sexta-feira, 29 de junho de 2018

O Papa Xico e o populismo

Não há qualquer dúvida que todas as religiões são populistas. 
Ao prometerem o Céu eterno a quem for bom (e cumprir os mandamentos) e o Inferno a quem for mau, não se pode ser mais populistas.
Claro que se pode dizer "mas os padres acreditam mesmo que podem dar o Céu eterno às pessoas" mas o acreditar não lhes retira populismo pois a mensagem deveria ser "eu acredito que vais ter o Céu mas isso ainda não teve confirmação credível por parte de ninguém que lá tenha estado".
Nem o Lázaro que, alegadamente esteve no Reino dos Céus e voltou à Terra, disse fosse o que fosse sobre esses tempos passados alegadamente no Céu.
Vem isto a propósito do Papa Xico ter nomeado mais um cardeal português que "apoia as suas ideias".


Mas o que são, afinal, as ideias do Papa Xico?
Será que tem alguma ideia teológica, isto é, referente ao Deus descrito na Bíblia e à interpretação que a Igreja faz da mensagem desse Deus que seja diferente das ideias que os outros papas tinham?
Não.
O que pensa Xico sobre a sexualidade? O mesmo.
O que pensa Xico sobre o celibato dos padres? O mesmo.
O que pensa Xico sobre as mulheres? O mesmo.
Se pensa o mesmo, porque quer a Igreja (e a comunicação social) dar a ideia de que tem ideias diferentes?
Demagogia e populismo.

A diferença está apenas na comunicação.
Lembra-me a diferença entre um pai sério a dizer "vais apanhar porrada" ou um pai sorridente a dizer "vais levar tautau".
A diferença entre austeridade e cativações.

Faz-me lembrar a Bem Aventurança pregada pelos vendedores
"Bem aventurado auele que acredita sem ver porque será enganado"

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Será sábio o Sousa Cintra ter rescindido com o treinador?

Esta questão é muito discutida em democracia.
O mandato do governo tem uma determinada duração e, pergunta-se, se será lícito e ético o governo assinar contratos para além do término do mandato.
A resposta tem que ser "é lícito e ético" porque, caso contrário, o governo não poderia fazer quase nada.
Por exemplo, não poderia contratar funcionários públicos (ou os contratos teriam que ser sempre a termo certo, renovados ou não a cada novo governo).
No caso do Sporting, o Bruno de Carvalho ficou sem o Jesus e, depois de algumas dificuldades, contratou um treinador no dia 18 de junho porque os trabalhos de pré-época começavam no dia 21 de junho. Depois, veio a destituição no dia 23 de junho.
Os da oposição vieram, na altura, dizer que o treinador não prestava e não valia o ordenado contratado.
Em Portugal os ordenados que o Sporting paga são, genericamente, muito elevados pois, por exemplo, em 2017/18 o Del Neri (que em 2004 treinou o Porto umas semanas) ganhou 450 mil€ no Udinese e  o Mihajlović, mesmo sendo o quarto treinador mais caro de Itália, estava a ganhou 1,5 milhões€/ano no Turino (penso que brutos).
 
Vamos ao contrato.
Eu não tive acesso ao contrato mas está depositado na Federação Portuguesa de Futebol (alguém que vá lá ver).
Vamos supor que o contrato foi assinado no dia 18 de junho e é válido até 30/06/2021 (ver).
Vamos supor que o SCP-SAD denunciou o contrato passados 10 dias, no dia 28 de junho alegando que estava dentro do período experimental e sem mais nada invocar (ver).
Será que o SCP-SAD tem razão jurídica para o despedimento?
Eu penso que não por duas razões.
 
Razão primeira - Cláusula 11.a do CCT dos treinadores de futebol.
Primeiro, a existência de período experimental não resulta genericamente do contrato mas deve ser estabelecido e ter um prazo máximo de 15 dias (parágrafos 1.º e 2.º da Cláusula 11.a).
 
