quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Venha praticar judo em Ovar por 12€/mês

O Judo faz bem à saúde física e psicológica*.

Em termos físicos, o ser humano é um animal que atrofia se não praticar actividades físicas. Atrofiam-se os músculos, onde se inclui o coração, a capacidade pulmonar, a capacidade metabólica de que resulta um risco acrescido de desenvolvimento da diabetes e a fixação de cálcio o que leva à osteoporose. Também se perde a capacidade motora.

Em termos psicológicos, a mente degrada-se se não houver interacção com outras pessoas. Além disso, a evolução física e a superação de metas reforça a autoconfiança e diminui os quadros depressivos.

O Judo é um exercício físico mais completo que a normal ida ao ginásio (correr na passadeira, na bicicleta ou fazer musculação) porque é desafiante em termos intelectuais e físicos. 

Em termos intelectuais, é uma "arte" formada por um conjunto vasto de técnicas que obrigam a estudo e aprofundamento. Tem dezenas de técnicas diferentes executadas de pé, de desequilíbrio e projecção, controlo, de defesa pela movimentação do corpo, de contra-ataque e ainda estrangulamentos e chaves (proibidas em competição).  Tem também dezenas de técnicas de combate no solo que incluem imobilizações/controlo, chaves e estrangulamentos (permitidas em competição).

Em termos físicos, por ser uma interacção com outra pessoa que é imprevisível, são  colocados constantes desafios. O desafio vem de a outra pessoa poder puxar ou empurrar, esticar ou dobrar os braços, rasteirar com a anca ou com o pé, fazer um movimento de sacrifício para a frente ou para trás, usar a força ou a velocidade.

A prática desportiva federada também é importante para a saúde porque obriga a ir ao médico para a obtenção do atestado. Está provado que os homens adultos deixam a saúde degradar-se porque não vão regularmente ao médico de família.

 

O judo é indicado para todas as pessoas.

O judo é adaptado às capacidade físicas e intelectuais de cada pessoa pelo que pode ser praticado desde os 4 anos de idade (ao mesmo tempo que começa a pré-escola) até ao dia da morte. Assim, qualquer pessoas, homem ou mulher, alto ou baixo, magro ou gordo, novo ou velho, com boa preparação física ou sedentário, melhora a sua vida pela prática de judo.

Também é um desporto adaptado para pessoas com cegueira, baixa visão e com atraso mental.

As pessoas mais franzinas vencem desenvolvendo a velocidade enquanto que as pessoas mais pesadas vencem usando o seu peso como alavancagem das técnicas (um judoca com 60 kg pode vencer facilmente outra pessoa musculada com 100 kg). Os jovens usam as técnicas mais dinâmicas e os mais velhos respondem com técnicas matreiras, as técnicas de sacrifício.

Nas crianças, além de desenvolver a capacidade motora e ajudar a controlar o peso, o judo torna-as mais resistentes ao Bulling. Em termos físicos, desenvolvem a força, a agilidade e a resistência e, em termos psicológicos, desenvolvem a capacidade de resolver conflitos e de desvalorizar interacção/confronto físico.

O Judo é perfeito para jovens ou velhos com excesso de peso e que têm dificuldade em arranjar uma modalidade desportiva. 


É importante para quem anda de trotineta eléctrica.

No judo aprendem-se formas de diminuir o perigo das quedas, risco muito presente em quem anda de trotineta eléctrica onde as velocidades induzem risco de lesão grave.

Aprendendo a cair para a frente com rotação do corpo é fundamental no judo e adaptável às normais quedas do dia-a-dia e na prática de actividades e desportos com maior risco.

 

As primeiras duas técnicas.

Numa situação de conflito, o agressor tende a empurrar a vítima. O judoca vai  aproveitar este movimento para desequilibrar e projectar o agressor exactamente na direcção em que este está a empurrar. A técnica mais simples (porque não obriga o judoca a rodar) é bloquear a perna traseira do agressor exactamente no momento em que este começa a levantá-la para dar o passo para a frente.

Se o bloqueio é feito ao nível do joelho, temos a técnica Hiza Guruma (Hiza é joelho e Guruma traduz o rodar em torno de um ponto). Se o bloqueio é feito ao nível do tornozelo, temos a técnica Sasae Tsurikomi Ashi (Sasae é bloquear, Tsurikomi é puxar para nós e Ashi é pé/perna). No Hiza, o agressor está mais longe enquanto que no Sasae está mais perto.

Juntamente com o bloqueio, o judoca puxa o agressor para si (para aumentar o desequilíbrio) e desvia-se um bocadinho para o lado e roda o corpo (para se desviar do caminho do agressor).

Fig.1 - Esquema da Hiza-Guruma e da Sasae-Tsurikomi-Ashi


Como disse, há as técnicas matreiras, as técnicas de sacrifício.
Também vou apresentar quatro técnicas aplicadas nas mesmas circunstâncias (agressor a empurrar).
Entre outras, temos a Tomoe Nage (pé na barriga), a Sumi Gaeshi (pé no interior da coxa), a Tawara Gaeshi (saco de arroz) ou a Uki Waza.
Gaeshi quer dizer "contra-ataque".


Uma técnica no chão = Ude Garami.
Quando alguém domina um mais fraco no chão, é possível contra-atacar torcendo o braço do atacante. No judo esta técnica chma-se Ude = Braço + Garami = Torcer.
Neste vídeo podem ver uma criança a aplicar esta técnica a um adulto.
Esta técnica é muito usada pelas forças policiais, de pé, para controlar e deter pessoas e preparar uma situação onde seja possível um só agente meter as algemas num detido não colaborativo.


Local onde eu pratico judo.
É na escola secundária Fragateiro!
Sim, já não sou estudante nem tenho idade para frequentar a escola secundária mas é exactamente aqui que funcionam as aulas de judo.

A turma A, dos mais novos (até aos 11 anos):
          Terça-feira das 18:20 às 19:20 
          Sexta-feira das 18:20 às 19:20


A turma B, dos mais crescidos (12 anos ou mais), 
          Segunda-feiras das 18:20 às 19:20
          Terça-feira das 19:20 às 20:20
           Quinta-feiras das 18:20 às 19:20.


O preço é muito muito reduzido.
Pode começar por vir 3 aulas gratuitas.
Depois, tem um pagamento anual de 20€ para a inscrição na federação e o seguro. Como esta verba vai ser amortizada ao longo do ano, pensemos em 2,00€/mês. Para fazer a inscrição é ainda necessário pedir ao médico de família um atestado médico a dizer que "Pode praticar judo federado".
Acresce a mensalidade de 10€/mês para os estudantes e 20€/mês para as pessoas que não são  estudantes (que é o meu caso).
Para uma criança ou um jovem fica por 12€/mês, menos de 1€ por aula, praticamente nada.


Venha experimentar sem compromisso.
Apareça um dia qualquer, traga uma roupa confortável e que não rasgue com facilidade (para se poder puxar um bocadinho).
Venha mesmo que seja apenas para ver ou mostrar às suas crianças.
Notar que não há aula de judo quando a escola está fechada!

Fig. 2 - O local na escola Fragateiro onde funciona o Judo (entra-se pela porta lateral).


Contactos:

Telefone: 96 860 12 06       email: esjmf.cd@gmail.com     www.facebook.com/ASCESJMF

Pergunte coisas, apareça que vai gostar.

Um vídeo para jovens imaginativos que gostam de acção (ver John Wick).




