quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Chumbo do OE2022 - O PCP não quer ser abelha-operária e vamos precisar do CHEGA.

Vamos imaginar um futuro onde o PCP vence.

Nesse futuro distópico, não haverá guerra, fome nem sofrimento, as criancinhas brincarão sem perigo, o salário e a pensão mínimos serão de 10000€/mês, não haverá exploração do homem pelo homem nem da mulher pela mulher, acabou-se o cancro e todas as doenças graves e a esperança de vida será de 250 anos com saúde. Nesse mesmo futuro, todas as empresas serão públicas e ao serviço do povo sem olhar ao prejuízo, deixa de haver impostos e que se lixe o défice (tudo será despesa pública financiada por dívida que nunca será paga).

Imaginamos ainda que, nesse futuro, o PCP se reduz ao nível do MDP-CDE, isto é, desaparece.

Será que o PCP, da mesma forma que a abelha-operária se suicida para que a colmeia prospere, está disposto a desaparecer para que o futuro seja "perfeito"? 

Ou será que prefere ter 47 deputados como teve em 1979 (juntamente com o MDP-CDE) num futuro neoliberal, comandado pelos interesses estrangeiros e pelo grande capital?


O PCP, em 2015, foi a abelha-operária, pronta a sacrificar-se.

Melhor dizendo, o PCP não sabia que se estava a sacrificar em favor do "socialismo progressista". Estava cego pelo ódio ao "governo neoliberal do Passos Coelho" e o António Costa, qual raposa velha, aproveitou-se desse ódio.

Nos últimos dias, o PCP leu o meu poste (O erro do PCP foi em 2015 não ter apoiado o Passos Coelho, 28/09/2021) e, finalmente, convenceu-se que se estava a auto-condenar ao desaparecimento. Vai dai, saiu fora da geringonça.


Seria impossível subir o salário mínimo para 850€/mês.

O PCP, de repente, veio exigir que o SMN subisse para 850€/mês sabendo que tal seria totalmente impossível. Esse valor traduziria um aumento de 28% num ano e o SMN passaria a representar 55% do PIB per capita.
Bem sei que os média esquerdistas vieram referir que uns americanos, que ganharam o prémio Nobel, provaram que a subida do SMN não afeta o nível do emprego. Mas os dados utilizados foram dos USA onde o SMN representa 27% do PIB per capita e o nosso já representa mais de 45% (um total anual de 15080USD num PIBpc de 56299USD).

Se o nosso SMN estivesse ao nível relativo do dos USA, estaria em 411€/mês. Neste caso, subir 28% (para 525€/mês) não teria o mesmo impacto no emprego e no crescimento económico que teria subir 28% quando é de 665€/mês.

Fig. 1 - Valor do salário mínimo nacional em percentagem do PIB per capita


O Costa anuncia que queria dar 1000 milhões e às famílias e que não o deixaram.

E esse dinheiro caia do Céu?

Se caia do Céu como caiu o Maná, o melhor era dar 100 000 milhões!

Dizer que "dá" mais 50€/mês a quem ganha o SMN quando quem dá são os empregadores e o Costa ainda ia receber mais 16,88€/mês de TSU é uma total desonestidade. Mas há quem acredite que era o Costa a dar.

Dizer que "dá" 1800 milhões aos comboios quando são os contribuintes a pagar é uma total desonestidade. Mas há quem acredite que era o Costa a dar.

Dizer que "investe" 5000 milhões na TAP quando é dinheiro deitado fora e são os contribuintes a pagar é uma total desonestidade. Mas há quem acredite que era o Costa a dar.


Será que a esquerda pode ser derrotada?

Enquanto a maioria das pessoas acreditar que é o Costa que dá, nunca a direita pode derrotar a esquerda.

O trabalho da direita é educar os eleitores mostrando que: 

1) para vivermos melhor no futuro tem que haver crescimento económico, 

2) o lucro das empresas é o motor do crescimento económico, 

3) as empresas públicas destroem as empresas privadas pela concorrência desleal, 

4) o SMN, os impostos e a despesa pública elevados destroem as empresas privadas,

5) os funcionários públicos não podem ter salários superiores nem horários de trabalho reduzidos em comparação com os trabalhadores privados.

Vamos a isso, seja o Rio, o Rangel, o Xicão, o Melo, o Ventura ou o Contrim.


Vou propor um modelo para a aliança da direita.

Na direita existem 5 partidos, CDS, CHEGA, IL, PPM e PSD, cada um com o seu projecto político. O problema é que, apresentando-se separados às eleições, são penalizados pelo método de atribuição dos deputados.

Vamos supor que temos um circulo com 31 deputados e o resultado eleitoral é:

CDS 4% + CHEGA 8% + IL 4% + PPM 1% + PSD 30% // PS 41% + BE 6% + CDU 6%. 

A soma dá Direita 47% // Esquerda 53%.

Com listas independentes, teremos  14 deputados na direita (1, 3, 1, 0, 9) e 17 deputados na esquerda (13, 2, 2). O partido com mais deputados é o PS.

Com a direita coligada, os deputados serão 15 para a direita e 16 para a esquerda (13, 2, 1 ou 13, 1, 2). A coligação ainda não tem maioria absoluta mas ficou à frente e ganhou um deputado.


A coligação tem o problema da divisão dos deputados.

Como não se sabe a votação em cada partido, torna-se impossível, a partir dos resultados eleitorais, fazer uma divisão dos deputados que satisfaça todas as pessoas.

A minha proposta é haver uma sondagem à boca das urnas na qual os eleitores explicitam em quem votariam se as listas fossem separadas e, depois, atribuir os deputados em função dos resultados.


Mas ninguém se quer associar com o CHEGA por causa das suas políticas radicais!

Mas o CHEGA é fundamental para haver uma maioria de direita porque consegue entrar no eleitorado da esquerda de protesto!

Pensa, por exemplo, o Rangel que fazer uma coligação pré-eleitoral com o CHEGA vai reduzir a sua votação.

Mas se a coligação for:

A) O CHEGA (e demais partidos) vai ter a cota parte de os deputados a que tiver direito e dai não se conclui que vamos fazer uma coligação de governo.

B) Depois das eleições, e apenas se for necessário, será equacionada uma coligação de governo com o CHEGA, sempre com todas as políticas acordadas por escrito.


Cabecinhas pensadoras da direita.

Pensem nisto para atirarem o Costa borda fora em definitivo. 


Lembram-se do Pinto Balsemão dizer que o Presidente Marcelo é inteligente e vingativo?

O Costa não lei o livro mas deveria ter lido.

O Marcelo foi eleito depois da esquerda ter uma maioria sociologia fazendo-se de parvo, um fulano de cabeça vazia que se contenta a mostrar os dentes para as selfies e a tentar segurar a geringonça.

Da mesma forma que Staline na batalha de Leninegrado, o Marcelo estava à espera de uma oportunidade para mandar o Costa ao charco (e o Rui Banana Rio junto).

Em vez da Grandula vila Morena do 25-de-abril, a senha foi o artigo do Professor Cavaco Silva no Expresso que, segundo uma escuta, foi feito a pedido do Marcelo: "Cabeça de Cavalo, daqui é o Parvalhão da Selfie. Estou de ferrão amarrado pelo que tens que me ajudar, manda uma bomba das tuas para iniciarmos a invasão."

Cabeça de Cavalo é o nome de código do Professor Cavaco Silva e Parvalhão da Selfie é o nome de código do Presidente Marcelo.

Fig. 2 - O Costa ainda está para compreender como foi possível cair de um dia para o outro quando já se falava no governo dos 1000 anos do PS.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Com Rui Banana Rio, o PSD teve o pior resultado em legislativas, mas foi uma vitória.

O Rui Banana Rio anunciou que sempre ganhou.

Disse esse banana que nas últimas legislativas teve um resultado abaixo do PS mas que foi uma vitória por comparação com o que as sondagens diziam. Disse ainda que foi uma vitória porque ninguém  teria conseguido melhor depois do que aconteceu com o governo do Passos Coelho. 

