quinta-feira, 21 de abril de 2011

O Passos Coelho não vai a Primeiro-ministro

As taxas de juro não param de subir atingindo os 12%/ano e o povo português não sabe o que fazer. Ainda agora as sondagens dão o Sócrates à frente do Passos.
O povo sabe que o Sócrates é mau e que nos levou à bancarrota, mas não tem confiança no Passos porque os dois são em tudo semelhantes: Desde pequeninos que são políticos; Obtiveram o curso em escolas manhosas; Têm um discurso com convicção mas sem conteúdo; A única experiencia de vida é a carreira no partido.
Tenho a convicção que o Passos dará um melhor Primeiro que o Sócrates mas não é uma convicção forte. Diz, desdiz, fala de coisas que não interessam, não diz nada sobre o importante, os do PSD atacam-no, ele responde torto. Tenho eu dúvidas e têm os eleitores.
O Pedro tem que fazer o sacrifício último de desistir de ser candidato a primeiro-ministro e indicar um nome que cause impacto. O PSD ganhando as eleições, o Passos vai para presidente da Assembleia da República.  
Ou isto ou nada porque o Sócrates vai ganhar. Em 2009, a Ferreira Leite também começou à frente do Sócrates, desvalorizou as sondágens e perdeu.
Figura 1 - Evolução das sondagens nas Legislativas de 2009
O Sócrates  em campanha eleitoral é mais forte que o Kadaffi.
O Vítor Bento ou o Bagão Félix são bons nomes para primeiro-ministro.
Mas um nome mesmo bom era eu. Eu tenho a certeza que dou um bom Primeiro.

Figura 2 - Io sono un primo-ministro così bella e non siamo in bancarotta
Eu mesmo a primeiro-ministro

Como o Churchill, só prometo sangue, suor e lágrimas.
No dia em que tomar posse, vou:
1) Decretar o fim dos Subsídios de Natal e de Férias nos salários e nas pensões.
2) Subir o IVA para 30%.
3) Permitir a subida a taxa de juro dos créditos à habitação.
Depois logo vou estudar os dossiês a ver onde cortar mais.
Garanto que Portugal não vai à bancarrota.
Amigo Pedro,
Sabes que não vais ganhar e Portugal precisa de um bom governo. Assim, tens que fazer o sacrifício de desistir de te anunciares como futuro Primeiro-ministro.
Anuncia já que indicarás para Primeiro-ministro o Pedro Cosme, para Ministro das Finanças o Bagão Felix, que ficas Presidente da Assembleia da República e que o Nobre volta para o Sri Lanka.
Portugal precisa de ti.
Um abraço,
Figura 3 - O amanhã de ontem é o ontem de amanhã. Não te safas.

Pedro Cosme da Costa Vieira

domingo, 10 de abril de 2011

O Tono do Passador morreu

Eu só me desloco à faculdade às terças e quintas-feiras.
Como me acabou de dizer a Joana, tenho um bom tacho. Levo uma vida simples pelo que não preciso de me ralar. Mas esta sexta-feira fui lá a uma reunião (para não dizer que não) mas ainda vim almoçar a casa. Depois, fui até ao café e estava a ler, com calma, o JN quando reparei numa pequena notícia: “Ovar - Homem morreu atingido por um ramo de uma árvore. António Carvalho, de 31 anos, vivia sozinho em S. Vicente de Pereira.” Era o Tono, o meu caseiro. Coitado do desventurado que, para cúmulo da desgraça, morreu a trabalhar.
O Tono era filho do Passador. O nome do pai advinha de nos anos 1960/70 fazer transportes para a França numa furgoneta Ford Transit a cair de podre. Tinha oito filhos e, sendo uma pessoa agradável em público, em casa derretia a mulher e os filhos de porrada e de fome. Viviam todos numa casa degradada do Pinha do Cruzeiro, 6x8m2, a quem nunca pagou renda. é o número 72, estranho sabendo que nesse beco sem saída só existe mais uma barraca.

Eu conhecia o Passador da minha juventude vivida na aldeia.
 Primeiro, porque é uma terra pequena e, depois, porque ele vendeu, por um conto de reis, uma filha a uma cunhada de um primo meu que estava na América.
Os filhos, um a um, foram abandonando a barraca materna, depois foi a mulher porque não aguentava mais e, finalmente, num dia de inverno o Tono foi-se embora.
Eu herdei, da minha tia menina Maria Clara, uma quinta-parte de uma casita e de um mato em S. Vicente de Pereira. Quando estou pior, vou até lá cortar mato e, por distracção, guardo os fetos num coberto de duas chapas de zinco enferrujadas. Num dia de inverno os fetos estavam amassados. Será que algum animal estava a dormir ali?