*Este post é promocional mas não é patrocinado nem comercial.


terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Terá mesmo Roman Abramovich origem portuguesa?

Como sabem, o multimilionário Roman Abramovich tornou-se português.

Abramovich defende que a origem da família é a comunidade judaica medieval da cidade do Porto, aquela comunidade cujas pessoas moravam, primeiro, junto às escadas da Sé, no princípio da Rua Escura, que depois foram mudados para o que é hoje a Cadeia da Relação e, finalmente, para poente do Jardim das Virtudes, para o que hoje se denomina o Monte dos Judeus. Dai foram expulsos.

Porque continuarmos a ser anti-semita, não existe nenhum registo histórico dessa  comunidade. Grandes vultos da humanidade como Uriel da Costa, David Ricardo ou Espinoza sempre se identificaram como portugueses mas, em Portugal, ninguém quer saber deles.

Para vermos se os antepassados de Abramovich poderão ser da cidade do Porto vou contar um bocadinho da história dos judeus.


Os judeus romanos e o politeísmo.

O Império Romano era formado pelos Cidadãos Romanos e por uma mistura de povos conquistados, os Escravos, onde se incluíam os judeus. Os povos escravos fugiam para além das fronteiras, para o que é hoje a Alemanha e para o Cáucaso (no caminho para a Índia e para a grande estepe sibéria). Desta forma, no fim do Império Romano os judeus estão divididos em três comunidades linguísticas: 

     Judeus Mizrah: Hebraicos e Árabes (a viver na Ásia Menor)

     Judeus Sephardic: Latinos (a viver nos territórios do Império Romano)

     Judeus Ashkenazim: Alemães (a viver para lá da fronteira norte do Império) 

Claro que poderão dizer que Sephardita quer dizer "judeu da Península Ibérica", verdade.  Mas isso acontece porque, por um lado, a cristianização do Império Romano leva à perseguição das minorias religiosas e, pelo contrário, na Península Ibérica, o Califa Abd-ar-Rahman III institui em meados de 900 a tolerância religiosa. Desta forma, os judeus latidos  desapareceram em quase todos os territórios excepto na Península Ibérica.

Sim, nos tempos medievais, os islâmicos eram tolerantes mas mediante o pagamento de um imposto!

Além disso, aquando da expulsão na década de 1490 dos judeus da Península Ibérica, a chegada às pequena comunidades latinas fora da Península foram praticamente absorvidas pela chegada dos "parentes" da ibéria.

Em Portugal, os judeus que vinham expulsos da Espanha eram vendidos como escravos. 


O que serão os judeus russos?

A Rússia está muito mais próxima da Alemanha (judeus ashkenazim) do que da Península Ibérica (judeus sephardic). Desta forma, o senso comum diz que são ashkenazim. E aqui é que está a raiz da polémica levantada pelos nossos "especialistas" que comentam nas televisões.

De facto, os judeus russos são sephardic!!!!!!!

É que quando os judeus foram, na década de 1490, expulsos da Espanha e de Portugal, foram recebidos de braços abertos no Império Otomano (pelos turcos) e nas terras geladas para lá  da Prússia. Posteriormente, as comunidades sefaditas otomanas "entraram" na Rússia pelo Sul (recordo que parte da Rússia foi conquistada ao Império Otomano, o Khazar Khaganate, onde viviam judeus sephardic). Os judeus otomanos caucasianos já tinham sido "absorvidos" pelos sephardic).

Notar que o primeiro judeu no Grande Principado de Moscovo é registado apenas em 1471.

Já os judeus da Ucrânia e da Bielorússia que são maioritariamente Askenasim.

Interessante que os nossos "especialistas" querem fazer valer o seu senso comum desvalorizando a wikipédia que diz "Within these territories [Russia] the primarily Ashkenazi Jewish communities of many different areas flourished and developed many of modern Judaism's most distinctive theological and cultural traditions". Notar


Como era feita a movimentação dos judeus.

Os judeus eram "vendidos" em comunidades. 

Imaginemos que na década de 1490 foram expulsos 300 mil judeus da Península Ibérica. A comunidade judaica de Amesterdão recebia em "sua casa" 100 famílias ricas e negociava com o imperador russo a entrada de 10000 famílias para povoar terras hostis mediante um pagamento por cabeça.


Vamos agora ao nome Roman Arkadyevich Abramovich.

Os judeus não tinham nome de família. Se lermos a bíblia, os nomes são sempre próprios e compostos, como na tradição russa, pela composição dos nomes próprios do pai e do avô. Por exemplo, um judeu que em Portugal se chamava Romano Abraão David traduzia que o seu nome era Romano, que era filho de Abraão e neto de David. Se hoje em português se escreve Abraão, no passado escrevia-se Abraham.

Em Portugal usamos uma tradição parecida, adaptada ao facto de, a partir do Sec. XV, as pessoas terem que ter nome de família. A tradição é termos um nome próprio mais um nome de família da mãe e outro do pai.

D. Afonso I é Henriques por ser filho de D. Henrique. Filho de Fernando é Fernandes, em Inglês, filho de David é Davidson. 

Esse judeu foi para a Rússia e, como em russo Vich que existe no fim dos nomes quer dizer filho e Ov quer dizer "descendente", o seu nome passaria a ser ser Roman Abramovich Davidov. Com o passar das gerações, os nomes próprios transformaram-se em nomes de família (por exemplo, existem muitos portugueses que o último nome é Jorge, Henriques, Fernandes).

A Heba Nabil Iskandarani tem um nome muito mais esquisito e é uma arquitecta que viveu parte da sua vida "disfarçada" de palestiniana islâmica e que hoje é judia portuguesa.

O Rabi David Aboab da Fonseca nasceu em Castro Daire no dia 1 de Fevereiro 1605, filho de David Aboab e de Isabel da Fonseca. Aboab não parece nada português mas os judeus portugueses tinham nomes que hoje consideramos estranhos como Abithbal, Amzalak, Anahory, Athias, Auday, Azaniel, Azevey, Azancot, Azulay, Bedunas, Benazon, Benahim, Benara, Benatar, Benchimol, Bendaham, Bendavid, Benoliel, Benrós, Bentubo, Boaruna, Bohana, Bodana, Brigham, Cagy, Elasry, Eleaim, Ezaguy, Gabay, Ismini, Izaqui, Lassarine, Lasene, Malka, Levy, Maman, Naury, Niune, Pairmy, Sabbat, Serruya, Urbin, Wahnon, Zaffrany ou Zagury.

Por exemplo, o nome de família bensaude tão açoreano é uma "corrupção" do nome judaico Hassiboni (de Abraão Hassiboni).

Se Roman quer dizer "romano" e Abramovich quer dizer "filho de Abraão", Arkadyevich quer dizer "filho de Arcádia" que é uma região do sul da Grécia (e é o nome próprio do pai, Arkadiy Abramovich).


Comparemos com o nome dos ciganos.

Os nossos ciganos, alegadamente, talvez tenham origem na Índia, Punjab cujos nomes de família são qualquer coisa como Bhanja, Bhatiji, Dewarani, Dhothi, Jethani, Kordum, Kordum, Narandoyia, Patani, Potha, Pothi, Puthar, Sadhu, Salehar, Sali ou Sora.

Em Portugal não há um único cigano com um nome do Punjabe ou sequer indiano.


Acresce que existem registos de "baptizado" (Bar Mitzvá).