Pensei eu com os meus botões que, se ninguém faria melhor, mesmo que o chefe da banda fosse a Rangel, o resultado seria "bom" como o do Banana.

Mas o meu pensamento estava errado porque o Banana, dizendo que estava picado (como fazem aos touros espanhóis, para os tornar mais mansos?), veio dizer que "O adversário que tenho teve o pior resultado da história do PSD".


Mas no que ficamos?

Ao falar de si, "ninguém teria feito melhor", ao falar dos outros "foi o pior de sempre".

Para uma pessoa que se diz intelectualmente sério, é uma desonestidade até porque não é numericamente verdade.

Já agora, também poderia dizer que o Cavaco Silva teve em 1987 e 1991 no melhor resultado de sempre de qualquer partido português, acima dos 50%.


Fui ver os dados.

Como só existem eleições europeias desde 1987, só podemos comparar dados entre 1987 e 2019.

Nas Europeias, em 2019 e com Rangel a cabeça de Lista, o PSD teve 21,94%, é verdade ser o valor mais baixo de sempre em europeias (ficou 11,5 pontos percentuais abaixo da média das eleições anteriores).

Mas nas legislativas, em 2019 com o Banana a chefe da banda, o PSD teve 27,80%, o valor mais baixo de sempre em legislativas (ficou 10,2 pontos percentuais abaixo da média das eleições anteriores).


Mas se metermos a PAF ao barulho, o Rui Banana Rio é o "vencedor".

Em 2014 (para as europeias) e em 2015 (para as legislativas), o PSD coligou-se com o CDS.

Se considerarmos estas eleições, deixa de ser verdade que o Rangel tenha tido o pior resultado de sempre em europeias (PSD+CDS tiveram 27,71% em 2014 e 28,13% em 2019). No entanto, mantém-se que o resultado do Banana foi mesmo o pior de "sempre" (PSD+CDS tiveram 38,60% em 2015 e 32,00% em 2019).

Considerando o PAF, Rangel esteve 12,9 pp abaixo da média enquanto que o Banana esteve 13,2 pp abaixo da média.


Fig. 1 - Sou como o Banana Rio, ganhei o prémio Capitão Moura porque fiquei em segundo lugar. 
Viva os Rolingue Estones.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Os impostos sobre a gasolina não podem descer enquanto não diminuir a despesa pública.

O problema dos governos populistas é prometer muita despesa pública e poucos impostos.

Pensando bem, é o que o governo dos esquerdistas, encabeçado pelo António Costa, sempre prometeu.

Mas isso não é possível porque, cada euro a mais em despesa pública, vai-se transformar obrigatoriamente em um euro a mais em impostos, multas, taxas e taxinhas.

Vir  o candidato Rangel do PSD defender a descida dos impostos sobre os combustíveis sem a consequente contrapartida de corte na despesa pública é uma promessa vazia ou, conquistados pelos anglófilos, uma fake promise. Aceitável se pensarmos que foi isso que prometeu o António Costa para chegar ao poder.

Metem milhares de milhões na TAP, CP, EFACEC, METRO, CARRIS, STCP, .... e o povinho acha muito bem. Depois, queixam-se dos impostos.

Haja decência.


Fig. 1  - O António Costa promete tudo a todos e grátis!


O preço relativo dos combustíveis está na média dos últimos 30 anos!

As pessoas queixam-se muito porque a memória é curta e querem acreditar nas fadas madrinhas (de que o Passos Coelho era o mau e que os esquerdistas iam mesmo dar tudo a todos sem nada cobrar).

Para medir a dificuldade em adquirir combustíveis, dividi o preço dos combustíveis (retirei da PorData) pelo PIB per capita a preços correntes (retirei do Banco Mundial) e escalei o valor ao ano 2000.

Contrariamente ao que pode parecer (ver, Fig. 2), entre 1975 e 1984, a gasolina foi vendida a 5,0€/litro, mais do que o dobro de agora. Os dados mostram ainda que, na média dos últimos 30 anos, a gasolina foi vendida a um preço médio equivalente de 1,69€/litro (actualmente está em 1,68€/litro, exactamente a mesma coisa). Quanto ao gasóleo, nesses 30 anos foi vendido a 1,28€/litro e está a 1,54€/litro (o preço aumentou 21%).

Fig. 2 - Evolução do preço da gasolina e gasóleo a dividir pelo PIB pc (dados: PorData e WB)

O imposto sobre os combustíveis aumentou para acabar com os 2,5% de sobretaxa de IRS.

Já ninguém se lembra disso mas o António Costa anunciou em 2015 que iria reverter as políticas neo-liberais do Passos Coelho acabando com a sobretaxa de 2,5% sobre o IRS.

Acontece que, como não caiem euros do Céu, foi preciso ir buscar o dinheiro a outro lado e, na altura, o bicho atacou os combustíveis com o argumento da "transição energética".

Agora, quem votou nos esquerdistas que aguente.


O Costa "dá o cu e dez tostões" para manter o poder.

Neste momento, com portarias, está a destruir o país apenas para manter o poder.

Até parece que o BE e o PCP têm maioria absoluta.

Acontece que o Costa está com medo e quer manter o poderzito que tem (e a comandita) mesmo que isso obrigue a arrastar Portugal para o buraco.

Antes, quem nos ia salvar era o PEC4, agora é a Bazuca.


Fig. 3 - Com o PEC 4 fica tudo bem, ficamos cheios de dinheiro, não é Fernando? (recordando Março de 2011)

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Os "humoristas" que confundem humor com bullying

A gente pequena acha que sabe tudo e daí maltratam e humilham os outros.

Esta frase, dita pela Luciana Abreu, responde a uma crónica (que não ouvi porque me recuso a ouvir lixo) da Joana Marques que se auto-intitula como humorista.

Nestas crónicas, a Joana gosta de atacar pessoas de forma suína, pensando que está a fazer humor.

Mas não é só ela, eu próprio já fui atacado por um fulano qualquer numa crónica que fazia na rádio.

Será que estas pessoas não sabem que fazer "humor" atacando os outros é bullying?


Eu sou vítima de bullying.

A minha mãe cultivou em mim a ideia de que tenho direito a ser diferente. Mas no nosso Portugal, decorridos quase 50 anos de alguém ter conquistado para nós o direito de sermos livres, esse direito não existe. Sim, em Portugal vende-se sempre a ideia de que o que temos de bom  foi-nos dado por algum herói da esquerda, mesmo que seja um assassino em série condenado, e o de mau "é culpa do Passos Coelho e das suas políticas neoliberais".

Só somos livres quando tivermos a liberdade de ser diferente, seja essa diferença física, religiosa, política, desportiva ou de qualquer outra espécie sendo tratados, nas outras partes, como se fossemos iguais.

O que quero dizer com isto é que se sou estudante, e insultei o professor, na parte da nota tenho que ser avaliado como se o tratasse bem (como os outros) sendo que o "insulto" tem que ser resolvido noutro local, em sede disciplinar.

Se eu sou um médico, professor, calceteiro ou coveiro competente, não posso ser prejudicado na minha profissão porque  fumo, sou gordo, cigano, testemunha de Jeová, africano, velho, homossexual ou manco.

"The most important kind of freedom is to be what you really are." (Jim Morrison)


Todos nós, onde eu me incluo, somos e fomos vítimas de bullying (e também somos agressores) e, ao rirmos quando alguém goza com a "gorda que parece a Miss Piggy" ou o "baixote que parece o Topo Gigio", estamos a colaborar com a cultura da agressão.

As crianças não têm "travões" à crueldade, sendo preciso que os adultos dêem o exemplo. Quando são os adultos, auto apelidados de "humoristas", que usam o bullying para "fazer humor", a sociedade está perdida.

Quando uma pessoa tem um emprego e não nos atribuem nada para fazer e nos mandam para casa para nos darem "insatisfação", também é uma forma de bullying.


quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Não gosto do Rangel mas o Rui Banana Rio não presta, é um zero à esquerda.

O problema é que o Rio não presta como presidente do PSD.