1- Apenas poderá estabelecer-se um período experimental no primeiro contrato de trabalho ...
2- O período experimental não poderá ser superior a 15 dias ...
 
Assim, se nada lá estiver escrito, não se pode concluir que as partes acordaram em que o prazo seja o máximo possível, isto é, de 15 dias.
Bem sei que o parágrafo 3.º parece contraditório com estes 2 primeiros:
 
3 - O período experimental pode ser excluído por acordo escrito entre as partes.
 
mas, no meu entendimento, este parágrafo só tem aplicação no caso em que foi estabelecido no contrato de trabalho um período experimental.
Por exemplo, no contrato de trabalho do dia 18 de junho dizia "estabelece-se um período experimental de 15 dias" para, por exemplo, no dia 20 de junho, vir um acordo escrito fora do contrato dizer "fica sem efeito a existência de período experimental prevista no contrato de trabalho".
 
Razão segunda - Cláusula 7.a do CCT dos treinadores de futebol.
Prevê a existência de um contrato promessa de trabalho!!!!
E, naturalmente, no contrato promessa ainda não começou a contar qualquer período experimental.
Como o contrato de trabalho tem mais força legal que o contrato promessa de trabalho e, neste último caso, se o clube não contratar o treinador, tem que lhe pagar 70% dos ordenados previstos, parece-me muito optimista alegar despedimento por "período experimental" e pensar que não vai pagar nada, nem os 10 dias que o homem trabalhou.
 
Voltamos ao problema da legitimidade.
Ouvi na comunicação social que o contrato são 2 milhões líquidos o que traduz um valor bruto de 4 milhões por ano.
O contrato são 3 anos e 12 dias o que dá um total na ordem dos 12 milhões de euros.
Este encargo vai persistir para todo o sempre, para além do termo do mandato do Sousa Cintra!!!!
 
Teria sido melhor renegociar o contrato.
Primeiro, o prazo deveria ter sido diminuído para 1 ano com mais 2 anos de opção por parte do SCP-SAD. Dava a entender que mantinha a duração de 3 anos mas, de facto, só tinha a duração de 1 ano.
Segundo, o ordenado deveria ser diminuído para os 1,5 milhões brutos que estava a ganhar no Turino mais 1,5 milhões no caso da ganhar o campeonato, 1 milhão se ganhasse a Liga Europa, 500 mil se ganhasse a Taça de Portugal e 250 mil se ganhasse a taça da liga e mais uns prémios por vitória e para o segundo lugar. Daria a entender que o valor aumentava estando a reduzir significativamente.
Partir para a "denúncia do contrato" tão levianamente, sem se ter a certeza que o homem não presta, parece-me muito pouco sensato.
 
Até na careca me sinto um novo Vale e Azevedo, "está resolvido" 
 
Finalmente, os ex-jogadores do SCP-SAD
Eram tão bons e tinham tantas razões para a rescisão por justa causa que ninguém os quer contratar!!!!
Como já disse, vai ser como o Bruma que teve que bater os 12 milhões a menos que o Sousa Cintra lhes perdoe a indemnização. 
 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 26 de junho de 2018

O turismo, as cidades e os nativos

Fui viver para a cidade do Porto há 35 anos. 
Foi no dia 15 de Outubro de 1983, quando entrei para a universidade.
Nesse tempo, havia muitas casas degradadas, muitas famílias a viver em quartos minúsculos e em casas velhas.
Havia ainda famílias "ocupas" de casas velhas e degradadas do tempo dos retornados de África.

Com o passar dos anos.
As principais faculdades também saíram do centro da cidade, principalmente a faculdade de engenharia e a faculdade de ciências.
Os cafés foram ficando vazias, as velhotas deixaram de ter clientes para os quartos e foram morrendo.
As famílias foram abandonando as condições de vida degradantes e deslocaram-se para casas melhores nos subúrbios.
As casas foram fechando e a degradação foi tomando cada vez mais o centro da cidade.