Quando uma criança judaica faz 8 dias, vai à sinagoga fazer o Bar Mitzvá, sendo registado num livro. Esse livro é copiado sempre que a comunidade dá origem a outra comunidade (se, por exemplo, 10 pessoas da cidade do Porto vão fundar uma comunidade em Moçambique, levam uma cópia do livro com toda a sua ancestralidade). É por essa razão que se sabem os nomes de todos os judeus mortos no holocausto e não se sabe o nome dos ciganos igualmente mortos.


Lembram-se do Gulbenkian?

Era arménio, não falava português, nunca tinha vindo a Portugal mas, quando foi a queda de Constantinopla em 1453, a cidade do porto recebeu cristão arménios (que trouxeram as relíquias de São Pantaleão).

Em 1942, com a França ocupada e o senhor com mais de 70 anos, perguntou a Caeiro da Mata, cônsul português em Vichy, se Portugal lhe daria visto para passar aqui uns dias. O cônsul mandou um telex para o ministro dos negócios estrangeiros e, na resposta, recebe um telex do Salazar a dizer "Meta o Zr. Gulbenkian e a sua família no carro consular e traga-o pessoalmente a Portugal, IMEDIATAMENTE."

Será necessário dar algum subsídio ao Roman?

Será que Portugal só pode receber refugiados pobres e desdentados, a precisar de subsídios e sem vontade de trabalhar?


Concluindo!

A sinagoga do Porto garante que fez aturadas investigações documentais que incluem os "registos de baptizado" (Bar Mitzvá), fotografias de campas judaicas e testemunhos. E que, depois destas aturadas investigações, concluíram com grande certeza que o Roman tem ancestralidade portuguesa.

Pronto, aceita-se e espera-se que crie uma fundação qualquer (parece que já financiou o Museu Judaico do Porto).

Se tem dinheiro, quer-nos ajudar e é capaz de ter origem portuguesa, longos anos para o Romano de Arcádia e Abraão.


quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Porque será que a TAP, que deveria voar, é um poço sem fundo?

Só pode ser por pior gestão.

Reparem que eu não disse que era "má gestão", digo apenas que é pior do que a gestão dos seus concorrentes.

Uma empresa consome inputs (que adquire no mercado) que transforma em outputs (que vende no mercado). Havendo muitos concorrentes a tendência é que o lucro de cada uma das empresas seja zero. Para uma dessas empresas ter lucro terá que tiver melhor gestão que a média das concorrentes e terá prejuízo se fizer pior do que a média.

É esta a razão para as empresas públicas serem monopólios, ao excluírem a oposição, por pior que seja a gestão, podem sempre cobrar um preço que garante não terem prejuízo.


Vamos a umas contas sobre aviação.

Vou pegar no Airbus 320 com 170 lugares.

Tenho que calcular o custo do avião, o custo do combustível e ainda o custo com o pessoal.


Custo de capital e manutenção.

Tem um preço de 90 milhões €. A amortizar em 25 anos com uma taxa de juro de 3,5%/ano. Com 15% para manutenção, teremos um leasing de 120 mil € por semana.

Vamos supor que este avião faz Lisboa / Nova York 3 vezes por semana (33 mil km por semana), dá 3,6€/km, barato.


Custo de combustível.

O consumo é de 440 litros/100 km.

Estado preço do combustível para avião em 2,20USD/galão, dá 0,43€/litro.

Temos então um custo de 1,90€/km, 62 mil € por semana para fazer os 33 mil km.


Custo com Pessoal.

Se tem 2 pilotos (10 mil €/semana) e 8 assistentes (2500€/semana), dá 12500€/semana.


Repartição de custos.

Capital (importado) = 120/(120+62+12,5) = 62%

Combustível (importado) = 62/(120+62+12,5) = 32%

Trabalhadores (nacional) = 12,5/(120+62+12,5)  = 6%

Apenas 6% do custo de produção são de incorporação nacional (pensando que os trabalhadores são portugueses)


Em quanto fica a viagem ida e volta Lisboa-Nova York?

Depende da taxa de ocupação. vou considerar duas hipóteses.

100% de ocupação = (120+62+12,5)/3/170 = 381€ / passageiro.

80% de ocupação = (120+62+12,5)/3/170/0,80 = 477€ / passageiro.

60% de ocupação = (120+62+12,5)/3/170/0,60 = 636€ / passageiro.


E quanto está a TAP a cobrar por uma viagem LSB-NY de ida e volta?

São 305€ incluindo taxas!!!!!!!!!!

Não, não é engano, atendendo à concorrência, é este o preço que a TAP consegue cobrar.

Fig. 1 - Proposta de preço da TAP para Fevereiro 2021.


Já compreenderam porque a TAP dá prejuízo? 

A TAP tem um custo de 477€/passageiro (se conseguir 80% de ocupação) dos quais 446€ são importações de combustível e do avião.

Depois, exporta 305€ (pensando que as taxas são zero).


Estão a ver como a TAP é estratégica para a nossa economia?

Cobrando 305€ e precisando cobrar 477€, alguém imagina que alguma vez poderá ser rentável mesmo que seja muito bem gerida?

É que o custo de produção, sem qualquer intervenção do gestor, é o triplo do preço cobrado.


Cada passageiro que vai a NY e volta é subsidiado pelos contribuintes em 172€.

Faz todo o sentido!!!!!!!!!!!!!!! Na cabeça de uma barata.

Por mais voltas que a gestora dê na cama, a viagem não pode ser rentável, mesmo que o avião vá com lotação de 100%.  


Bom Natal.

Mas não podem pensar nisto, nas balelas que o ministro Pedro Nuno Santos, as verdadeiras fake news, vomita nas televisões, 


Tinha-me enganado no preço do avião :-(

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Heróis do mar, ..., contra os ómicrões, vacinar, vacinar.

Eu não compreendo porque é que a DGS é contra a vacinação!

Já está totalmente provado que a vacina contra a covid-19 é segura, mais segura são as "doses de reforço " porque são apenas meia dose.

Está provado que a vacinação reduz a transmissibilidade da doença, da gravidade dos sintomas e da mortalidade (apesar de não totalmente).

Está ainda provado que a vacinação perde o seu efeito com o tempo, entre 3 meses nos mais velhos e 5 meses nos mais novos.

Acontece ainda que a "meia dose" da vacina da Pfizer tem para o SNS um preço de 10€ e um teste nas farmácias tem um preço 25€.

Sendo assim, porque é que a DGS (e a actual maioria dos comentadores escolhidos pelas televisões) se mantém negacionistas das vantagens de reforçar a vacinação para todas as pessoas a cada 3 meses?

se os esquerdistas liberalizaram o suicídio assistido, porque diabo é proibido eu pagar do meu bolso uma meia dose de reforço e enfiá-la no MEU braço a cada 3 meses, sendo que, se não fizer bem, mal não faz nenhum?

O BRAÇO É MEU.


Quais são as alternativas à re-vacinação?

O confinamento e isso tem um custo enorme para a economia e para as nossas vidas.


Como sabem, a DGS não disponibiliza dados!

Não disponibiliza dados nem vemos ninguém a pedir pelos dados.

O Rui Banana Boneco Rombo Sempre em Pé Rio está picado mas é uma picada de uma droga para dormir.

Mas hoje ouvi de um médico algo que tem que ser obrigatório quando 98% da população com mais de  12 anos está vacinada com 2 doses e 20% tem 3 doses: "A maioria das pessoas internadas no meu hospital tem as duas dose e já começam a aparecer pessoas com a terceira dose."

Isto acontece não porque as vacinas não prestem mas apenas porque perdem o seu efeito ao fim de 3 meses.