Uma pessoa até pode odiar o Cavaco Silva e o Passos Coelho, como é o caso do Rio, mas essa pessoa não pode ser presidente do PSD.

Uma pessoa até pode ser de esquerda, de extrema esquerda, anarco-sindicalista ou extra-terrestre, como é o caso do Rio, mas essa pessoa não pode ser presidente do PSD.

Afirmando o Rio que é de "centro-esquerda e mesmo de esquerda" não tem argumentos para fazer oposição a um governo de "centro-esquerda e esquerda" mesmo que este tenha o apoio parlamentar da extrema esquerda.



Fig. 1 - Ganhei todas as eleições e as que perdi, ninguém conseguiria melhor resultado do que eu.

Quem disse isto foi o Cunhal e o Rui Banana Rio! Se ganharam todas as eleições não sei porque nunca nenhum dos dois chegou a lado nenhum.


Poderá o Rio alguma vez opor-se aos esquerdistas defendendo que :

1) O nosso salário mínimo deve ser de 40% do PIB pc, isto é, 561€/mês.

Não deveríam estar a falar em subir o SMN para 705€/mês mas para um máximo de 605€/mês. 

O SMN diminui a liberdade contractual e tudo que diminua a liberdade, é mau para as pessoas. Por exemplo, no interior, na agricultura à jorna, é normal os homens ganharem 40€/dia e as mulheres 35€/dia. Estes valores corresponderiam a um salário mínimo de 538€/mês e 470€/mês, respectivamente. Impor um salário mínimo de 705€/mês apenas faz com que as pessoas das regiões mais pobres tenham que trabalhar na ilegalidade.

Recordo que a Suíça não tem salário mínimo e, consta-me, vive-se por lá muito bem, muito melhor que por cá (que me conste, não temos ninguém da Suiça a trabalhar em Odemira).

O que eu ouvi do Rio foi que o SMN ainda deve subir ainda mais.

 

Fig. 2 - O valor que deveria ter o Salário Mínimo Nacional para corresponder a 40% do PIBpc


2) A nossa despesa pública deve ser de 40% do PIB pc.

Na proposta do orçamento de estado para 2021, a despesa pública já vai em 50% do PIB, uma enormidade só comparável à União Soviética, onde o estado procurava controlar tudo.

Naturalmente, ao defender a diminuição da despesa pública, os impostos, taxas e taxinhas poderiam descer.


3) Acabar com os monopólios dos transportes públicos?

Para que é que em Lisboa, ou Porto os transportes colectivos de passageiros são propriedade pública, cheios de prejuízos pagos pelo Zé Contribuinte e que proíbem os operadores privados de funcionar?

Se bem me lembro, enquanto autarca, o Rio defendeu com unhas e dentes, mais e mais subsídios e mais e mais monopólios municipais. E foi contra as privatizações dos transportes.


Façam um favor ao Rio e mandem-no para a sua vida privada.

O Rio tem dito nas televisões que se está a sacrificar. Por favor, deixem-no ir para a sua vidinha, dar voltas em carros velhos e dizer mal do PSD.

Se o PSD voltar ao governo, vai ter um grande futuro como comentador, chamado de direita e a malhar no governo da direita, à moda do Pacheco Pereira.


Não gosto do Rangel.

Gostava mais da Maria Luís mas é o que há como alternativa a uma nódoa.

Falou bem do Cavaquismo e do Passos Coelho, já é um bom sinal.

Quanto ao Rio, já provou que não vale nada, nem um tostão furado.


 

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

A intervenção do governo no preço da electricidade - seguimos os exemplo do Líbano.

Os países pobres são governados por negacionistas.

Os negacionistas da ciência de esquerda pensam que os preços é uma decisão administrativa. Pensam eles, no centro da sua cabeça cheia de ar e vento, que descendo os preço (e subindo os salários), logo toda a gente fica a viver melhor.

Mas a ciência económica diz e prova que o preço é apenas o equilíbrio entre os custos de produção e o valor que os consumidores dão ao bem. Assim, se os custos aumentam, o preço tem que aumentar de forma a garantir a viabilidade das empresas.


Claro que temos a TAP, os comboios, ... e a EFACEC.

Estas empresas vendem o bem que produzem abaixo do preço de custo o que, para continuarem em laboração, obriga a que o contribuinte meta lá dinheiro, impostos.

A EFACEC, pensavam os nossos governantes porque são vazios de raciocínio, era uma "empresa muito competitiva" mas apenas porque vendia abaixo do preço de custo, acumulando ao longo dos anos prejuízos e dívida. Se a General Electric produz um transformador por 1000€, apresenta-se aos concursos com o preço mínimo de 1050€. Já a EFACEC, onde esse mesmo transformador custa 1200€,  apresenta-se ao concurso com um preço de 1000€ e ganha o concurso. É, aparentemente, mais competitiva que a GE mas, sabe-se agora, quem vai pagar os 200€ de prejuízo é o Zé Contribuinte.

Se as empresas são públicas, o Zé Contribuinte mete lá impostos porque são sempre "o maior exportador" e "estratégicas". Se são privadas, "o capitalismo está podre", é preciso "meter o grande capital na cadeia e avançar com as verdadeiras políticas de esquerda".


Os preços da energia têm aumentado e não é por causa da taxa de CO2.

Nós, portugueses, temos um problema: a generalidade das pessoas que aparecem na comunicação social não entende nada (nem acredita) na ciência económica.

Vamos supor que os preços da energia estavam a aumentar por causa do aumento da taxa de CO2. Neste caso, estávamos perante um "choque adverso na procura" o que levaria obrigatoriamente a que, na origem, isto é, na cotação do carvão, os preços estivessem a diminuir.

Mas o que se observa é que a cotação do carvão está a subir e muito. A tendência de longo prazo do preço do carvão é de 90USD/ton e em Abril passado começou a subir e já está a 240USD/ton, um aumento de 165% em apenas 7 meses.

Fig. 1 - Evolução do preço do carvão, 2011-2021 (fonte, tradingeconomics)


O preço do carvão é um "sintoma" num mercado interligado.

Falo do carvão porque Portugal já não consome um único quilograma de carvão, em Portugal não há margens de comercialização, lucros do grande capital nem impostos sobre esta mercadoria.

Tudo é energia, isto é, são tudo bens substitutos, pelo que o preço de todas as fontes de energia comporta-se no mesmo sentido. Sobe ao mesmo tempo o carvão, o petróleo, o gás natural, a madeira e a electricidade.

Se alguém usa carvão e este sobe de preço, passa a usar petróleo, electricidade ou madeira. O reforço da procura faz o preço aumentar (porque a oferta é fixa no curto prazo).


Porque será que o preço da energia está a aumentar?

Como se observa o aumento do preço da energia e as quantidades utilizadas, estamos em presença de um reforço da procura, não aqui mas do outro lado do mundo, na Ásia.

Um aumento da procura na Ásia, esgota o mercado de "matérias primas" o que leva a que tenhamos que pagar mais para competirmos com os asiáticos.

Simples mas que ninguém quer interiorizar, pensam que é um problema das margens, dos impostos, do grande capital ou do CHEGA.


O Costa seguiu o exemplo do Líbano.

No Líbano são mais pobres do que nós, têm um poder de compra que é cerca de metade do nosso (15 contra 35, em PIBpc ppc). Sendo mais pobres do que nós, pensa o "costa" de lá que não podem pagar a electricidade ao preço que nós pagamos. Então, por lá, o "costa" obriga a que a "edp" de lá venda a electricidade a 0,015€/kwh (quando nós pagamos 0,16€/kwh).

O resultado? Não há electricidade, as empresas produtoras e distribuidoras foram todas à falência. 


Fig. 2 - Quem quiser electricidade que compre um gerador a pedais.

Se os libaneses fossem governados pelo Professor Catedrático Doutor Mestre Loução, a solução seria nacionalizar os produtores e distribuidores de electricidade e, depois, fazer daquilo uma espécie de TAP portuguesa. O problema é que por lá já não há Zé Pagantes que paguem mais e mais impostos para meter nas empresas "estratégicas".