Depois veio o turismo.
Foi um processo lento que se começou a notar com a "primavera árabe".
Começaram, primeiro, a aparecer meia dúzia de estrangeiros na baixa, depois vieram os barcos Douro acima, os cruzeiros, os voos low cost, os hosteis e a cidade foi-se transformando para mais dinamismo.
As casas começaram a ser recuperadas ao ponto de hoje, quando dou o meu passeio semanal pela baixa, ter continuamente que atravessar de passeio para passeio por causa das obras.

Vamos ao problema das rendas.
Por causa do congelamento das rendas, os contratos antigos tinham rendas ridículas.
Bem sei que os esquerdistas não sabem nada de economia mas, por uma questão de racionalidade económica, esta situação tinha que ser corrigida. Não era para defender os donos das casas mas apenas por racionalidade económica.

Como se faz um país mais rico?
Este é um problema económico central à economia. Vejamos as condições que levam a um país ser o mais rico possível.

Primeiro) O valor atribuído às coisas vem das pessoas.
Bem sei que a Natureza tem direito a existir fora da vontade dos humanos mas o valor económico das coisas resulta directamente do interesse que as pessoas, nós, temos nelas. Esse valor pode ser indirecto (podermos vender as coisas a alguém que tem maior interesse nelas do que nós).


Segundo) Cada pessoa é diferente e, por isso, atribui valor diferente às coisas.
Todos temos gostos diferentes, uns gostam da cor vermelha, outros azul e outros ainda verde.
Há pessoas que gostam de casas viradas para a rua e outras preferem o sucesso das traseiras.

Terceiro) A riqueza é máxima se cada coisas ficar com a pessoa que lhe atribui maior valor.
Vamos imaginar duas pessoas, o João e a Maria, e dois bens, um carro e uma mota.
O João atribui o valor de 10000€ ao carro e 15000€ à mota e a Maria atribui o valor de 5000€ à mota e 10000€ à mota.
Imaginemos que o João é dono do carro e a Maria da mota, a riqueza total será 15000€ = 10000€+5000€.
Agora, se trocarem ficando o João a mota e a Maria com o carro, a riqueza total aumenta para 25000€, 15000€+10000€.

O sistema de preços de mercado
Faz com que as pessoas que atribuem mais valor a uma coisa vai ficar proprietários dessas coisas.
O conceito de valor que a pessoa atribui está ligado, naturalmente, à restrição orçamental de cada pessoa.

Oh riqueza, será um desperdício acabares na cama de um homem que adore mulheres gordas

Vamos ao que interessa.
Se uma velhota atribui o valor de 100€/mês a uma casa velha (até porque não pode pagar mais).
Se um turista atribui o valor de 1000€/mês por essa mesma casa velha depois de reabilitada (vamos supor que reabilitar a casa implica uma amortização de 400€/mês).
A senhora velhota sair e dar lugar à reabilitação vai ajudar os pedreiros e aumentar a riqueza do país.

E o que fazer à velhota?
Terá que arranjar outra casa cuja renda seja de apenas 100€/mês.
Se esta senhora não conseguir arranjar, não querendo nós transforma-la numa sem abrigo, aqui entra o Estado com os bairros sociais.

O que o Estado pode fazer.
Vou começar por tocar num ponto que ninguém se tem lembrado, as cérceas.
O centro das cidades, além dos centros históricos que interessa preservar como memória histórica, existem grandes limitações ao que se pode construir em temos de volumetria e altura.
Estas limitações são um "direito público" que podem ser "privatizadas" com o mesmo impacto que teria vender terrenos novos.
Se, por exemplo, as cércea passar de 5 pisos para 12 pisos, sem necessidade de aumentar as infra-estruturas como as ruas, tubagens de água, saneamento, electricidade, fibra óptica, a área disponível para construção mais do que duplica.
Claro que (e essa é a razão para existirem) os conservadores (de esquerda e de direita) irão dizer que vamos destruir as cidades e que, com isso, vamos acabar com o turismo mas tal não corresponde em nada à verdade. Se em Nova York os prédios mais pequenos têm 20 pisos e os intermédios têm 50 pisos e é uma das cidades com mais turismo do mundo, ...