Se todos nós tivéssemos acesso aos dados, poderíamos ver de forma ainda mais clara de que esses médicos negacionistas não têm razão.


Vejam á desonestidade da "verdade" da esquerda.

Lembram-se das notícias diárias, hora a hora, do Trump a matar pessoas com covid-19? E das suas notícias falsas que obrigaram o Facebook a cancelar para sempre a do Trump?

Entre Janeiro de 2020 e Janeiro de 2021 não havia vacina. Nesse ano, tempo em que o negacionista e incompetente Trump cometeu crimes contra a humanidade, morreram 380 mil americanos, uma média de 1,66% dos infectados.

Entre Janeiro de 2021 e hoje, com vacina temos o Biden. Nesse tempo, com um presidente sábio e que adoptou as políticas corretas, morreram 376 mil americanos, 1,62% dos infectados.

Não pode ser, os dados só podem estar errados!!! Com vacina, o Biden não conseguiu melhor que o Trump!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

E isto, mesmo com a conta das "falsas verdades" do Trump cancelada e com vacinas com fartura.

Isto traduz que as políticas do Biden são tão más, tão péssimas que consegue, havendo vacinas, que morram praticamente os mesmos americanos que morreram no tempo do Trump.

Podem confirmar os dados https://en.wikipedia.org/wiki/COVID-19_pandemic_in_United_States.

Naturalmente, a nossa comunicação social vai repetindo a cassete do "malha na direita que eles é que são negacionistas".

Estão a perceber porque não interessa à DGS disponibilizar os dados ao povinho?

Evolução da letalidade nos USA, 1/04/2020 a 15/12/2021 (dados: Wikipedia)


segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

O que será ser de esquerda, centro ou direita?

Rui Banana Rio diz que é de centro e do centro esquerda.

E diz isto quando lhe pergunta que soluções propõe para que a nossa economia recomece a convergir com as economias da União Europeia como aconteceu entre 1985 e 199, tempo do Cavaquismo que ele omite porque o odeia, tem inveja de não lhe chegar à sola das sandálias.

Existem muitas formas de imaginar a governação de um país em termos de economia, educação, justiça, liberdade individual, igualdade, ambiente, ... e o que a divisão esquerda/centro/direita procura fazer é agregar todas as diferenças possíveis numa só dimensão, ao longo de linha, em que uns podem ser colocados mais para um lado e outros mais para o outro lado. 

Isto é muito redutor e leva, no limite, a podermos dizer que o Hitler era de esquerda e o Estaline de direita ou o seu contrário.

Mais redutor é pensar que os votantes estão sobre essa linha e que os partidos, anunciando onde estão localizados, vão captar mais ou menos eleitores. Se a esquerda é 100 e a direita 0, um eleitor que seja 37 vai votar no partido que afirme "Eu sou 50 ou menos".


Se no início era a esquerda e a direita, depois de Hotteling (1929) surgiu o centro. 

O Hotteling(1929) prova que, havendo compradores localizados ao longo de uma rua, por exemplo, um consumidor por cada metro e duas pastelarias, o equilíbrio da concorrência faz com que ambas as pastelarias se localizem a meio da rua, uma encostada à outra. Neste caso, cada pastelaria vai se localizar no "meio" e vai servir metade dos clientes.

Quando entra um novo partido nos extremos, os partidos que se colocaram no centro vão perder eleitores do extremo, os da CDU e BE fogem do PS e aqueles que o Rui Banana Boneco Rombo que Está Sempre em Pé Rio quantifica em meia dúzia, vão votar no CDS, CHEGA e IL.

Como a direita "vale meia dúzia de votos", o PSD tem que se encostar o mais que puder à esquerda, indo buscar ao baú que, em 1975, (no período quente em que o congresso do CDS esteve cercado no Palácio de Cristal), o Sá Carneiro disse que o PPD era de esquerda, tendo o congresso do PPD começado com a Internacional. 

Digamos que é comparável a dizer que "a Terra não anda, quem anda é o Sol" porque Galileu o disse a plenos pulmões, publicamente, perante os cardeais do Santo Ofício.

Acresce que Sá Carneiro era Deus na Terra, só dizia a verdade e o que dissesse, assim se cumpriria para todo o sempre, até à consumação dos tempos e a vinda do segundo Cristo, amém.


Agora, não diz o que pensa.
Digamos que me perguntavam "És a favor das galinhas poedeira viverem em jaulas?" e eu respondia "Sou cristão e cumpridor dos mandamentos de Deus."
Depois perguntavam-me, "És a favor da prisão perpétua como defende o André Ventura?" e eu respondia "Sou cristão e cumpridor dos mandamentos de Deus."
Terminavam perguntando "És a favor da liberdade económica, regulada pelo mercado, em que quem produz mais riqueza tem direito a ser mais rico?" e eu respondia "Sou cristão e cumpridor dos mandamentos de Deus."
Tinha respondido Sim ou Não?
Rui Banana Boneco Rombo que Está Sempre em Pé Rio e o António Costa respondem da mesma forma, "sou do centro".
São do centro de apoio domiciliário às pessoas idosas e incapazes?
Parece-me que sim.

Basta dizer meia dúzia de palavras para "roubar" votos ao António Costa.
Façamos este exercício histórico.
Já algum primeiro ministro de Portugal saiu sem que houvesse agitação na rua, manifestações a dizer "Ladrão", "Está na hora de ir embora", ...?
Têm ouvido ruído desse na rua?
Vai ser desta vez que o Rio vai arrear o Costa sem agitação na rua?
Que é que o Rui Banana Boneco Rombo que Está Sempre em Pé Rio tem de especial para a maioria estar calada e, mesmo assim, odiar o Costa?

Porque razão ma Senhora de Fátima apareceu em Portugal quando queria "converter a Rússia" (não teria sido melhor aparecer lá?).

Não sei responder a estas perguntas. 
Se alguém souber, por favor, deixe nos comentários.

 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Não consigo ver como é que o PSD pode ganhar as legislativas de 30 de Janeiro!

Sobre o futuro resultado das eleições, temos as sondagens. 

Bem podem dizer que perguntar a 610 pessoas qual vai ser o resultado das eleições daqui a alguns meses é uma pura perda de tempo. Mas o que as sondagens do passado mostram é que não é bem uma perda de tempo quando essas pessoas são devidamente seleccionadas e as suas respostas ponderadas.

A ponderação atribui um peso a cada pessoa em correspondência com a proporção desse tipo de pessoas nos eleitores. Se, por exemplo, pergunto a uma mulher de 43 anos, licenciada que mora no Porto, vou saber que percentagem dos eleitores têm estas características (por exemplo, 12,7% dos eleitores são mulheres, entre 40 e 50 anos, estudos superiores e vivem numa grande cidade com mais de 100 mil eleitores) e faço essa pessoa a representante dessa população (atribuo-lhe 12,7% de peso).

Em particular, existem Barómetros que são sondagens "repetidas" ao longo do tempo. É seleccionado um grupo de pessoas (por exemplo, 800) e todos os meses telefonam a essas 800 pessoas a saber em quem vão votar (não respondem sempre as mesmas porque há algumas que faltam à chamada).


Fui buscar o Barómetro da Intercampus nos últimos 5 meses.

Peguei nos resultados de Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro e escalei-os de forma a que os partidos que podem eleger deputados somem 100%.

Depois, calculei a média destes 5 resultados, a tendência e a t-statistics para ver se há alguma tendência significativa.