"5.2.2. ENERGIA 

O Bloco [de Esquerda] compromete-se com uma política de nacionalização do setor da energia, para impedir a desregulação e a ineficiência, garantindo o controlo público sobre as empresas do setor. Assim, o capital público deve voltar a ser maioritário na Galp, na EDP e na REN. A coordenação dos planos de investimento e desenvolvimento do setor energético deve ser garantida por uma Autoridade Nacional da Energia." (BE, Manifesto para as Legislativas, 2015)


Se não há, temos que consumir menos.

Vamos supor que, nos anos passados, a produção de energia era de 100, o preço de 1 e o consumo na Ásia era de 40 e no resto do mundo, 60.

De repente, o consumo na Ásia aumenta para 80 ficando apenas 20 para o resto do mundo. O preço vai disparar para fazer aumentar o nível de produção (para 110), e diminuir o consumo na Ásia (para 65) e no resto do mundo (para 45).

Vamos supor que o resto do mundo pretende que continuemos a usar 60. Neste caso, o preço vai aumentar ainda mais para garantir que a produção aumenta ainda mais (para 120) e o consumo da Ásia diminui para 60. 

Será que a nossa economia, isto é, os impostos que depois vamos pagar para subsidiar o consumo de energia, aguenta?

Não. É preciso deixar o preço aumentar de forma a que as pessoas passem a consumir menos energia.

Mas não é isto que querem os "verdes"? 



 




 

 


sábado, 16 de outubro de 2021

Estaremos a viver um novo choque energético.

Já ninguém se lembra mas, em 1973, tivemos um choque energético.

Em princípios da década de 1970 o preço médio do petróleo estava em 24USD/barril e saltou em meados de 1973 para 60USD/barril, um aumento de 150%.

O choque teve uma segunda onda em finais da década de 1970 para 130USD/barril.

Este choque energético teve grande impacto no Ocidente, crises económicas e filas nas bombas de gasolina.

Depois as coisas estabilizaram e, entre 1985 e 2003, tivemos um longo período de energia barata, com o petróleo nos 40USD/barril.

Desde 2003 o preço tem oscilado atingindo um patamar de 110USD/barril entre 2009 e 2014, outro patamar de 60USD/barril entre 2014 e o presente.


Mas vamos corrigir da inflação!

Comparando 1973 com 2020, a inflação média foi de 3,81%/ano. Isso traduz que um cabaz de bens e serviços que em 1973 tinha um preços de 100€, tem hoje um preço de 583€.

Este aumento geral de preços traduz que o preço real do petróleo está muito abaixo do preço dos inícios da década de 1970, 60USD de agora correspondem a 10,3USD de 1973, menos de metade da cotação do petróleo nesse ano.

Mesmo considerando a cotação de hoje de 80€/barril, compara-se com 13,7USD/barril de 1973.

 Para o preço do petróleo se comparar com 1973 teria que estar nos 140USD/barril e para se comparar com os 130USD/barril de 1980 teria que estar nos 400USD/barril.

Estão a imaginar o petróleo a 400USD/barril!!!

De um preço na ordem dos 24€/barril, mantendo os preços constantes, estamos hoje com preços pouco acima dos 10USD/barril (ver, Fig. 1)

temos vivido nas últimas décadas com energia extraordinariamente barata, como nunca se tinha visto na história da humanidade, tempo que parece estar a acabar.

Fig. 1 - Evolução do preço do petróleo bruto 1960-2020 
(dados do preço do petróleo e da taxa de inflação do USD: www.macrotrends.net)


Como a energia está barata, os Estados carregaram-na com impostos.

Os políticos nos estados democráticos vivem das eleições. E existem estudos (de marketing político) que avaliam como reagem os eleitores relativamente à despesa pública e aos impostos.

Os políticos vão implementar políticas que maximizem o número de votos. Como cada cidadão tem um voto, está identificado que dar 1€ de subsídios aos pobres e cobrar 1€ de impostos aos mais ricos tem um impacto positivo nos resultados eleitorais. Desta forma, criou-se o chamado "estado social" não como algo superior em termos éticos ou morais mas apenas como algo que soma mais votos.

Se proibir touradas, multar quem circular a mais de 30km/h ou falar em "transição energética" faz aumentar, em termos líquidos, os votos, arranja-se uma lógica qualquer e faz-se isso.

Ainda há 2 dias um ministro dizia "descer impostos nos combustíveis fósseis, nem pensar por causa da transição energética" para no dia seguinte outro ministro vir anunciar a descida em 0,02€/litros para hoje mesmo, com outra lógica qualquer. O que há 2 dias estava errado, ontem já estava certo.

Se era mau usar máscaras, logo se tornou obrigatório.

Se dar a terceira dose era uma loucura, um interesse obscuros dos laboratórios, logo passou a obrigatório (quem o referiu, de entre outros que disseram logo o seu contrário, foi o D. Sebastião Gouveia e Melo).


Reparem a argumentação do D. Sebastião Gouveia e Melo.

Vou-me embora porque já estão vacinadas 85% das pessoas e vacinar com a terceira dose é uma loucura, uma campanha dos laboratórios para facturar.

E a verdadeira lógica? Era que o ministro da cara comprida lhe tinha dito que, no dia seguinte, ia tomar posse como chefe de uma merda qualquer que ninguém sabe que existe mas para as tainha do Estado é uma coisa muito importante.

O pequeno tirano, que despachou crimes de tudo que mexia, desde um frigorífico que avariava até uma cadeira que partia uma perna, à judiciária, ao ministério público e a GNR (que não deram em nada), foi-se embora e tudo continuou como se nunca lá tivesse feito qualquer falta.

E não fazia qualquer falta. O problema é que o PS meteu lá, inicialmente, um fulano tão mau, tão mau, que até o rui banana rio teria, em sua substituição, mesmo sem nada fazer, feito um bom serviço ao país.

Fig. 2 - As tainhas juntam-se na saída do esgoto, à procura de comer alguma coisa.


Também está identificado que os impostos directos (o IRS) tem mais impacto negativo que os impostos indirectos (IVA, ISP, ...). Por exemplo, o IRS só "paga" 13% da despesa do Estado mas tem sido o único imposto discutido no espaço mediático-político (o IVA "paga" 17% e ninguém fala desse imposto).

Por causa desse marketing político, os eleitores foram gritando contra o IRS e tolerando o imposto sobre os combustíveis, razão porque hoje 65% do preço que pagamos na bomba é impostos.


E como ficamos de energias renováveis?

Claro que a energia solar é o futuro mas não pode ser implementada de um momento para o outro porque é preciso amortizar os investimentos feitos e exige novos investimentos.

E para haver investimento, é preciso haver poupança que apenas acontece se as pessoas diminuírem o consumo.

Assim, não é possível sol na eira e chuva no nabal.

Não é possível incentivar o consumo anunciando que é o motor do crescimento económico e, ao mesmo tempo, dizer que precisamos de investir nas novas tecnologias.

Será como o agricultor que tem que repartir o seu tempo entre apanhar maçãs e plantar de novas macieiras. Não pode fazer ambas as coisas ao mesmo tempo.

Como somos governados por mente-captos que julgam ser suficiente anunciar que em 2030 vamos ter neutralidade de emissões de CO2 e carregar com impostos, taxas e taxinhas as energias e  condicionando os investimentos em combustíveis fósseis, advinha-se uma nova crise energética.


A Maria a Pena diz que, quando ganhar, acaba com as renováveis em França.

O povo sofre a consequência dos mente-captos e, depois, aparecem as "contra-revoltas".

Também se fosse eu a mandar, isto das renováveis levava uma grande volta, acabando totalmente com os subsídios ao investimento e à produção e o tratamento preferencial.



 Fig. 3 - Pode ser muito bonita (a ideia de "defender o planeta dos gases") mas quem quiser beleza tem que pagar o sobre-custo.



quinta-feira, 14 de outubro de 2021

A tragédia do Meco, a causa-efeito e o acaso

No dia 15 de Dezembro de 2013 morreram 6 estudantes universitários no Meco.