Os prédios mais pequeninos de NY têm 20 pisos e os médios entre 30 e 50 pisos.

O que eu defendo.
Nos centros históricos até deixo que se mantenham as cérceas actuais que, no caso do Porto, até são bastante razoáveis (por exemplo, a rua dos Mercadores tem uns 5 metros de largura e prédios com 20 metros de altura) mas, fora destes centros e onde o impacto visual é praticamente nulo, duplicava ou triplicava as cérceas actuais. 
Esses aumentos seriam por venda de direitos, 50% para as autarquias e 50% para o Estado central.
Assim, seria algo positivo para os donos dos imóveis, para os nativos (mais oferta de habitação), para os turistas (mais área para alojamento e mais trabalhadores no sector do turismo) e para as pessoas das outras regiões (a venda dos direitos seria receita pública).
Se o preço das casas nas cidades andar nos 1500€/m2 e a construção custar 750€/m2, tal traduz que o aumento da cércea poderá ser vendido por 750€/m2 o que traduz um potencial enorme para aumentar a riqueza do nosso país.
Mas penso que somos, enquanto eleitores, conservadores de mais para isto sendo mais popular o discurso demagógico do combate aos despejos das velhinhas.


Só um bocadinho do Bruno de Carvalho.
Caiu e está com um esgotamento nervoso.
Aconselhava a ir ao Bruxo de Fafe pois também acredito que está a ser vítima de bruxaria.
Tem que levar "defumações, encruzilhadas e rezas de contra-fogo para banir Lúcifer" senão, nunca mais volta a ser presidente do SCP.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

A mobilidade social tem duas faces

Demora 125 anos a sair da pobreza. 
Foi este o resumo das notícias sobre um relatório da OCDE. 
Primeiro, vamos compreender este número.
Peguemos nas pessoas que conhecemos e vamos meter 1/3 em cada uma das 3 classes em que as famílias se dividem, "mais pobres", "médios" e "mais ricos".
Depois, andemos 125 anos para trás, até ao ano de 1893, e tentemos indagar se os avós/bisavós dos nossos conhecidos pertenciam ao mesmo grupo que ela pertencem actualmente.
O "125 anos" traduz que, decorridas 5 gerações, 50% das pessoa que em 1893 eram "mais pobre" hoje os seus descendentes são "médios" (e 50% continuam "mais pobres").
Noutra perspectiva, a cada geração, 100 famílias "mais pobres" dão origem a 87 famílias "mais pobres" e 13 famílias "médios" 

O que é ser "mais pobre"?
É um conceito relativo de forma que um "mais rico" em 1893 até vivia muito pior que um "médio" de agora (por exemplo, o dentista arrancava os dentes a frio!!!).
Assim, apesar de os "mais pobres" estarem condenados a gerar "mais pobres" isso não quer dizer que não há progresso e melhoria nas condições de vida.

O reverso da medalha.
Se os "mais pobres" têm dificuldade a passar a "médios", isso traduz que os "médios" também têm dificuldade a passar a "mais pobres" (porque, em cada grupo, há sempre 33.3% das pessoas).
Assim, política que favoreçam o "ascensor" social terão o efeito perverso de favorecer o "descensor" social.

Razões para a pouca mobilidade social.
Há diversas razões/hipóteses.

1) Razões orgânicas/genéticas.
Vamos supor que uma pessoa consegue gerar rendimento elevado porque tem alguma característica genética particular seja inteligência, beleza ou jeito para o desporto.
Vamos supor que essas características se transmitem geneticamente aos seus filhos (filho de peixe sabe nadar).
Vamos supor que "pessoas com mais sucesso" têm filhos com outras "pessoas com mais sucesso".
Então, os filhos de famílias de sucesso acima da média vão também ter sucesso acima da média, perpetuando-se as famílias no escalão de rendimento.