Pois os resultados dizem que nenhum partido mostra tendência de crescimento nem redução nas intenções de votos e que o PS vai ter mais 33 deputados do que o PSD que vai ficar em mínimos históricos. 

A Esquerda (PS+BE+CDU+PAN) vai ficar com 136 deputados e a Direita (PSD+CHEGA+IL+CDS) com 94 deputados, 14 deputados abaixo da PaF de Passos Coelho + Portas.

O PS vai conseguir fazer maioria à esquerda com o BE ou com a CDU+PAN.

O PSD do Banana vai perder 10 deputados relativamente a 2019 (mas na noite de 30 de Janeiro vai dizer "Ganhei").




Fig. 1 - Resultados médios escalados da Intercampus, Agosto a Dezembro 2021


E como foram as sondagens da Intercampus em 2019?

Se pegarmos nas sondagens (peguei daqui) em referência a 2019 (não sei quando foram feitas) e transformando com a mesma metodologia da Fig. 1 em deputados, obtenho que, em média, o erro foi de apenas +-1,29 deputados.

Fig. 2 - O erro do Barómetro da Intercampus nas legislativas de 2019 foi diminuto

Como pode o Rui Banana Rio pensar que vai ganhar?

É que nas eleições do PSD os comentadores da comunicação social diziam que ia perder mas todas as sondagens diziam que ia ganhar e ganhou!

Agora, todas as sondagens dizem que vai perder com mínimos históricos.

O macaco promete "As sondagens valem o que valem pelo que, digam o que disserem as sondagens, não vou comer a banana" mas só a banana é que acredita que não vai ser comida. 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Não é preciso panicar nem confinar, o que é preciso é vacinar e voltar a vacinar.

Gostei de, finalmente, os nossos mandões se terem convencido da 3.a dose.

É um bocado triste a avozinha Graça estar sempre a dizer coisas para depois as desdizer. Mas é melhor dizer uma coisa errada e, depois, corrigi-la que dizer uma coisa errada e teimar que vai ser esse o caminho.

Olhando para os dados, onde se incluem os clubes de futebol, que a Covid-19 vai atacar outra vez as pessoas que estão vacinadas com as duas doses. 

Claro que, se as pessoas se vacinaram e, agora estão a ser infectada, dever-se-ia arranjar outra vacina, actualizada, ou outro medicamento qualquer mas NÃO EXISTEM.

Se não existem alternativas, a única alternativa é repetir a vacinação.

Eu defendi que a repetição da vacinação deveria ser para todas as pessoas e, para as mais vulneráveis, a cada 3 meses. Sendo que existem notícias de que um neozelandês apanhou 12 doses de vacina no mesmo dia e não lhe aconteceu nada de mal (e quantas teria tomado nos outros dias em que não foi apanhado), está mais do que provado que a vacina, se não fizer bem, mal não faz nenhum.

Na pior das hipóteses é como rezar à Senhora de Fátima a pedir a cura. Não cura mas a pessoa fica com a sensação de que fez tudo o que estava ao seu alcance.


Mas a vacina não faz mal e faz muito bem.

Vou pegar nos dados do Reino Unido onde, apesar de uma percentagem enorme da população estar vacinada e com a terceira dose, hoje teve mais 80000 contaminados, o dobro dos casos observados no princípio de Janeiro, quando quase ninguém estava vacinado.

A diferença é que nos primeiros 30 dias do ano havia 42,4 mil casos por dia e morriam 1034 pessoas por dia (morria 1 pessoa em cada 41 casos). Agora,  nos últimos 30 dias, há 47,0 mil casos por dia e morrem 128 pessoas (morre 1 pessoa em cada 367 casos). É isto que a vacina faz: evita que as pessoas contaminadas morram.

Fig.1 - Evolução dos casos e da letalidade (mortos/casos) no Reino Unido, 2021

A vacinação reduz a probabilidade de morte em 89%.

Se sem vacina morrem 2,45% dos contaminados, com vacinação morrem apenas 0,27%.

(2,45% - 0,27%)/2,45% = 89%.

E este número ainda se concentram nas pessoas com idades mais avançadas pelo que a mortalidade nas pessoas vacinadas é praticamente anulada com a vacinação.


Força com a terceira para depois vir a quarta.

Já ouvi um membro do governo dizer "Encomendamos vacinas adaptadas à Omicrón para dar uma quarta dose no Verão".

Parece-me tarde esperar pelo Verão e deve cair essa condição de a vacina ser adaptada.

No meu plano, as pessoas com mais de 70 anos devem tomar o reforço a cada 3; as pessoas entre os 50 anos e os 69 anos devem tomar o reforço a cada 4 meses e as pessoas de menor que 50 anos devem tomar o reforço a cada 6 meses. E isto deve acontecer até o número de casos internados nos hospitais e de mortos descer para valores residuais.

Custa os mandões convencerem-se mas vai acontecer.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

É exagerado afirmar que estamos a convergir com a média da Zona Euro.

O primeiro ministro António Costa gosta de se gabar que estamos a convergir com a ZE.

Esta afirmação é baseada olhando apenas para meia dúzia de anos quando se verifica o que esse mesmo António Costa afirmava para os anos 2013, 2014 e 2015 do governo de Passos Coelho "Caímos tão baixo que só um governo totalmente inapto não conseguiria que crescêssemos" (de memória). Hoje estamos ao nível de 2007!

Começando, em 1975 estávamos com  48,9% e chegamos a 1985 com 48,1%, a década revolucionário foi de redução ligeira.

Veio o Cavaquismo em 10 anos aumentamos de 48,1% para 57,8%, uma convergência de 1 ponto percentual por ano.

Com Guterres ainda conseguimos convergir (até 1999, altura em que entramos no Euro) até 60,9% mas, desde então, a tendência é de divergência.

Interessante estarmos hoje exactamente como o Cavaco Silva nos deixou, com 58% da média da Zona Euro!!!!!!!!!!

Desde então, durante 21 anos de políticas de direitos, nada foi conseguido.


Fig. 1 - Evolução do PIB per capita português em relação à Zona Euro (Banco Mundial)

Se não convergimos, então, crescemos tanto como a média.

Pois é verdade mas o problema é que a Zona Euro tem crescido muito poucochinho.

Mais uma vez, querendo-se afirmar como o continente dos direitos dos trabalhadores, do combate às diferenças sociais, dos comboios e do combate ao CO2, não há incentivos para que o empreendedorismo possa surgir de forma a fazer a economia crescer.

Foi alguma vacina contra o Corona desenvolvida na ZE? Não.

Há alguma fundição de fabrico de processadores na ZE? Não.

Há alguma empresas de design de processadores na ZE? Não.

Será alguma empresa da ZE que está a meter cabos submarinos de comunicações? Não.

Será alguma empresa da ZE que está a meter satélites? Não.

Mesmo com subsídios monstruosos às empresas públicas, nada sai dali que não seja prejuízo.

Estão a ver o problema? Somos a luz do mundo mas não somos luz LED.

Fig. 2 - PIB per capita português (Banco Mundial)

Nos 10 anos de Cavaquismo, o nosso nível de vida aumentou 43%, uma média de 3,7%/ano. Nos 25 anos seguintes, aumentou 26%, 0,9%/ano. E se descontarmos os primeiros 4 anos da continuação do Cavaquismo, nos últimos 21 anos crescemos quase nada, 0,4%/ano.

