quinta-feira, 28 de maio de 2020

Corona? "Está tudo bem", dizem o Costa e o Marcelo.

O Galileu introduziu na ciência um axioma interessante.
No contexto da discussão entre "A Terra anda à volta do Sol" e "O Sol anda à volta da Terra", o Galileu confirmou sobe juramento que "O Sol anda à volta da Terra" mas também disse que "por mais que eu o afirme como verdade, isso não altera a realidade."
Essa verdade aplica-se como uma luva à actual situação do Corona-19.
Por mais que digam que o Trump e o Bolsonaro são umas bestas que poderiam ter salvo dezenas de milhar de pessoas se tivessem feito um confinamento mais violento, mais cedo e durante mais tempo e que nós, comandados pela dupla Costa + Marcelo com a ajuda do Rio, conseguimos um milagre porque atacamos o problema como deveria ser atacado, isso não altera em nada que o confinamento não pode durar para sempre e que, quando acabar, o vírus re-ataca.

Olhemos para a Coreia do Sul.
A KS é a democracia que tem há mais tempo o Corona. O primeiro caso apareceu no dia 20 de Janeiro e passados um mês tinha apenas 100 casos positivos. Se compararmos com Portugal, ao fim de um mês tínhamos 9000 casos positivos.
O o número de casos foi aumentando mas, considerado de forma unânime, depois de a KS ter implementado a melhor política de prevenção e combate à propagação do Corona-19, com sistemas informáticos de "perseguição" de todas as pessoas, toda a gente com máscara em toda a parte e distanciamento social,o número de contaminados foi lentamente diminuindo até, ao fim de 105 dias, ter havido num dia apenas 2 novos casos.

Aleluia - O Corona foi derrotado!
Disseram todos "Se fizermos como a KS, também vamos conseguir derrotar o Corona-19".
O Costa+Marcelo fizeram como a KS e salvaram-nos da morte certa.
Pelo contrários, as bestas negacionistas Trump e Bolsonaro (e os Suecos) condenaram os seus povos à morte mais do que certa.

Mas a realidade não se altera com anúncios nem por decreto.
O Corona-19 é como um incêndio em que o rescaldo é dificílimo.
Os vírus andam por aí há milhares de milhões de anos e não vai ser agora o Costa nem o Marcelo que vão decretar que, com uns panitos na boca, este bicho vai desaparecer.

O problema é a dinâmica ter "duplo regime".
Há pessoas infectadas, as toupeiras, em que o vírus não se reproduz abundantemente, mantém-se quase imperceptível e a pessoa não tem sintomas. Estas pessoas conseguem contaminar outras mas é poucas, talvez 10 toupeiras contaminem 7 novas pessoas. Chamo-lhes toupeiras porque quase que ninguém as vê.
Depois, há infectados, as gaivotas, em que o vírus reproduz abundantemente e a pessoa é altamente contagiosa.Chamo-lhes gaivotas porque fazem muito barulho e largam coisas desagradáveis que corroem os carros.
Podemos ter um longo período sem novos positivos e o vírus continuar vivo transmitindo-se entre toupeiras até que aparece uma gaivota na cadeia de transmissão.
Assim que se baixa o nível de confinamento, uma simples gaivota inicia um surto que faz ressurgir o problema.

É o que vemos na Coreia do Sul.
Na KS,  depois de mais de uma semana com uma média de 5 novos casos por dia, surgiu um surto num bar gay que, numa semana, multiplicou por 9 mo número de novos casos. , no espaço de 4 semanas, surgiram dois "especiais" que deram origem a 2 surtos com um r próximo de 9 (cada infectado infectou 8,9 pessoas).
Apesar de cada surto apenas durar cerca de uma semana, rapidamente, os números passaram de quase zero para 100 novos infectados por dia.

Fig. 1 - Evolução do número de novos positivos por dia na Coreia do Sul (dia 1 é 20 Jan)

E como estamos em Portugal?
Depois do desconfinamento envergonhado de 4 de Maio, o número de novos casos começou a aumentar.
Se, durante o confinamento total, cada 100 infectado contaminavam 86 novas pessoas, depois de 4 de Maio, esses 100 infectados passaram a infectar 104 pessoas.
Recordo que o efeito do desconfinamento demora 14 dias a fazer efeito.

