sábado, 16 de outubro de 2021

Estaremos a viver um novo choque energético.

Já ninguém se lembra mas, em 1973, tivemos um choque energético.

Em princípios da década de 1970 o preço médio do petróleo estava em 24USD/barril e saltou em meados de 1973 para 60USD/barril, um aumento de 150%.

O choque teve uma segunda onda em finais da década de 1970 para 130USD/barril.

Este choque energético teve grande impacto no Ocidente, crises económicas e filas nas bombas de gasolina.

Depois as coisas estabilizaram e, entre 1985 e 2003, tivemos um longo período de energia barata, com o petróleo nos 40USD/barril.

Desde 2003 o preço tem oscilado atingindo um patamar de 110USD/barril entre 2009 e 2014, outro patamar de 60USD/barril entre 2014 e o presente.


Mas vamos corrigir da inflação!

Comparando 1973 com 2020, a inflação média foi de 3,81%/ano. Isso traduz que um cabaz de bens e serviços que em 1973 tinha um preços de 100€, tem hoje um preço de 583€.

Este aumento geral de preços traduz que o preço real do petróleo está muito abaixo do preço dos inícios da década de 1970, 60USD de agora correspondem a 10,3USD de 1973, menos de metade da cotação do petróleo nesse ano.

Mesmo considerando a cotação de hoje de 80€/barril, compara-se com 13,7USD/barril de 1973.

 Para o preço do petróleo se comparar com 1973 teria que estar nos 140USD/barril e para se comparar com os 130USD/barril de 1980 teria que estar nos 400USD/barril.

Estão a imaginar o petróleo a 400USD/barril!!!

De um preço na ordem dos 24€/barril, mantendo os preços constantes, estamos hoje com preços pouco acima dos 10USD/barril (ver, Fig. 1)

temos vivido nas últimas décadas com energia extraordinariamente barata, como nunca se tinha visto na história da humanidade, tempo que parece estar a acabar.

Fig. 1 - Evolução do preço do petróleo bruto 1960-2020 
(dados do preço do petróleo e da taxa de inflação do USD: www.macrotrends.net)


Como a energia está barata, os Estados carregaram-na com impostos.

Os políticos nos estados democráticos vivem das eleições. E existem estudos (de marketing político) que avaliam como reagem os eleitores relativamente à despesa pública e aos impostos.

Os políticos vão implementar políticas que maximizem o número de votos. Como cada cidadão tem um voto, está identificado que dar 1€ de subsídios aos pobres e cobrar 1€ de impostos aos mais ricos tem um impacto positivo nos resultados eleitorais. Desta forma, criou-se o chamado "estado social" não como algo superior em termos éticos ou morais mas apenas como algo que soma mais votos.

Se proibir touradas, multar quem circular a mais de 30km/h ou falar em "transição energética" faz aumentar, em termos líquidos, os votos, arranja-se uma lógica qualquer e faz-se isso.

Ainda há 2 dias um ministro dizia "descer impostos nos combustíveis fósseis, nem pensar por causa da transição energética" para no dia seguinte outro ministro vir anunciar a descida em 0,02€/litros para hoje mesmo, com outra lógica qualquer. O que há 2 dias estava errado, ontem já estava certo.

Se era mau usar máscaras, logo se tornou obrigatório.

Se dar a terceira dose era uma loucura, um interesse obscuros dos laboratórios, logo passou a obrigatório (quem o referiu, de entre outros que disseram logo o seu contrário, foi o D. Sebastião Gouveia e Melo).


Reparem a argumentação do D. Sebastião Gouveia e Melo.

Vou-me embora porque já estão vacinadas 85% das pessoas e vacinar com a terceira dose é uma loucura, uma campanha dos laboratórios para facturar.

E a verdadeira lógica? Era que o ministro da cara comprida lhe tinha dito que, no dia seguinte, ia tomar posse como chefe de uma merda qualquer que ninguém sabe que existe mas para as tainha do Estado é uma coisa muito importante.

O pequeno tirano, que despachou crimes de tudo que mexia, desde um frigorífico que avariava até uma cadeira que partia uma perna, à judiciária, ao ministério público e a GNR (que não deram em nada), foi-se embora e tudo continuou como se nunca lá tivesse feito qualquer falta.

E não fazia qualquer falta. O problema é que o PS meteu lá, inicialmente, um fulano tão mau, tão mau, que até o rui banana rio teria, em sua substituição, mesmo sem nada fazer, feito um bom serviço ao país.

Fig. 2 - As tainhas juntam-se na saída do esgoto, à procura de comer alguma coisa.


Também está identificado que os impostos directos (o IRS) tem mais impacto negativo que os impostos indirectos (IVA, ISP, ...). Por exemplo, o IRS só "paga" 13% da despesa do Estado mas tem sido o único imposto discutido no espaço mediático-político (o IVA "paga" 17% e ninguém fala desse imposto).

Por causa desse marketing político, os eleitores foram gritando contra o IRS e tolerando o imposto sobre os combustíveis, razão porque hoje 65% do preço que pagamos na bomba é impostos.


E como ficamos de energias renováveis?

Claro que a energia solar é o futuro mas não pode ser implementada de um momento para o outro porque é preciso amortizar os investimentos feitos e exige novos investimentos.

E para haver investimento, é preciso haver poupança que apenas acontece se as pessoas diminuírem o consumo.

Assim, não é possível sol na eira e chuva no nabal.

Não é possível incentivar o consumo anunciando que é o motor do crescimento económico e, ao mesmo tempo, dizer que precisamos de investir nas novas tecnologias.

Será como o agricultor que tem que repartir o seu tempo entre apanhar maçãs e plantar de novas macieiras. Não pode fazer ambas as coisas ao mesmo tempo.

Como somos governados por mente-captos que julgam ser suficiente anunciar que em 2030 vamos ter neutralidade de emissões de CO2 e carregar com impostos, taxas e taxinhas as energias e  condicionando os investimentos em combustíveis fósseis, advinha-se uma nova crise energética.


A Maria a Pena diz que, quando ganhar, acaba com as renováveis em França.

O povo sofre a consequência dos mente-captos e, depois, aparecem as "contra-revoltas".

Também se fosse eu a mandar, isto das renováveis levava uma grande volta, acabando totalmente com os subsídios ao investimento e à produção e o tratamento preferencial.



 Fig. 3 - Pode ser muito bonita (a ideia de "defender o planeta dos gases") mas quem quiser beleza tem que pagar o sobre-custo.



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