Dias depois, eu estava sentado no meio mato, num cadeira de encosto de plástico, a pensar na vida e a gozar a natureza e vejo aproximar-se um calmeirão de 1.85m.
– Boa tarde sr. Pedro, eu sou o Tono do Passador e queria-lhe pedir se me arrendava ali a casa porque eu não tenho onde ficar.
– Mau... mas tu és de uma família de caloteiros, o teu pai nunca pagou renda.
– Sim, o meu pai era um roleta mas eu não. Para não acabar com ele, saí de casa. Eu não posso pagar muito mas pago qualquer coisa.
– Gastas o dinheiro todo em vinho e mulheres. Não te arrendo nada.
Eu tinha tido um caseiro, que está preso, que me tinha dado muitos problemas e eu estava farto. Mas ai, deu-me um flash:
– És tu que dormes ali no barraco no meio do mato?
– Quem? eu? Não, não, bem, não, quem? quem? eu? eu? não, não sei …
Mas ai rematou:
– Ai custa tanto dormir ao relento sr. Pedro.
Ena pá, o que foste tu dizer. Eu em casa com 5 cobertores, uma botija de água quente e tenho frio e este homem vive ao relento, no meio do mato, em pleno inverno, com um frio de rachar, e nem a isso se acha com direito. Foi como se uma marreta me tivesse acertado na cabeça. Fiquei comovido.
– Fica para ai e, quando estiver calor, falamos da renda.
Vim a saber que o Tono estava a trabalhar para o Costeira nos pinhais, um primo meu a quem a minha mãe chama Papordão, e que ganhava 120€ por semana. Nem caixa, nem seguro, nem férias, nem nada. E que a mulher do Paralta, o meu colega de comunhão orelhudo, lhe lavava e passava a roupa por caridade.
O Tono viveu 20 meses na minha casita.
Nunca pagou renda, água ou electricidade. Como eu já tinha pago mais de 1000€ em água e electricidade, em Março obriguei-o a dar-me 480€. Pediu-os adiantados ao patrão. Na quinta-feira foi almoçar à Lígia com o Quim Soleiras, meu amigo, outro falido, e disse-lhe que no sábado me ia dar mais 80€. Morreu uma hora depois, atingido na cabeça por um ramo de um eucalipto. Hoje, domingo, fui a S. Vicente e tudo o que o Tono possuía nesta vida estava à porta de minha casa: dois pares de calças de ganga, quatro T-shirts, dois pares de cuecas, uma sweet-shirt, uma bicicleta e um balde de plástico. Coisa chocante, comovente.
Este post custou-me a escrever mas o Tono merece-o.
Qual herói de Fukushima, o Tono deu a vida para eu puder ter papel na secretária a um preço irrisório. Todos os dias, pessoas dão a vida para pudermos ter um país onde a CP, a REFER, o Metro, etc. dão milhões de euros de prejuízo e, mesmo assim, estão sempre em greve. Dão a vida para que o governo se pavoneie e se gabe que o nosso país é líder nas energias renováveis, nos TGV, nas pontes, nas auto-estradas, nos doutoramentos.
Nós, os escolarizados, urbanizados e com bons tachos, não podemos, com o nosso egoísmo, permitir que as vidas destes desafortunados se esfumem em PPPs, TGVs, OTAs, e outros projectos megalómanos.

Paz à tua alma pá.
Pedro Cosme Costa Vieira

sábado, 2 de abril de 2011

As energias renováveis são um erro colossal


Nos anos 1930 decidiu-se um plano para a produção energética que incluia três tecnologias: a hidroeléctrica, a térmica a carvão e a térmica a fuelóleo. Com pequenas adaptações, este plano foi implementado antes do fim do seculo XX. Nos últimos 15 anos o Estado implementou a politica megalómana de duplicar a potência de produção com um investimento de 15000 milhões de euros na tecnologia eólica o que não tem qualquer racionalidade económica e que se traduz num buraco financeiro de 1000 milhões de euros por ano.

A procura de energia eléctrica
Apesar de em termos individuais a quantidade procurada de electricidade ser imprevisível, em termos agregados, é variável mas tem um padrão razoavelmente estável. Observa-se uma variação do consumo ao longo do dia, da semana e do ano. A variação mais importante é em termos diários, indo de 3750Mw no período de Super Vazio (de madrugada) até 7500Mw no período de Ponta (entre as 18h30 e as 21h30). Em termos semanais, ao Domingo a quantidade procurada é menor em 1000Mw e, em termos anuais, em Dezembro a quantidade procurada é maior em 750Mw que a procurada em Maio.