Fig. 2 - Evolução do número de novos positivos por dia em Portugal (dia 1 é 4 Março)

Conclusão?
Apesar de estando tudo fechado o número de novos casos de Corona diminuir, como o confinamento não pode durar para sempre sobe pena de morrermos todos de fome, temos apenas estado a perder tempo e dinheiro.
O que precisamos implementar é a Sociedade do Corona.
Da mesma forma que em África vivem com a Malária, Sida, Dengue, Cólera, fome e miséria, temos que redesenhar a nossa sociedade de forma a podermos conviver com o Corona-19.

Quanto à vacina.
Num inquérito, metade dos Norte-Americanos responderam que, mesmo que seja criada uma vacina anunciada como 100% eficaz contra o Corona-19, não se vão vacinar porque têm medo que os curtos prazos de desenvolvimento e teste não garantam a segurança da mesma.
Se vemos em Portugal que as pessoas deixaram de ir às urgências do hospital com medo de serem contaminadas, aceita-se o medo dos Americanos.
E recordo que há muitos pais que não querem vacinar as suas crianças por causa do mito de que as ditas podem causar o autismo (parece que, antes de haver vacinas não havia autismo:-) mas também não havia telemóveis).

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Se o campeonato de futebol terminar, quem deve ser o campeão?

Fala-se de que os jogos de futebol vão voltar.
Esta reabertura responde a dois problemas.
O primeiro problema é a falta de receitas por não haver "produção" de jogos.
O segundo problema é a classificação das equipas com vista a terem direito a títulos mas, principalmente, entrar nas competições europeias.
Em termos de classificação final, o problema de não haver mais é que algumas equipas iriam ter jogos fáceis e outras equipas jogos difíceis. Para ultrapassar este problema, neste poste vou avançar com uma metodologia "informativa" para determinar o número de pontos e a consequente seriação para o caso de não haver mais jogos.

Primeiro - Determino a força das equipas.
A força das equipas traduz numa probabilidade de marcarem golos. Assim, se uma equipa tem uma força maior em uma unidade (de 3,5 e joga com outra que tem força de 2,5), é provável que a primeira marque mais meio golo que a segunda, ganhando o jogo.
Ajustando os resultados dos jogos usando o método dos mínimos quadrados, obtemos a seguinte seriação das forças.

Fig. 1 - Força das equipas (escala é Desportivo Aves = 1,92)

Segundo - Determino os pontos da equipa de casa em função da diferença de forças.
Se a diferença for favorável à equipa de casa, é mais provável que ganhe e, por isso, em média, os pontos que consegue é maior.
Peguei nos dados e ajustei uma recta que mostra que os pontos da equipa caseira é, em média, de 
1,3335 + 0,6735*DF pontos em que DF é a diferença de força entre a equipa caseira e a visitante.

Fig. 2 - Relação entre a diferença das forças e o resultado caseiro

Terceiro - Determino os pontos da equipa de fora.
Podíamos pensar que os pontos da equipa de fora se calculava subtraindo os pontos da equipa de casa a 3 mas não é bem assim porque, nos empates, o jogo só vale 2 pontos.
Então, é preciso calcular o número de pontos por jogo em função da diferença de força.

Fig. 3 - Relação entre a diferença das forças e o número de pontos do jogo

Finalmente, já posso calcular os pontos dos jogos que faltam.
Os jogos que faltam, uns são mais difíceis e outros mais fáceis pelo que, partindo da força das equipas (Fig. 1),  calculo os pontos, em média, da equipa caseira (Fig.2) e os pontos, em média, da equipa caseira subtraindo aos pontos do jogo (Fig. 3) os pontos da equipa caseira.

Resultados obtidos.
O Benfica vai recuperar, em média, um bocadinho mas ainda não consegue atingir o primeiro lugar.
No entanto, existem previsionalmente trocas entre o Rio Ave e o Guimarães , o Boavista e o V. Setúbal e Belenenses e Tondela, mas uma coisa muito tremida. 

Fig. 4 - Classificação final com base na informação existente se não houver mais jogos

Conclusão.
Atendendo à informação existente nos resultados dos jogos e o calendário que ai vem (viria), o Porto deve ser declarado vencedor e as descidas devem ser para o Portimonense e o Desportivo das Aves.


quarta-feira, 13 de maio de 2020

Fake News - O Trump está a cair nas sondagens.