No Cavaquismo a nossa economia cresceu 8,5 vezes mais do que nos últimos 21 anos nos quais a grande maioria tivemos governos socialistas/esquerdistas.


O problema é que apenas o "neoliberalismo" nos pode fazer crescer.

Quando eu ouço os "grandes economistas" a falar que Portugal precisa de reformas, dizem umas generalidades mas nunca falam no que de facto influencia o crescimento: o desmantelamento do Estado (a começar pelo fim das empresas públicas) e a desregulamentação do mercado de trabalho.

Bem sei que custa não ter garantia de emprego, mais eu que até sou funcionário público daqueles que não fazem nada (sim, confesso-me). Mas sem dar liberdade à entidade empregadora para pagar o salário que quiser (e o empregado aceitar) e de despedir quem e quando quiser, a economia não cresce.


Gastam-se rios de dinheiro na escolarização mas a economia não cresce.

Reparem bem como os nossos decisores políticos são mentecaptos.

Falam que a escolaridade é o principal motor do crescimento económico.

A população portuguesa tem mais e mais escolaridade.

No entanto, a economia não cresce.

Algo está errado e, no entanto, não perguntam, nada investigam, nada muda.

Temos que reverter as políticas neoliberais, consolidar as conquistas sociais, combater os neoliberais e continuar em frente.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

"Emprego Garantido" em vez do "Salário Mínimo" e do "Rendimento Mínimo"

Esta medida junta o que defendem CHEGA e a Iniciativa Liberal.

Como sabem, o CHEGA e a Iniciativa Liberal defendem a liberalização da economia o que inclui a redução da intervenção do Estado no mercado de trabalho.

O discurso do Ventura concentra-se mais nas pessoas que não trabalham e que vivem de subsídios e o Cotrim na dificuldade dos despedimentos e no salário mínimo.

Vou então introduzir a ideia de uma política alternativa a estas duas intervenções, a existência de emprego garantido para todas as pessoas que queiram estar empregadas (reparem que não falo em "trabalhar").


O contrato de emprego garantido.

Qualquer pessoa que queira um emprego, o Estado garante-lhe um emprego mesmo que a pessoa nada consiga fazer, basta aparecer no local determinado.

Vamos supor que o Estado garante a todas as pessoas um emprego, 40h/semana, onde o salário é igual ao IAS (443,15€/mês) mais subsídio de refeição (4,77€/dia) o que dá 3,91€/hora.

Sobre este contrato não vai incidir TSU nem IRS pelo que o salário é liquido para o trabalhador e não tem mais encargos para o empregador.

A pessoa aparece no local pré-determinado pela entidade empregadora, está lá a fazer qualquer coisa e recebe 3,91€/hora.


Poderão dizer que 3,91€/hora é pouco.

Ao garantir o emprego, o Estado está, indirectamente, a garantir um salário mínimo e um rendimento mínimo.

O salário do emprego garantido é maior que o rendimento mínimo (RSI) para haver um incentivo para que as pessoas subsidio-dependentes passem a ter um emprego (mesmo sem trabalharem muito) e menor que o actual salário mínimo para haver um incentivo para que as pessoas procurem empregos melhor remunerados (e onde trabalharão mais).


E que empregos são estes?

Podem empregos públicos nas autarquias, escolas, hospitais, centros de saúde (segurança, cantoneiro, vigilante florestal, guarda carros, apoiantes da natureza, guias turísticos, ...), nas instituições sem fins lucrativos (lares de idosos, infantários, apoio cultural, ...) ou em empresas privadas (empregos apoiados).


E as pessoas que não podem trabalhar?

Tirando as pessoas acamadas, todas as pessoas podem ter um emprego no qual fazem qualquer coisinha. Isto não são empregos competitivos em que a pessoa tem que justificar o salário.

Mesmo que seja manco, pode fazer qualquer coisa para se sentir útil à sociedade, por exemplo, ser "guarda carros" ou "guarda florestal" é estar sentado num local a ver o que se passa.


E as mães que têm filhos pequenos?

Vamos supor um acampamento cigano onde existem 25 famílias com 100 crianças. Neste caso, cria-se ali mesmo um infantário onde se empregam 10 mães (uma pessoa por cada 10 crianças). Estas mães  até podem se revezar, por exemplo, 20 mães a meio tempo no infantário e outro meio tempo a guarda florestal ou a guardar carros.

Estas mulheres desfavorecidas, sem escolaridade e inadequadas para o normal mercado de trabalho, ao terem o seu emprego a 3,91€/hora deixam de precisar de receber rendimento mínimo.


E como funcionam os empregos privados?

O privado avalia o valor que pode pagar em função do que observa na pessoa. 

Vamos supor que um normal trabalhador apanha 10kg/h de amoras e tem um custo para o empregador de 7,50€/h. A pessoa do emprego garantido apanha apenas 4kg/h. Em termos proporcionais, o privado só pode pagar 7,50*4/10 = 3,00€/h. 

Depois, o Estado vai incentivar este contrato com a diferença para 3,91€/h, isto é, vai dar 0,91€/h.

Naturalmente, se o empregador conseguir pagar mais do que 3,91€/h, o Estado não precisa dar qualquer incentivo.

O Estado dirá sempre "Presente".

Vamos supor que o privado só quer a pessoa 3 dias por semana, 15 dias no mês, 4 hora por dia ou nos meses de Verão. Em todo o outro tempo, o Estado vai garantir a continuação do emprego noutro sítio qualquer de forma a que a pessoa consiga fazer o salário completo.

O tempo de emprego vai ser considerado em termos anuais, isto é, um total de 1872h/ano, podendo, por exemplo, nos meses frios (Outubro a Março) estar no emprego 20 horas por semana e nos meses quentes estar 60 horas por semana. 


PSD, CDS, Iniciativa Liberal e CHEGA.

Estes 4 partidos formam a nossa Direita e, apesar de serem todos de direita, têm diferenças inconciliáveis.

O CDS e o CHEGA são "cristãos", defendem a família tradicional, um homem e uma mulher casados pela igreja, filhos baptizados e tementes a Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Neste sentido, são conservadores nos costumes e liberais na economia.

A Iniciativa Liberal é "liberal" em todo o sentido, nos costumes e na economia.

O PSD é um saco de gatos assanhados, tendo um pouco de tudo.


Ao terem diferenças inconciliáveis, têm que se entender numa plataforma de governo.

Existem muitos tipos de eleitores em que algumas das ideias se assemelham mas que outras são totalmente incompatíveis. Para conseguir base de apoio maioritária para um governo obriga e compatibilizar o que é incompatível. É isto que faz, de forma inteligente, o António Costa que tem no governo ministros desde a extrema esquerda até quase à direita.

O Rui Banana Rio diz que apoiará um governo socialista mas deveria concentrar-se em criar uma plataforma mínima com as ideias comuns a todos os partidos da Direita.

Por exemplo, o BE é contra a Economia de Mercado e o PCP é contra estarmos na UE mas o António costa conseguiu colocar essas ideias de fora da plataforma de governo. 


Eu já fiz uma proposta que penso ser a mais inteligente.

Haveria uma grande coligação de direita, PSD + CDS + IL+ CHEGA + PPM + todos os que se quisessem unir. 

No dia das eleições, seria feita uma sondagem à boca das urnas para identificar em que partido da direita a pessoa votaria.

Essa sondagem serviria para determinar a distribuição dos deputados.

Depois, no pós-eleitoral, negociava-se o governo.


Mas isso seria um "sistema eleitoral misto"!