Como eram jovens, com pais cheios de esperança, estas mortes foram uma tragédia de grande dimensão. E é natural que as pessoas, em especial os pais, procurem uma causa, um comportamento, uma acção para isto ter acontecido quando poderia ter sido evitado. 

O que vou explicar neste poste é que nem tudo tem uma causa, acontece simplesmente por acaso. E o acaso que neste caso foi trágico, muitas das vezes leva a grande descobertas (como foi o caso da penicilina, descoberta porque um fungo, por acidente, contaminou uma experiência com bactérias). 


Cada morte é um tragédia mas, em termos agregados, temos uma regularidade estatística.

Se procurarmos no google pela palavra chave "Tábuas de Mortalidade INE" aparece-nos um documento compilado pelo INE que quantifica quantas pessoas chegam a determinada idade a partir de 100000 nascimentos, calculado com os dados dos últimos 3 anos.

Nas tábuas calculadas em 2018-2020 vemos que, por cada 100000 que nasceram, morreram 577 crianças e jovens antes do dia de aniversário dos 21 anos.

Estão bem a ver a coisa?

A tragédia do Meco foi há 8 anos e nesses 8 anos morreram próximo de 4000 jovens e crianças e, no entanto, só se procura causa criminal para os 6 que morreram afogados no Meco.


A culpa é da estatística.

A energia das ondas do mar, isto é, a sua capacidade de avançar no areal, é uma distribuição "lognormal". Quer isto dizer que, se em média, a onda avança 20 metros pelo areal dentro, existe uma probabilidade de 10% de avançar 100 metros e uma probabilidade de 0,1% de avançar 200 metros. Esta distribuição traduz que, uma vez em cada hora, vem uma onda que nos surpreende.

Por isso, e já me aconteceu um acidente destes quando estava com a minha sobrinha (com 5 anos) que foi arrastada para o mar e tive de me meter à água para a salvar, é que o povo diz que "O mar é traiçoeiro". E mais traiçoeiro é durante o Inverno porque o conhecimento que temos do comportamento do mar é aprendido no Verão, enquanto estamos na praia (e no Inverno a dinâmica das ondas é substancialmente diferente).


Isto quer dizer que os mortos do Meco foram vítimas do azar.

Claro que podemos pensar que se não estivessem lá, o mar não os teria levado. Mas o que levou os outros 4000 jovens que morreram no entretanto?

O problema da regularidade estatística é que se alguém escapa aqui, outro vai ter que morrer acolá.

Se um escapa de morrer afogado, logo outro morre porque caiu da trotineta.

Se escapa da trotineta, morre engasgado.

E por ai adiante sendo certo que, mesmo que ninguém fume, ninguém beba, ninguém vá à praia, façamos desporto todos os dias, deitemo-nos cedo e evitemos as velocidades excessivas, vamos todos vamos morrer.

E a morte nunca assume a culpa, é sempre uma causa qualquer.

A única coisa que os vivos têm a fazer é deixar os mortos em paz e seguir em frente, esperando pacientemente pelo nosso último dia.

Santa Maria Mãe de Deus rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte.


quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Produção, consumo, poupança, investimento e crescimento da produção

A Economia começa na produção.

Quando falamos em Economia estamos a falar da produção de bens e serviços.

Para haver produção tem que haver, obrigatoriamente, disponibilidade de 3 coisas: recursos naturais (petróleo, água, terra), capital (máquinas, instalações, "patentes") e trabalho.

Por um lado, se não houver recursos naturais, capital ou trabalho, um apenas destes factores de produção, a produção será obrigatoriamente zero.

Por outro lado, a produção aumenta apenas quando aumenta pelo menos um dos factores de produção.


A produção permite o consumo.

Apenas pode haver consumo se, previamente, houver produção. Esta ideia parece intuitiva mas não é aceite pelos esquerdistas, por exemplo, nem pela Isabel Camarinha da CGTP nem pelo professor catedrático de economia Loução!

Os esquerdistas confundem as pessoas (penso que a sua mente, ela própria, está confundida, como a mente do Zé Carlos, meu vizinho, que é esquizofrénico e a quem faço "terapia"). Assim, confundem "rendimento do trabalhador" com a disponibilidade na economia de bens e serviços.

Dizem os esquerdistas que "se os salários aumentarem, a produção aumenta". Apesar de isto ser verdade, apenas acontece em termos nominais, isto é, são os preços que aumentam e não a quantidade de bens e serviços que as pessoas têm disponíveis.

Vamos olhar para a Venezuela, da qual os esquerdistas nunca falam: 

Ao produzir 1000 unid/dia vendidas ao preço de 10$/unid, a produção total é de 10000$/dia.  Esta produção vai ser repartida entre salários e lucros. Vamos supor que o lucro das empresas é zero. Neste caso, os salários serão 10000$/dia. As pessoas vão pegar nos 10000$/dia e, com esses dinheiro, comprar os 10000$/dia da produção.

De repente, o governo obriga as empresas a duplicar os salários. Não havendo alteração na produtividade (são o mesmo capital, o mesmo recurso natural, o mesmo trabalho), vão continuar a ser produzidas 10000Unid/dia mas o preço tem que aumentar para 20$/unid para o lucro continuar nulo (não pode haver prejuízo pois, neste caso, as empresas fecham). Assim, a produção (em termos monetários) duplicou para 20000$/dia mas a quantidade mantém-se a mesma.

Vamos supor que o aumento dos salários aumentava a produção em quantidade.

Neste caso, não haveria países pobres já que qualquer governo pode, por decreto, obrigar a que os salários aumentem.

Vamos ainda pensar que isso era verdade mas apenas em Portugal. Neste caso, os esquerdistas que nos desgovernam duplicavam todos os anos os salários que controlam, isto é, os dos funcionários públicos. Não seria perfeito mas ajudava a fazer crescer a nossa economia que não sai da cepa torta.

Será que apenas o salário dos privados faz crescer a nossa economia?

É uma pergunta que deixo aos sábios esquerdistas.


O Capital surge de um processo de acumulação.

Para este ano termos capital, foi preciso investir no passado. Assim, o capital que existe hoje é igual ao capital que havia o ano passado mais o investimento (e menos a depreciação).

E para poder haver investimento tem que haver, em exacta quantidade, poupança. Esta igualdade, perfeitamente reconhecida como uma igualdade contabilística a que não se consegue fugir, é negada pelos esquerdistas que pensam que pode haver investimento sem haver poupança.

Esta ideia esquerdistas de que podemos ter investimento sem haver poupança é uma aberração da natureza. E maior aberração é que isto ensina-se nas faculdade de economia do nosso país como verdade sob o nome de "multiplicador keynesiano do investimento autónomo". 

Fig. 1 - Na Economia, o capital actual é a soma de todos os investimentos do passado.


Em tempos ensinei economia numa licenciatura em jornalismo.
Ensinar ensinei mas sem qualquer resultado, fui saneado por corromper a juventude (bem, alegadamente, por ser racista, xenófobo, misógino, falsificador de documentos, praticar crimes informático,  fraude e evasão fiscal e ainda ter empresas em offshores).
Sem qualquer resultado não, como dizia a minha mãezinha que Deus lá a tem, pagaram-me pontualmente.


Para explicar que a poupança tem que ser igual ao investimento é preciso uma economia simples.

Imaginemos um jovem com 18 anos.
A jovem tem duas opções:
        1) Vai trabalhar durante 50 anos com um ordenado de 700€/mês.
        2) Vai estudar durante 5 anos e, depois, vai trabalhar 45 anos.
Vamos supor que estudar é, em termos de sacrifício e despesa, igual a estar a trabalhar.
Ao estudar, o jovem vai pegar em 5 anos de trabalho e acumulá-los na sua mente. Como é um processo de acumulação e vai durar mais de 1 ano, trata-se de capital (humano).
A jovem vai ter que "poupar" 5 anos de trabalho e "investir" exactamente estes 5 anos em capital humano.
Não é possível investir 1h em "tempo de estudo" sem poupar 1h em "tempo de trabalho". 
Em termos monetários, esta poupança e investimento é de 700*14*5 = 49000€.
Este investimento vai ser amortizado em 45 anos pelo que, para o investimento ser "lucrativo", o incremento no salário induzido pelos estudos tem que ser maior que 77,78€/mês.
A rentabilidade do investimento é medido como a taxa de juro que faz o resultado igual ao investimento. Se, por exemplo, a aluna com estudos vai ganhar 900€/mês, a remuneração do investimento em capital humano será de 3,7%/ano.