A nossa comunicação social não se farta de repetir que o Trump está a cair nas sondagens.
Desde há mais de 100 anos que existe a ideia de que a comunicação social é o quarto poder, capaz de, com notícias enviesadas e tendenciosas, fazer e desfazer vencedores de eleições.
Esta capacidade teórica de influenciar as eleições coloca a democracia em perigo, podendo esta ser sequestrada por grupos de interesses, pelos media tycoons, justifica que paguemos na conta da nossa electricidade um quantitativo mensal para sustentar a RTP!
Mas a chegada do Trump, com uma campanha fortíssima contra si por parte da comunicação scial, a presidente dos USA (e do Bolsonaro no Brasil) mostra que o quarto poder, se existiu, já não existe mais.

Mentira 1 = Se o Trump fizesse algo diferente, não morreria ninguém nos USA.
A população dos USA são 328 milhões de habitantes, o mesmo que a Espanha, França, Itália, UK, Alemanha juntos (324 milhões de pessoas).
Os USA, com as maluqueiras do Trump, têm 83100 mortos e estes 5 países europeus, que tomaram todas as medidas correctas, têm 125500 mortos.
Os países que a comunicação social dizem ser exemplares, têm mais 50% de mortos que os USA do Trump.
No final das contas, mais mês menos mês, seremos todos contaminados morrendo quem tem que morrer e escapando quem tem que escapar pelo que o confinamento não passa de uma perda de tempo e dano na economia.

Mortos na ordem dos milhões.
Se os USA têm normalmente 8 mil mortos por dia, mais ou menos 2 mil não faz grande diferença.
Não será mais uma fake news mostrar morgues a abarrotar por ter havido um aumento de 8 mil para 10 mil mortos por dia?
É no mínimo um exagero.

Mentira 2 = O Trump está a cair nas intenções de voto.
PEgando nas últimas 113 sondagens, que somam mais de 150 mil inquiridos, o Trump está, em média, 7,8 pontos percentuais abaixo do Biden mas isso já aconteceu com a Clinton! e ganhou.
Isto acontece porque as sondagens não estão bem calibradas.
Mas a notícia é sobre estar a cair e está a subir.
Desde o princípio do ano, o Trump aumentou cerca de 3 pontos percentuais nas intenções de voto.

Evolulão das intenções de voto no Trump face ao Biden, média escalada a zero (realclearpolitics)

Também queria falar sobre o campeão nacional de futebol 2019/2010 mas fica para depois que agora tenho que ir fazer uma sopinha.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

É mentira que o Corona-19 já tenha sofrido 150 mutações.

Mentira - Alguém disse que o Instituto Ricardo Jorge detectou 150 mutações no Corona.
Vejamos porque isso é mentira.
O Corona-19 é um vírus RNA que tem uma taxa de mutações no máximo na ordem de uma em cada 10000 gerações (verificar). 
Por exemplo, o vírus da SIDA tem uma taxa de mutação de 1 em cada 33000 gerações que é considerada uma taxa elevada.

Quantas gerações já houve?
Uma geração conta-se desde o momento em que o vírus entra na célula até que os seus descendentes saem da mesma.
Não tenho muitos dados para calcular o tempo de uma geração de Corona-19 mas, sendo que em algumas pessoas os sintomas aparecem ao fim de 3 dias, no máximo, haverá 10 gerações por dia. Vejamos como esta minha estimativa tem lógica: 1) se a cada geração houver a duplicação das células infectadas, começando-se com 1 célula infectada, ao fim de 3 dias haverá 1000 milhões de células infectadas.
Como o primeiro caso conhecido de Corona-19 foi no dia 1 de Dezembro de 2019 o que, até hoje, são 160 dias.
Multiplicando 10 por 160, temos 1600 gerações o que não dá nem para uma mutação quanto mais 150.

Verdade - Os seres vivos têm natural variabilidade genética.
O senso comum tenta ver os seres vivos como uma árvore em que o tronco é o ascendente comum, o "Adão e Eva" da humanidade, e, depois, vão nascendo ramos que não se cruzam. Assim, pensamos que quem tem olhos azuis tem um ascendente comum que apareceu algures no passado com olhos azuis e que todos os que têm olhos preços não têm esse antepassado.
Mas isso é uma visão Lamarckiana (verificar), uma teoria que precedeu Darwing e que está provado que é totalmente errada.
Pro exemplo, se andarmos para trás, temos 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 triavós, ... em 1550 temos 1 milhão de ascendentes, mais ou menos a totalidade da população que existia nessa altura! Isto que dizer que todos os portugueses descendem das mesmas 1 milhão de pessoas, numa malha cruzada.
Todos somos descendentes do D. Afonso Henriques e dos seus escravos.