2) Razões económicas.
Por sorte, uma família teve sucesso e acumulou fortuna (por exemplo, Cristiano Ronaldo).
Ao transmitir o património aos seus filhos, mesmo que estes não tenham grande capacidade, vão continuar ricos.

3) Razões sociais.
O grupo defende-se da entrada de outros (favorecimento).
Assim, quando há necessidade de contratar um trabalhador, vão escolher alguém do seu grupo de rendimento. Como os ricos estão em lugares melhor remunerados, vão contratar os filhos de outros ricos que vão ter melhores salários que os filhos dos "mais pobres" com igual capacidade, perpetuando os grupos sociais.
Também a ideia de que os mais ricos não casam com mais pobres e os ciganos não gostarem que haja casamentos fora da etnia são barreiras social.

Acredito que a Sara Sampaio vá ter filhas bonitas

terça-feira, 5 de junho de 2018

As criancinhas não sabem nada, os anos dos professores e o Jesus

Uns testes às crianças do 5. ano dizem coisas terríveis. 
Primeiro, que não souberam responder que Portugal fica no Sudoeste da Europa.
Eu também não o sabia (pensava que ficávamos na parte ocidental da Europa).
Segundo, não souberam dar uma cambalhota.
Eu também tive que treinar muito. Já adulto, quando tinha que dar, no Kung Fu, cambalhotas (não levem isto para ...), toda a semana tinha que tomar comprimidos contra o enjoo.
Isto tudo é normal e aceitável, simplesmente, por causa da estatística!


Há 70 anos, quantos faziam a 4.ª classe?
Segundo a minha mãe, 3 ou 4 numa turma de 40 pelo que podemos apontar para uma percentagem de 10%. Apenas os mais inteligentes (ou que tinham melhor memória) conseguiam.
A título apenas ilustrativo, pegando na QI e assumindo que as criancinhas todos têm média de 100 pontos e desvio padrão de 15 pontos, se no passado o sucesso escolar na 4.a classe era de apenas 10% dos melhores, as criancinhas que chegavam ao 5.º ano eram mais inteligentes (QI médio 126 pontos) que as de agora.

A contagem do tempo para os professores.
O costa meteu no Orçamento de Estado que eu ia mudar de escalão.
Meteu, eu já pedi várias vezes a mudança de escalão que não me deram mas sou contra isso dos escalões.
Não existe qualquer lógica para, com o decorrer do tempo, haver um aumento do salário do funcionários públicos.
Em 2015, o Passos Coelho disse, defendeu e propôs que os escalões dos funcionários fossem repensados.
O António Costa, demagógico e populista, veio dizer enquanto estava na oposição que ia dar tudo a todos.
Agora diz que não pode dar.
Se fosse honesto, estava no tempo de dizer "afinal o Passos Coelho tinha razão, isto dos escalões é um monstro".
Tenho muita pena que os professores ou quem quer que seja (onde eu me incluo) não ganhem 500000€/mês, líquidos e pagos 14 meses no ano que o Jorge Jesus vai ganhar para a Arábia mas não é possível.
Só é possível no mundo da ilusão, demagogia e populismo em que os esquerdistas vivem.

Os professores ganham demais.
O salário está baixo quando há 100 lugares para preencher e só aparecem 20 trabalhadores.
Pelo contrário, o salário está elevado quando há 20 lugares para preencher e só aparecem 100 trabalhadores.
No caso da profissão de professor, há 10 lugares e aparecem 1000 pessoas, habilitadas, capazes e totalmente disponíveis.
Nas pessoas que ganham mais, adivinhem quem está incluido!
Naturalmente, eu.
No outro dia a minha mãe perguntou-me "Lá os do teu emprego, porque será que te pagam?"
- Por sou funcionário público - respondi.