Imaginemos um agricultor.
Pode trabalhar 10 h/dia a tratar das plantas ou "poupar" 2h/dia e investir esse tempo a melhorar o canal de rega que vai, no futuro, aumentar a produtividade de cada hora aplicada a tratar das plantas.
Se "poupar" 2h/dia, vai este ano consumir menos plantas mas, no futuro, a sua economia vai crescer porque com o sistema de rega, em 10h/dia vai conseguir produzir mais plantas.


O modelo de crescimento económico de Ramsey (ver).
Este modelo é já de 1928 pelo que os negacionistas de esquerda não podem dizer que nunca ouviram falar disto. Este modelo está representado na Fig. 1:

(1) Produção(t) ⟽ Função.monotona.crescente(Capital(t), Trabalho(t))
(2) Consumo(t) + Poupança(t) ⟽ Produção(t)
(3) Investimento(t)  Poupança(t)
(4) Capital (t+1) ⟽ Capital (t) + Investimento (t) - Depreciação (t)
 
A seta traduz uma igualdade mas que tem causalidade, isto é, a relação não pode ser invertida.
Os esquerdistas confundem a equação (1) que traduz a produção com a equação (2) que traduz a distribuição. Assim, invertem a expressão afirmando que 
Produção(t) ⟽  Consumo(t) + Poupança(t).
Logo, concluem os esquerdistas, quanto mais consumirmos, "mantendo a poupança", maior será a produção.
Nem percebo como há países onde se passa fome, era só aumentar o consumo!!!

A economia só cresce se Capital (t+1) > Capital (t), isto é, se houver poupança que dê origem a investimento maior que a depreciação do capital.


Infelizmente, em Portugal, Nos últimos 10 anos, o investimento líquido foi ZERO.
Fala-se muito que "a poupança das famílias está a bater recordes" mas esquecem de dizer que essa poupança vai directamente para a despesa do estado que está a bater recordes. De facto, as pessoas estão a emprestar ao Estado para que este gaste.
Em 2019 a poupança das famílias foi de 7,3% do PIB e o saldo público de +0,2% do PIB o que soma um total famílias+Estado de 7,5%.
Em 2020 a poupança das famílias foi de 13,1% do PIB e o saldo público de -5,7% do PIB o que soma um total famílias+Estado de 7,4%.
Assim, o aumento da poupança das famílias foi TOTALMENTE absorvido pelo défice público e ainda faltou um bocadinho.
No "antigamente", todos os anos a quantidade de capital aumentava 12,3% do PIB por ano. Em 2000 começou a cair de forma significativa e, nos últimos 10 anos, tem sido a estagnação total, um "aumento" de 0,0% do PIB por ano.
Sem poupança não pode haver aumento de capital, 
Sem aumento de capital não pode haver crescimento económico!


Fig. 2 - Evolução do investimento líquido da depreciação em Portugal 1970:2020 
(Dados: Banco Mundial)

 
O IRC deveria pura e simplesmente acabar.
Nos últimos 10 anos, o IRC rendeu aos cofres do estado 5300 M€/ano. PArece muito dinheiro mas é apenas 5,3% da despesa pública e 2,5% do PIB.
Imaginando que o fim do IRC ia aumentar o investimento e o crescimento do PIB, recuperava-se esses 2,5% do PIB muito rapidamente no IVA, IRS e demais impostos.
Mas os esquerdistas odeiam as empresas e os lucros!
A Irlanda praticamente 12,5% de IRC e ainda dá desconto ao investimento pelo que fica praticamente em zero.
Até 1990, o nosso PIB per capita era de 65% do Irlandês. NEste momento estamos a pouco mais de 25%.
Deveria dar que pensar mas não dá. Os esquerdistas só falam em "Panamá papers", "Pandora Papers", offshores e em tributar cada vez mais e mais as empresas.
É que não havendo pobres e ignorantes, deixa de haver esquerdistas, deixa de haver quem acredite que é possível dar tudo a quase todos para todo o sempre cobrando impostos aos poucos outros, ao grande capital e aos especuladores.


Fig. 3 - Evolução do PIB per capita português em comparação com o irlandês 1970:2020 
(Dados: Banco Mundial)


segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Desenvolvimento económico e energia (nuclear, eólica ou solar).

Como já referi, o desenvolvimento económico está ligado a mais e mais energia.

Se, inicialmente, o ser humano apenas usava a energia dos alimentos (uma potência média de cerca de 0,15kw), ao longo dos milénios foi acrescentando mais e mais energia à sua vida a ponto de hoje, um americano médio, utilizar 10 kw de potência, um aumento de mais de 60 vezes.

Nas últimas décadas, o consumo de energia cresceu induzido pelo aumento da população e do consumo per capita.

Como os países menos desenvolvidos usam muito menos energia que os países mais desenvolvidos, a previsão para o futuro é que vai haver um contínuo aumento das necessidades. Por exemplo, um americano médio utiliza tanta energia como 11 habitantes médios da Índia, Paquistão, Bangladesh, Filipinas e Indonésia (um total de 2150 milhões de pessoas).


O problema é que o "normal" acesso a energia está em crise.

Claro que podemos pensar que o problema parte apenas da ideia de que queimar carvão, petróleo ou gás natural (combustíveis fósseis) produz CO2 que tem um efeito nefasto no clima da Terra. 

Mas existe outro problema, é que essas fontes de energia, mais década, menos década, vão acabar. Neste momento, ainda não é um problema premente mas a sua escassez tem feito aumentar o custo da sua exploração. 

E ainda existe outro problema (para os países onde existem combustíveis fósseis), é que as novas tecnologias evoluem no sentido de o custo ser cada vez menor, uma evolução contrária ao que se observa no acesso aos combustíveis fósseis. 


Além dos combustíveis fósseis, existe o nuclear, o eólico e o solar.

Nuclear.

Uma central nuclear actual para produção de electricidade tem um investimento inicial na ordem dos 9000€/kw. Para uma taxa de juro real de 3%/ano (taxa nominal de 5%), amortização em 60 anos e uma disponibilidade de 93% do tempo, o custo de capital é de 0,04€/kwh. 

Ao custo de capital acresce o custo do combustível (cerca de 0,02€/kwh) e de manutenção e operação (outros 0,02€/kwh).

Desta forma, um investimento numa central nuclear tem um custo total na ordem dos 0,08€/kwh, cerca do dobro do custo de uma central a carvão (que emite CO2).

As centrais nucleares (e a carvão) produzirem continuamente, de dia e de noite, meses e meses a fio, sempre a debitar a mesma potência. Desta forma, quando existe menos consumo (durante a noite) as condições de mercado impõem um preço mais baixo (são as horas de "vazio" e de "super vazio").


Solar.

Os painéis solares traduzem um investimento, já instalados com o terreno e sistema eléctrico, de cerca de 900€/kw mas, comparando com o nuclear, o seu período de amortização é mais curto e a disponibilidade menor. Usando uma taxa de juro real de 3%/ano, amortização em 20 anos e uma disponibilidade de 20% do tempo, o custo de capital é de 0,035€/kwh, semelhante ao custo de capital da central nuclear.

Não tendo custos de combustíveis, com um custo de manutenção e operação de cerca de 0,015€/kwh, temos um custo total de produção na ordem dos 0,05€/kwh, semelhante ao carvão.

As centrais solares produzem apenas quando há luz solar. Em termos diários, a produção é máxima entre as 10h da manhã e as 14h da tarde e, em termos anuais, é máxima durante o Verão. Desta forma, terá que haver uma alteração do actual padrão do consumo de forma a que o consumo se concentre entre as 10h e as 14h e que os painéis estejam instalados em locais sem Inverno.