Lamarck vs Darwing.
Vamos imaginar que existe um animal, por exemplo, um antílope, que come erva da chão e que tem pescoço pequeno. Depois, por alguma causa, a erva morre e o animal tem que passar a comer ramos de árvores.
Lamarck diz que os animais começam a esticar o pescoço e isso faz com que o pescoço fique maior por ser exercitado. Esses animais de pescoço maior passam essa característica aos seus descendentes criando uma nova árvore.
Assim, um indivíduo sofre uma alteração (que pode ser uma mutação) e passa essa característica para todos os descendentes, criando uma árvore de descendentes.

Lamarck vê a evolução das espécies como partindo de um tronco comum

Darwing diz que as espécies de seres vivos são uma população com diversidade genética. Assim, para cada característica, por exemplo, a cor dos olhos, existem várias soluções que não põem em causa o animal de olhos azuis ser da mesma espécie que o animal de olhos pretos.
Os animais cruzam-se combinando o seu material genético e, por acaso, acontecem combinações que fazem animais com pescoço ligeiramente maior.
A diversidade genética vai permitir que a espécie se adapte a novas situações ambientais podendo mesmo dar origem a novas espécies.
Também acontecem mutações ao longo das gerações sendo que a maior-parte falha (tornam o embrião inviável resultando em abortos naturais), uma pequena maior não altera nenhuma característica dos descendentes (cai na zona de "lixo genético") e uma muito pequena parte dá uma vantagem ao indivíduo. Mas as mutações de sucesso são muito raras.
Agora, não é um indivíduo que dá origem a dois descendentes mas um conjunto de indivíduos, no mínimo 500, que formando um "caldo genético" vão evoluir conjuntamente dando origem a outro conjunto de indivíduos. Como os animais cujas combinações dão um pescoço mais comprido comem mais, essa característica vai aumentando ao longo das gerações no grupo.

Darwing vê a evolução das espécies como partindo sempre de uma população de indivíduos que evoluem em conjunto para outra população.

Vamos ao Corona-19.
O Corona-19 é caracterizado por uma molécula de RNA que tem cerca de 30000 bases envolvida em proteinas que esse RNA codifica.
As bases do RNA são "letras" havendo 2 diferentes, A e B. A letra A é Uracil ou Citosina e a letra B é Adenina ou Guanina.
Uma palavra codifica uma proteína, por exemplo, AABBAAB. A cada geração acontece a inversão da palavra. Se inicialmente a palavra é UCAAUUG, na geração seguinte será CUGGCCA.
Como os vírus de "espécies" diferentes podem cruzar material genético, não se chamam espécies mas linhagens.
O Corona-19, tal como todas as outras espécies, tem variabilidade genética. Uma variação inócua é a alteração da base ficando a mesma palavra, por exemplo:
UCAAUUG = CCAAUUG
Outra variação inócua acontece no "lixo genético", isto é, na parte do genoma que não codifica nenhuma proteína.
Também é inócuo certas variações na estrutura das proteínas (por exemplo, a Hemoglobina do nosso sangue pode ser Alfa ou Beta, sem perda de capacidade).

Terão os vírus pai e mãe?
Os vírus não têm reprodução sexuada, não têm pai e mãe, mas, quando vários atacam a mesma célula, há troca de material genético entre as diversas variações. Se, por exemplo, entram 10 variações numa célula, a próxima geração tem 10 pais e mães.
Pode mesmo haver troca de genes entre o DNA da célula e o vírus e entre vírus de "espécies" diferentes.

O que descobriu esse do Instituto Ricardo Jorge.
A pessoa que foi originalmente infectada na China, foi por milhares de milhões de vírus ao mesmo tempo, sim, um perdigoto tem milhares de milhões de vírus.
Esses milhares de milhões não eram todos iguais, talvez houvesse um milhão de variações.
Quando a infecção passou dessa pessoa zero para a pessoa um, também passaram vírus com um milhão de variações e esses vírus diferentes cruzam-se e recombinam-se a cada geração.
As recombinações que dão vírus com maior capacidade de transmissão, vão aumentando a prevalência na população de vírus mas as outras variações continuam apesar de em menor percentagem (por isso é que aparecem, de longe a longe, leões albinos apesar de isso ser uma desvantagem para o indivíduo).
O que esse diz que detectou foram 150 variações e não 150 mutações.

As variações e as mutações são uma dificuldade para a vacina.
Como existem milhões de variações, a vacina tem que ser capaz de criar anticorpos que combatam a grande maioria dessas variações.
Além disso, quando acontece uma mutação, a proteína codificada pode sofrer ligeiras alterações que consigam "enganar" o anticorpo, tornando a vacina obsoleta. É isto que acontece todos os anos com a Gripe (e com os outros Coronas).