Em que a pessoa vota num partido mas também num dos candidatos e, no fim, os votos no partido determina o número de deputados que são os que tiveram mais votos nominais.

Então que se altere a Constituição neste sentido!

 



terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Todos falam que Portugal precisa crescer mais mas quanto e como?

É um facto que Portugal não cresce desde o ano 2000.

Pegando no PIB per capita (que é a melhor variável para medir a evolução do nível de vida) entre 2000 e 2019 (para excluir o efeito do confinamento), o crescimento do nosso nível de vida foi um bocadinho mais de 0,7%/ano quando a média mundial foi de 1,8%/ano. 

Claro que vão logo começar a gritar "Mas os países mais pobres crescem mais depressa, é o "catching up" a funcionar pelo que nós temos que nos comparar com os do nosso "clube".

Fui então ao Banco Mundial buscar os dados do nosso clube (33 países que têm, na média entre 2000 e 2019, um PIB per capita entre 8000USD/ano e 40000USD/ano) e coloquei-os num gráfico onde também meti uma estimativa da relação entre a taxa média de crescimento e o PIB per capita.

A média dos 33 países do nosso clube foi de 1,7%/ano (muito próximo da média mundial) e 82% destes, 27, cresceram mais do que nós!

Mas ainda fiz mais uma "correcção", tirei o "catching up" e obtive que, para o nosso nível de desenvolvimento, o crescimento médio deveria ser de 1,6%/ano.

Se hoje o salário médio português é de 1314€/mês, se a nossa economia tivesse crescido como a média, seria de 1561€/mês.


Fig. 1 - Diferença entre o crescimento português e o valor médio 2000/2019(dados, Banco Mundial)

E o que foi feito "mal" para que a economia não tivesse crescido?

Era bom termos salários mais elevados mas o problema da nossa economia é que nada foi feito mal!

A economia até poderia crescer mais mas tudo o que foi feito e que prejudica o crescimento económico foi feito por opção política, implementado por governos que ganharam eleições e de quem o povo português gosta!

Se foram governos democraticamente eleitos que criaram o quadro macro-sócio-económico que não permitiu que a nossa economia crescesse tanto como poderia ter crescido, isso traduz que, colectivamente, o povo português prefere um rendimento mais baixo a serem implementadas as políticas que levariam a economia  a crescer mais.


O que seria necessário ser feito para que Portugal crescesse?

Pois agora é que a coisa vai doer.

Era preciso desregular o mercado de trabalho!!!!!!!!

1 = Seria preciso que todos os contratos de trabalho fossem "individuais" (isto é, acabar com a negociação colectiva).

2 =  Seria preciso liberalizar a possibilidade de despedimento sem justa causa.

3 = Seria preciso liberdade contratual (reduzir substancialmente o Salário Mínimo).


Mas nós não queremos isso.

Pois, e é por isso que tanta gente é contra o Passos Coelho que tentou para, logo depois, o Costa tomar o poder com a promessa de que iria anular tudo o que foi feito.

Claro que não anulou mas prometeu e ganhou.

E se entre 2013 e 2019 tivemos um crescimentozito, deve-se ao que o Passos Coelho liberalizou e que o Costa não anulou.

Sendo assim, não vale a pena prometer porque o povo não quer mais crescimento.

KALEO - I Want More [OFFICIAL AUDIO]

domingo, 5 de dezembro de 2021

Olhando para a vitória de Lisboa, o PSD nunca ganhará as eleições legislativas

Em Lisboa houve uma imprevista vitória autárquica do PSD+CDS+PPM em Lisboa.

Por causa dessa vitória, o Rui Banana Rio pensa (talvez) que seja possível ganhar as eleições legislativas do próximo dia 30 de Janeiro de 2022

Mas se analisarmos os resultados de Lisboa, vemos que a vitória foi pequenina não tendo gasolina suficiente para construir a "mudança de ciclo".


Vamos às mudanças dos votos entre 2017 e 2021.

Direita     / PSD+CDS+PPM     = de 80320 passou para 83163     = mais 2843 votos (+3,5%)

Esquerda / PS+CDU+BE+PAN = de 155830 passou para 128068  = menos 27772 votos.

Podemos verificar que a coligação de direita, com o PSD à cabeça, que ganhou tem muitos menos votos que os partidos da esquerda, razão porque a esquerda tem 10 vereadores e a direita apenas 7.

Mas acontece que a câmara não vai buscar a sua legitimidade ao colégio dos vereadores mas é directamente eleito o cabeça da lista mais votada.

Contrariamente, se estes fossem os resultados das legislativas, seriam ainda piores que os do Passos Coelho em 2015 (ano em que o Costa formou governo minoritário). Em Lisboa a direita teve 35,4% em 2021 e o Passos Coelho teve 38,36% (elegendo 108 deputados).


Como foi a transferência de votos em Lisboa?

Já vimos que o PSD+... teve mais 2843 e o PS+... teve menos 27772 pelo que há que explicar para onde foram estes 24919 votos. 

3968 foram para pessoas que deixaram de votar ou que votarem menos em pequenos partidos.


Os restantes 20951 votos foram + para a IL e para o CHEGA!!!!!!

Não quero dizer que a transferência dos votos foi directamente da esquerda para estes partidos mas, no final, foi isso que aconteceu.


Quanto precisa o PSD aumentar para ganhar as legislativas?

Em 2019 o PSD + CDS + PPM tiveram 32,14%, uma queda dos 38,36% que não deram para formar governo. 

Nunca o PS apoia um governo minoritário do PSD e, um aumento de votação no PSD+CDS+PPM apenas acontece se conseguirem esmagar a IL (o CHEGA vai resistir mais ao eventual voto útil).

E para o PSD+CDS+PPM terem maioria absoluta, têm que ter à volta dos 43% o que traduz que por cada 3 voto que tiveram em 2019, precisam aumentar agora para 4 votos, um aumento percentual que é 10 vezes o aumento verificado em Lisboa.


O que diz a melhor sondagem?

Aquela sondagem muito fraquinha (só tem 600 respostas) em que o Rui Banana Rio mandou por SMS (e que é uma encomenda  do PS) indica que o PSD pode ter entre 23% e 31%, ainda muito longe da vitoria/derrota de 2015 do Passos Coelho e extraordinariamente longe dos necessários 43%.


Vamos ter mais do mesmo.

Como não há oposição que se veja, não se vê qualquer contestação à volta do governo.

Se o PSD não consegue identificar e tornar público de forma convincente onde o governo está a falhar e como poderia ser feito diferente, o povo que votou PS em 2019 não vai mudar só porque sim.

Também é muito difícil o PS ter maioria absoluta pelo que vai ficar tudo na mesma.

Arrisco a dizer que o PS vai ficar entre 100 e 110 deputados, o PSD+CDS vão ficar entre 70 e 90 deputados. O BE, CDU, PAN e Livre vão perder deputados para o CHEGA e a IL.

Dou muita margem no limite inferior do PSD+CDS porque pode acontecer o "terramoto CHEGA" (eleger 20 deputados) o que fará o PSD+CDS afundar para 70 deputados.


Na noite de 30 de Janeiro de 2022, Rui Banana Rio vai anunciar a sua grande vitória eleitoral.

Daquelas que o Cunhal anunciou repetidamente. 

"Eu nunca perdi na vida e hoje tive mais uma grande vitória, contra as sondagens que me davam uma derrota estrondosa, contra o Rangel, contra os incêndios florestais, contra o carro do Cabrita, fui eleito deputado".