 Figura 1 - Padrão de procura de electricidade ao longo do dia



Para responder à procura, existem várias soluções  técnicas para a produção de electricidade que têm diferentes custos e características.
A produção eléctrica
Um produtor eficiente procurará uma mistura de tecnologias de produção que permitam o menor custo de produção. Nos anos 1930 decidiu-se usar três tecnologias: hidroeléctrica, térmica a carvão e térmica a fuelóleo que foi implementada. 
Produção hidroeléctrica
É muito barata, entre 15€/Mwh e 25€/Mwh, mas é um recurso limitado porque depende de haver rios com elevados declives, é variável, imprevisível num horizonte temporal de um mês e não é controlável porque depende da chuva. Em termos económicos, porque são necessário grandes investimentos iniciais e não é controlável, o custo de oportunidade é quase nulo o que torna economicamente obrigatório que toda a energia hidroeléctrica produzida seja injectada na rede eléctrica.
A variabilidade da produção eléctrica resulta das alterações na pluviosidade. Em Portugal o factor de capacidade, FC, dos aproveitamentos hidroeléctricos é, em média, 25% mas varia ao longo do ano atingindo um mínimo em Agosto (na ordem dos 8%, 400MW) e um máximo em Dezembro (até 100%, 4837Mw). Como a electricidade não é armazenável, comparando com a quantidade procurada, há bastantes dias no Inverno em que, entre a 3h e as 7h, há excedente de produção que tem que ser destruída.
Figura 2 - Produção média anual hidroeléctrica (Mw)
Produção termoeléctrica a carvão
Também tem um custo baixo, entre 25€/Mwh e 35€/Mwh, tendo as vantagens de não ser um recurso escasso e de a potência produzida ser controlável. No entanto, uma máquina a carvão tem pouco controle: apenas produz com FC de 0% ou próximo de 100% e demora pelo menos uma semana a ligar. Assim, esta tecnologia não consegue responder às alterações da quantidade procurada ao longo do dia. Ao longo do ano, já é controlável ligando-se ou desligando-se uma das 12 máquinas existentes em Portugal. A potência máxima que pode ser injectada na rede eléctrica portuguesa usando o carvão é de 2486Mw.
Em termos económicos, por ter um baixo custo de produção, assumida a produção hidroeléctrica como um dado, tenta-se maximizar a produção termoeléctrica a carvão. A optimização incorpora a destruição de electricidade durante a noite (que tem um custo de oportunidade quase zero).
Produção termoeléctrica a gás natural e fuelóleo
A produção termoeléctrica a gás natural e fuelóleo é bastante mais cara que as anteriores, na ordem dos 40€/Mwh a 60€/Mwh. A principal vantagem desta tecnologia é a sua controlabilidade no curto prazo: pode-se ligar uma turbina a gás natural em 15 minutos e oscilar quase instantaneamente a sua potência entre 60% e 100%. Em termos económicos, apenas se utiliza quando não for possível cobrir as necessidades com produção hidroeléctrica e termoeléctrica a carvão. O custo de produção está muito dependente da cotação do petróleo. A potência máxima que se pode produzir é de 4941Mw.
A mistura de centrais eléctricas existentes com estas 3 tecnologias foi decidida na década de 1930 e lentamente implementada até ao fim do cavaquismo (1995) com a adaptação do gás natural. Foi desenhada para permitir responder a situações de seca extremas (pois o carvão mais o gás e fuelóleo podem atingir 7400Mw de produção) e construir uma mistura óptima na gestão corrente.
Um produtor eléctrico racional responde à quantidade procurada de electricidade tendo a produção hidroeléctrica como um dado do seu problema de minimização do custo de produção. Assim, planeia a uma semana de distância que máquinas a carvão devem ser ligadas e varia a produção eléctrica de curto prazo com as máquinas a fuelóleo e a gás natural. Apresento uma simulação para um dia de Inverno em que há um pequeno reforço da produção hidroeléctrica e térmica a carvão na hora de pico de consumo:

Figura 3 - Mistura óptima de produção electrica ao longo do dia

Produção eléctrica eólica
É uma tecnologia muito cara, na ordem dos 60€/Mwh a 70€/Mwh. Tal como a produção hidroeléctrica, obriga a grandes investimentos; tem um custo variável de produção baixo, na casa dos 10%; é um recurso limitado porque depende de haver locais com vento; é muito variável e muito imprevisível num horizonte temporal de um dia; a produção é maior no Outono/Inverno e não é controlável. Tem um FC média na ordem dos 20%. Dada a grande potência instalada, 10000Mw, e a variabilidade dos ventos, existem períodos em que a potência injectada na rede eléctrica é praticamente zero e outros em que é superior ao consumo total de pico, 8000Mw. Tem então as desvantagens da produção hidroeléctrica (não controlável e variável) e as desvantagens da produção a gás natural e fuelóleo (muito cara).
Acresce como desvantagem que no período em que há mais vento, o Inverno, também é quando há maior produção hidroeléctrica que já era excedentária em parte desse período. Então, a energia eólica é pouco aproveitável (ver, fig.3). No Verão, quando seria necessária para compensar a menor pluviosidade, também não há vento. Na primavera e Outono, a grande oscilação diária prejudica o uso das máquinas a carvão e obriga a expandir o uso das máquinas a gás que são uma tecnologia cara.
Independentemente de a electricidade produzida ter não uso, o Estado garante um preço próximo dos 75€/Mwh.
Figura 24 - A inutilidade de grande parte da produção electrica de origem eólica

