRC) mas, em caso de crise, quem não se aguentar tem que falir, nada de subsídios.  Perguntei aos meus alunos "Se não houver qualquer subsídio público, será que vai deixar de haver restaurantes?" e a resposta unânime foi "Não. Uns irão à falência mas outros aparecerão". 

Recordo que os subsídios dados aos restaurantes, apesar de parecerem inócuos, vão ser pagos por todos nós. Mesmo o dinheiro que vem da "europa", vamos ter que o devolver sob a forma de contribuições futuras pois o "dinheiro" ainda não nasce nas árvores.

Se os dinossauros não se tivessem extinguido, nunca os mamíferos (de que nós somos um exemplo) poderiam ter vingado.

 

A Direita defende que a produção deve ser nas empresas privadas .

Defende os professores mas as escolas não devem ser propriedade pública. Se o Estado quer que todas as crianças andem na escola, dá um "cheque" ao aluno e este, com total liberdade, escolhe a sua escola seja de propriedade pública ou privada.

Defende os enfermeiros e os médicos mas os hospitais não devem ser propriedade pública. Se o Estado quer que todas as pessoas tenham acesso à saúde, deve dar um "cheque" ao doente e este, com total liberdade, escolhe o hospital onde quer ser tratado ou centro de saúde onde quer ser seguido, seja de propriedade pública ou privada.

Defende os polícias mas as esquadras e as prisões não devem ser propriedade pública. Da mesma forma que vemos seguranças privados nos hospitais públicos e "controladores" de estacionamento nas estradas públicas, a segurança também deve ser concessionada a privados.

 

Vejamos a TAP.

É uma empresa pública falida mas em que as dívidas estão garantidas pelo Estado (é dívida pública). Assim, se a TAP fechar hoje, o Estado tem honrar essas dívidas que serão uns 3000 milhões €. Esta dívida vem do passado e tem que ser honrada. Outra questão é o que fazer com a TAP no futuro.

No futuro tem que ser privada e rentável. Se o Estado pensar que a TAP é estratégica deve fazer transferências anuais a partir do orçamento do estado (como faz com as empresas de transporte colectivo de passageiros) para o privado, por exemplo, 300 milhões € por ano mas não pode ter uma empresa pública onde esconde défices, à moda de Moçambique, e dizer que está tudo bem.

Não é ter uma TAP privada em que é o presidente da câmara do Porto que decide que rotas a empresa deve ter, é ter uma empresa privada que tem que ser rentável mesmo isso obrigue a ter uma dimensão substancialmente menor.

 

Vamos falar um bocadinho dos estrangeiros.

A liberdade individual defendida pela Direita deve-se traduzir em liberdade de movimentação de pessoas, logo, a entrada de imigrantes. 

O problema é que quem vota é português!

Como já repeti, defendo que deve haver total liberdade de entrada em Portugal a todas as pessoas que queiram vir trabalhar mas não se lhe podem ser aplicados os mesmos direitos que aos portugueses.

Por exemplo, um agricultor ao contratar 500 pessoas do Bangladesh para trabalhar nas suas estufas deve ser livre de negociar as condições do contrato (salário, alojamento, alimentação, horário). Se essas pessoas ganham actualmente na sua terra 0,50€/h, não será explorá-los pagar-lhes a viagem, alojamento e alimentação e ainda 1,0€/h. Não é defender essas pessoas proibir que venham para cá ganhar 1,00€/h.


A conclusão fica com cada um.

Agora, quando ouvirem o Mayan e o Ventura já poderão ver que há muita coisa que não é de Direita.



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