O que é a segurança de uma vacina?
Já escrevi num poste que as vacinas de vírus vivas são perigosas porque, sendo de vírus vivo, pode tornar-se uma nova doença. Penso até que este Corona de 2019 é uma vacina falhada contra o Corona de 2002.
Mas a vacina de vírus mortos também pode ser perigosa porque pode induzir reacções do sistema imunitário que causem inflamação com impacto negativo no longo prazo, nomeadamente, demência.
Sim, o sistema imunitário activado pode causar doenças inflamatórias do cérebro de que o Alzheimer é uma  terrível consequência. 
Sendo sabido que o Corona-19 causa SGB - Sídrome Guillain-Barré que é uma reacção auto-imune, há que garantir que a vacina não induz a mesma reacção.

Vamos agora às previsões económicas da UE.
O OE2020 prevê para 2020 um crescimento do PIB na ordem dos 1,9%, desemprego de 5,9% e superavit de 0,2%.
Em finais de Março, o Banco de Portugal previa uma quebra do PIB de 3,7% (são amigos do António Costa).
Em meados de Abril, a previsão do FMI fica numa quebra no PIB de 8% e desemprego de 13,9%.
Em princípios de Maio, a previsão da UE a quebra no PIB é de 6,8% e desemprego de 9,7% e défice de 6,5%.
Este números quanto ao desemprego e défice não são compatíveis.
Se a quebra do PIB for na ordem dos 8%, a quebra face ao OE é de 10 pontos percentuais. Como as pessoas que, normalmente, ficam desempregadas são as de menor produtividade, o desemprego vai ser entre 16% e 20%.
A receita fiscal e a despesa pública reagem mais do que proporcional à queda do PIB, próximo do dobro. Então, a quebra do PIB de 8% implicará um défice na ordem dos 16%.

E estas previsões partem do princípio de que o Corona-19 já passou.
Mas será que passou mesmo?
Se não acabou, a crise vai ser muito mais profunda.
O chefe do meu emprego pensa que sim, está-se a preparar para chamar 300 alunos de cada fornada, metê-los em salas durante 2 horas, sem ventilação, para fazer exames presenciais.
Alunos que vêem um pouco de todo o norte do país, junta-los no mesmo sítio fechado, a entrar todos por uma porta ao mesmo tempo!
Mas os dados dizem que estamos hoje pior do que estávamos em 13 de Março quando foi decidido fechar o país.
No dia 13 de Março foram anunciados 34 novos positivos e hoje foram anunciados 530!
No dia 13 de Março andava toda a gente que não lhe cabia um feijão no cu e hoje já anda tudo à vontade.

Os novos casos em confinamento estão a cair muito lentamente pelo que até tenho medo do dia 21 de Maio, quando o efeito da abertura começar a ser visto.

A minha colega milionária disse que eu sou maluco.
As grande maioria das pessoas é conservadora, aspirando e lutando para que o futuro seja exactamente como é o presente.
Até falam de necessidade de haver inovação, progresso, investimento em novas tecnologias mas são palavras ocas, estão sempre a pensar que vão ser produzidos os mesmos bens e serviços mais ou menos da mesma forma.
Inteligência artificial? Ai meu Deus que vem ai o planeta das máquinas.
Mas, imaginando o cenário em que o Corona-19 não nos vai deixar mais, vai ser preciso alterar radicalmente a nossa sociedade.
A ideia que eu dei foi que, no meu emprego, retirassem as janelas e portas todas.
Foi dai que ela me chamou maluco.

O que têm que fazer as escolas.
O Sócrates gastou milhares de milhões em obras faraónicas nas escolas. A própria escola onde trabalho gastou quase 6 milhões de euros para ficar tudo na mesma.
Mas o que é agora preciso fazer nas escolas é rebentar paredes para criar salas de aula que permitam um espaçamento de 2m entre cada aluno, uma sala com 150 m2 para uma turma de 30 alunos.
E tirar paredes, janelas e portas para o ar circular à força toda, atirando rapidamente os perdigotos para a rua. 
Isto parece uma maluqueira mas, quando daqui a 15 dias o número de positivos recomeçar a crescer, vai ser preciso considerar mais e mais maluqueiras.

Aqui está um bom modelo para uma escola. 
É só meter umas paredes entre os pilares, projectores e aparelhagem sonora em cada "sala" para o professor não rebentar.

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