 

É impossível ganhar com uma oposição de manços.


quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Nunca haverá um governo PSD apoiado pelo PS

A ideia do Rui Banana Rio é a criação de duas tendências no PS-SD

Pensa o Rui Banana Rio, "Criamos o Partido Socialista Social Democrata e se a tendência PS tiver mais votos que a tendência PSD, governa o PS e governa a tendência PSD no caso contrário."


Esta ideia do Rui Banana Rio é uma revisão constitucional sem rever a Constituição.

As regras actuais é que, 1) as pessoas votam, 2) a partir dos votos são eleitos 230 deputados em círculos distritais, 3) havendo apoio de 116 deputados, forma-se o governo.

Mas não existe uma correspondência directa entre Votos. Deputados e Governo (existem os distritos onde os votos são distribuídos pelo Método de Hondt e o Governo pode ser minoritário). Esta forma de distribuir os votos e a divisão em distritos favorece ligeiramente o partido mais votado de forma que, com a actual distribuição dos votos pelos partidos, o vencedor consegue maioria absoluta, isto é, 116 deputados, com 42% dos votos (e não os 50% dos votos mais um).

Fig. 1 - Relação entre resultados eleitorais e número de deputados nas últimas 3 eleições legislativas


Mas a Grécia é diferente e ninguém diz que não é uma democracia.

Os votantes elegem 250 deputados e o partido mais votado tem ainda direito a mais 50 deputados.

Se o PSSD fizer uma revisão da constituição para a escolha dos deputados da nossa Assembleia da República  seguir o modelo grego, elegeremos 192 deputados (83,3%) pelos actuais círculos eleitorais distritais e o partido vencedor fica com mais 38 deputados (16,7%).

Neste modelo grego, para que o partido mais votado consiga a maioria absoluta só precisa eleger 78 deputados em 192 para o qual são suficientes 34% dos votos expressos pois ainda são somados os 38  necessários para os 116 deputados da maioria absoluta.


Porque não propõe o Rui Banana Rio esta revisão eleitoral?

A Constituição pode-se rever desde que a alteração seja apoiada por 154 deputados, isto é, por uma maioria qualificada de 2/3 dos deputados. O PS-SD tem sempre mais do que os necessários 154 deputados.

Pronto. fazem essa pequena alteração.

É simples, barato e acaba-se com a anunciada "Ingovernabilidade causada pela entrada de pequenos partidos".


Nunca o PS vai dar apoio parlamentar a um governo minoritário do PSD.

Em 30 de Janeiro, o mais provável, e essa probabilidade está acima de 99%, é o PS ganhar novamente com maioria relativa, talvez até os mesmos 108 deputados que tem agora. Mas, mesmo que por milagre o PSD tenha 114 deputados (e o PS apenas 14 deputados), se não conseguir com a IL e o CDS (e incluo também o CHEGA) a maioria de 116 votos, o PS vai conseguir governar apoiado pelos CDU e BE (mesmo que estes partidos tenham mais deputados que o PS).

A "sociologia política" portuguesa está assim, nesse cenário muito improvável do PSD ganhar, surgirá de novo o slogan "Toca a reunir que vêm ai as políticas neoliberais de direita" e o  PS minoritário formará governo com apoio parlamentar da esquerda toda.

Não sei onde o Rui Banana Rio tem a cabeça para acreditar que o PS vai viabilizar o "seu governo minoritário" quando não viabilizou o governo do Passos Coelho quando só lhe faltavam 8 deputados para a maioria absoluta.


Será que o governo PS é assim tão diferente do governo PSD?

Fui ao Banco Mundial buscar os dados sobre o PIB per capita a preços correntes dos países latinos (Portugal, Espanha, França e Itália) e calculei o nosso como uma percentagem da média destes 4 países.

Observa-se que, entre 1999 e 2010 a taxa de convergência com a média foi de 0,14 pontos percentuais por ano. Quer isto dizer que nestes 12 anos o nosso nível de vida aumentou muito ligeiramente de 59,8% para 61,4% da média.

Em 2010 veio a crise das dívidas soberanas, a bancarrota, e entrou o governo do Passos Coelho que introduziu reformas na economia no sentido da liberalização no mercado de trabalho (facilitou os despedimentos, diminuiu o sobre-preço das horas extraordinárias, facilitou os contratos a prazo) e no mercado imobiliário (facilitou o ajustamento das rendas antigas aos preços de mercado).

Crise é crise e, acabada em 2013, a economia começou a crescer mais do que essas economias latinas pelo que o nosso nível de vida começou a convergir 1,15 pontos percentuais.


Fig. 2 - Evolução do PIB per capita português (relativo à média dos FR, SP, IT e PRT)

O governo do António Costa não estragou o que o Passos Coelho fez.

O António Costa é, no seu discurso, um esquerdista radical pior que os piores da CDU e do BE mas, na prática, não é bem assim.

Em tempos em que o Tribunal Constitucional chumbava tudo o que o Passos Coelho precisava de fazer. Lembrei que quem avançou com os "recibos verdes" e os "contratos de trabalho a prazo" foi o Mário Soares (quando disse "tive que meter o socialismo na gaveta") que, propostos num governo de direita, seriam declarados inconstitucionais (por violarem o "direito ao trabalho").

O Costa tem um "Orçamento para os pardais" que são uns milhões para meter eu coisas sem futuro e que se traduzem apenas em prejuízo para os portugueses. É a TAP e demais empresas públicas mas também o salário mínimo. Digamos que mete 10% nestas merdas.

Depois, os restantes 90%, são idênticos ao que faria o Passos Coelho em "viagem de cruzeiro".

Por estranho que pareça, o esquerdista Costa sabe que as políticas esquerdistas levam, sem qualquer dúvida, à pobreza. Pelo contrário, o Rui Banana Rio não o sabe.


A diferença está mais no discurso que na substância.

O PS tem lá pessoas totalmente alienadas para as esquerdas mas o Costa abafa-as só lhes dando 10% do poder.

O PSD tem lá pessoas de muito valor e conhecimento, mas o Banana Rio abafa-as só lhes dando 10% do poder.

Digamos como o povo, são pães com formas diferentes mas feitos com farinha do mesmo saco.


Vou só falar um bocadinho do CHEGA e da obrigação de trabalhar.

O André Ventura defende que as pessoas que recebem subsídios e podem trabalhar devem ser motivados para trabalhar.

Digamos que o Rendimento Social de Integração deve ser transformado em Trabalho Social de Integração, da mesma forma que existem apoios apoiados para as pessoas menos válidas.

Claro que a esquerda diz que isso é totalmente inaceitável.

Mas vamos ler a Constituição Portuguesa de 1976, o texto original feito pelos esquerdistas. Não é que diz lá, que as pessoas têm a obrigação de, podendo, trabalhar (o negrito é meu)?

O dever de trabalhar é inseparável do direito ao trabalho, excepto para aqueles que sofram diminuição de capacidade por razões de idade, doença ou invalidez. (par. 2.º, Art. 51.º da CP de 1976).

Talvez se pegarmos nas ideias do André Ventura e dermos uma volta pelos países comunistas, se calhar, íamos encontrar lá muitas dessas (por exemplo, Cuba tem a pena de morte por esquadrão de tiro. Os últimos executados, em 2003, foi pelo crime de sequestro de um ferriboat com a intenção de roubar combustível para fugir para o USA).

Fig. 3 - O cabo José Cipriano Rodríguez lá se foi e não foi fuzilado pelo André Ventura!

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