Por falar no Jorge Jesus.
Quando existe um contrato de trabalho e a pessoa é despedida sem razão, são-lhes devidos os salários mas apenas até encontrar novo emprego e, depois dai, pela diferença entre o salário que ganhava e o que passou a ganhar.
Assim, como o Jorge Jesus encontrou um emprego a ganhar mais, nada lhe é devido pelo Sporting mesmo que o despeça sem justa causa.
Eu penso que ficava bem ao Jorge Jesus ajudar o Bruno de Carvalho até porque falhou em toda a medida. Deveria devolver qualquer coisinha, metade da diferença entre o que está a ganhar e o que vai ganhar.
Se, em termos líquidos, vai ganhar 9 milhões e ganhava 4 milhões no Sporting, dava 2,5 milhões para ajudar os coitadinhos (e são dedutível no IRS).

sexta-feira, 1 de junho de 2018

A boa vontade dos jogadores do Sporting

Imaginemos esta situação. 
O jogador Rui Patrício joga no Sporting onde ganha 285714,29€ por mês.
Sim, duzentos e oitenta e cinco mil setecentos e catorze euros e vinte e nove cêntimos por mês.
Tem 30 anos e tem contrato até 2022 o que perfaz 16 milhões de euros em ordenados futuros.
Nos últimos 2 jogos meteu 3 frangos.
(O Bruno de Carvalho deveria ser mais que demitido, ser crucificado, frito em óleo quente, por ter assinado contratos destes com jogadores que não conseguem ganhar nada, nem contra o Clube Desportivo das Aves)

Vamos então à boa vontade.
Vamos supor que o Rui Patrício tem dois contrato nas mãos:
  Contrato 1 = 6 anos a ganhar 280 mil €/mês e 18 milhões € para o Sporting
  Contrato 2 = 6 anos a ganhar 500 mil €/mês e 0 milhões € para o Sporting.
Acham que, se o Bruno de Carvalho se demitir, o Rui Patrício irá escolher o Contrato 1 podendo escolher o Contrato 2?

Penso que não preciso dar a minha resposta!
Os jogadores são como carneiros a caminho do matadouro, rabeiam mas acabam por levar a choupada.
Naturalmente, o jogador inteligente que está num momento de sucesso está sempre à procura de um argumento qualquer para se libertar do preço do passe.
O problema é que isso não é fácil senão ninguém pagaria transferência milionárias.

Esta pergunta aplica-se a todos.
Acham que o Neymar abateu ao seu salário os 222 milhões € que o PSG pagou ao Barcelona pela transferência se o tivesse podido não fazer?

Será que o Sporting vai falir se perder todos os jogadores?
Fui ao www.transfermarkt.pt/sporting-lissabon/startseite/verein/336 ver o valor que atribuem aos jogadores do Sporting e, em 28 jogadores, somei 202,5 milhões € em que 60% deste valor vem de 6 jogadores (Gelson Martins, 30M€; William Carvalho, 25M€; Bruno Fernandes, 20M€; Bas Dost, 19M€; Rui Patrício, 16M€; Marcos Acuña, 14M€).
Agora, vamos supor que estes jogadores se vão embora não conseguindo o Sporting qualquer valor de transferência. Será que o Sporting vai falir?
Nem pensar.

Primeiro - Será que os jogadores valem mesmo 202,5M€?
Isto é uma ilusão.
Nos últimos 10 anos, o Sporting comprou dezenas e dezenas de jogadores mas só conseguiu 8 transferências acima dos 10M€ (João Mário, 40M€; Islam Slimani, 30,5M€; Adrien Silva, 24,5M€; Marcos Rojo, 20M€; Rúben Semedo, 14M€; Bruma, 13M€; João Moutinho, 11M€; Ricky van Wolfswinkel, 10M€) pelo que é muito discutível que o plantel tenha 6 jogadores que o Sporting possa fazer acima de 10M€ e muito menos que consiga 202,5M€.