O investimento feito em parques eólicos foi da ordem dos 15 mil milhões de euros que estão garantidos pelo Estado. Assim o Estado Português comprometeu-se a pagar, melhor dizendo, obriga os consumidores de electricidade a pagar, mais de 1300 milhões de euros por ano por uma mercadoria que vale, a preços de mercado, pouco mais que 300 milhões de euros por ano. Assim, a fachada de ir à ONU anunciar que somos dos países do mundo que temos maior produção eólica tem um custo para Portugal de mais de 1000 milhões de euros por ano. Este é mais um buraco financeiro que deveria estar contabilizado na Dívida Pública e que ajuda à descida do rating da república.
Centrais hidroeléctricas reversíveis
A electricidade não se pode armazenar em grande quantidade. Mas é possível, com as centrais hidroeléctricas reversíveis, usar os excessos de produção das máquinas a carvão durante a madrugada, que tem um custo de oportunidade quase nulo, para aumentar a produção durante a hora de ponta. Não é viável a transferência enérgicas a uma distância maior que um dia.
É um recurso muito escasso porque obriga a zonas com muito elevada inclinação e que permitam a construção de barragens com muito volume de água. Como tem um investimento que é o dobro de uma hidroeléctrica normal, o custo de produção ficará entre os 40Mwh e 50Mwh. Além disso, por cada Mwh produzido consome 1,5Mwh.
Esta tecnologia não tem grande interesse para mitigar o problema do excesso de produção eólica do Inverno porque nessa altura do ano já existe uma produção hídrica excedentária. Será mais um elevado encargo para o país que não resolve nada.
Carros eléctricos
Outra forma de tentar resolver o problema da irracionalidade do investimento megalómano em energia eólica é actuar do lado da procura. Assim, o Governo lembrou-se dos carros eléctricos. Mas isso, contrariamente ao anunciado, fica muito caro.
Um litro de gasolina tem 8.1 Mcal. Um automóvel que consome 6l/h, que tem um motor com rendimento de 45% então, terá uma potência útil média de 35cv que são 25Kw. Aparentemente custa 9.60€ porque o preço da gasolina é 1.60€/l. Mas nesse preço o custo é de apenas 0,68€/l a que acresce  0.12€/l da margem de comercialização e 0,90€/l de impostos. Assim, para o país, o custo do carro a gasolina é de 4,1€/h. O resto não é custo mas uma receita do Estado (1350 M€ por ano) e das bombas de gasolina.
O custo de produção da electricidade eólica é 0,070€/kwh a que tem que se acrescentar o custo do transporte da electricidade, 0,05€/kwh, mais as perdas na rede, na bateria e no motor eléctrico que soma pelo menos 30%. Então, o carro eléctrico a circular com a mesma potência custa 4.35€/h. Fica mais caro que o carro a gasolina e ainda temos que somar que um carro eléctrico é bastante mais caro que um carro a gasolina e é mais pesado pelo que gasta mais energia e tem pior performance.
Podem dizer que o custo de oportunidade da electricidade é zero mas então que a disponibilizem já a preço zero para consumo doméstico e industrial.
Produção termoeléctrica nuclear
É muito barata, entre 20€/Mwh e 25€/Mwh, mas, como o investimento é muito grande, a máquina nuclear tem que trabalhar com FC de 100%. Desta forma, o dimensionamento da produção nuclear tem que considerar apenas o consumo de Super Vazio que em Portugal é de 4000Mw. Como existe produção hidroeléctrica que cobre esse período durante 4 meses do ano, a opção nuclear não é viável em Portugal. Se acrescentarmos a variabilidade induzida na rede pela produção eólica, fica totalmente fora de questão.
Se Portugal quiser investir na tecnologia nuclear terá que ser para o mercado espanhol que tem um consumo em Super Vazio de 20000Mwh e pouca produção hídrica.

Meu Deus, como é possível sermos governados por pessoas tão incompetentes?
Nossa Senhora de Fátima, que apareceste para salvar Portugal, como permites que 30% do povo tenha intenção de votar nos incompetentes que nos levaram à bancarrota?

Fig. 5 - I'm the father of the electro-eolical-country, the bancarroted portugalo

Pedro Cosme Costa Vieira

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