Para motivar os consumidores a mudar o padrão de consumo (e para responder às condições de mercado), quando a energia solar tiver um peso importante na produção de electricidade, esta será muito mais barata durante o dia (e caríssima durante a noite, produzida usando outra tecnologia, por exemplo, recuperada de baterias).


Eólica.

A fonte eólica é parecida com a solar (só produz durante 20% do tempo) mas não existe tanta regularidade no vento como na luz solar. Esta irregularidade coloca mais problemas no planeamento do uso da energia do que a energia solar. Por exemplo, é possível mover os turnos de trabalho para "todos os dias entre as 9h da manhã e as 15h da tarde (um total de 42 h/semana)"  mas não é possível mudá-los para "quando há vento".


Vou falar um bocadinho da sociedade no futuro solar.

O problema das pessoas é que, em presença de uma nova tecnologia, querem repetir o que estão habituadas a fazer. Vou dar o exemplo da "escrita".

Quando eu era criança, usava um lápis para escrever. Aprendi na escola como pegar no lápis e, com um caderno de duas linhas, como garantir que as letras "não fugiam" para cima. Com o passar do tempo, vieram os teclados e aprendi a escrever com quatro dedos (os dois do meio de cada mão). Vieram os telemóveis e os jovens adaptaram os polegares enquanto pegavam com ambas as mãos na máquina. Para os smartphones tivemos que adaptar o indicador direito enquanto segurávamos o bicho com a mão esquerda. 

E agora, o que faz a juventude? Já não escreve. Carrega num botão do whatsup com o polegar direito e fala. Assim que liberta o botão, já está, o som é enviado.


A localização em África dos painéis solares.

Existe um projecto para levar energia desde Marrocos até o Reino Unido.

A ideia é colocar painéis solares no deserto, onde existe uma insolação média de 6kwh/dia, com pequenas oscilações entre o Verão e o Inverno. Depois, usar um cabo eléctrico desde Marrocos até o Reino Unido onde existe, no Inverno, uma baixa insolação média, na ordem de 1kwh/dia.

Fig. 1 - Fornecimento de electricidade solar de Marrocos ao Reino Unido por cabo submarino.

Quanta energia se perde no transporte?

Perde-se pouca energia se a corrente for contínua. Perde-se na transformação de corrente alterna para corrente contínua (na origem) e vice versa (no destino) mas dois cabos de alumínio com 10cm de diâmetro e 2600 km, transportam 4000 MW a 525kv, (o equivalente a 4 reactores nucleares) com perda total de apenas 7% da energia (cerca de 54W/m).


Em termos económicos, o armazenamento terá que ser o mínimo possível.

Se for em barragens, "estraga os rios", se for com baterias, utiliza Lítio que é um recurso escasso.

Comecemos pelos automóveis eléctricos. 

Para alimentar com 10kwh/dia de electricidade (dá para 50km/dia) cada um dos 32 milhões de carros que existem no Reino Unido, será necessária um parque solar com capacidade de 60000 MW e em que a energia será transportada com 30 cabos submarinos de 10 cm de diâmetro.

Acresce o aquecimento que tem que ser armazenado em água aquecida durante o dia.

Se cada casa usar para aquecimento 75kwh/dia, terá que usar 15 kw durante as 5 horas diárias de maior produção, acumulando 60kwh de calor para as outras horas o que pode ser feito com água quente. Para isso é suficiente um depósito de água de 1000 litros (cilindro de 1,1 metros) que, durante o dia, aquece até aos 90ºC e, de manhã, tem a sua temperatura reduzida a 40ºC.

Pensando que há 10 milhões de casas no Reino Unido, temos que somar 140000 MW ao parque solar marroquino e 70 cabos.

No final, considerando o fornecimento sem necessidade de armazenamento em baterias, será necessário instalar 200000 MW de painéis solares, equivalente a 40 reactores nucleares (a trabalhar 24h/dia), ligados de Marrocos aos Reino Unido por 100 cabos eléctricos com 10 cm de diâmetro e 2600 km de extensão.

Tudo tecnologias que já existem mas é necessário mudar comportamentos!


Sobre o cometário do Pedro Alves.

Existe um cabo de 525 000 V capaz de transportar 2600 MW (NKT 525 kV extruded HVDC).

Nos cabos de alta tensão "descarnados" (as normais redes de Alta Tensão) usam-se "metros" de ar de isolamento porque o ar é "mau" isolante porque ioniza facilmente (efeito Corona), o que é medido pela 'rigidez dielétrica". Os isolantes sintéticos, por exemplo, o polietileno de elevada densidade, PET-HD, são muito melhores que o ar.

A rigidez dielétrica do ar é de 3 MV/m - milhões de voltes por metro (são necessários pelo menos 200 mm para isolar 525 kV) enquanto que o PET-HD é de 400 Mv/m (são necessários apenas 1,5 mm para isolar 525 kV). 

Se assim não fosse, não seria possível haver transformadores de muito alta tensão (onde os cabos dos enrolamentos são isolados com 1 mm de resina). Um transformador de 1000 MW em alumínio de 220V para 525000V precisa de cabos com 20 mm de espessura. Com isolante de 1mm, para termos 525 000 espiras precisamos de um transformador de 23m (23x23x23). Se o isolamento fosse de ar (200mm), o transformador teria 430 m (430x430x430), impossível de construir. 

Fig. - 2 - A relação de transformação é a relação entre o número de espiras.


Os cabos de alta tensão também precisam estar longe da vegetação, máquinas ou pessoas para que não haja acidentes.

E é fácil transformar electricidade contínua em alterna e vice-versa. Em termos simplista poderíamos transformar corrente alterna usando um motor de corrente alterna acoplado a um gerador de corrente contínua (um dínamo) e transformar corrente contínua em alterna acoplando um motor de corrente contínua a um gerador de corrente alterna (um alternador). Neste momento, usa-se electrónica de potência - tirístores.


sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Lembram-se da promessa do Costa de que nos ia re-industrializar?

O problema do rui banana rio é que não tem memória.

Estando na oposição, teria que ir buscar as promessas do Costa e avaliar se foram executadas.

Uma delas é que o governo dos esquerdistas ia re-industrializar Portugal.

Vamos então buscar os dados ao INE sobre o Índice de Produção Industrial, calcular a sua média anual e escala-o a 100 em Novembro de 2015, quando o Costa tomou posse com o apoio dos esquerdistas.

Estranhamente, passados 6 anos, a produção industrial DIMINUIU 5%.

Na governação do Sócrates, PS, a queda foi astronómica, de 125 para 100 pontos.

No mandato do Passos Coelho, reduziu mas recuperou, acabando exactamente como tinha começado, com 100 pontos.

Com o Costa, inicialmente ainda aproveitou as reformas do mercado de trabalho do Passos Coelho para logo voltar a cair para 95 pontos.



Fig. 1 - Evolução do Índice de Produção Industrial, corrigida da sazonalidade, escalado a 100 em Novembro de 2015 (dados de base mensais, INE)

Como disse o Cavaco Silva.

O António Costa não tem oposição.

Fig. 2 - Pensa que é uma gaja boa, distraída a promover  bombas. 
Não é o que arranjaram, dado a bomba já ter tido melhores dias.


terça-feira, 5 de outubro de 2021

Os professores e demais licenciados estão condenados a ganhar cada vez menos.

Hoje há uma manifestação de professores.

E a coisa que se queixam mais é que ganham hoje menos do que ganhavam há 20 anos. Quer isto dizer que a geração de hoje vai ter um nível de vida pior do que tive a geração dos seus pais, o que vem retirar às pessoas o sonho de que o progresso traz prosperidade.

Pensando no meu caso, esta regra apenas não se aplica porque fiz o doutoramento em 2001 e a agregação em 2007 mas é verdade que o meu ordenado de hoje é menor do que o meu ordenado de há 10 anos atrás. Talvez por causa disso é que tenha decidido ser justo trabalhar cada vez menos :-)

Mas se o governo, o António Costa, diz que a nossa economia está a crescer como nunca, haverá alguma lógica económica para os salários estarem na mesma? Estarão os patrões a explorar os licenciados?