Segundo - O importante é a liquidez.
Qualquer pessoa, empresa ou SAD precisa conseguir manter-se, mês a mês, acima da linha de água, tem que entrar (cotizações, bilhetes, publicidade, direitos televisivos, prémios, "vendas") pelo menos tanto dinheiro como o que sai (salários, juros, "compras").
Quando não o consegue, tem que pedir dinheiro emprestado, aumentando o pagamento em juros.
E depois, "toda a gente sabe que a dívida não é para pagar, é para gerir" (Eng. Sócrates).
O Sporting fez uma média de 0,8 boas vendas por ano mas fez dezenas de compras que lhe sugaram o dinheiro todo que recebeu. Por isso, as vendas em nada têm ajudado a liquidez a manter-se acima da linha de água.

Vai para a falência técnica.
A falência técnica traduzida por um saldo negativo entre o activo e o passivo não tem qualquer problema desde que, no dia a dia, conseguirmos equilibrar as entradas e as saídas.
Vejamos a TAP que tem um capital negativo na ordem dos 1000 milhões € e continua a voar (e, parece, que a crescer e a dar lucros desde que foi privatizada).

O que acontece se os jogadores saírem todos?
Acontece um rombo imediato no activo que, caso contrário, só acontecerá daqui a uns anitos  porque os jogadores não valem um caracol.
Lembram-se do Mantorras que, foi do Alverca para o Benfica por 1 milhão de contos (5M€) e o Vale e Azevedo, que não saia por menos de 18 milhões de contos (90M€)?
Por quanto saiu?
Não se recorda? Pois foi para o Estaleiro Futebol Clube onde fez dupla com o Nico Calabria.

Deixem jogar o Matorras!

O que vai acontecer.
Jogar bem é difícil, é preciso muito apoio por parte da equipa e a história mostra que a grande maioria dos jogadores que saiu em rotura acabou mal.
Lembram-se do André Carrillo que foi para o Benfica?
Não jogou mais.
Lembram-se do Edgar Patrício de Carvalho Pacheco, o Edgar que em 1998 era no Benfica o novo Eusébio até que foi para o Málaga em rotura, com um contrato de 10 anos a ganhar 25000€/mês? 
Tinha feito 37 internacionalizações nos sub-21 e fez 1 internacionalização nos séniores!
Esteve os 10 anos do contrato (fez uma média de 20 jogos por ano) e, depois, acabou com 7 jogos no Boavista e 12 no Alki Larnaca (que nunca ouvi falar, desceu nesse ano à 2.a divisão cipriota, e já não existe).
Encostou as botas aos 32 anos (para comparar, o Ronaldo tem 33).

Os jogadores que "rescindirem contrato por justa causa" vão encostar as botas.
Só se safou o Moutinho porque teve todo o apoio do Pinto da Costa (e é um jogador especial).

O Sporting vai contratar menos melões.
Primeiro, o Bruno vai pegar noutros jogadores mesmo que mancos e vai-lhes atribui os tais 202,5M€ em falta no balanço.
Depois, deixam de entrar as dezenas de jogadores, contratados sem critério, que têm entrado todos os anos.
E tudo continuará na mesma.

Será que continuo a dar razão ao Bruno de Carvalho?
Ainda acho que tem mais razão.
Um jogador que recebe 285714,29€ por mês acha-se ofendido quando quem lhe paga o salário a tempo e horas lhe pede contas do desempenho?
Quando sofre um frango e, porque responde "fiz o meu melhor" enquanto se penteia, ficar chocado por ser apelidado de "menino mimado"?
Tenho pena é dos milhões que ganham o salário mínimo nacional e têm sempre o chefe a calcar-lhe os calcanhares a ver se cumprem as metas.
O Bruno de Carvalho é semelhante ao agricultor que tem que lidar com bois de 1000 kg. Se mostrar fraqueza, é esmagado.
O Bruno ganha 10mil€/mês e é o patrão de quem ganha 285714,29€/mês e mais.

É preciso ter pulso firme!



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