Vejamos que os salários não podem subir porque a economia não cresce assim tanto como anunciam os esquerdistas mas também por causa da mudança na proporção licenciados/não licenciados.


Vamos ao crescimento da economia.

A economia é o agregar de muitas coisas pelo que o comum dos mortais não sabe se a economia cresce ou não. Para saber se a economia cresce é preciso ir buscar estatísticas, no caso, compiladas pelo Banco de Portugal. E o que dizem essas estatísticas é que, no período 2000-2021, o PIB per capita cresceu 0,4%/ano.

Afinal, depois de 2000, altura em que passamos a pertencer à Zona Euro, temos crescido poucochinho. Talvez seja apenas uma relação espúria mas é um facto que o Euro veio acompanhado pela estagnação económica.

Fig.1 - PIB per capita português, 1990-2000 (dados, WB)


Cresce poucochinho mas crescemos qualquer coisinha.

É que comparando 2000 com 2020, crescemos 8,5% pelo que seria de pensar que os salários tivessem também crescido 8,5%.

Alguns cresceram, por exemplo, o salário mínimo em 2000 era de 318,2€/mês e já vai em 665€/mês, mas estes 8,5% foram absorvidos pela alteração da proporção dos licenciados na economia.


Mas a percentagem de licenciados cresceu muito mais.

Em 2000 cerca de 500 mil pessoas tinha licenciatura. Em 2020 cerca de 1500 mil pessoas têm licenciatura ou mestrado.

Vamos supor que em 2000, o salário dos não licenciados era de 600€/mês e o dos licenciados 1500€/mês. O salário médio será então (95% * 600€/mês + 5%* 1500€) = 645€/mês.

Como o crescimento foi de 8,5%, então a divisão da riquesa criada permite um salário médio de 645*1,085 = 700€/mês.

Mas mantendo os salários iguais aos de 2000, a simples alteração da proporção vai mais do que roubar este ganho:

(85% * 600€/mês + 15%* 1500€) = 735€/mês.

Só a alteração da proporção obrigaria a que o salário diminuíssem 5%.

Sabido que os salários dos não licenciados não diminuíram, até aumentaram pelo efeito do Salário Mínimo, os salários dos licenciados teve que diminuir muito mais.


Sabem como poderiam subir os salários dos licenciados?

Se "importássemos" trabalhadores não licenciados e de baixos salários!

Parece estranho afirmar que para melhorarmos o nosso nível de vida precisamos de pessoas "desclassificadas" e não pessoas de grande valia profissional.

Precisamos de pessoas com salários baixos, que realizem as operações necessárias mas de baixo valor acrescentado para que os portugueses licenciados possam auferir melhroes salários e termos melhor qualidade de vida.


Vou dar um pequeno exemplo.

Fala-se muito que as casas estão caras e que não existem trabalhadores disponíveis para a construção civil. 

Em Moçambique, cada trabalhador aufere, em média, 26€/mês (dados do INE.M).

Vinha um milhão de moçambicanos para Portugal trabalhar na construção civil, viagem paga,  comida e alojamento como têm lá e ainda por um salário 100€/mês.

Ajudávamos os moçambicanos e éramos ajudados pelo seu trabalho.

Fig.2 - O que acho mais interessante em África são os veículos todo terreno de 4 lugares.


segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Estranhamente, vou defender o indefensável: o Rui Rio

Na minha opinião, o Rio é fraco a fazer oposição.

E a razão porque é fraco a fazer oposição não é por ter incapacidade de acção mas, muito mais grave, é por pensar que as políticas do Costa estão bem.

Se, quando jovem, o Rio se tivesse filiado no PS, hoje apoiaria com unhas e dentes o Costa mas como, por acaso, se inscreveu no PPD-PSD, ambiciona substitui-lo por "inerência de cargo". O Rio adora a "equipa A" mas, desde o momento que assumiu o papel de "treinador da equipa B",p or "profissionalismo", quer que B vença e que A perca.

Se Rio fosse do PS e substitui-se o Costa, continuaria tudo na mesma, Rio é um sucedâneo do Costa, a sua continuação.


Mas o Rio, substituindo o Costa, não vai lá estar com o PS.

Um homem é tudo o que é mais o que o são os que o rodeiam.

As políticas do Rio rodeado pelo PSD será muito diferentes do que seriam se o Rio estivesse rodeado pelo PS. Também o Costa seria diferente do que é se não fosse rodeado PS, uma corja de mal feitores.

Além de não estar lá a corja do PS, também deixará de lá estar a corja do BE e do PAN (não vou dizer mal do PCP que, apesar de as suas ideias no condenarem à pobreza, anda perdido).


Sendo assim, o Rio é pelo menos tão bom como o Costa.

Parece estranha esta minha frase pois o Costa não presta. Mas pensemos nisso como uma vantagem. 

Pensemos que actualmente a moderação do Costa (sim, o Costa é liberal mas não o pode assumir porque está amarrado à corja para manter o poder) ajuda de forma significativa o PS a ter a maioria de votos. 

Pensemos ainda que o constante torpedeamento que o Costa sofre por parte dos esquerdistas encabeçados Pedro Nuno Santos (nem deveria usar a palavra "encabeçados" pois o PNS é completamente desmiolado) vai impor cada vez políticas mais loucas, começando no TGV e acabando no hidrogénio.

Politicas esquerdistas malucas levam a perdas nas sondagens que levam a maior pressão interna sobre o Costa.

Pensemos que o Costa vai perdendo espaço de manobra interna e acaba por bater com a porta.

Nesse tempo, será vantajoso para o PSD ter como chefe um sucedâneo do Costa, um "cavalo de Tróia" que consiga captar para o PSD os votos dos apoiantes do Costa.


E depois?

É como o Mário Soares (que teve que meter o socialismo na gaveta) ou o Passos Coelho (que teve que assumir a austeridade).

É a batalha que faz o herói.

É o hábito que faz o monge.

Devidamente apoiado, Portugal entrará no bom caminho.


É que o PSD do Relvas, do Rangel, do Monte Negro, ... pouco ou nada vale.

Diz que o Rio é fracote, isso já todos sabemos, mas que ideias têm para Portugal?

São pessoas da máquina, o roupeiro, o massagista, o tratador da relva, não são um Pinto da Costa. Não são um Cavaco Silva, são ribeiros.

Quando a equipa perde vêm dizer que está tudo mal, que existem alternativas, que é preciso pensar no futuro mas não dizem qual o caminho a seguir.


Imaginem esta situação (dos Evangelhos).

Moisés ia a caminho de Cafarnaum e parou para pedir ajuda ao Filisteu Monte-Cristo: «Eu queria ir para a Terra-Prometida e perguntei ali a um que se chama Fariseu Rio que me disse "Isto é fácil, o senhor continue que, mais dia menos dia, vai encontrar o seu destino", o que é que o senhor acha?»

Ai, Monte-Cristo disse «Bem, o Fariseu Rio não está em condições de lhe indicar o caminho e existem pessoas que lho podem fazer, como por exemplo, o Samaritano Rangel.»

O homem continua e encontra o Samaritano Rangel que lhe disse «O senhor quer saber o caminho para a Terra-Prometida? Digo-lhe que tenho tendências homossexuais e que lhe dou forte na pinga.»

Moisés continuou o seu caminho, 40 anos perdido no deserto.


Aplica-se o mesmo raciocínio ao Xicão.

O CDS está em perda por causa do CHEGA e da Iniciativa Liberal.

Mas o resultado nas autárquicas foram muito melhores do que previam as sondagens.

Meter outro qualquer a presidente da geração anterior (o Nuno Melo tem mais 22 anos do que  o Xicão), parece-me andar às arrecuas.

O Nuno Melo não quer compreender que a situação política em 2021 não é a mesma coisa que era a situação política há 22 anos atrás, a dinâmica demográfica e social fez com que a ruralidade e o cristianismo, que eram a base do CDS, perdessem importância. É preciso entrar no "mercado" urbano, jovem e laico.


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